Política e Administração Pública
– 1891 – Ata da eleição de dois deputados ao Congresso Federal: 1) José Pinto do Carmo Cintra, 50 votos – 2) Dr. Jerônimo Ubaldo Cardoso de Melo Leite, 28 votos – 3) Rodolfo Nogueira da Rocha Miranda, 2 votos – 4) Luís Eboli, 1 voto. (PO/LN, 104:57)***
– 3/3/1891 – Luís Leite e Pedro Penteado, candidatos a deputados estaduais para a eleição de 14/3/1891. (CP)
– 14/3/1891 – Silva Pinto estava na chapa republicana para senador estadual – Pedro Penteado na chapa para deputado. (OESP)
– 21/3/1891 – O Conselho de Intendência toma conhecimento do pedido de algumas dezenas de proprietários rurais, pedindo a passagem de seus imóveis para o Distrito de Pedreira. (Atas, 7:140)
– 21/3/1891 – Jerônimo Tavares pede exoneração do Conselho de Intendência “por ter de retirar-se para a Europa”.(Atas, 7:141)
– 8/4/1891 – Em sessão ordinária, presidida por Bento de Sousa, presentes José Pedro de Deus, Felício Granato e Damásio Pimentel, é lido um ofício do governador elevando de sete para nove o número de membros do Conselho de Intendência e nomeados para completar o número e preencher as vagas de João Belarmino e Pedro Pastana, os cidadãos Albino Alves do Amaral, Dr. João Pedro da Veiga, Francisco Xavier da Silveira e Joaquim Martins Barbosa (não há notícia anterior nas atas da exoneração de João Belarmino e de Pedro Pastana). Também foi concedida pelo governo do Estado a exoneração de Jerônimo Tavares. É dada posse aos eleitos e o Dr.João Pedro da Veiga requer que se proceda a eleição de um vice-presidente para preencher a vaga desse lugar. Procedeu-se então à eleição do vice-presidente, sendo votados: Joaquim Martins Barbosa, 3 votos, Bernardino Alves de Sousa, 3 votos, Dr. João Pedro da Veiga, 2 votos, e Albino Alves do Amaral, 1 voto, sendo declarado eleito Martins Barbosa.
Surgiu nessa sessão um sinal de futuras lutas políticas com uma indicação de Joaquim Martins Barbosa: “Não nos inspirando confiança as comissões eleitorais nomeadas pelo Sr. Dr. Presidente da Intendência Municipal, indicamos que o mesmo Sr. Presidente proceda à substituição das respectivas mesas eleitorais”. Essa indicação foi apoiada por João Pedro da Veiga, Albino Alves do Amaral, Francisco Xavier da Silveira e Bernardino Alves de Sousa. O Presidente Dr. Bento José de Sousa não tomou conhecimento da indicação, alegando estar amparado pelo Dec. 511, de 23/6/1890, arts. 8, 13 e 14. Martins Barbosa declarou então que recorria da decisão do Presidente para o Governador do Estado. (Atas, 7:143/143v)
– 9/4/1891 – em reunião convocada pelo Dr. Silva Pinto só comparecem 18 eleitores. (OESP)
– 14/4/1891 – Agravam-se as divergências na política amparense. Realiza-se uma sessão extraordinária sob a presidência de Martins Barbosa, presentes Dr. João Pedro da Veiga, Francisco Xavier da Silveira, e Bernardino Alves de Sousa, faltando por estarem fora do município Albino Alves do Amaral e Damásio Pimentel, e sem justificação José Pedro de Deus e Felício Granato, convocada pela necessidade de se eleger um presidente, já que fora dada pelo governo demissão ao Dr. Bento José de Sousa. Alexandre Eboli, que fora nomeado membro da Intendência, em lugar do Dr. Bento José de Sousa, exonerado pelo Governador, estava presente, prestou compromisso e foi-lhe dada posse. Procedeu-se à eleição do novo Presidente do Conselho: Dr. João Pedro da Veiga, 4 votos – Bernardino Alves de Sousa, 1 voto. Essa facção seria deposta meses depois, em meio a um tumulto público, por ter apoiado o governo de Américo Brasiliense e o golpe do Marechal Deodoro. (Atas, 7:145v/146)
