Política e Administração Pública

– 5/1/1888 – Engenheiro Bueno de Andrada assinou contrato com a Câmara de Amparo para dirigir as obras do abastecimento de água. (OESP)

– 7/1/1888 – Novo protesto do vereador Comendador Luís Leite contra a presença do vereador Capitão Joaquim Inácio da Silveira, por este haver se mudado para o Município da Penha do Rio do Peixe (Itapira). O protesto foi aprovado por maioria de votos e inscrito na ata, deixando de votar o vereador Joaquim Inácio da Silveira, por interessado na matéria. (Atas, 6:52)

– 7/1/1888 – Eleição do Presidente da Câmara: Joaquim Martins Barbosa, 4 votos, Joaquim Inácio da Silveira, 3 votos, Carlos Augusto do Amaral Sobrinho, 1 voto.

– eleição para Vice-presidente: Joaquim Mendes do Amaral, 4 votos, Joaquim Inácio da Silveira, 3 votos, Salvador José de Miranda, 1 voto. (Atas, 6:52)

– 19/1/1888 – Ofício do Secretário do Presidente da Província comunica:- Joaquim Inácio da Silveira ganhou o recurso para se manter no cargo de vereador, mas deveria requerer novamente o pedido de licença. (Atas, 6:59)

– 9/2/1888 – O vereador Dr. Silva Pinto Júnior propõe alterar a Constituição para “se retirar o mandato conferido em 1824 aos depositários do Poder Moderador e Executivo”  (o que importava na derrubada da Monarquia); segundo ele as coisas haviam mudado desde 1822 “quando se constituiu a Nação Brasileira”. Solicitou a convocação de uma Assembléia Constituinte, pois, “sendo todos os poderes delegações da Nação, só a mesma Nação, legitima e legalmente representada por uma Assembléia Constituinte, tem a competência de manter ou retirar o mandato conferido em 1824 aos depositários do Poder Moderador e Executivo”. “Depois de meio século de exercício desse mandato a evolução social determina fatalmente uma nova ordem de cousas, outras necessidades e outros aparelhos compatíveis com o progresso nacional, a grande lei orgânica da Nação não pode ficar estacionada. O povo que em 1822 constituiu  a Pátria Brasileira apresenta hoje outras aspirações que não podiam caber na previsão do legislador de 1824”. “Basta medir-se a força da opinião que reage contra a centralização admministrativa e política que decorre da Carta Imperial de 1824 e do Ato Adicional tantas vezes violado por interpretações reactosas, para verificar que a Nação precisa de novos aparelhos governamentais”. “Indico, pois, que esta Câmara, conservando-se na esfera constitucional e certa de que interpreta os sentimentos de seus munícipes, pelos termos legais, manifeste o seu desejo de ver consultada a Nação sobre a disposição do art. 4º da Constituição do Império e dos outros que lhe dizem respeito, proceder este que está de acordo com suas atribuições ex-vi do art. 58  de sua lei orgânica de 1/10/1828.”

Luís Leite pediu o adiamento do assunto para a próxima sessão. Silva Pinto foi o único a votar contra o adiamento. Na sessão de 23/3/1888 foi apresentada a moção em que Silva Pinto indica que se faça representação pedindo a convocação de Assembléia Constituinte para abolir a Monarquia. Salvador José de Miranda propôs que fosse rejeitada a indicação por “inoportuna”. Foi aprovada a indicação de Miranda contra o voto de Silva Pinto. (Atas, 6:84 e 89)

– 10/2/1888 – nomeado Miguel Pacheco (de Bragança?) tenente-coronel da Guarda Nacional do 10º Batalhão de Bragança e Amparo. (OESP)

– 11/2/1888 – discurso de Bernardino de Campos contra a monarquia. (OESP)

– 7/3/1888 – faleceu Júlio Cândido de Abreu. (OESP)

– 22/3/1888 – Ofício do Secretário da Província Dr. Estevão Leão Bourroul, remetendo títulos de nomeação do 1º, 2º e 3º suplentes de Juiz Municipal: Romão Teixeira Leomil Júnior, Antônio Francisco Barbosa e José Pedro de Godoy Moreira Júnior. Estando presente o primeiro suplente foi empossado.

