Política e Administração Pública
– 1/1/1889 – o Cartório de Registro Civil de Amparo inicia suas atividades, mas o primeiro registro de nascimento só seria feito em 5/1/1889, de José, filho de Francisco Rodrigues da Silva e de Guilhermina Maria da Silva, moradores do Córrego Vermelho. (Almanaque do Amparo, 1979)***
– 7/1/1889 – Eleição para a Presidência e Vice-Presidência da Câmara:- Silva Pinto eleito Presidente da Câmara com 4 votos – Carlos Augusto do Amaral Sobrinho teve 2 votos – Joaquim Mendes do Amaral – 1 voto. Joaquim Bernardino de Arruda foi eleito vice-presidente com 3 votos – Joaquim Mendes do Amaral, 2 votos; Barão do Socorro, 1 voto; Salvador José de Miranda, 1 voto. (Atas, 6:233/234)
– 17/1/1889 – Ofício de Augusto Soares de Arruda comunicando à Câmara que prestou juramento de 3º suplente de Juiz Municipal e de Órfãos, perante o Juiz de Direito substituto. (Atas, 6:236)
– 19/1/1889 – “Em Itatiba houve a adesão ao Partido Republicano do fazendeiro José Soares de Camargo Pires, antigo liberal, eleitor em Amparo”. (OESP)
– 14/2/1889 – Reunião sem número legal, “adiada por ter falecido a esposa do Sr. Manuel José Gomes, proprietário do prédio em que funciona a Câmara em seus dias de sessão”. (Atas, 6:252/253) .
– 26/2/1889 – Sessão Ordinária, presidida por Silva Pinto Júnior, presentes Joaquim Bernardino de Arruda, vice-presidente, Barão do Socorro, Martins Barbosa e Mendes do Amaral, faltando o Dr. Carlos Augusto do Amaral Sobrinho, em licença, e Joaquim Inácio da Silveira, Florêncio Franco da Rocha e Salvador José de Miranda. Foi realizada no pavimento superior do “novo edifício da Câmara Municipal” (Cadeia). Além da Câmara nele funcionaria o Fórum; o prédio já estava de posse da Câmara, embora não inaugurado; uma carta particular do Presidente da Província ao Barão do Socorro o autorizava. O Barão do Socorro indicou um agradecimento ao Deputado Provincial Artur Prado Queiroz Teles, por ter obtido a verba para construção da Cadeia, e à memória do Conde de Parnaíba, por ter sancionado a lei e cooperado na sua realização; agradecimentos também ao engenheiro Vicente Bacelar Huet de Pinto Guedes. Martins Barbosa apresentou emenda para inserir em ata um voto de louvor à memória do finado Conde de Parnaíba, e de reconhecimento ao Dr. Artur Prado de Queiroz Teles, bem como a aquisição de retratos dos mesmos para serem colocados na sala de sessões da Câmara. (Atas,6:260/261)
– 14/3/1889 – Em sessão ordinária, presidida por Dr. Silva Pinto Júnior, é recebido um ofício de Marcolino Antônio Martins, Juiz Municipal em exercício, ponderando que, tendo melhorado consideravelmente a sala de sessões da Câmara e do Júri e também a sala de audiências do Juiz de Direito, havia necessidade de mobília para a sala de audiências do Juízo Municipal. Pede: cabides para chapéus, assentos para os que comparecem às audiências, depósito de água potável e outras peças. O Presidente Silva Pinto considerou-se censurado por não haver providenciado tais melhorias e submeteu à Câmara a reinvindicação do Juiz Municipal. Martins Barbosa declarou que era muito razoável a reclamação, mesmo porque os empregados da Justiça haviam aberto mão das meias-custas para serem aplicadas na compra de mobília para o edifício. A proposta foi unanimemente aprovada, ficando o Procurador da Câmara autorizado a comprar quatro dúzias de cadeiras austríacas, uma mesa apropriada para os trabalhos, uma cadeira de braços e encosto para o Juiz, um relógio de parede e cabides. (Atas, 6:263/265)
– 19/3/1889 – faleceu no Amparo, de uma febre apanhada em Campinas, Antônio Carlos Pereira de Queiroz, ativo republicano. (OESP)
– 9/5/1889 – Oferta pelo vereador Barão do Socorro de um retrato do Imperador para ser colocado na Sala de Sessões da Câmara e do Tribunal do Júri, “em sinal de homenagem à Augusta Pessoa d’Aquele que tão sabiamente dirige os destinos de nossa cara pátria”. A Câmara aceitou e agradeceu e mandou colocar no ponto da sala que julgou mais conveniente. (Atas, 6:319)
– 23/5/1889 – Proposta apresentada pelo Comendador Joaquim Pinto de Araújo Cintra e seu filho Dr. José Pinto do Carmo Cintra para instalar serviços de abastecimento de água, esgotos e iluminação na cidade. O fornecimento de água seria feito pelos mananciais existentes em terras do Sr. Amorim, as mesmas que fazem parte do projeto do engenheiro Bueno de Andrada aceito pela Câmara.
