Política e Administração Pública
– 7/1/1887 – Sessão Especial, presidida pelo Dr. Araújo, presentes o Capitão Miranda, o Tenente Almeida Sobrinho, Paula Sousa, Damásio Pimentel, Albino Alves do Amaral e Campos Pinto. Estando presentes foi dado o juramento aos Juízes de Paz: 1º juiz: Antônio Joaquim de Oliveira Prestes Júnior – 2º juiz: Joaquim Antônio de Almeida Sobrinho – 3º juiz: Marcos da Silveira Gomes, e 4º juiz: Dr. Joaquim Pinto da Silveira Cintra (não compareceu por enfermo).
– Estando presentes os Vereadores eleitos: Joaquim Mendes do Amaral, Dr. Joaquim José da Silva Pinto, Joaquim Bernardino de Arruda, Dr. Carlos Augusto do Amaral Sobrinho, Joaquim Martins Barbosa, Florêncio Franco da Rocha, Salvador José de Miranda, Luís de Sousa Leite, e Joaquim Inácio da Silveira, lhes foi deferido o juramento de seus cargos. Depois do que, tomaram assento em redor da mesa. A convite do Presidente da Câmara empossante tomou a Presidência interina o vereador Joaquim Mendes do Amaral, por lhe parecer o mais velho dos vereadores presentes.
– “Ata da Sessão de Eleição de Presidente, Vice-Presidente e Comissões” – Estando reunidos os novos vereadores sob a presidência do vereador Joaquim Mendes do Amaral, foi por este declarada aberta a sessão e anunciou que iria proceder à eleição do Presidente da Câmara Municipal que funcionará no próximo ano. Confeccionadas as cédulas e colocadas na urna, procedeu-se à apuração com o seguinte resultado:
– Presidente – Carlos Augusto do Amaral Sobrinho, 4 votos – Joaquim Martins Barbosa, 4 votos – Joaquim Mendes do Amaral, 1 voto – eleito Joaquim Martins Barbosa, por ser mais velho. Procedeu-se a seguir à eleição para vice-presidente da Câmara com o seguinte resultado: Vice-Presidente – Carlos Augusto do Amaral Sobrinho, 3 votos – Salvador José de Miranda, 1 voto – Joaquim Inácio da Silveira, 1 voto – Luís de Sousa Leite, 4 votos – eleito Luís de Sousa Leite. As comissões foram escolhidas:
– Comissão de Ofícios e Requerimentos: Dr. Carlos Augusto do Amaral Sobrinho; Capitão Joaquim Inácio da Silveira; Joaquim Bernardino de Arruda; Comissão de Contas: Salvador José de Miranda; Dr. Joaquim José da Silva Pinto Júnior; Alferes Luís de Sousa Leite; Comissão de iHHigiene: Dr. Joaquim José da Silva Pinto Júnior; Dr. Carlos Augusto do Amaral Sobrinho; Florêncio Franco da Rocha; Comissão de Obras Públicas: Alferes Luís de Sousa Leite; Joaquim Mendes do Amaral; Salvador José de Miranda. (Atas,5:128/128v)
– 21 e 22/1/1887 – a demissão do Promotor Artur Vergueiro – razões do Juiz Municipal Hermínio Lemos para o ato: faltas sucessivas e desacato. (OESP)
– 15/2/1887 – “Requerimento de Antônio Gonçalves Ferreira, desta cidade, alegando que tendo prestado à Câmara Municipal os serviços especificados na conta que junta oferece, requer que a Câmara se digne autorizar o Procurador a paga-los, visto como ele próprio reconhece a legalidade da dívida. Não foi esta conta paga em tempo por falta de dinheiro no cofre, pois a Câmara tinha outros compromissos que desejava solver. A conta a que se refere a petição supra, data de 22 de outubro de 1886, declarando ser proveniente de serviços feitos para recepção do Imperador e por ordem do Presidente da Câmara, sendo sua importância de 86$500, contendo nela o “pague-se” datado de 31 do mês de outubro, assinado pelo Dr. Francisco Antônio de Araújo” – submetida a discussão e a votos foi deferida, deliberando-se seu pagamento. (Atas, 5:140)
– 17/3/1887 – faleceu Joaquim Damião Pastana, fazendeiro, conservador. (OESP)
– 13/4/1887 – Dr. Artur Nicolau Vergueiro pede demissão de promotor público de Amparo – é substituído por Antônio Batista de Campos Pereira, promotor de Limeira. (OESP)
– 12/5/1887 – Três vereadores estavam ausentes por motivo de saúde: Florêncio Franco da Rocha, Joaquim Bernardino de Arruda e Dr. Carlos Augusto do Amaral Sobrinho. E logo a seguir Salvador José de Miranda pediu licença por 6 meses para uma viagem à Europa para tratar da saúde. Foi unanimemente concedida a licença pelo prazo solicitado.