(Atas, 6:95)

– 6/4/1888 – comerciantes do Amparo mantiveram portas abertas na Semana Santa, “por considerarem caduca a lei a que desobedeceram”. (a desobediência civil já sinalizava o fim do Império…) (OESP)

– 14/6/1888 – A Comissão Especial encarregada de contratar a planta e estudos para o abastecimento de água da cidade, composta de Luís Leite e Salvador Miranda, apresentou seu relatório à Câmara: fora contratado o engenheiro civil Antônio Manuel Bueno de Andrada, que entregou o trabalho, constando de orçamento, planta da cidade, exame da água, projeto de encanamento, chafarizes e detalhes necessários – orçamento: 78:000$000. Igualmente, constavam cálculos financeiros feitos pela comissão para o custeio da obra do abastecimento de água. A Câmara determinou o adiamento da discussão para a sessão seguinte, contra o voto de Salvador Miranda. (Atas, 6:139/140)

– 28/6/1888 – Indicação do Presidente Martins Barbosa: “indico que a proposta apresentada pela Comissão Especial sobre abastecimento de água desta cidade, na sessão de 14 de junho do corrente ano, fique esperada, visto não constar do orçamento desta Câmara para o exercício de 1888 a 1889 verba especial para esse fim, já porque a Câmara não pode dispender de verba que não conste do orçamento e já porque nesta Câmara houve uma indicação apresentada pelo vereador Salvador José de Miranda, na sessão de 31 de janeiro do corrente ano, e que foi aprovada, representando à Assembléia Legislativa Provincial, pedindo autorização para contrair um empréstimo de cem contos de réis para ser aplicado no abastecimento de água desta cidade e que se acha na Secretaria Provincial para ser deliberado na seguinte reunião da mesma Assembléia; convindo, portanto, isto não se trate ainda deste melhoramento até que seja legalmente concedida esta autorização; evitando-se, assim, de despender-se a verba do orçamento municipal do próximo exercício destinada para obras públicas e desapropriações, em cujas obras não está incluído o abastecimento de água”.

Silva Pinto, na qualidade de membro da comissão especial solicitou que o debate fosse adiado para a próxima reunião, visto como, tendo faltado na reunião onde o parecer foi apresentado, não tem conhecimento da matéria. Luís Leite votou pelo adiamento. O adiamento foi aprovado contra o voto de Martins Barbosa. Em 19/7/1888 apresentada novamente a indicação do Presidente da Câmara, opondo-se ao parecer da Comissão Especial encarregada de estudar o abastecimento de água, cujo parecer propõe a publicação de editais para chamar concorrentes para fazer numa empreitada de cinco anos o serviço de água. Esse parecer tivera sua discussão adiada a requerimento de Silva Pinto. Posta em discussão e votação, foi aprovada a indicação de Martins Barbosa e prejudicado o parecer da Comissão Especial. (Atas, 6:151 e 162)

– 14/8/1888 – João Batista de Oliveira Marques, liberal, adere ao Partido Republicano. (OESP)

– 15/8/1888 – queda ligeira na votação republicana para o Senado, inclusive no Amparo. (OESP)

– 29/11/1888 – Por proposta de Salvador José de Miranda é dado o nome de Dr. Francisco Antônio de Araújo, ex-presidente da Câmara, ao Largo do Mercado, atendendo aos seus bons e desinteressados serviços ao Município. Silva Pinto votou contra. (Atas, 6:218)

– 14/12/1888 – José Francisco Leme declara-se republicano no Amparo. (OESP) é o filho homônimo do vereador do Império…

Escravidão e Abolicionismo

– 20/1/1888 – “Ata da Reunião de Lavradores efetuada no dia 20 do corrente em o Paço da Câmara Municipal”, com a presença de 200 pessôas “de diversas profissões”. O Presidente da Câmara convidou o Dr. José Pinto do Carmo Cintra para presidir os trabalhos. Luís Leite propõe desde logo que os escravos sejam libertados “para o fim da colheita deste ano, não excedendo do dia 25 de dezembro e que nessa ocasião se gratificasse a cada um deles como merecesse pela sua dedicação ao trabalho e bom comportamento. Feita esta proposta por escrito o Comendador Luís Leite sustentando-a disse que os lavradores podiam  determinar o quantum da gratificação”.