Pela proposta o Comendador Joaquim Pinto e seu filho Carmo Cintra: – obrigam-se a instalar na cidade uma rede de esgotos; obrigam-se a fornecer energia elétrica, pelo sistema Edison, para iluminação pública e particular; a Câmara lhes daria privilégio exclusivo por 50 anos para esses serviços; descrição dos limites da cidade alcançados pelos serviços propostos; preços dos serviços para os proprietários dos prédios beneficiados; serviço de iluminação particular não será obrigatório, mas facultativo, pagando por tabela oportunamente organizada; – fornecimento de água para 4 chafarizes; esgotos desinfectados e filtrados antes de serem lançados no Rio Camanducaia, abaixo da cidade; canalização da água irá até a soleira da porta de cada prédio; daí por diante, correm por conta do proprietário; isenção dos impostos municipais para os concessionários e pedido de isenção dos impostos ao Governo Provincial e Imperial; desapropriação das fontes necessárias para o abastecimento de água; findo o prazo da concessão, “todas as obras, utensílios e materiais da empresa” reverterão para o domínio da Câmara, sem qualquer indenização.
O Presidente da Câmara indicou que a Câmara fizesse uma representação à Assembléia Legislativa, pedindo Lei que conceda privilégio por 50 anos à pessoa ou associação que “quiser fazer nesta cidade a canalização de água corrente, potável, para o abastecimento de seus habitantes, assim como a canalização e serviço de esgotos e o estabelecimento de luz elétrica para iluminação pública e particular”; “que, existe já em poder desta Câmara, uma proposta no sentido do que fica exposto, firmada por dois cavalheiros assás conceituados e capazes de por si só levarem avante a referida empresa, mas que esta Câmara, tratando-se de matéria tão importante, não quer nada resolver, senão chamando concorrentes para ver quem pode fazer com mais vantagens para o público este grande melhoramento”. Foi unanimemente aprovada. Foi feita a representação à Assembléia Legislativa Provincial. (Atas,6:326/330)
– 4/7/1889 – Ofício do Comendador Joaquim Pinto de Araújo Cintra e seu filho Dr. José Pinto do Carmo Cintra, dizendo que vinham declarar a esta Câmara que resolveram abandonar o projeto de água, esgotos e iluminação, que haviam proposto à Câmara. – “…Esta comunicação feita desde já, lhes parece de utilidade, porque devendo o projeto aprovado na última sessão da Assembléia e relativa a esta empresa, voltar à mesma Assembléia, nos termos do decreto pelo qual o Presidente da Província deixou de sancioná-los, que não querem guardar para essa ocasião a sua desistência, ou antes, que não querem que os seus nomes entrem em jogo de qualquer forma sirvam de motivo à relutância daqueles que não hesitam em sacrificar a prosperidade do Amparo ante o desejo pequenino de lhes hostilizarem a todo transe. Assim, se exprimem pela convicção que têm, com a qual concorda a opinião geral, que a referência a seus nomes foi o único móvel que levou o Exmo. Sr. Barão do Socorro, membro dessa Câmara, a interpor toda a sua influência política perante o Presidente da Província, Exmo. Barão de Jaguara, para que não fosse sancionada uma lei tão vantajosa para os habitantes desta cidade. O Exmo. Barão de Jaguara relevar-lhes-á que personalizem neste assunto, que, pois deu-lhes esse direito, desde que não trepidou confessar pela imprensa que empenhou-se pra privar-se o Amparo destes melhoramentos importantíssimos, indicados e reclamados por essa Ilma. Câmara, como necessários e exigidos pela higiene como melhoramentos inadiáveis. O que não se explica é como este vereador, tendo acolhido com mostras de plena adesão a sua proposta, votando para que imediatamente a Câmara representasse à Assembléia no sentido do que nessa proposta pediram e que aprovando a Assembléia o projeto formulado em tais bases, fosse o mesmo vereador quem, à última hora, na mesma Assembléia, exigisse dos deputados seus amigos que rejeitassem esse projeto, e que, não conseguindo matá-lo ali, recorresse ao Presidente da Província, perante quem conseguiu seu fim, isto é, a rejeição do que pedira à Câmara do Amparo! Ou, por outra, o Barão do Socorro pediu que não se fizesse o que, como vereador, de acordo com todos os seus colegas, ele havia representado! Diante de conduta que não provoca elogios, ficou-lhes o desgosto de haver sido causa de tamanha incongruência por parte do vereador que assim procedeu. Como hão de ficar desgostosos, vendo que só por hostilidade a eles, o Senhor Barão de Jaguara cometeu a injustiça de sacrificar os interesses e direitos do Amparo, negando-lhe pouca coisa, ao mesmo tempo que com prodigalidade e sem a menor hesitação concedeu-a a Campinas, Santos e à Capital?!.”