(Atas, 4:156v e 165)
– 15/6/1887 – Indicação do Presidente Martins Barbosa: “Atendendo a que nesta cidade não existe um ponto qualquer de diversão, o que contrasta com o seu progresso moral e material; atendendo ainda que os dois cemitérios velhos desta mesma cidade, à Rua Princesa Imperial, não se prestando mais ao fim a que eram destinados, não devem ficar, todavia, abandonados, e o único meio de torná-los prestáveis é constituir ali um jardim ou passeio público, tanto mais que é o ponto da cidade que mais serve para este fim, já pela sua situação, já pela extensão de seus terrenos e já por não depender o lugar de grandes gastos e desapropriações, indicamos que esta Câmara tome a deliberação de mandar ajardinar e converter em passeio público o local dos dois cemitérios, como também os terrenos que ficam nos fundos destes e formam o largo que vai até a Rua do Rosário… Para levar a efeito, quanto antes, este grande e utilíssimo melhoramento, indicamos mais que esta Câmara nomeie dentre seus membros uma comissão especial, encarregada de executar e dirigir os trabalhos, que deverão ser iniciados logo que haja numerário, devendo também ser nomeada uma comissão de 5 membros, composta de vereadores ou de pessoas particulares, a qual promova por meio de subscrições populares, leilões de prendas, benefícios nos teatros, quermesses, etc., os donativos necessários e que serão aplicados às obras, de acordo com a planta e bases adotadas pela primeira comissão. Sala da Câmara Municipal, Amparo, 15/6/1887. Joaquim Martins Barbosa. Luís de Sousa Leite. Joaquim Bernardino de Arruda. Joaquim Inácio da Silveira. Joaquim Mendes do Amaral.” A proposta foi aprovada contra o voto do Dr. Joaquim José da Silva Pinto Júnior. Foi nomeada a primeira comissão composta dos vereadores Luís Leite, Mendes do Amaral e Franco da Rocha; para a segunda comissão foram nomeados o Dr. João Pedro da Veiga, Dr. José Pinto Nunes Júnior, Dr. Joaquim Pinto da Silveira Cintra, Gabriel Orlandi e João Gomes de Oliveira Carneiro. (Atas, 5:168v/169)
– 30/6/1887 – Eugênio Boucault contratante da muralha do Largo do Rosário, multado por fazer pernoitar no Largo do Rosário as carroças que fazem o “movimento de terra”, confirma que as carroças ficavam no largo, mas “entre as ruínas da barranca em demolição, cuja parte do largo ainda não foi entregue ao trânsito público”. Alega que, não estando entregue a obra, tinha o direito de conservar o material de construção junto a ela. Pede relevação da multa e obtém deferimento. (Atas, 5:172)
– 19/7/1887 – o Marechal Deodoro concorreu a uma vaga no Senado do Império pela Província do Rio de Janeiro e obteve 1227 votos, ficando em 4º lugar – o mais votado, Tomás Coelho, teve 3912 votos(OESP)
– 28/7/1887 – a Comissão Permanente do Partido Republicano apresentou Bernardino de Campos candidato a deputado provincial pelo 7º Distrito. (OESP)
– 19/8/1887 – Peixoto Gomide era Secretário da Comissão Permanente do Partido Republicano em São Paulo. (OESP)
– 2/9/1887 – subscrição para o Jardim Público alcançou 3:588$000. (OESP)
– 29/9/1887 – Requerimento do vereador Joaquim Inácio da Silveira, o qual sofrendo de moléstia que o impossibilita “de fazer viagens a cavalo”, pede licença por seis meses. Por indicação de Luís Leite, foi nomeada uma comissão para estudar o pedido, o que foi aprovado, mas com dois votos contrários, de Silva Pinto e de Mendes do Amaral. Silva Pinto declarou que votava contra essa comissão, porque a Câmara já concedera licença por esse prazo independente de atestado médico. O Presidente nomeou para essa comissão os vereadores Luís Leite, Joaquim Bernardino de Arruda e Joaquim Mendes do Amaral para estudar a matéria e dar parecer. (Atas,5:194)