O Dr. Antônio Augusto Bittencourt, que falou a seguir, como procurador dos fazendeiros Dr. Carlos Augusto do Amaral Sobrinho e Tenente-Coronel Antônio Pires de Godoy Jorge, e “disse que lhe parecia ser a presente reunião um protesto à de São Paulo, que a anarquia reinava por toda a parte, que a reunião de São Paulo havia sido um desastre e que os lavradores do município deviam se limitar a representar aos poderes constituídos”. É de opinião que qualquer que fosse a solução deveria partir do Legislativo.

Carmo Cintra deixa a presidência e se opõe à proposta de Luís Leite, alegando a anarquia resultante, e o fato de que muitos escravos estavam hipotecados; mostrou uma carta do Banco do Brasil a um lavrador do município proibindo a este libertar seus escravos porque estes eram garantia de empréstimo levantado.

João Belarmino Ferreira de Camargo declarou já haver prometido liberdade a seus escravos no fim da colheita e que então gratificaria seus escravos como merecessem.

Joaquim Floriano declarou ter libertado seus escravos.

Francisco Tristão sustenta que não basta a libertação; é preciso marcar um salário para os ex-escravos. O Comendador Joaquim Pinto sustenta que não há necessidade de promessa de libertação porque essa já era a intenção dos lavradores que podiam faze-la, e que o salário deveria ser resolvido “pela vontade e posse de cada proprietário”.

Há uma lista de alguns lavradores que declararam que libertariam seus escravos no fim da colheita: Francisco Antônio Gonçalves, João de Sousa Campos Pimentel, Francisco de Oliveira Prestes. João de Oliveira César declarou que adotaria a posição que fosse decidida pela maioria.

Elias Lourenço Gomes adota o que foi resolvido na reunião de São Paulo, isto é, prazo de três anos para libertação dos escravos.

Carmo Cintra e Antônio Augusto Bittencourt apresentaram proposta de abolição imediata da escravidão, mas com aumento do policiamento, com “alargamento, medida transitória, das atribuições das autoridades policiais, quanto à prisão preventiva, limitadamente aos libertos e anarquistas que perturbarem a ordem pública e dificultarem a organização do trabalho nas fazendas”.

Em votação a proposta de Luís Leite obteve 21 votos e a de Carmo Cintra 27.

Luís Leite declarou que a reunião não alcançou o resultado desejado pela maioria, que era a libertação no fim da colheita, e pede que a Câmara não seja intermediária da proposta de Carmo Cintra.     Luís Leite declara livres seus 30 escravos a partir desse instante. (Atas, 6:66/69-OESP)

– 25/1/1888 – reunião de lavradores em Amparo – proposta de Carmo Cintra vence, pelo que a Câmara vai representar pedindo a abolição da escravidão no Império. (OESP)

– 31/1/1888 – Aprovada indicação de Luís Leite, contrária ao encaminhamento da representação dos lavradores aprovada na reunião do dia 20, visto estar em desacordo com a maior parte dos lavradores de Amparo e não ser este o fim que a Câmara teve em vista quando convocou a reunião” (EFA, 30)

– 4/2/1888 – Comendador Luís Leite liberta 30 escravos. (OESP)

– 10/2/1888 – Francisco Pires de Oliveira Campos, fazendeiro, concede liberdade plena a 3 de seus escravos e Inácio Pinto de Oliveira e Jesuína Maria fazem o mesmo com outros dois escravos, mas com a condição de prestarem serviços por um ano. (EFA, 39)

– 19/2/1888 – Maria Lourença Alves (Marica Alves) e seu filho Joaquim Alves (Cardoso) libertam incondicionalmente todos os seus escravos em Amparo. (OESP)

– 22/3/1888 – Inácio da Silveira Pupo pede “escusa do cargo de inspetor da fatura da estrada para o bairro de sua residência, alegando ter uma viagem marcada para o dia justamente designado para a fatura do caminho, cuja viagem absolutamente não pode adiar. Ponderando também que esse serviço não pode ser feito este ano por causa da desorganização geral do trabalho, proveniente da fuga da maior parte dos escravos do Município, pelo que se não tivesse aquela viagem não aceitaria o cargo, preferindo pagar a multa”.