“A sua proposta, não envolvendo ônus algum aos cofres públicos, e, pelo contrário, sendo para dotar esta cidade com três melhoramentos importantes, que cidades de maior desenvolvimento, aqui e no estrangeiro, ainda não tem, foi por isso mesmo bem recebida pela imprensa da Capital, sem que, porém, o ato injusto do Presidente da Província fosse censurado com a severidade que merecia!”
“Exceção feita do “O Federalista” e “Correio Amparense”, os outros jornais deixaram sem o seu salutar protesto esse ato tão reprovável do Barão de Jaguara, dócil em extremo à exigência de seu amigo político Barão do Socorro”.
“Releve-nos finalmente esta Ilma. Câmara que lhe digam com devida vênia que muito tem desgostado o seu glacial silêncio e indiferença, deixando de manifestar o legítimo desagrado e de formular enérgico protesto ante o ato do Governo Provincial que burlou a sua aspiração, contida na representação dirigida à Assembléia. Contra tão manifesta exautoração parece que a Câmara deveria levantar-se, mostrando-se assim sempre zelosa da missão que lhe foi confiada pelos munícipes. Sim, porque não foi debalde que os seus munícipes, reunidos poucos dias antes, no Paço Municipal, lhe haviam pedido a sua intervenção, para que esta cidade fosse logo dotada com água e esgotos. Se a Câmara aceitou essa intervenção e levou a proposta que fizeram consoante tais desejos ao seio da Assembléia, não era para que com um traço de pena o senhor Barão de Jaguará contrariasse os intuitos da Câmara. Isto foi o que realmente desautorizou-a, sem que, porém, por meio de um natural desabafo, aquela violência fosse condenada pelos membros que atualmente compõem a Câmara Municipal desta cidade. É, pois, deixando a inteira responsabilidade de tais atos a aqueles que os praticaram, que resta-lhes o consolo de que não apresentaram aquela proposta senão com o fim de concorrer para a prosperidade desta terra e nunca na esperança de procurar vantagens pessoais. Pedem, pois, à Ilustríssima Câmara que considere sem efeito a proposta a que se referem.” – à Comissão de Ofícios e Requerimentos. (Atas, 6:359/361)
– 11/6/1889 – O Presidente da Província nega sanção ao projeto de abastecimento de água, luz e esgotos para Amparo (com monopólio por 50 anos do Barão de Campinas). (OESP)
– 19/6/1889 – Gregório Gonçalves de Castro Mascarenhas exonerado das funções de 1º suplente de Delegado de Polícia. (OESP)
– 22/6/1889 – suplentes de subdelegado exonerados: Francisco Antônio de Camargo Neto, José Jorge Franco do Amaral e Egídio Jorge do Amaral. (OESP)
– 7/7/1889 – Antônio Batista de Campos Pereira exonerado de Promotor de Amparo. Nomeado José Pinto Nunes Júnior para preencher a vaga. (OESP)
– 22/7/1889 – Sessão Extraordinária, presidida pelo Dr. Silva Pinto Júnior, presentes o vice-presidente Joaquim Bernardino de Arruda, o Barão do Socorro, Joaquim Martins Barbosa, Joaquim Mendes do Amaral e Salvador José de Miranda, faltando por não terem sido avisados Joaquim Inácio da Silveira e Florêncio Franco da Rocha, e o Dr. Carlos Augusto do Amaral Sobrinho, em licença. A sessão fora convocada para protestar contra o atentado no dia 15 do corrente, na Corte, contra D. Pedro II, atendendo a petição do Barão do Socorro, Salvador Miranda e Mendes do Amaral. Silva Pinto Júnior apresentou moção para ser consignada em ata, pela qual a Câmara protesta indignada contra o atentado. Também foi enviado telegrama ao Imperador por indicação de Luís Leite (Barão do Socorro). (Atas, 6:369/370)
– 11/8/1889, 13/8/1889 e 29/8/1889 – manifesto do Dr. Joaquim Pinto da Silveira Cintra, pedindo apoio para sua candidatura a deputado geral pelo 7º Distrito. (OESP)
– 15/8/1889 – manifestação de apreço ao Barão de Campinas. (OESP)
– 2/9/1889 – eleição para deputado em Amparo: Campos Sales, 79 – Silveira Cintra, 183 – V. de Moraes, 53. (OESP)