– 29/9/1887 – A Comissão Especial encarregada de responder aos quesitos que acompanharam circular do Presidente da Província, datada de 27 de junho, apresentou o seguinte parecer: ao 1º quesito não podia responder, porque a Câmara não tem engenheiro; ao 2º: há 786 casas na cidade, inclusive igrejas e prédios públicos: uma que serve de cadeia atualmente, outra em construção para servir de cadeia e sala da Câmara Municipal, bem como outra que serve de Mercado e outra de Lazareto, além de 3 igrejas; ao 3º – só temos uma paróquia dentro do circuito da Décima Urbana; 4º – prejudicado pelo antecedente; 5º – 3 léguas para o lado de Campinas, 3 léguas para Mogi-Mirim, 3 léguas para Itatiba, 3 léguas para Socorro, e légua e meia para o lado de Serra Negra. – Aprovado, devendo se oficiar ao Governo Provincial. (Atas,5:195v)
– 6/10/1887 – Ofícios dos Inspetores de Estradas: Pedro Tomás da Cunha Martins, inspetor da estrada do “bairro da Santa Cruz dos Mineiros”,Francisco Pedro de Campos, inspetor da estrada do bairro dos Silveiras, José Bernardino da Silva, inspetor da estrada do bairro das Posses, José Gomes de Sousa, inspetor da estrada do bairro dos Silveiras até a fazenda Santo Antônio, José Silvestre Martins da Cunha, inspetor da estrada do bairro da Varginha, Antônio Joaquim Gonçalves, inspetor da estrada da Vargem Grande, Salvador Antônio Gonçalves, inspetor da estrada do bairro dos Limas até o ponto em litígio para a Vargem Grande, alferes João Batista de Sousa Arantes, inspetor da estrada dos bairros Sujo e Fecho, Francisco de Assis Pupo, inspetor da estrada da Barra, João Francisco Pereira, inspetor da estrada dos Pereiras, Joaquim Bueno de Oliveira, inspetor da estrada da Santa Cruz da Boa Vista, Joaquim Egídio de Godoy Bueno, inspetor da estrada do bairro dos Farias, Francisco Antônio Rodrigues, inspetor da estrada do bairro dos Alves, Conrado Marcondes de Albuquerque, inspetor da estrada do bairro dos Silveiras, David Antônio Gonçalves, inspetor da estrada dos bairros do Brazinho e Lambedor, Mateus de Oliveira Sousa, inspetor da estrada do Sertãozinho, João Batista de Camargo, inspetor da estrada do Córrego Vermelho, Capitão Jorge Franco do Amaral, inspetor da estrada de Três Pontes, Antônio Rodrigues Júnior, inspetor da estrada da Moenda e de Antônio Joaquim Gonçalves, inspetor da estrada da Vargem Grande, que informou que, tendo sido aprovada na Assembléia Provincial uma resolução que desanexa desta município, passando para Bragança, aquele bairro, e mais que havendo grave questão não resolvida acerca da diretriz da estrada a cargo desse oficiante… não poude ele levar a fatura do caminho aos pontos litigiosos. (Atas, 5:197/198)
– 13/11/1887 – demissão do Dr. Artur Nicolau Vergueiro, Curador de Órfãos, pelo Juiz Municipal de Amparo, Dr. Hermínio Moreira Lemos. (OESP)
– 16/11/1877? 1887?– uma parte dos liberais de Campinas e Amparo não aceitariam a candidatura do Sr. Luís Mateus Mailasky. (OESP)
– 18/11/1887 – Ângelo José de Araújo casou com Alice de Campos, filha de Bernardino de Campos. (OESP)
– 22/11/1887 – Dr. José Felipe de Toledo defende o Juiz de Direito Dr. Francisco Frederico da Rocha Vieira de ataques contra ele dirigidos – o artigo é bastante vago, não dando para entender quem é quem… (OESP)
– 23/11/1887 – Lins de Vasconcelos toma a defesa do Dr. Rocha Vieira, juiz de direito do Amparo, acusado pelo Dr. José Felipe de Toledo de estar de acordo com violências da autoridade policial – Lins de Vasconcelos era parente do Dr. Rocha Vieira. (OESP)
– 25/11/1887 – polêmica entre o Dr. Romão Teixeira Leomil, Delegado de Polícia, e o Dr. José Felipe de Toledo. (OESP)