Francisco Pedro de Campos também pede escusa do cargo de inspetor de caminhos, alegando que “é impossível desempenhar o cargo e que ninguém aceitará”. “Com a debandada de escravos o serviço que tem que ser feito será pesadíssimo aos poucos que a ele concorrerem”.

A Câmara adiou “a fatura dos caminhos”, tomando a seguinte deliberação: publicar editais “em ambos os jornais locais” adiando a fatura dos caminhos, pelas “sérias dificuldades que obstavam esse serviço: a libertação dos escravos, as fugas em massa destes das fazendas, as recusas dos cidadãos para servirem de inspetores, temendo desordens, sob o fundamento de não se sujeitarem os libertos às suas instruções, porque não mais os detém o respeito dos senhores, e finalmente as representações de fazendeiros do município obrigaram a Câmara a resolver o adiamento”. (Atas, 6:98 e 104)

– 18/4/1888 – Antão de Paula Sousa liberta 50 escravos e os contrata para continuar os serviços. (OESP)

– 12/5/1888 – Sessão Extraordinária convocada para apreciar

a indicação de Luís Leite: nomeação de comissão de 9 membros para angariar donativos para festejar “a sanção da lei que decreta a abolição da escravidão em todo o Império”. Já se sabia que essa lei estava em poder da Princesa Isabel para ser sancionada a qualquer instante. A Câmara de Amparo se adiantou e foram nomeados para o fim proposto: Dr. Antônio Batista de Campos Pereira, Dr. João Pedro da Veiga, Dr. José Pinto Nunes Júnior, Dr. Salvador Donnici, Pe. Pedro Maria D’Amato, João Gomes de Oliveira Carneiro, José Benedito Rodrigues, Felício Granato e Artur de Assis Carvalho. (Atas, 5:117/118)

– 17/5/1888 – Luís Leite indicou à Câmara nessa data:

1)- que se enviassem, por intermédio do Ministro da Agricultura Rodrigo Augusto da Silva, agradecimentos à Princesa Isabel pela Lei Áurea.

2)- idem ao gabinete ministerial de Março.

3)- que a Rua Direita passasse a se chamar Treze de Maio.

4)- que a Rua do Rosário passasse a se chamar Dez de Março.

5)- que se apedregulhasse a Rua da Princesa Imperial.

Todas as indicações de Luís Leite foram aprovadas por unanimidade. (Atas, 6:126)

– 25/5/1888 – procissão cívica em Amparo a realizar-se em 3 de julho para depositar uma coroa no túmulo do abolicionista Júlio Cândido de Abreu. (OESP)

– 7/6/1888 – tentativa de linchamento de abolicionista em Três Corações do Rio Verde por escravocratas de Lambari – grave conflito. (OESP)

Imigração

– 20/9/1888 – “precisa-se de uma criada alemã para uma loja em Amparo – tratar no Hotel Albion”. (OESP)

– 20/12/1888 – cinco imigrantes destinam-se a Amparo – havia 3.376 pessoas na Hospedaria dos Imigrantes em São Paulo. (OESP)

Educação e Cultura

– 4/2/1888 – poeta Teófilo Dias muda para Amparo. (OESP)

Criminalidade

– 7/6/1888 – roubo na casa de Paulino Tambellini. (OESP)

– 20/7/1888 – crime em Coqueiros – assassinado José Lucas Coelho por Manuel Mariano. (OESP)

Economia e Finanças

– 17/1/1888 – havia o projeto de uma ferrovia Porto Feliz/Tietê/Capivari/Piracicaba/Rio Claro/Araras/Amparo /Serra Negra/Socorro/Bragança/Mogi das Cruzes/Santos… (OESP)

– 25/1/1888 – reunião de lavradores em Amparo – proposta de Carmo Cintra vence, pelo que a Câmara vai representar pedindo a abolição da escravidão no Império. (OESP)