– 15/9/1889 – “individuo com pretenções a régulo” em Amparo (Luís Leite? ou o Barão de Campinas? ou Bernardino de Campos?) (OESP)
– 15/9/1889 – “Ponte sobre o Camanducaia”, artigo do Dr. Artur do Prado Queiroz Teles – fala num “régulo” que teria obstado as obras. (OESP)
– 6/10/1889 – manifesto do Dr. Joaquim Pinto da Silveira Cintra, candidato liberal a deputado – a União Conservadora havia recomendado o voto no candidato republicano… (OESP)
– 13/10/1889 – manifestação de regozijo em Amparo pela eleição do liberal Dr. Silveira Cintra para deputado pelo 7º Distrito. (OESP)
– 31/10/1889 – Pedido do Dr. Silveira Cintra, eleito Deputado à Assembléia Geral, para receber seu diploma no Paço da Câmara, havia sido negado verbalmente pelo Presidente Silva Pinto, mas a maioria da Câmara o aprovou. Entretanto, ficou sem efeito, porque a proclamação da República aboliu a Assembléia Geral do Império. (Atas, 7:21v)
– 6/11/1889 – despachado ofício da Câmara de Amparo pedindo conserto da ponte sobre o Camanducaia. (OESP)
– 19/11/1889 – na véspera houve passeata em Amparo pelas ruas embandeiradas, nas imediações da Câmara, com mais de mil pessoas. Aclamado o Governo Provisório do Município, “composto de Silva Pinto, Assis Prado, Carlos de Campos e Tristão”. Luís Leite, chefe conservador da Comarca, aderiu em nome do seu partido e renunciou ao título de Barão. (OESP)
– 19/11/1889 – Manifesto de Antônio Bento de Sousa e Castro, líder abolicionista, declarando-se conservador, mas tecendo críticas ao Império e conclamando a República “a eliminar do seu seio os homens corruptos da Monarquia”. (OESP)
– 20/11/1889 – telegrama da Câmara Municipal de Amparo:- “a notícia da instalação do Governo Provisório de S.Paulo foi aqui recebida com grande entusiasmo. Mandei afixar editais nos lugares competentes. Em nome do povo felicito ao governo. 17/11/1889. Do Presidente. (o presidente era Joaquim José da Silva Pinto Júnior) (OESP)
– 20/11/1889 – vários recursos eleitorais do Amparo haviam sido indeferidos pelo Tribunal da Relação e foram publicados nessa data: de Teodoro de Assis Bueno, João Franco de Ávila, José Antônio da Silveira, Salvador Rodrigues Bueno, Dr. Joaquim José da Silva Pinto Jr. e Paulo Pires da Silva e Cirilo de Oliveira Preto. (OESP)
– 21/11/1889 – Sessão Extraordinária da Câmara Municipal, a
primeira após a Proclamação da República, presidida por Silva Pinto, presentes Luís Leite, Joaquim Mendes do Amaral, Salvador José de Miranda e Florêncio Franco da Rocha, faltando Carlos Augusto do Amaral Sobrinho, em licença, Capitão Joaquim Inácio da Silveira, Joaquim Martins Barbosa e Joaquim Bernardino de Arruda. Nela uma moção do Presidente Silva Pinto propondo a adesão da Câmara à República foi aprovada unanimemente. (Atas, 7:22v/23)
– 22/11/1889 – Batista Pereira fala em nome do Governo Provisório do Amparo, em Campinas, na recepção a Francisco Glicério. (OESP)
– 22/11/1889 – Tristão da Silveira Campos é nomeado Delegado, e Francisco Mariano Galvão Bueno, Subdelegado. (OESP)
– 24/11/1889 – “A Câmara Municipal do Amparo aderiu unanimemente à República”. (OESP)
– 24/11/1889 – “A Colônia Italiana de Amparo dirigiu ao Governo Provisório local uma mensagem de adesão ao novo governo”. (OESP)
– 24/11/1889 – adesão do Barão de Cintra, presidente do Diretório Liberal de Mogi-Mirim, à República, “aceitando o fato consumado. Mogi, 21/11/1889”. (OESP)
– 28/11/1889 – O vereador Martins Barbosa adere à República por declaração consignada em ata. (Atas, 7:23)
– 28/11/1889 – Os oficiais do cruzador chileno “Almirante Cochrane” ofereceram um baile à população no Casino Fluminense (é o “primeiro baile da República”) (OESP)
– 28/11/1889 – “Amparo – o juiz de direito substituto e os funcionários da Justiça aderiram hoje, em audiência, à proclamação da República. Há grande manifestação nas colônias italiana e portuguesa que aderem à República. (do Governo Municipal provisório)”. (OESP)