– 18/4/1891 – Dr. Joaquim Pinto da Silveira Cintra, médico, candidato a deputado numa chapa republicana (embora houvesse se declarado defensor convicto da monarquia 2 anos antes…) (OESP)
– 25/4/1891 – Governador Américo Brasiliense comunica ao Conselho ter exonerado, a pedido, os intendentes Felício Granato, José Pedro de Deus e Damásio Pimentel. (Atas, 7:146v)
– 30/4/1891 – Ata da eleição de deputados e senadores ao Congresso do Estado de São Paulo – votados para senadores: José Pinto do Carmo Cintra, 39 votos – Joaquim José da Silva Pinto, 40 votos – Luís de Sousa Leite, 38 votos. (PO/LN, 104:55)***
– 3/5/1891 – manifesto do Partido Constitucional Republicano. (CP)
– 9/5/1891 – José Inácio Teixeira nomeado Juiz de Paz de Monte Alegre do Sul. – José Pedro de Godoy Moreira Júnior, empossado no cargo de Subdelegado de Polícia do Distrito de Pedreira. Nesse mesmo dia, o Conselho de Intendência recebeu um ofício de Cirino Dantas de Vasconcelos, 2º Fiscal, “declarando que, tendo sido nesta época eleitoral o cargo que exerce motivo para cabala e objeto de ameaças contra ele suplicante, sendo prometida sua demissão caso não votasse com o Partido Nacional desta cidade ou a conservação do emprego se ao contrário abandonasse seus antigos companheiros; que vem depor nas mãos deste Conselho de Intendência o exercício do referido e solicitar sua exoneração, considerando-se demitido desde já”. O pedido foi deferido, sendo nomeado interinamente Henrique Antônio de Camargo para o cargo. (Atas, 7:149v/150v)
– 23/5/1891 – Ofício do Governador do Estado comunicando que Marcolino Antônio Martins, José Lourenço da Silveira e João Fernandes de Carvalho foram nomeados para o Conselho de Intendência. Estando presentes os nomeados, prestaram compromisso e foram empossados. Na mesma sessão Marcos da Silveira Gomes pede exoneração de 2.º Juiz de Paz de Amparo e foi recebido um ofício de Carlos Vilalva, Secretário do Governo do Estado, comunicando que José Pedro de Godoy Moreira Júnior foi exonerado a pedido de suplente de Juiz Municipal. A “dança das cadeiras” era indício da profunda cisão causada pela nova direção do Conselho de Intendência. Cidadãos de classe média procuravam se afastar da luta política, abandonando os cargos públicos. (Atas, 7:153v/154)
– 23/5/1891 – 12 meses de licença ao Barão de Campinas, comandante superior da Guarda Nacional nas comarcas de Amparo e Bragança. (OESP)
