Política e Administração Pública
– 7/1/1886 – Sessão ordinária da Câmara para eleger seus dirigentes e nomear as comissões respectivas. A eleição de Presidente da Câmara teve como resultado: Dr. Francisco Antônio de Araújo, 5 votos, Dr. Randolpho Margarido da Silva, 1 voto – procedeu-se à eleição do Vice-Presidente, cujo resultado foi: Capitão José Manuel de Miranda, 5 votos, Tenente Joaquim Antônio de Almeida Sobrinho, 1 voto.
As comissões ficaram assim constituídas: – Comissão de Requerimentos e Ofícios: Dr. Randolfo Margarido da Silva, Dr. Antônio Muniz de Sousa, Joaquim Manuel de Campos Pinto.
– Comissão de Contas: Tenente Joaquim Antônio de Almeida Sobrinho, Urbano Azevedo e o Capitão Albino Alves do Amaral. – Comissão de Obras Públicas: Antão de Paula Sousa, Capitão Albino Alves do Amaral e o Tenente Joaquim Antônio de Almeida Sobrinho. – Comissão de Higiene: Dr. Antônio Muniz de Sousa, Dr. Randolfo Margarido da Silva e o Capitão José Manuel de Miranda. (Atas, 5:55/55v)
– 16/1/1886 – Eleição: Martim Francisco, 120 – Campos Sales, 94 – Geraldo de Rezende, 68. (OESP)
– 15/2/1886 – Ofício de Antônio Manuel dos Santos Teia à Câmara, declarando que ele e mais moradores da Rua das Flores, na quadra entre a Rua Conde d’Eu e a Rua Riachuelo, “sofrendo muito pela falta de lampiões naquela parte da cidade, deliberaram mandar construir ditos e colocá-los a expensas suas na referida rua, dividindo a distância com igualdade, e tomavam a liberdade de oferecê-los à Municipalidade.” Pediam que fossem incorporados aos existentes e como estes custeados pelo contrato celebrado para este serviço público. Foram aceitos e incorporados ao patrimônio municipal. (Atas,5:60)
– 17/2/1886 – Eleição geral – Martim Francisco vence a Campos Sales em Amparo. (OESP)
– 23/2/1886 – João Batista de Oliveira Marques, liberal, adere ao Partido Republicano. (OESP)
– 4/3/1886 – Parecer da comissão especial da Câmara sobre o abastecimento de água: “A comissão é de parecer que os impostos para abastecimento de água potável da cidade sejam organizados com toda igualdade, havendo vigorosa proporção afim de evitar clamores, isto tanto sobre os cultivadores de café, como sobre os capitalistas que derem dinheiro a juros, devendo estes pagarem um mil réis por cada conto de réis e aqueles que colherem de cem arrobas para cima pagarem 20 réis por arroba de 15 quilos. (Atas, 5:65v)
– 4/3/1886 – Ofício do Comendador Joaquim Pinto de Araújo Cintra escusando-se de assumir cargo de vereador, do qual era suplente, por incômodos de saúde e pelos muitos afazeres que o obrigam a ausentar-se com freqüência do município. (Atas,5:66v)
– 4/3/1886 – pelo Dr. Araújo foi indicado que a Câmara represente ao Governo pedindo o começo das obras da Cadeia, porque a Câmara se vê obrigada a alugar prédio particular para suas sessões porque o prédio da Cadeia está em ruínas. – aprovada. (Atas, 5:67v)
– 18/3/1886 – Requerimento de Joaquim Guedes de Andrade – estando concluídas as sarjetas da rua Conde d’Eu, conforme o contrato que fez com a Câmara desta cidade, em data de 10 de dezembro do ano findo, para ser pago no mês de Agosto do presente ano, pedia que se mandasse examinar as ditas sarjetas e darem parecer a respeito. Outrossim, pede que depois de examinadas se verifique o número de braças de sarjetas construídas, etc. – À Comissão de Obras Públicas. (Atas, 5:69)
– 18/3/1886 – é lida a íntegra do projeto que criou o imposto de classificação do café e dos capitalistas, para ocorrer às despesas com o abastecimento de água.A Câmara resolveu por maioria de votos mandar o projeto para ser submetido à Assembléia Provincial, por intermédio do Exmo. Conselheiro Presidente da Província. (Atas, 5:69/70v)