– 29/11/1889 – notícia de Bragança: “na cidade de Jaguari-MG (hoje Camanducaia), o juiz municipal à frente de grande capangagem depôs à força das armas o governo provisório republicano, dominando a cidade pelo terror. As famílias fugiram”. (OESP)
– 1/12/1889 – estava em Santos o navio “Rio Grande”, conduzindo 40 “praças de linha”, presos em Santa Catarina por terem se revoltado contra o governo republicano, obrigando seu comandante a dar vivas à monarquia. (OESP)
– 2/12/1889 – criada a comarca de Socorro, desligando-se de Amparo. (OESP)
– 2/12/1889 – resposta a “V.N” sobre a emigração alemã. (OESP)
– 26/12/1889 – João Pedro de Godoy Moreira pede a elevação de Pedreira a Freguesia com a denominação de “Santa Ana de Pedreira”. (Atas, 7:35)
Escravidão e Abolicionismo
– 28/6/1889 – Augusto Fagundes convida para homenagem ao abolicionista Francisco Tristão da Silveira. (OESP)
– 18/10/1889 – a “Irmandade das Almas, agremiação de pretos
Tendentes a preparar uma vingança contra os brancos” – uma dessas irmandades fez um ataque à fazenda do Coronel João Pedro de Godoy Moreira para matar o administrador João Francisco Henriques, mas este reagiu e matou um dos atacantes, pelo que foi preso.- O Coronel João Pedro expulsou da fazenda 54 colonos pretos. (OESP)
– 29/11/1889 – faleceu o cônego Antônio Corrêa Leme, da Catedral de São Paulo, que paroquiara Serra Negra e Socorro. Distribuiu sua fortuna em vida aos pobres e aos escravos que tivera em Serra Negra, aos quais libertou em 1880, quando foi para S. Paulo. (OESP)
Imigração
– 24/11/1889 – “A Colônia Italiana de Amparo dirigiu ao Governo Provisório local uma mensagem de adesão ao novo governo”. (OESP)
– 30/11/1889 – o governo alemão havia proibido a emigração para o Brasil, alegando a falta de liberdade de cultos, o regime de casamento e os contratos de parceria. A Alemanha via com pesar emigração para os Estados Unidos, “onde vai levar elementos ao poder industrial acérrimo e terrível concorrente da indústria alemã”. Um despacho telegráfico da agência francesa Havas havia anunciado que a Alemanha pretendia aproveitar “emergências políticas do Brasil” para anexar as antigas províncias do Sul Brasileiro”. Veemente desmentido de um súdito alemão, sob o pseudônimo de “V.N”. Há menção no mesmo número de jornal a uma estrada de ferro do Alaska à Patagônia, mas esbarrava “no império de papelão”. (OESP)
Educação e Cultura
– 1889 – Dois terços da população do Império era analfabeta
(AC/RF,182)
Imprensa
– 19/6/1889 – “Foi pela Câmara deliberado que o Procurador assinasse com urgência o jornal “Federalista”, da Capital, por ser o que está fazendo a publicação dos atos oficiais, devendo solicitar da respectiva Redação a remessa dos seus números publicados desde primeiro do corrente mês de Junho”. (Atas,6:357)
Criminalidade
– 8/11/1889 – grupo de desordeiros percorreu as ruas da cidade quebrando lampiões e praticando outros atos de vandalismo – a Polícia não apareceu… (OESP)
Economia, Finanças e Negócios
– 28/1/1889 – Representação de 102 comerciantes contra o comércio feito por fazendeiros, que não pagam imposto sobre vendas. Declaram que não são delatores, mas querem comunicar o fato. “Essa Corporação dando o remédio que o caso exige, fará justiça a eles peticionários e ao mesmo tempo serão louvados por aqueles que com seus votos delegaram nos vereadores desta Câmara poderes suficientes para dirigirem os negócios do município, visto como concorrerão para o aumento e mesmo grande aumento de suas rendas”. Os peticionários alegam que “pagam avultados impostos na Estação Geral, na Estação Provincial e na Câmara Municipal”, enquanto “…o fazendeiro que, depois da lei de 13 de maio, acumulou à aquela profissão a de comerciante, não paga um real! Percorra-se o município, percorram-se os bairros e, com poucas exceções, em cada fazenda agrícola se encontrará um depósito de fazendas, de secos e molhados. E por quê não pagam impostos?”