– 2/6/1891 e 9/6/1891 – Há sinais claros de que a crise na política municipal continua a se agravar. Na reunião de 2 de junho só compareceram o Dr. João Pedro da Veiga, José Lourenço da Silveira, Francisco Xavier da Silveira e Bernardino Alves de Sousa. Mesmo assim foi tomado o compromisso dos suplentes de Juiz Municipal Antônio Gomes de Oliveira Carneiro e Capitão Jorge Franco do Amaral. No dia 9 de junho um ofício de Carlos Vilalva comunica que foram exonerados a pedido os suplentes de Juiz Municipal Marcolino Antônio Martins e Augusto Soares de Arruda, mas que títulos de nomeação de Antônio Gomes de Oliveira Carneiro e Jorge Franco do Amaral para os cargos de suplentes do Juiz Municipal. Já o Dr. Francisco Antônio de Araújo, nomeado 3º suplente de Juiz Municipal, deixou de comparecer para prestar compromisso, embora convidado para tanto. E Joaquim Damião Pastana Sobrinho, suplente de Juiz de Paz, pediu exoneração por motivo de saúde. o Conselho de Intendência reagiu com rispidez, informando ao Governo que Joaquim Damião Pastana Sobrinho “é moço, solteiro, muito sadio, em boas condições de fortuna e residente a pequena distância desta cidade”. A redação do ofício foi aprovada unanimemente. O ambiente nas ruas também estava se deteriorando: os Fiscais Henrique Antônio de Camargo e José Franco de Godoy queixam-se de estarem sendo maltratados e ameaçados no exercício de suas funções e pedem providências. O Conselho de Intendência limitou-se a encaminhar a queixa à Comissão de Posturas para dar parecer. E para aumentar a tensão, José Emílio Moreira, inspetor da estrada da Vargem Grande, comunica que no dia marcado para o conserto da estrada, poucos lavradores compareceram, pelo que ele os dispensou. (Atas, 7:158v/159v)
– 10/6/1891 – Dr. Bento de Sousa mudando para São Paulo – foi médico em Amparo. (OESP)
– 19/6/1891 – grandes festejos em Amparo pela vitória de Américo Brasiliense e Cerqueira César para Presidente e Vice-Presidente do Estado – festa no Club 3 de Maio (?) (OESP)
– 27/6/1891 – Bel. José Pinto Nunes Júnior exonerado a pedido de Promotor Público de Amparo, substituído por Ricardo Sigmaringa de Moraes Cordeiro. (OESP)
– 6/7/1891 – Augusto Soares de Arruda exonerado de 1º suplente de Juiz Municipal e de Órfãos; o 1º suplente passou a ser Antônio Gomes de Oliveira Carneiro e o 2º Jorge Franco do Amaral. (OESP)os, passando a 1º suplente Antnicipal e de Juiz de rande hefe de numerosa fambrinho.
– 11/8/1891 – João Ferreira Rebelo nomeado membro do Conselho de Intendência em Amparo. (OESP)
– 22/8/1891 – Novos sintomas de enfraquecimento da facção que domina o Conselho de Intendência. A debandada continua, obrigando a sucessivas substituições de intendentes e de funcionários. João Ferreira Rebelo, nomeado membro da Intendência por ato do Presidente do Estado, foi empossado. Fora nomeado no lugar de Marcolino Antônio Martins, exonerado a pedido. E Bernardino Alves de Sousa pediu 60 dias de licença, por motivo de saúde, indo se tratar fora do município. (Atas, 180v/181)
– 19/9/1891 – Sessão Extraordinária, presidida por Dr. João Pedro da Veiga, convocada para definir homenagens a serem prestadas na chegada do benemérito Barão de Campinas, que estava chegando da Europa. Decidiu-se iluminar e embandeirar a Casa da Câmara. (Atas, 7:188v)
– 24/9/1891 – João Fernandes de Carvalho exonerado, a pedido, de membro da Intendência e substituído por Joaquim Mendes do Amaral.