– 6/4/1888 – comerciantes do Amparo mantiveram portas abertas na Semana Santa, “por considerarem caduca a lei a que desobedeceram”. (a desobediência civil já sinalizava o fim do Império…) (OESP)

– 14/6/1888 – José do Carmo Camargo, morador na Rua da Princesa Imperial, reclama do barulho da fábrica de cerveja de César Carlini, na mesma rua – “só faz trabalho a fábrica durante a noite e com todo estrépido, como faz acompanhar este trabalho de uma algazarra infernal, que perturba o sono dos vizinhos e rouba-lhes o socego e a tranqüilidade a que tem direito”. José do Carmo Camargo, em outro requerimento, pede prazo para consertar um oitão de sua casa. “Pondera que é pobre, jornaleiro e que vive trabalhando pelas fazendas afim de ganhar o pão para sua subsistência e de sua numerosa família”. (Atas, 6:133/134)

– 24/6/1888 – iniciados os trabalhos para construção da ferrovia Amparo/Serra Negra. (OESP)

– 28/6/1888 – João Cardoso & Cia, receberam de seu devedor Francisco Antônio Barra 600 queijos; os suplicantes entenderam que não havia necessidade desses queijos serem levados ao mercado público e os recolheram à sua casa de comércio; logo depois foram multados pelo Fiscal, porque os queijos deveriam ter sido remetidos ao Mercado Municipal; pedem que a multa seja relevada. (Atas,6:145)

– 23/8/1888 – Representação de fazendeiros, 62 assinaturas, contra o imposto de 20 réis sobre cada arroba de café. Alegam a “crise horrível por que está passando a lavoura; falta de braços e dinheiro, mesmo para pagar os poucos trabalhadores que aparecem”; “aproxima-se a estação chuvosa; os caminhos estão por fazer; o tropeiro conduz o café pelo duplo, alegando o mau estado dos caminhos e o lavrador terá que se sujeitar a dito preço ou mandar fazer o caminho à sua custa”. Pedem que a Câmara represente ao Presidente da Província solicitando a supressão dessa lei.

– O despacho foi: “A Câmara nada tem a deferir, porquanto já representou ao Exmo. Presidente da Província e este, concordando com o Procurador Fiscal da Fazenda Nacional, respondeu, pelas razões que expõe, não poder suspender a referida cobrança. (Atas, 6:172)

– 27/9/1888 – Representação com 200 assinaturas de contribuintes do imposto de indústrias e profissões pedindo alteração das tabelas – “justo clamor contra a exorbitância desses impostos” – “é preciso que este Município associe a sua voz à daqueles que, em tom próprio e solene, reclamam do Governo justiça, segundo a qual deve ser alterada a tabela e reduzidos os referidos impostos”. – esse imposto era provincial – “a injustiça é tão flagrante e clamorosa que há todas as probabilidades de ser reparada pelos poderes competentes” – “para isso, pedem a intervenção desta Câmara que, pela sua natural missão e pelo interesse e dedicação que sempre tem consagrado aos seus munícipes, certo não deixará de representar quanto antes ao Governo Geral no sentido que fica ligeiramente expedido…”

Indicação de Silva Pinto: “indico que esta Câmara, em nome de seus munícipes, represente ao Governo Imperial, acerca da conveniência da supressão do aumento do Imposto de Industrias e Profissões, tendo em vista os impostos municipais de que o Comércio e outros contribuintes já se acham sobrecarregados e o estado precário e aflitivo da lavoura, única fonte de renda de todas as classes. Amparo, 2/9/1888. Dr. Silva Pinto Júnior”.  – foi unanimemente aprovada. – despacho: “Represente-se oficialmente sobre o assunto ao Exmo. Sr. Conselheiro Ministro Secretário de Estado dos Negócios da Fazenda, remetendo-se conjuntamente a presente representação, devendo a remessa ser feita por intermédio do Exmo. Sr. Presidente da Província, à quem se oficiará neste sentido”