“Conseqüentemente, pedem não que se mande fechar os novos estabelecimentos, mas que sejam avisados a pagarem os impostos a que estão sujeitos, sob as penas da lei.
– Salvador de Miranda requereu urgência para a matéria ser discutida e votada nesta sessão; o requerimento de urgência foi rejeitado e por proposta de Martins Barbosa a representação dos comerciantes foi encaminhada à Comissão de Ofícios e Requerimentos para estudá-la e dar parecer. (Atas, 6:246/247)
– 15/3/1889 – secos e molhados em Três Pontes: “Laranjeira e Cia.” (OESP)
– 25/4/1889 – Ofício de Joaquim Inácio de Campos Bueno, Procurador da Câmara, comunicando estar vencido o prazo de 60 dias do edital de concorrência do empréstimo de 100 contos de réis pela Câmara, para abastecimento de água potável da cidade, sem ser apresentada nenhuma proposta. O empréstimo de cem contos de réis não teve tomadores, apesar de autorizado pela Assembléia Provincial. (Atas,6: 301/302)
– 30/4/1889 – Escritura de sociedade anônima para comércio de fazendas e molhados, neste município, com a denominação de “Loja dos Lavradores”, lavrada na casa de Lino Cunha. Eram sócios: João Batista de Campos Cintra, Bento de Campos Silva, Bento de Oliveira Leme, Bertoldo Augusto de Campos, José Pedro Xavier, Salvador Boucault, Leopoldo Cunha, Atanagildo da Silveira Bueno, Damião Pastana Júnior, João Gonçalves de Oliveira Bueno, Florêncio Franco da Rocha, Francisco Pedro de Campos, Cirino Alves Leme, José Lourenço de Oliveira, Pedro Augusto de Oliveira Bueno, José Gonçalves de Oliveira Bueno, Firmino Augusto de Campos, Ana Francisca Franco, Ana Gabriela Lustosa Cintra, João José Bueno, João Pinto Ferreira, José Luís Gonçalves, José Elias Pinto, Major Antônio José Alves Cordeiro, Maria da Conceição Silveira, Joaquim Manuel de Campos Pinto, José Camilo de Moraes, Sebastião Ferreira, Pedro Nolasco da Silveira, Ana Eufrosina de Toledo, José Joaquim Franco da Rocha, João Augusto de Godoy Freire, João Augusto de Sousa Campos, moradores em Amparo, e Camilo Pires Pimentel e Antônio Pires Pimentel, moradores em Serra Negra, todos representados por seu procurador Dr. José Pinto Nunes Júnior e mais Lino Cunha, Pedro Elias Pinto, Conrado Marcondes de Albuquerque, Inácio da Silveira Pupo, Margarida Maria de Campos e Eliseu de Campos Pinto. Seriam abertas duas casas comerciais: uma na cidade de Amparo e outra no Bairro dos Silveiras. O capital seria de 100 contos de réis, dividido em 500 ações de 200$000. Pedro Nolasco, Pedro Elias Pinto e Conrado Marcondes eram os maiores acionistas. (PO/LN, 86:1)***
– 8/4/1899 – vende-se uma fábrica no Amparo com vapor, moinhos, serras, torrador de café, etc. (OESP)
– 4/5/1889 – Procuração do Barão de Campinas e de alguns de seus familiares ao Dr. José Pinto do Carmo Cintra para vender ações da Mogiana, Companhia de Carris de Ferro de São Paulo, de Rio Claro, Ituana e Banco da Lavoura, “podendo aplicar o produto na compra de ações de quaisquer outras companhias”. (PO/LN, 86:15)***
– 25/7/1889 – A Câmara havia instituído um imposto extorsivo sobre as casas comerciais situadas fora da cidade. Era uma reinvindicação do comércio urbano, que se queixava da concorrência das “vendas” de bairro. Havia uma redução para as casas de comércio que estivessem num raio de 500 metros das estações ferroviárias. Esse tributo iria gerar muitos atritos e muita polêmica nos próximos anos, até que finalmente o governo central coibiu esse abuso dos municípios. Mas uma das primeiras batalhas contra ele começou com uma representação de 87 moradores da Freguesia do Bom Jesus do Monte Alegre pedindo abatimento do imposto sobre casas comerciais fora da cidade, visto ser freguesia já constituída “e que o único negociante que ali tinham ter fechado as portas em atenção ao exagerado imposto que pagava e que os pequenos lucros não compensam tais despesas”; alegavam mais que estava já marcada a Estação da Mogiana “e por estes dois ou três meses será entregue ao trânsito”. A Câmara não tomou conhecimento por estar insuficientemente selada.