– 24/9/1891 – A linguagem tornou-se desabrida na luta política local, tomando como pretexto a anulação de uma concorrência para publicação de atos oficiais. A comissão de licitação da Intendência, não podendo dar a vitória ao jornal “O Correio Amparense”, havia anulado a concorrência, como meio de manter a publicação interinamente neste último. O recurso da Empreza Typographica Cidade do Amparo, proprietária do jornal “Cidade do Amparo”, assinado pelo Dr. João Nepomuceno da Mota, contra a anulação dessa concorrência alegou cruamente: “que não esperava ele recorrente a aceitação de sua proposta, à vista da má vontade que vota ao seu jornal o Conselho de Intendência, cujos desvios tem nele sido acremente censurados. Que, entretanto, a superioridade da proposta dele recorrente era manifesta”. A Intendência respondeu: “A Intendência tem o direito de contratar com a folha que lhe aprouver a publicação do expediente, mediante condições razoáveis, sem que por isso se deixe de considerar prejudicada aquela que não foi preferida. Mesmo no governo deste Estado achamos precedentes que podemos evocar em nosso favor. O Sr. Prudente de Moraes, quando governador, entendeu que lhe era lícito, por meio de simples ofício do Secretário, retirar do “Estado de São Paulo” a publicação dos atos oficiais, contratando-a com o “Correio Paulistano”, sem que se abrisse concorrência pública, pela circunstância de que aquele órgão não tomava a defesa da sua administração, ao passo que o “Correio Paulistano” se constituíra interprete do seu pensamento e defensor do seu governo”. “V.Excia. mesmo nos deu um bom exemplo de prudência que desejamos imitar. Quando assumiu a administração do Estdo, encontrando o Correio Paulistano em gozo do contrato que fizera com seu antecessor para publicação de atos oficiais, ao mesmo tempo que se declarava em oposição desabrida ao seu governo, V. Excia. refletido como é, descobriu um meio digno e cordato de cortar suas relações com esse órgão, criando o “Diário Oficial”, destinado a dar publicidade a todos os atos da pública administração. – … A “Cidade do Amparo” é o órgão do partido oposicionista, sem nenhuma circulação, sistemático e odiento, intolerante e intolerável, atacando todos os poderes, desde o Chefe de Estado até esta Corporação, envenenando todos os seus atos e deturpando suas intenções…” (Atas, 7:189/190v)
– 8/10/1891 – A debandada continuava. Antônio de Lima Ribeiro nomeado para a vaga de Alexandre Eboli no Conselho de Intendência, que fora exonerado a pedido; Venerando da Silva Barbosa pede demissão de Porteiro, por estar se mudando do Amparo. (Atas, 7:194)
– 22/10/1891 – boato do assassinato do Dr. Muniz de Sousa em Monte Santo-MG, gerado por um telegrama de São José do Rio Pardo – um “próprio” despachado para Mococa voltou trazendo carta de Dr. Muniz de Sousa com o desmentido. (OESP)
– 17/11/1891 – A “Cidade do Amparo” trouxe em branco a sua coluna editorial (certamente trata-se da censura ordenada pelo Presidente Américo Brasiliense). (CP)
– 17/11/1891 – o “Correio Paulistano” também traz a coluna editorial em branco. (CP)
– 3/12/1891 – Indicação pelo Vice-Presidente (Joaquim Martins Barbosa): “sendo esta a primeira sessão que se realiza depois dos sucessos de 25 de novembro indico que se dirija em nome desta Intendência ao Dr. Américo Brasiliense de Almeida Melo um voto de adesão e de apoio pela atitude que assumiu, procurando manter a ordem e a tranqüilidade pública. Amparo, 3/12/1891. Joaquim Martins Barbosa. A indicação foi aprovada unanimemente. “Em ato contínuo fez-se o ofício declarando-se nele que o Conselho da Intendência Municipal de Amparo, na primeira sessão que teve lugar depois dos acontecimentos de 23 de novembro último, resolveu felicitar o Estado de São Paulo pela atitude que o Dr. Américo Brasiliense assumiu, mantendo a ordem e assegurando a paz que são condições indispensáveis do progresso e prosperidade. Que associando-se ao sentimento geral da população, esta Intendência promete o mais franco e leal apoio ao seu governo, que se inspira na prudência e no patriotismo, salvando os altos interesses do Estado”. O ofício foi assinado por todos os intendentes presentes à sessão. (Atas,8:22/22v)