Representação oficial da Câmara: Ilmo. e Exmo. Sr. – A Câmara Municipal desta cidade do Amparo, Província de São Paulo, pelos seus membros abaixo-assinados, acolhendo, como lhe cumpria, o pedido de seus munícipe expressado na representação junta, assinada por grande número deles, vem respeitosamente solicitar a atenção de V. Exa. para o assunto grave de que aí se trata, certa de que V.Exa. no seu patriotismo e espírito de justiça não deixará de ouvir tão fundada reclamação e corrigir, pelos meios que lhe sobejam, a excessiva e dura exigência do Decreto de 22 de fevereiro deste ano, que baixou com o Regulamento dos Impostos elaborado pelo antecessor de V.Exa.

“Esta reclamação realmente é fundada, e “una voce”, todos se queixam neste município, como fora dele, da exorbitância com que no novo Regulamento foram tributadas todas as indústrias e profissões”.

“O imposto é em princípio eminentemente racional, mas sob a condição de não ir além do seu justo limite. Sobrecarregar o contribuinte em excesso e sem respeito aos verdadeiros princípios da ciência econômica é um grande esbulho, uma cruel extorsão. No citado Regulamento, confrontando suas tabelas antigas o aumento é tal e tão exagerado, que realmente causa pasmo e dolorosa impressão”. “A alteração não devia ser feita, como o foi, com descomunal diferença, impondo de chofre o mais penoso sacrifício, senão impossível ônus, às classes assim tributadas”.

“Não, porém, para criticar o ato que hoje é lei, mas para pedir e obter que o mal seja sanado ou ao menos minorado, é que esta Câmara, como órgão fiel de seus munícipes, dirige-se a V.Exa. e pede que na vasta esfera de sua atribuições e com o elevado critério que lhe é próprio, ache o meio de acalmar o  profundo desgosto do que estão sob o perigo de um imposto fortemente injusto e vexatório”.

“Se não for de todo possível manter as tabelas anteriores, pode V.Exa., querendo, fazer ao menos com que a alteração e aumento sejam feitos com prudência e moderação, de modo que as novas exigências não se imponham ao contribuinte violências, e a título de legítimo imposto não se submeta o cidadão aos prejuízos funestos de uma cruel extorsão”.

“Nestes termos, a Câmara Municipal do Amparo, muito confiando no ânimo reto de V.Exa., pede a devida justiça”.

Submetida a redação à Câmara, foi aprovada contra os votos do Dr. Silva Pinto Júnior, Mendes do Amaral e Salvador Miranda, declarando que assim procediam somente quanto à parte que pede a minoração da tabela atual de impostos, quando deveria reclamar do Governo Geral a supressão completa do aumento feito. (Atas, 6:183/85)

– 10/11/1888 – agravo cível de Augusto Soares de Arruda & Irmão X José Nunes. (OESP)

– 22/11/1888 – Sinais claros de que os tempos se tornavam difíceis: o primeiro, uma circular do Presidente da Província pregando a diversificação das culturas agrícolas, e o aproveitamento industrial de produtos vegetais nativos, fibras, plantas medicinais, tinturaria, taníferas, óleos vegetais, gomas, resinas; a excessiva monocultura do café já dava preocupação. O segundo, um ofício do Inspetor da Tesouraria da Fazenda da Província, informando que a Tesouraria troca moedas de prata e de níquel por cédulas do Tesouro. Metal por papel… Estava começando o “Encilhamento”, a devastadora crise do final do Império e começo da República. (Atas, 6:204/205)

Religião

– 28/6/1888 – indicação de Joaquim Bernardino de Arruda: ser nomeado o Padre Pedro Maria d’Amato para Vigário – residia há 15 anos em Amparo. Foi aprovada a indicação do Padre Pedro Maria d’Amato. (Atas,6:152)

Saúde Pública

– 23/2/1888 – O Presidente da Câmara comunica que apareceu um caso de varíola na “fazenda do Dr. Moraes”. Foi determinado o envío de 2 enfermeiros para cuidar do doente e recusado o pedido de reabertura do Lazareto, por desnecessário. (Atas,6:90)