– 18/3/1886 – Por indicação do Presidente da Câmara, Dr. Araújo, e do vereador Muniz de Sousa, a edilidade “representou à Assembléia Provincial contra o projeto de alteração de divisas entre este município e o de Bragança, que anexava a Vargem Grande e Mostarda a Bragança, apresentado pelo Deputado Francisco Dias Novaes, declarando que esse projeto fere de frente os interesses de nosso município e sacrifica a comodidade de moradores de dois bairros que quer de novo anexar a Bragança. Com a atalho feito pela Câmara a distância desses dois bairros à cidade fica reduzida a duas léguas e meia, ficando a cinco léguas de Bragança. – A Câmara Municipal desta cidade, como representante do município, não pode deixar de protestar contra esta injustiça, pedindo à Assembléia Provincial que tomando em consideração o que fica exposto, digne-se manter a lei que se quer revogar sem utilidade alguma”. – “Esta representação foi enviada aos Drs. José Egídio de Sousa Aranha, Artur Prado de Queiroz Teles, Gabriel de Toledo Piza e Almeida e Francisco Quirino dos Santos, Deputados pelo 7º Distrito desta Província, pedindo seus bons ofícios para que seja atendida a representação referida no sentido de não ser aprovada o projeto do Deputado Dr. Francisco Dias Novaes, desligando deste município os bairros da Mostarda e Vargem Grande para anexá-los a Bragança”. (Atas, 5:70v/71)
– 23/3/1886 – Sessão Extraordinária, presidida pelo Dr. Araújo, presentes, José Manuel de Miranda, vice-presidente, Albino Alves, Almeida Sobrinho, e Campos Pinto. É lido um ofício do Conselheiro Presidente da Província – “tendo esta Câmara recebido da Tesouraria Provincial a importância de seis contos de réis, sendo dois contos de réis para empregar-se na estrada que deste cidade vai a de Serra Negra e quatro contos de réis nos da que vai ao Socorro, o que não se fez, segundo informa a Diretoria Geral de Obras Públicas, em ofício n. 53, de 4 do findo, determinava que quanto antes se recolhesse ao cofre daquele Tesouro a referida importância”.
Deliberou-se que se oficiasse imediatamente ao Presidente da Província nos seguintes termos: A Câmara acusa a recepção do ofício determinando a devolução dos seis contos de réis postos à disposição para reparos nas estradas de Serra Negra e Socorro. A Câmara sente necessidade de justificar seu procedimento, pedindo permissão para expor os fatos consignados nas atas de suas sessões, afim de que o Presidente possa julgar do procedência da censura que lhe foi irrogada. A Câmara deu-se pressa em cumprir os desígnios do Governo, ordenando ao Procurador que mandasse orçar os consertos que reclamavam as ditas estradas e que chamasse concorrentes para a arrematação de tais obras. O procurador dirigiu-se a Serra Negra, em companhia de pessoas habilitadas, levantou o orçamento e mandou fazer um atalho da Olaria de Manuel Francisco de Oliveira Júnior, organizando ao mesmo tempo o orçamento das pontes arruinadas. “O mesmo se fez na estrada de Socorro”. “Concluído esses trabalhos, abriu-se a concorrência por editais, e apresentando proposta para a construção da ponte sobre o ribeirão que corta a estrada do Socorro, na proximidade desta cidade o cidadão Quintino Fernandes de Oliveira, a Câmara com ele efetuou o contrato e realizou a obra pela quantia de 586$400, além do que despendeu posteriormente com o ajustamento de guardas”.