– 11/12/1891 – a censura prévia fora decretada por Américo Brasiliense, que apoiara o golpe do Marechal Deodoro. O “Correio Paulistano” ficou guardado pela polícia. Américo Brasiliense chegou a mandar tropas para o Rio de Janeiro para apoiar Deodoro. (CP)
– 22/12/1891 – nomeados para o Conselho de Intendência de Serra Negra: Joaquim Rodrigues de Siqueira Bastos, Joaquim do Amaral Sousa Campos, Inácio Tristão da Silveira, Antônio Pires Ramos Pimentel, José de Paula Andrade, Cristiano da Silva Moraes e Antônio Marques da Rocha. (CP)
– 24/12/1891 – Bel. Joaquim de Sousa Campos Júnior exonerado a pedido de Juiz Municipal de Amparo – nomeado o Bel. Mateus da Silva Chaves, removido de Mogi das Cruzes para esse lugar. (OESP)
– 24/12/1891 – Sessão Extraordinária, presidida por Silva Pinto Júnior, presentes: “o Dr. Joaquim José da Silva Pinto Júnior, Luís de Sousa Leite, Dr. José Leite Pinheiro, Artur de Assis Carvalho, Felício Granato, João Belarmino Ferreira de Camargo, Antônio Cândido de Camargo e José Pedro de Deus. Haviam sido “nomeados por ato do cidadão Dr. Presidente do Estado de 18 deste mês e ano para membros do Conselho de Intendência Municipal desta cidade, em substituição da que foi deposta pelo povo em data de 14 do mesmo citado mês”. Faltou o oitavo nomeado Capitão Damásio Pires Pimentel.
Joaquim José da Silva Pinto Jr. assumiu a presidência por ser o primeiro da lista de nomeação publicada no Diário Oficial em 20/12/1891. Após o compromisso dos nomeados, procedeu-se à eleição do Presidente Efetivo do Conselho da Intendência com o resultado: Luís de Sousa Leite, sete votos – Dr. Joaquim José da Silva Pinto Júnior, um voto.
Na eleição do Vice-Presidente: João Belarmino Ferreira de Camargo, sete votos – Felício Granato, um voto. As Comissões foram organizadas a seguir.
“O cidadão presidente entregou uma ata em papel avulso, assinada pelos membros da Junta Revolucionária depondo em 14 do corrente mês a Intendência Municipal e autoridades desta cidade, a qual depois de lida foi unanimemente deliberado que fosse transcrita na presente ata, e é a seguinte”:
– “Aos 14 dias do mês de dezembro de 1891, 3º de Proclamação da República, nesta cidade do Amparo, no Paço da Intendência Municipal, onde estava reunido o povo, representado por grande número de membros de todas as classes sociais, formando um grupo de mais de mil pessoas, aí presentes os cidadãos Luís de Sousa Leite, Dr. Joaquim José da Silva Pinto Jr., e Dr. João Nepomuceno Nogueira da Mota, que compunham a Junta Revolucionária, aclamada anteriormente para dirigir o movimento que deveria se manifestar como um protesto contra a permanência no governo do Estado do Dr. Américo Brasiliense de Almeida Melo, o Dr. João Nepomuceno Nogueira da Mota tomando a palavra e fazendo um breve histórico do procedimento indigno que o Presidente de São Paulo tinha tido em face do golpe de estado que em 3 de novembro deste ano deu o ex-Presidente da República, concitou o povo a não reconhecer a autoridade do indigno Presidente de São Paulo, aclamando seu substituto legal, o Dr. José Alves de Cerqueira César. O povo entusiasticamente declarou deposto o Dr. Américo Brasiliense e aclamou o Dr. Cerqueira César, manifestando assim sua vontade soberano.