– 30/11/1887 – Indicação de Salvador José de Miranda: realizar estudos preliminares para o abastecimento de água: 1) projeto das obras de arte necessárias para o abastecimento de uma população de 15 mil almas; 2) plano detalhado de cada obra; 3) planta e nivelamento da cidade; 4) estudos comparativos das diversas nascentes; 5) projeto de chafarizes; 6) orçamento detalhado do total das obras; 7) relatório descritivo de todas as obras a executar. Foi proposta e aprovada a nomeação de comissão para estudar o assunto: nomeados Silva Pinto, Salvador de Miranda e Luís Leite. (Atas, 6:37)
– 30/11/1887 – O vereador Joaquim Inácio da Silveira se defendeu perante o Presidente da Província da imputação de ter deixado o município e se mudado para a Penha do Rio do Peixe. Alegou que a propriedade que lá comprou estava abandonada e que no próprio dia da compra haviam sido incendiadas a casa de máquinas, as tulhas e outras benfeitorias. Por isso, era necessário que lá permanecesse. O Presidente da Província remeteu à Câmara o recurso do vereador Joaquim Inácio da Silveira para que esta informasse. O parecer da Comissão Especial sobre a defesa do vereador Joaquim Inácio da Silveira foi o de que a Câmara continua entendendo que ele se mudou para a Penha do Rio do Peixe. Em caso semelhante, do Dr. Muniz de Sousa, o governo determinou a eleição de um novo vereador para preencher a vaga. (Atas, 6:34 e 39/41)
– 3/12/1887 – Dr. Randolfo Margarido da Silva, médico residente em Araraquara, é candidato a deputado provincial pelos liberais. (OESP)
– 14/12/1887 – Bernardino de Campos e Silveira Cintra, deputados eleitos pelo 7º Distrito, ambos moradores do Amparo, foram alvo de manifestação de apreço na cidade. (OESP)
– 16/12/1887 – violento artigo de Lins de Vasconcelos contra o Dr. José Felipe de Toledo e contra o Dr. Hermínio Moreira Lemos – faz alusão ao cavalo “Chartreuse”… (OESP)
– 29/12/1887 – José Pinto Nunes Júnior (um dos fundadores da loja maçônica local) e o Padre Pedro Maria d’Amato propõem-se a dotar a cidade de uma linha de bondes, movidos a tração animal, com o traçado seguinte: parte do Cemitério (atualmente Instituto de Educação Dr. Coriolano Burgos), e vai até o fim da Rua da Princesa Imperial (atual Rua Capitão Alceu Vieira), passando pelo Largo da Estação, Rua Direita, Largo da Matriz, Rua do Rosário, e um ramal partindo da Rua do Rosário até o Jardim Público (pela atual Rua Humberto Beretta); um prolongamento iria do Cemitério até o Matadouro. Pelo menos em negócios padres e maçons se entendiam… A Comissão de Obras Públicas entendeu, embora reconhecendo as grandes vantagens para o município, que os requerentes deveriam pleitear a concessão perante o poder competente. (Atas, 6:45/46 e 63)
Escravidão e Abolicionismo
– 13/1/1887 – Indicação de Luís de Sousa Leite: “A Câmara não deve ignorar que as cidades mais importantes do Império, tem se criado um livro intitulado “de ouro” destinado a libertação de escravos, e como seja esta a primeira sessão ordinária desta Câmara proponho que ao começarem-se os nossos trabalhos se crie um livro destinado para esse fim, conforme a indicação seguinte:
Considerando que esta Câmara não deve ser indiferente ao movimento emancipador que se tem iniciado e levado a efeito em as cidades mais importantes do Império;
Considerando que, as Câmaras Municipais, chamando a si
o movimento emancipador, prestam um grande serviço à
ordem pública e ao mesmo tempo aos interesses das
propriedades;
Considerando mais que a emancipação servil por meio de
Indenização já se acha estabelecida em lei e encerra um princípio aceito geralmente.