– “Apresentando-se também propostas para os consertos da mesma estrada, a Câmara, tendo conhecimento de que existia na Repartição de Obras Públicas trabalhos do Engenheiro do Distrito a respeito da mesma estrada, oficiou ao Diretor daquela repartição, pedindo que com urgência remetesse à Câmara tais trabalhos para poder fazer os contratos de conformidade com eles. Esse ofício, porém, não mereceu daquela repartição a menor consideração, pois que até hoje espera pela sua resposta”. “Compreende V.Exa. que tratando-se de reparos importantes e de um atalho que só era conhecido do Engenheiro, a Câmara não podia dar um passo sem que tivesse presentes o traçado e o orçamento do mesmo engenheiro; que, portanto, se há omissão no cumprimento de qualquer dever não foi ela praticada pela Câmara e sim pela Repartição de Obras Públicas…”. Em relação à estrada de Serra Negra pondera a Câmara a V.Exa. que também não pesa sobre ela a responsabilidade da demora dos consertos, porque quando ela tratava de fazê-los apareceu o engenheiro do Distrito, Dr. Vicente H. de Bacelar Pinto Guedes e resolveu mudar a diretriz da estrada de Socorro “levando-a pela Capela do Bom Jesus dos Farias”, e “determinando ao Procurador da Câmara que esperasse pelo seu orçamento, pois que o remeteria com toda brevidade, o que até hoje não fez”. “Sendo assim, compreende V.Exa. que a demora na realização de tais obras não foi devida à falta de solicitude da Câmara e sim à tibieza do engenheiro em fornecer à mesma Câmara os orçamentos prometidos.” Em vista do exposto a Câmara declara que está pronta a cumprir as ordens de S. Exa. em relação ao recolhimento da quantia que lhe foi entregue com dedução daquilo que dispendeu com a construção da ponte na estrada do Socorro e com os trabalhos preparatórios da Estrada de Serra Negra. Protesta provar oportunamente tais despesas.” (Atas,5:71/72)
– 30/3/1886 – o Presidente da Província deve visitar Casa Branca, Ribeirão Preto e Amparo, depois de percorrer as obras de prolongamento da Mogiana até Poços de Caldas. (OESP)
– 2/4/1886 – reunião da Câmara sem número – Só compareceram o Dr. Araújo, Presidente da Câmara, Albino Alves e Almeida Sobrinho, faltando os demais, com alegações de saúde ou por estarem fora do município. Às 14 hs. foram os vereadores Dr. Araújo, presidente, Albino Alves e Almeida Sobrinho, à Estação afim de receber o Conselheiro Presidente da Província (Conselheiro João Alfredo) e conduzi-lo “até o palacete do alferes Luís de Sousa Leite, onde vai hospedar-se com sua comitiva”. A atitude da Câmara se explica pelo incidente anterior, relativo à devolução da verba da estrada de Serra Negra e ao fato dos demais vereadores serem republicanos ou liberais. (Atas, 5:73)
– 7/4/1886 – protesto de “um liberal” contra as atitudes escravocratas de seu correligionário Visconde de Pinhal. (OESP)
– 9/5/1886 – Comissão de Estatística do Amparo – saem Assis Prado e Luís de Sousa Leite – entram Dr. João Pedro da Veiga, Dr. José Pinto Nunes Júnior, Francisco Frederico da Rocha Vieira e José Manuel de Miranda. (OESP)
– 25/5/1886 – reunião republicana na casa do Dr. Bernardino de Campos. (OESP)
– 26/5/1886 – Sessão Ordinária, presidida pelo vice-presidente Capitão Miranda, presentes Dr. Muniz de Sousa, Albino Alves, Campos Pinto; estavam de licença os vereadores Urbano de Azevedo e Randolfo Margarido da Silva.
O Dr. Francisco Antônio de Araújo renunciou ao mandato, “declarando que deixava de fazer parte da Corporação”. (mais tarde, esse ato ficou esquecido e ele voltou a exercer o mandato). Convocado o Tenente-Coronel Joaquim Gomes de Almeida, que declarou não poder assumir a vereança, por estar exercendo os cargos de Escrivão do Juízo de Paz e da Subdelegacia, pelos quais optava. Tendo o Comendador Joaquim Pinto de Araújo Cintra se escusado do cargo de suplente, foi convocado o suplente Damásio Pires Pimentel, que prestou o juramento e tomou assento. (Atas, 5:83)
– 26/5/1886 – Ofício do Engenheiro Bacharel Manuel Ferreira Garcia Redondo faz proposta relativa ao abastecimento de água. A proposta de Garcia Redondo contém promessa de: levantar planta de nivelamento de toda a cidade, analisar a água das diversas nascentes, apanhar a água nas nascentes, canaliza-la e distribuí-la pelas ruas e praças da cidade, efetuar a construção de reservatórios de acumulação, distribuição e para filtros, e dá detalhes sobre chafarizes, reservatórios, fontes públicas, válvulas e registros. A Câmara manda que apresente proposta, mas adverte que só pode pagar em prestações anuais. (Atas, 5:84v/85)
– 9/6/1886 – aliança entre liberais e conservadores para derrotar os republicanos na região de Campinas na eleição para deputado – menção ao “Comendador Cintra”, do Amparo, e o Sr. Maylaski, de Mogi-Mirim – menção ao “Cônego Scipião, que é político prático” e que acredita piamente numa vitória dos republicanos – na verdade, havia muitos liberais que nunca votariam num candidato conservador. (OESP)
– 14/6/1886 – Na Sessão Ordinária dessa data o Dr. Francisco Antônio de Araújo voltou à Câmara e reassumiu a Presidência (Atas, 5:86v).