– Em seguida o Dr. Mateus Chaves Júnior declarou que como complemento do ato que se acabava de realizar, era necessário declararem-se depostas todas as autoridades que neste município representavam o Presidente deposto, e propôs que fossem declarados depostos não só a Intendência Municipal, como ainda as autoridades policiais de nomeação do ex-Presidente, sendo aclamada uma Junta Governativa Provisória e um Delegado de Polícia. Tendo sido unanimemente aceita esta proposta foi logo aclamada a Junta Governativa, que ficou composta dos cidadãos Dr. Joaquim José da Silva Pinto Jr., Felício Granato e João Belarmino Ferreira de Camargo e para Delegado de Polícia o Dr. João Nepomuceno Nogueira da Mota. Em seguida o povo sempre reunido dirigiu-se para a redação da “Cidade de Amparo”, onde pelo Dr. João Nepomuceno Nogueira da Mota foi feita a seguinte proposta:
– considerando que o povo declarou deposto não só o Presidente do Estado como seus agentes no Município,
Considerando que devem do mesmo modo ser considerados aqueles que revestidos de qualquer autoridade apóiam e elogiam os atos dos Presidentes ofensivos ao brio do Povo Paulista; considerando que o Dr. Pedro Nolasco Xavier de Paula, Juiz de Direito desta comarca, nas vésperas de sua nomeação ilegal, enviou ao Presidente um ofício, que foi publicado no Diário Oficial, aplaudindo as indignidades cometidas pelo Dr. Américo Brasiliense; considerando que este ofício indigno do carácter paulista foi o preço de sua nomeação, propunha que se não reconhecesse a autoridade daquele Juiz, que deveria ser intimado a passar o exercício de seu cargo a seu substituto legal.
Sendo unanimemente aprovada esta proposta, a Junta Revolucionária dirigiu um ofício àquele Juiz, sendo a entrega do mesmo feita por uma comissão composta dos cidadãos Dr. José Leite Pinheiro, Damásio Pires Pimentel e Capitão Bento de Godoy Moreira.
A Junta Revolucionária ficou incumbida pelo povo de lavrar e assinar a presente ata que em tempo oportuno deverá ser transcrita no livro das atas da Intendência Municipal. E nada mais tendo sido resolvido, lavrei a presente ata que vai assinada pela Junta. Eu, João Nepomuceno Nogueira da Mota a escrevi. Dr. Joaquim José da Silva Pinto Jr., Luís de Sousa Leite, João Nepomuceno Nogueira da Mota. (Atas,8: 22v/25)
Imigração
– 2/2/1891 – Joaquim Machado Júnior e sua mulher Francisca do Amaral Machado, Antônio Pereira e sua mulher Justina Machado, constituem procurador “no lugar da Ribeira”, Concelho de Santo Tirso, Portugal, a Antônio Machado, para inventário do pai e sogro Joaquim Machado. (PO/LN, 101:37v)***
– 5/6/1891 – colônia italiana do Amparo convida para uma sessão solene em homenagem a Giuseppe Garibaldi. (OESP)
– 11/6/1891 – grande festa da colônia italiana pelo aniversário de Garibaldi. (OESP)
– 5/9/1891 – “A colônia italiana de Amparo prepara estrondosos festejos comemorativos do 20 de Setembro, aniversário da entrada de Vítor Emanuel em Roma”. (OESP)
– 8/10/1891 – ofício do fazendeiro Pedro de Araújo Roso denuncia venda de aguardente na fazenda de D. Luísa Eufrosina Queiroz Aranha, por dois colonos italianos, Rampin Leopoldo e Dario Natali, “atraindo para ali os colonos das fazendas circunvizinhas”. (Atas,7:194v)
– 17/11/1891 – italianos linchados em Nova Orleans, nos Estados Unidos. (CP)