Indico : 1º)- que seja criado um livro que tenha o nome de “Livro Emancipador”, numerado e rubricado, com termos de abertura e encerramento, feitos pelo Sr. Presidente da Câmara.
2º)- que sirva este livro para nele ser escripturada a receita e despesa das quantias que forem arrecadas e despendidas com a libertação de escravos.
3º)- que seja nomeada uma comissão de três membros tirados da Câmara para agenciar donativos para o fim acima referido.
4º)- que a Câmara nomeie, quando achar conveniente, comissões externas para o mesmo fim.
5º)- que para libertação sejam preferidos os escravos do sexo feminino e ainda mais moços e que nenhuma moléstia tiverem.
6º)- que seja escolhido o dia 7 de setembro de cada ano para a distribuição das cartas.
Por minha parte declaro desde já, que ponho à disposição da Comissão que for nomeada para esse fim a quantia de dois contos de réis. Sala das Sessões da Câmara Municipal do Amparo, 13 de janeiro de 1887. Luís Leite.
– Submetida a votos foi aprovada contra os votos de Carlos Augusto do Amaral Sobrinho, Joaquim Bernardino de Arruda e Joaquim Mendes do Amaral. A seguir foi dada ordem ao Procurador para comprar livro para tal fim e nomeou-se a comissão prevista na indicação: Alferes Luís Leite, Dr. Silva Pinto Júnior, e Salvador José de Miranda. (Atas, 5:133/133v)
– 18/1/1887 – Antônio José Alves Cordeiro libertou os últimos escravos que possuía. (OESP)
– 27/1/1887 – Luís de Sousa Leite pede para consignar em ata: promete dois contos de réis para o livro de ouro ou a liberdade de quatro de seus escravos. (Atas, 5:174)
– 24/2/1887 – O Alferes Luís de Sousa Leite, vice-presidente da Câmara, tomou a palavra e “declarou que tomava a liberdade de oferecer à Câmara Municipal o livro de ouro, com o dístico “Livro de Honra”, criado em virtude de uma indicação sua feita e aprovada em a sessão ordinária do dia 13 do mês de Janeiro próximo findo. Pela Câmara foi aceita com agrado, agradecendo-se a mimosa oferta”.(Atas, 5:143)
– 30/4/1887 – estatística de escravos. (OESP)
– 8/6/1887 – Francisco de Paula Camargo libertará seus 63 escravos num prazo de 5 anos, pagando salários a partir de 3 de maio de 1888. (OESP)
– 23/8/1887 – Dr. José Pinto Nunes Júnior convida os fazendeiros a representar à Assembléia Geral, propondo a abolição da escravidão para 7/9/1890. (OESP)
– 1/9/1887 – O Comendador Luís Leite indica que havia uma proposta de Salvador Miranda de ser o “Livro de Ouro”, criado para ser inscrita toda quantia destinada à libertação de escravos, fosse remetido à sua majestade o Imperador, a exemplo do que fizeram outras câmaras; que
não tendo havido sucesso na iniciativa, ele, Luís Leite, como prometera liberta 4 escravos: Júlio, de 45 anos, José, de 25 anos, Eulália, de 28 anos, e Jacinta, de 23 anos. Indica que o livro deve ser recolhido, para que no ano seguinte se obtenha resultado mais satisfatório. “Requeria também que se convidasse os habitantes desta cidade a iluminarem nas vésperas a frente de suas casas, por ser o dia sete de setembro o aniversário de nossa Independência; ordenando-se ao Procurador para também iluminar a frente do edifício que serve para as sessões e ornamentá-lo para a solenidade da entrega das cartas de liberdade. 1/9/1887”. – aprovada em todas suas partes. (Atas, 5:192)