Entretanto, deu entrada uma outra queixa, de José Maria Corage, em que pedia abatimento no imposto sobre casas de comércio fora da cidade, porque estava sendo construída a Estação Ferroviária de Três Pontes. – Despacho: “Não tem lugar o que requer, porque já entrou em vigor o exercício de 1889 a 1890 e também porque não existe ainda estação no lugar referido e nem se acha em tráfego a linha de estrada de ferro para esse bairro”. (Atas, 6:372)
– 9/9/1889 – Luís Leite experimenta um novo descascador de café e o aprova. (OESP)
– 13/9/1889 – começam as obras do Hospital “Ana Francisca” (Ana Cintra) – iniciativa do Barão de Campinas. (OESP)
– 12/11/1889 – por falta de gado para consumo, fecharam-se alguns açougues em Amparo. (OESP)
– 5/12/1889 – Buenos Aires:- “Foram processados 26 corretores por quebra fraudulenta e acham-se presos. A crise financeira aumenta e o comércio está paralisado”.
Religião
– 7/1/1889 – Uma Circular do Dr. Presidente da Província pediu informação sobre casamentos celebrados por pastores de religiões toleradas. A Câmara informou que existem no livro para esse fim destinado os registros de 8 casamentos celebrados em Campinas na Igreja Presbiteriana, de acatólicos residentes neste município, e um ofício do Administrador do Cemitério Municipal, Joaquim Caetano Leme Filho, informou que foram enterrados 23 acatólicos, inclusive um escravo suicida. (Atas, 6:234)
– 18/10/1889 – a “Irmandade das Almas, agremiação de pretos
tendentes a preparar uma vingança contra os brancos” – uma dessas irmandades fez um ataque à fazenda do Coronel João Pedro de Godoy Moreira para matar o administrador João Francisco Henriques, mas este reagiu e matou um dos atacantes, pelo que foi preso.- O Coronel João Pedro expulsou da fazenda 54 colonos pretos. (OESP)
– 29/11/1889 – faleceu o cônego Antônio Corrêa Leme, da Catedral de São Paulo, que paroquiara Serra Negra e Socorro. Distribuiu sua fortuna em vida aos pobres e aos escravos que tivera em Serra Negra, aos quais libertou em 1880, quando foi para S. Paulo. (OESP)
Saúde Pública
– ?/2/1889 – Realiza-se no edifício da “cadeia nova” um grande encontro popular, para resolver os meios de combate à Epidemia Campineira, “que pela primeira vez se manifesta”. “Era o tempo do terror”, acrescenta o Correio do Amparo, referindo-se à febre amarela. (EFA, 32)
– 16/2/1889 -O Presidente da Câmara informa um caso de varíola num indigente, nesta cidade; Dr. Remígio Guimarães foi encarregado de tratar o paciente. (Atas, 6:260)
– 14/3/1889 – O Presidente da Câmara informou que o indigente atacado de varíola, recolhido ao Lazareto, sobreviveu e se restabeleceu, tratado a expensas do Cofre Municipal; houve mais 3 casos de varíola; dois italianos vindos de Campinas morreram de febre amarela. Sugere que se solicite com urgência ao governo uma quota da verba “Socorros Públicos”. O Barão de Socorro indicou: que a Câmara aprove os atos do seu Presidente e lhe conceda amplos poderes para lançar mão de todos os meios que julgar convenientes para evitar o mal. Oficiou-se ao Presidente da Província: “a febre amarela, que grassa com intensidade em Campinas, ameaça invadir esta cidade, tendo mesmo se manifestado em pessoas dali emigradas; que, por isso, sendo de toda a conveniência e urgência socorrer não só os afetados, como prevenir a invasão do mal, que já aterroriza a população…” (Atas, 6:271/272)
– 23/6/1889 – tourada em benefício do Grêmio Português. (OESP)