Educação e Cultura
– 16/4/1891 – concerto lírico de Martelli e Cecchini em Amparo. (OESP)
– 3/5/1891 – “Escreve a “Cidade do Amparo”: Barítono Chechini – Está residindo nesta cidade há já algum tempo esta notabilidade artística, que fez a delícia dos diletantes de S.Paulo na última estação lírica”. (CP)
– 16/10/1891 – instalação pelo Sr. Alberto Lofgren da Estação Metereológica oferecida por Carmo (deve ser a que existiu no Hospital Ana Cintra). (OESP)
Imprensa
– 9/4/1891 – aparecerá no dia 11/4 a “Cidade do Amparo”, do Dr. João Motta. (OESP)
– 12/4/1891 – O professor de piano Sabino Antônio da Silva abriu em sua casa um curso teórico e prático de música. (OESP)
– 3/5/1891 – Dr. J. Leite Pinheiro, jornalista da “Cidade de Amparo”, estava em São Paulo. (CP)
– 27/9/1891 – jornalista Castro Soromenho vaticina “a morte da poesia”. (CP)
– 17/11/1891 – A “Cidade do Amparo” trouxe em branco a sua coluna editorial (certamente trata-se da censura ordenada pelo Presidente Américo Brasiliense). (CP)
– 17/11/1891 – o “Correio Paulistano” também traz a coluna editorial em branco. (CP)
– 11/12/1891 – a censura prévia fora decretada por Américo Brasiliense, que apoiara o golpe do Marechal Deodoro. O “Correio Paulistano” ficou guardado pela polícia. Américo Brasiliense chegou a mandar tropas para o Rio de Janeiro para apoiar Deodoro. (CP)
– 29/12/1891 – A “Cidade de Amparo”, que tinha interrompido a publicação, vai reaparecer. (CP)
Criminalidade
– 10/8/1891 – um bígamo em Pedreira e Amparo. (OESP)
– 20/8/1891 – morte suspeita do preto Manuel, camarada de Inácio Teixeira, em Pedreira. (CP)
– 27/8/1891 – João Capote esfaqueou José Bento de Moura, dono do Hotel Central, ferindo-o, e fugiu.(OESP)
– 6/10/1891 – Veríssimo José de Oliveira, agricultor no Bairro da Forquilha, ferido por “um tiro saído do mato”, quando ia para sua fazenda. O ferimento não foi grave. (CP)
– 30/12/1891 – assaltantes espanhóis em Amparo.(OESP)
Economia, Finanças e Negócios
– 1891 – Fioravanti Gerbi faz liquidação amigável de sociedade no ramo de olaria, com a razão social de Sassi & Cia., com Atílio Sassi e Valentino Carlotti. (SO/LN,3:79)
– 20/1/1891 – artigo sobre ferrovia Amparo/Itatiba. (OESP)
– 20/1/1891 – Banco Agrícola e Construtor de S.Paulo, presidente José Pinto do Carmo Cintra. (CP)
– 7/4/1891 – Companhia Industrial e Agrícola de Amparo e Bragança, do Coronel João Pedro de Godoy Moreira. (OESP)
– 10/4/1891 – contrato de empréstimo entre o Banco Industrial Amparense, por seu presidente Pedro Pastana, e os devedores Francisco Emílio de Campos e sua mulher Felisbina Carolina Domingues de Magalhães. (PO/LN, 103:20)***
– 20/5/1891 – João Augusto de Sousa Campos e sua mulher Antônia Maria de Campos tomam empréstimo, com hipoteca da Fazenda São Vicente, no Banco Industrial Amparense, representado por seu vice-presidente Manuel José Gomes. (PO/LN,104:3v)***
– 21/5/1891 – escritura de dação em pagamento que fazem Ana Emília Marques, Antônio Rebelo Muniz Guimarães e sua mulher Maria Marques Guimarães, Benedito Marques e sua mulher Amélia Cesarina Marques, Philomena Marques, menor, com alvará de suprimento de idade, ao Barão de Campinas, em pagamento de uma dívida de 7:300$000, contraída com hipoteca em 1885 por seu finado marido e pai Manuel Pereira Marques. Não sendo possível pagar, davam em pagamento o imóvel hipotecado, uma casa na Rua Barão do Socorro, (hoje Luís Leite), n.5, vizinha a imóvel de Luís de Sousa Leite. (PO/LN, 104:10)***