– 11/9/1887 – alforria pelo Fundo de Emancipação dos escravos Leopoldino e Inácio, pertencentes à herança do finado João Pires Batista. (CP)
– 16/9/1887 – Antônio Pereira Marques, fazendeiro no Amparo, prometeu libertar todos os seus escravos no dia 31/12/1890. (OESP)
– 13/10/1887 – Rodrigo de Paula César libertou em 1886, no Amparo, os seus 4 escravos. (OESP)
– 14/10/1887 – Eliseu de Campos Pinto promete libertar seus escravos até 7/9/1889. (OESP)
– 23/10/1887 – libertação de 18 escravos. (OESP)
Imigração
– 4/3/1887 – “Diz o “Correio do Amparo” que o Comendador Zeferino Guimarães, indo à fazenda de Damião Pastana, encontrou os imigrantes satisfeitos. As queixas havidas partiram daqueles que foram procurar melhor salário em outra parte”. (OESP)
– 29/9/1887 – Ofício do Secretário da Província, Estevão Leão Bourroul, remetendo carta de naturalização do português Serafim Gonçalves Pereira. Estando o mesmo presente, o Presidente da Câmara lhe deferiu o juramento dos Santos Evangelhos. (Atas, 5:193v)
– 28/10/1887 – fazendeiro do Bairro dos Rosas cortou a barba de colono português… (OESP)
Imprensa
– 1/6/1887 – Propostas para publicação de editais e atos oficiais: 1) de Carlos Ferreira, diretor do jornal “Gazeta de Campinas”. 2) de Jorge Pires de Godoy, dono de “A Gazeta do Amparo”. 3) de Antônio Pinto Corrêa Júnior, dono do jornal “Correio Amparense”. Luís Leite indica que se nomeie uma comissão especial para dar parecer relativamente às propostas apresentadas para publicação dos trabalhos da Câmara. – aprovada, nomeado a comissão composta de Luís Leite, Silva Pinto e Mendes do Amaral. (Atas, 5:162v)
– 20/10/1887 – Jorge Pires de Godoy pede pagamento de publicações na sua “Gazeta do Amparo”; Antônio Pinto Correia Júnior igualmente pede pagamento de publicações no seu “Correio Amparense”. (Atas,6:4)
Criminalidade
– 17/3/1887 – o Promotor Público de Amparo, Dr. Artur Nicolau Vergueiro, denunciou Antônio de Castro Lopes, ex-Curador Geral de Órfãos de Socorro, como autor do defloramento da órfã Carolina, o que gerou um conflito naquela cidade em 8/12/1886. (OESP)
– 17/3/1887 – O Juiz Municipal suplente de Socorro não recebeu denúncia contra o Padre Savério Marsicano, Alexandre Pulino e outros por crime de sedição. (OESP)
– 12/10/1887 – Basílio Antônio Corrêa envenenado por remédio de curandeiro. (OESP)
– 14/10/1887 – escravo Matias confessa assassinato de Antero Corrêa da Silva, que era imputado ao liberto José Maria. (OESP)
– 18/12/1887 – João Gonçalves da Silva e família atacados por 3 indivíduos, quando passavam pelo Largo do Rosário, às 11 horas da noite – João Gonçalves foi ferido com 3 facadas. (OESP)
Economia, Finanças e Negócios
– 24/3/1887 – Requerimento de Joaquim Ferreira Gomes, negociante residente em São Paulo, pede licença e concessão por 30 anos para uma linha de bondes por tração animal, percorrendo diversas ruas da cidade e subúrbios e “tenha como objetivo a estação da estrada de ferro Mogiana, dentro da área da mesma cidade”. Não haveria ônus algum para os cofres municipais. As demais cláusulas seriam parte do contrato com a Câmara. A Câmara remeteu à Comissão de Ofícios e Requerimentos. (Atas, 5:150v/151)
– 22/7/1887 e 28/7/1887 – donativos para o Jardim Público em Amparo somam 2:500$000. (OESP)
– 12/8/1887 – fundação de “caixa bancária” em Amparo. (OESP)
– 14/8/1887 – obras do Jardim Público prosseguem em ritmo acelerado. (OESP)
