Os Presidentes da Câmara no Império

 

Embora o Império fosse a era dos “barões do café” e a imensa maioria dos presidentes da câmara fosse de donos de propriedades agrícolas, raros foram os que se dedicaram exclusivamente à lavoura. Moura Lacerda, o Dr. Araújo, Carlos Augusto do Amaral, e Pinto Nunes Jr. eram bacharéis em direito e advogados militantes.  Pinto Nunes, além disso, foi ativo comerciante, assim como Gomes Barbosa e José Manuel de Miranda. Silva Pinto e Randolfo Margarido foram médicos bem-sucedidos e  Antônio Pires de Godoy Jorge parece ter sido muito mais um empresário urbano do que um lavrador. O único “Barão” que presidiu a Câmara foi Luís Leite, mas já em plena República, depois do 15 de novembro. E mesmo Luís Leite foi um homem muito mais urbano do que rural, exercendo sucessivos cargos na cidade como delegado de polícia e juiz de paz.

Outra peculiaridade interessante é que os amparenses natos praticamente ficaram longe da Presidência da Câmara. Muitos eram campineiros, outros cariocas, santistas, atibaienses ou bragantinos. O único que se declara abertamente amparense é Luís Leite, mas suspeita-se que ele fosse na verdade nascido em Mogi-Mirim.

Não eram homens idosos. A maioria ocupou a presidência da Câmara antes dos cinqüenta anos de idade. E todos foram homens de razoável cultura, mesmo os que não eram portadores de diplomas.

Nenhum deles se envolveu em qualquer escândalo financeiro com dinheiros públicos e nunca houve um crime político na História de Amparo.  Ocorreram safanões, bordoadas e bengaladas, sim, no célebre episódio da eleição de 1869 na Igreja do Rosário, mas ninguém saiu seriamente ferido.

Estranha gente!

Eram bacharéis e plantaram café…

Eram monarquistas e fizeram a República…

Eram escravocratas e fizeram a Abolição…

Eram adventícios e fizeram a grandeza do Amparo…

 

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