– 23/5/1891 – escritura de quitação que dão a Marquesa de Três Rio, o Barão de Tatuí e Eduardo Prates, por cabeça de sua mulher Antônia dos Santos Silva Prates, moradores em São Paulo, representados por seu procurador Damião José Pastana, a Pedro Tomás da Cunha Martins da quantia de 56:224$000. (PO/LN,104:21). No mesmo dia Pedro Tomás da Cunha Martins e sua mulher Maria Januária de Camargo vendem a Antônio Ribeiro de Carvalho e João Ribeiro de Carvalho as Fazendas Boa Vista e Entre Montes, por 187:000$000. (PO/LN, 104:22)***
– 18/6/1891 – Vilares & Irmão pedem privilégio para linha telefônica ligando Amparo a São Paulo, via Jundiaí e Campinas. (OESP)
– 29/7/1891 – escritura de dação em pagamento da Fazenda Atalaia, do Dr. Joaquim Inácio de Moraes, magistrado aposentado, que a entregou ao credor hipotecário Dr. João Batista de Moraes. Confrontava com João Augusto de Sousa Campos, Barão de Campinas, Dr. Carlos Augusto do Amaral Sampaio, Francisco Gonçalves Cordeiro e Augusto de Arruda. (SO/LN,3:79/81)
– 31/7/1891, 20/8/1891 e 4/9/1892 – menção à estrada de ferro Taubaté a Amparo. (OESP)
– 30/10/1891 – o “Correio”, de Campinas, informa que a Companhia Mogiana vai fazer um grande armazém em Amparo. (OESP)
Esporte
– 17/7/1891 – menção ao Santos Athletic Club. (CP)
Religião
– 8/10/1891 – José Benedito Rodrigues, procurador da Irmandade de Santa Cruz, tendo havido a desapropriação da Capela de Santa Cruz, pede alinhamento do terreno. (Atas, 7:196)
Clima
– 6/5/1891 – forte temporal de madrugada em Santos. (CP)
– 30/7/1891 – chuva de pedra em Amparo a uma hora da madrugada. (OESP)
– 12/10/1891 – grande tempestade em Amparo – desabamento de muro mata um. (OESP)
Amparo – Generalidades
– 30/5/1891 – dominado incêndio no restaurante de Antônio Martins, em Amparo. (OESP)
– 10/7/1891 – desastre na fazenda de Antônio Rodrigues Júnior – sua mulher e filho morreram queimados em acidente com lampião de querosene. (OESP)
– 10/8/1891 – num poço numa taverna, no lado esquerdo da Matriz, apareceu um moço italiano morto. (OESP)
– 4/9/1891 – Procuração de D. Carolina Joaquina de Gusmão Toledo, viúva do Major Demétrio Emygdio Vasco de Toledo, Maria Emília de Gusmão Toledo, Isabel Adelaide de Gusmão Toledo, Amélia de Gusmão Toledo, Ana de Gusmão Toledo, Josué Emygdio Vasco de Toledo, Dr. José Felipe de Toledo e sua mulher Maria Nazaré Ornelas de Toledo, moradores nesta cidade, a Antônio Pereira Lima para vender bens que tocarem aos outorgantes no inventário do finado marido, pai e sogro dito Major Demétrio Emygdio Vasco de Toledo. (PO/LN, 106?:23)
– 5/9/1891 – escritura de reconhecimento de filho que faz João Rosasco Bismarck a Alberto Rosasco, nascido a 23/8/1887, batizado na Matriz de Amparo, sendo padrinhos o Capitão Antônio Moreira da Costa e D. Maria dos Santos Cordeiro. (PO/LN, 106?:26)
– 24/9/1891 – O Porteiro da Intendência arvorou a bandeira do Império; foi demitido e substituído por Venerando da Silva Barbosa. (Atas, 7:191)
– 23/10/1891 – criação de distrito policial na Areia Branca pedido por moradores. (OESP)