– 14/8/1887 – o cafesal de Dr. Araújo está ótimo. (OESP)
– 28/10/1887 – José Gomes de Oliveira Carneiro, comissário de café em Santos. (OESP)
Religião
– 30/6/1887– Ofício do Secretário da Câmara, sobre despacho no ofício de Manuel José Gomes, ex-tesoureiro das Obras da Matriz, pedindo restituição do livro de receitas e despesas das obras da Matriz. O livro fora encaminhado à Comissão de Contas e entregue pessoalmente ao membro da mesma, Dr. Antônio Muniz de Sousa, “em sua casa de residência, que era então na Rua Direita desta cidade, onde hoje funciona a tipografia do Correio Amparense”. Ao ser pedida a devolução desse livro, o Dr. Muniz de Sousa declarou que deixaria o livro e outros papéis a uma pessoa encarregada de os entregar, mas que não se sabe quem é. “É esta a história da falta desse livro”. A Câmara despachou: “ao Procurador da Câmara para promover a arrecadação do livro, empregando para esse fim os meios legais, se for de mister” (Atas, 5:171/171v)
– 26/8/1887 – José Jacinto de Araújo (Cintra) fez donativo de 300$000 para a Igreja do Rosário. (OESP)
Saúde Pública
– 13/1/1887 – Requerimento de José Fermino de Lima, José Inocêncio da Silveira Cardoso e João Alves de Oliveira, moradores desta cidade, sobre o abuso contra a salubridade pública pelo acumulo de palha de café dentro do perímetro urbano. “Foco de miasmas”, a palha era depositada junto à margem do Camanducaia; a água tornava-se imprópria; pedem providências à Câmara. (Atas, 5:131)
– 13/1/1887 – Requerimento de Constantino Serra Fontes, residente nesta cidade, à Rua do Rosário, queixa-se pela segunda vez de João José Gonçalves da Silva, arrendatário da máquina de beneficiar café que foi de Manuel Heitor, por infração do art. 73 das Posturas. O suplicado acumula cascas e resíduos do café junto e sobre o muro do prédio dele peticionário. A fermentação e putrefação de tais resíduos vem alterando a atmosfera do lugar de maneira a prejudicar a saúde dos habitantes, principalmente das pessoas da casa dele peticionário, a mais afetada. Já havia protestado há anos, mas agora não pode se conformar com a ameaça à saúde de sua família. Pede providências da Câmara, pois o Fiscal parece impotente para fazer cumprir a lei. (Atas,5:131)
– 14/1/1887 – O Lazareto dos Variolosos recebeu 24 doentes entre essa data e o dia 30 de janeiro. (EFA, 30)
– 18/3/1887 – O Presidente da Câmara alerta para diversos casos de varíola na cidade recolhidos ao Lazareto, informando que foi dirigida uma circular aos médicos da cidade. O tratamento seria custeado pela verba “eventuais”.
“A Câmara, entretanto, pode e deve ao mesmo tempo reclamar do Sr. Presidente da Província ou do Sr. Ministro do Império autorização ou indenização de tais despesas; e que se de todo ela não vier, recorra à caridade pública e será então o caso de cada um munícipe armar-se de um trabuco para defender a própria bolsa quando vierem cobrar impostos”.
A atitude dos médicos variou: o Dr. Belmiro Gonçalves da Silva estava prestando serviços no Lazareto; o Dr. João Pedro da Veiga declarou aceitar o serviço médico por uma gratificação de 25$000 diários, fosse qualquer o número de doentes; o Dr. Joaquim Pinto da Silveira Cintra declarou aceitar o serviço do Lazareto, de qualquer forma; o Dr. Salvador Dominico declarou não aceitar por estar de mudança de domicílio.