– 25/7/1889 – Dr. Remígio Gomes Guimarães, médico da câmara, apresenta mapas sobre os casos de varíola ocorridos – “a epidemia de varíola tende a propagar-se por toda a cidade, convindo urgentemente proceder-se à vacinação e revacinação, o que já não tem sido feito por falta da “lympha”. (Atas, 6:371)
– 8/8/1889 – relatório do Dr. Remígio Gomes Guimarães, Médico da Câmara – dados estatísticos da varíola: 15 afetados, dos quais dois faleceram, restabeleceu-se um, cinco em convalescença e sete em tratamento. – Presidente comunica que estando se desenvolvendo com intensidade a epidemia de varíola, sendo “urgentíssima a vacinação e revacinação dos habitantes”, requisitou da Inspetoria Provincial de Higiene a remessa do maior número possível de tubos com a “lympha vacínica”. (Atas, 6:381 e 385)
– 10/10/1889 – Dr. Remígio pede à Câmara uma “caixa de autopsia”, e apresenta dados sobre a varíola: 31 casos, 13 em restabelecimento, 1 em convalescença, 6 em tratamento e 11 falecidos. (Atas,7:10)
– 11/10/1889 – declarada extinta a epidemia de varíola no Amparo. (OESP)
– 8/12/1889 – operação da laparotomia, “reclamada por uma peritonite purulenta”, realizada nesta capital” (S.Paulo), em Antônio José de Castro, sobrinho do Dr. Luís Gonzaga. Foi praticada pelos Drs. Inácio Rezende e Pedro Rezende, auxiliados pelo Dr. Homem de Melo, pelo sistema Lawson Tait, usado pela primeira vez no Brasil. O paciente recuperou-se em uma semana. (uma década depois, o Rei Eduardo VII, da Inglaterra, seria operado da mesma maneira; levou meses para se recuperar; e lá essa foi considerada a primeira operação de apendicite da História…) (OESP)
Clima
– 28/6/1889 – geada em Amparo. (OESP)
Amparo – Generalidades
– 17/1/1889 – João Aleixo de Godoy, morador neste município, proprietário do terreno por onde passa a Rua Comendador Guimarães, pede à Câmara que seja feito um pequeno aterro “para segurança dos fechos”; havia precedente em favor de Salvador Miranda e do pai deste, José Manuel de Miranda. Trata-se do quintal do prédio onde hoje se localizam as Lojas Pernambucanas, na Rua 13 de Maio, que, na época, tinha fundo inteiro até o Rio Camanducaia. Na mesma data, Antônio de Paiva Simões pede licença para fazer “na frente de sua chácara situada na Rua Comendador Guimarães, em frente à estação da via férrea, uma cerca de árvores apropriadas para esse fim, à imitação das dos jardins de Campinas e de São Paulo” (é o terreno onde atualmente está o prédio São José, onde moro e onde estou escrevendo este trecho…). (Atas,6:239)
– 26/1/1889 – É lançada a pedra fundamental do Teatro João Caetano, conduzida em padiola por Carmo Cintra, Pedro Bueno, Pedro Nolasco e Manuel José Gomes. (EFA, 27)
– 4/9/1889 – experiência com locomotiva “Carmo Cintra”, da Estrada de Ferro dos Silveiras (Amparo/Serra Negra) (OESP)
– 18/9/1889 – desastre – explosão de fogos – 2 mortos e 21 feridos – fogueteiro Daniel de Taubaté preso. (OESP)
– 13/9/1889 – começam as obras do Hospital “Ana Francisca” (Ana Cintra) – iniciativa do Barão de Campinas. (OESP)
– 20/9/1889 – explicações de Daniel de Taubaté sobre a explosão do morteiro na festa do Divino. (OESP)
– 8/10/1889 – faleceu a sexta vítima da explosão na festa do Divino. (OESP)
– 10/10/1889 – Por indicação do Barão do Socorro, a Câmara aprova um voto de pesar pelo falecimento do Comendador Zeferino da Costa Guimarães. (Atas, 7:11)
– 11/10/1889 – boato de invasão da cadeia de Amparo para “tirar uns presos”. (OESP)
– 7/11/1889 – Pe. Alexandrino do Rego removido para Pedreira. (OESP)
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