– 8/3/1888 – Luís Leite indica o Dr. Remígio Gomes Guimarães para o cargo de médico de partido da Câmara, recentemente criado pelas novas posturas, mas Silva Pinto requereu o adiamento da matéria para a próxima sessão, o que foi aceito. Na sessão seguinte, em 12/4/1888, a indicação do Dr. Remígio Gomes Guimarães para médico de partido da Câmara foi novamente adiada.  Silva Pinto sugeriu que ele fosse pago com a verba de veterinário do Matadouro, mas o proposto não aceitou. (Atas, 6:103 e 108)

– 28/6/1888 – Ofício do Procurador da Câmara enviando a conta das despesas feitas “com os enfermeiros que foram tratar os colonos italianos afetados pela varíola nas fazendas dos srs. Dr. João Batista de Moraes e Antônio de Sousa Melo, neste município”. Em 22/11/1888 o Procurador da Câmara informou sobre o pagamento dos enfermeiros que trataram dos variolosos na fazenda do Dr. Moraes, que o Dr. João Batista de Moraes, “com toda a franqueza” disse ao Procurador “que a Câmara fosse cobrar essas despesas dos parentes daqueles que foram atacados de varíola”. A Câmara ordenou a cobrança judicial. (Atas, 6:144 e 205)

– 2/8/1888 – Santa Casa de Campinas recusa atendimento a paciente vindo do Amparo. (OESP)

– 22/11/1888 – Em sessão da Câmara Silva Pinto indica: “Estando-se sob uma temperatura ardentíssima e ao mesmo tempo chuvosa; e havendo completa falta de limpeza da cidade e muito principalmente dos quintais, pela acumulação forçada neles de lixo e águas servidas, deve-se com justa razão receiar que repentinamente tenhamos de lutar com qualquer epidemia desastrada, devido à incúria em que vivemos à respeito”. Indica a imediata publicação de editais para a concurrência dos serviços de remoção do lixo e águas servidas diariamente, além da varredura da testada das casas. Foi unanimemente aprovada. (Atas, 6:212)

Amparo – Generalidades

– 11/2/1888 – projeto de linha de bondes em Amparo. (OESP)

– 8/3/1888 – Ofício do Pe. Alexandrino Felicíssimo à Câmara, encaminhando representação “dos povos dos bairros dos Farias, Lambedor, Falcão e Alves, pedindo a criação de um Cemitério Municipal na Capela do Bom Jesus de Monte Alegre, recentemente elevada a freguesia” – os cadáveres até então eram levados para Serra Negra, Socorro e Bragança. A criação do Cemitério no Bairro dos Farias aumentaria os rendimentos da Câmara Municipal de Amparo e  tornaria desnecessária a ampliação do Cemitério Municipal de Amparo. A representação acima tinha 123 assinaturas e mencionava a distância, morros, caminhos ruins em tempo de chuva, aumentando as dificuldades para se acharem carregadores de cadáveres para os transportar até esta cidade. (Atas,6:90/91)

– 19/5/1888 – Saturnino Gonçalves de Oliveira esfaqueia Gabriel Orlandi e um filho deste. (OESP)

– 29/5/1888 – Isidro Lavrador Ribeiro, morador na última casa da Rua do Imperador, perto do rio Camanducaia, 30 metros mais ou menos, quer cercar seu terreno com arame, pois a enchente chega até sua casa e não permite muros. (Atas, 6:128)

– 28/6/1888 – Ofício do Procurador da Câmara enviando a conta das despesas feitas “com os enfermeiros que foram tratar os colonos italianos afetados pela varíola nas fazendas dos srs. Dr. João Batista de Moraes e Antônio de Sousa Melo, neste município”. Em 22/11/1888 o

– 22/11/1888 – Parecer da Comissão de Obras Públicas sobre prédio de Antônio de Paiva Vidual na Rua 13 de Maio junto à Estação, autorizando a construir o prédio com duas frentes, uma para a 13 de Maio e outra para o Largo da Estação. É uma informação importante, porque permite localizar precisamente o prédio de Paiva Vidual, hoje ocupado por uma excelente pastelaria, e a partir dele identificar e localizar outros imóveis. (Atas, 6:210)

 

 

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