Os casos pipocavam. Havia doentes na casa de Joaquim dos Santos Carvalho acometidos de varíola. Benedito, jornaleiro, no bairro dos Silveiras, no sítio do Sr. Joaquim Franco da Rocha, está com varíola, e foi recolhido ao Lazareto um italiano com varíola. Uma comissão especial composta do Dr. Silva Pinto Júnior e Salvador Miranda entender-se com o Dr. Belmiro Gonçalves da Silva, afim de consulta-lo se aceitava a continuação do tratamento médico dos variolosos recolhidos ao Lazareto, nas condições e com a gratificação que havia contratado para fazer esse serviço com o Procurador da Câmara, ou seja, 19$000 diários. A comissão aceitou a incumbência, foi ao Lazareto e voltou com a notícia de que aquele médico aceitara a proposta. (Atas, 5:147v/148v)
– 24/3/1887 – Ofício do Professor Pe. Alexandrino Felicíssimo do Rego Barros, residente no bairro da Capela de Bom Jesus do Monte Alegre, à Câmara sobre a varíola, preocupado com o possível aparecimento da doença em Monte Alegre. “Afim de impedir a sua marcha devastadora” pede vacinas. Despacho: “Quanto à primeira parte se houver algum indivíduo afetado deve ser remetido ao Lazareto desta cidade, e quanto à segunda oportunamente se satisfará”. O Presidente da Câmara comunica ter sido recolhido ao Lazareto um caso de varíola, ocorrido em casa de um tal Ferreira, pedreiro, no Largo de Santa Cruz, já em estado de supuração, conforme aviso do Dr. José Ferraz de Oliveira.
(Atas, 5:149v/150v)
– 12/5/1887 – Ofício do Procurador comunicando que em 30/4 fechou-se o Lazareto e em 10 do corrente procedeu-se à desinfecção do prédio, mas, por falta de recursos do cofre municipal, ainda havia várias despesas a serem pagas.(Atas, 5:158)
– 1/6/1887 – A Câmara foi informada pelo Procurador de que a epidemia de varíola fora trazida para Amparo pelos imigrantes: 1) Francisco Carocelli, filho de Domingos Carocelli, chegado no dia 12 de janeiro de 1887 com destino à fazenda de Florêncio Franco da Rocha – era natural de Avegliano, província de Basilicatta, reino da Itália. 2) Rafael Bacci, natural de Priano de Coretto, distrito de Castigliano de Gardargano (Massa Carola), vindo no dia 15 de abril. A Câmara deliberou oficiar ao Presidente da Província levando esse fato ao seu conhecimento. (Atas, 5:164/164v)
– 15/6/1887 – Requerimento pedindo a remoção dos ossos do finado Dr. Manuel Teixeira Maciel, “que foi sepultado junto ao Lazareto em 1878” – pedido de um lugar gratuito no Cemitério Municipal, assinado por João Pedro da Veiga e Joaquim Pereira Cardoso. Afirma que as virtudes e serviços do Dr. Teixeira Maciel são bem conhecidos dos Edis, convindo entretanto recordar que durante o tempo em que aqui clinicou prestou sempre, com generosidade e dedicação seus serviços médicos à pobreza e legou suas economias em favor do Lazareto que estava então sendo construído”. A Câmara remeteu à Comissão de Ofícios e Requerimentos para parecer na primeira sessão. (Atas,5:167)
– 29/6/1887 – um curioso sustenta que “pato com arroz” cura diabetes… (OESP)
Amparo – Generalidades
– 30/6/1887 – José Monteiro de Freitas Guimarães, “negociante estabelecido no extremo dos limites desta cidade”, pediu alinhamento de um terreno entre a linha férrea e a antiga estrada de rodagem, para edificar um prédio, mas o Fiscal informou que só com a presença da Comissão de Obras Públicas esse alinhamento poderia ser feito. Pede que a Câmara delibere sobre o assunto e estabeleça os pontos que devem ser observados. (Atas, 5:172v)
– 28/7/1887 – eleva-se a 2:500%000 a quantia angariada para construir o Jardim Público. (OESP)
– 12/8/1887 – menção ao Jardim Público. (OESP)
– 19/8/1887 – Zeferino Guimarães abriu subscrição para levantar estátua em Portugal à memória do estadista Fontes Pereira de Melo. (OESP)
– 21/12/1887 – polêmica envolvendo o Juiz de Direito Rocha Vieira e o Juiz Municipal Moreira de Lemos. (OESP)
– 30/12/1887 – menção à Junta de Alistamento Militar de Amparo. (OESP)
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