– 14/6/1886 – Albino Alves requereu urgência nessa sessão para apresentar parecer sobre a construção do Mercado, visto não terem comparecido os outros membros da comissão. A urgência foi concedida e o parecer foi lido: o Mercado deve ser construído no local denominado “Pastinho”, fazendo fundos para as ruas Constituição, Itororó e Duque de Caxias
– “sendo feito, por enquanto, da planta apresentada, sómente nove quartos, sendo sete de 4,40m. em quadra livres, um na esquina da Rua da Constituição para o lado da Rua Itororó, com 3,10m. de largura e 4.40m de fundo para servir de escritório, e um dito de 5,72m. e 4,40m. de fundo, para pesos e medidas”. Seguiu-se acirrado debate, com a alegação de que o parecer não era da comissão, mas apenas de um de seus membros. Encerrada a discussão e submetido a votação, o parecer foi aprovado “contra o voto do Vereador Dr. Muniz de Sousa e com a declaração do Vereador Tenente Almeida Sobrinho que aceitava o parecer menos na parte em que se refere à escolha do local”.
(Atas,5:88/89)
– 22/6/1886 – Dr. Silva Pinto convoca eleitores republicanos. (OESP)
– 5/7/1886 – Ofício do Dr. Francisco Antônio de Araújo, Presidente da Câmara ao Vice-Presidente da Província, levando ao conhecimento do mesmo que a Câmara Municipal, contra seu voto, recusa-se a cumprir circular do Presidente da Província, Conselheiro João Alfredo Corrêa de Oliveira, relativa a enterramentos no Cemitério Municipal, dispensando o “sepulte-se” do Vigário. Consultava o Governo sobre o assunto e a ele recorria. O Barão de Parnaíba, no exercício da Presidência da Província, mandou a Câmara informar. O problema surgira porque a Câmara colocara em funcionamento o Cemitério Municipal sem a benção regulamentar do Vigário, que protestou. Reconhecendo seu erro a Câmara solicitou do Bispo a provisão para benção do cemitério. A provisão foi concedida com a condição de que os enterramentos fossem feitos com guia do Pároco, para que este pudesse organizar o mapa de nascimentos, casamentos e óbitos, exigido dele por lei. Não tendo a Câmara cumprido essa condição, não foi feita a benção do cemitério, o que obriga os católicos a promover a benção de cada sepultura.
Resolvida a questão pelo Governo Provincial, que reconheceu a interferência da Igreja nos cemitérios, a Câmara continua se recusando a cumprir a circular. O recorrente esperava que o ato da Câmara fosse reformado pelo Governo Provincial. O Governo novamente mandou a Câmara informar. (Atas, 5:92/92v)
– 5/7/1886 – Indicação do Presidente da Câmara Dr. Araújo dá denominação a logradouros: A – Largo da nova cadeia = Largo Municipal – B – rua aberta entre o Largo Municipal e a rua do Aquidaban = Rua Barão de Parnaíba. – C – rua do Largo da Estação à estrada de Bragança = Rua Albino Alves –
D – Rua do Aquidaban = Rua General Osório – esta indicação é do Capitão Miranda. (Atas,5:96)
– 23/7/1886 – Em Sessão Extraordinária, presidida pelo Dr. Araújo, presentes o Capitão Miranda, Albino Alves, Almeida Sobrinho e Campos Pinto, a Câmara representa ao Governo Provincial contra as dimensões do prédio da nova cadeia, pedindo para alterar a planta da Cadeia, “muito acanhada”, que não satisfaz as necessidades do Município, argumentando com “o estado florescente da cidade e os poderosos elementos de prosperidade que se manifestam no seio de seu território”. (Atas, 5:98v/100)
– 1/8/1886 – Segundo escrutínio da eleição municipal no Amparo: Luís de Sousa Leite, 102 – Joaquim Inácio da Silveira, 99 – Damásio Pires Pimentel, 84. – Foram eleitos os dois primeiros. (CP)
– 17/8/1886 – Dr. Muniz de Sousa explica em Seção Livre suas faltas às sessões da Câmara do Amparo. (OESP)
– 30/8/1886 – Ofício do Sr. Presidente da Província, declarando que tendo o Presidente da Câmara participado em ofício que o vereador Dr. Antônio Muniz de Sousa havia se mudado deste município, e como este continuara participando das sessões pedia informações. – A Câmara informou: “… Antônio Muniz de Sousa pediu licença à Câmara pelo prazo de 6 meses para tratar de sua saúde” em 10/3/1886. “Obtida a licença nunca fez uso dela, continuando a comparecer às sessões sempre que lhe convinha”. “Há 2 meses, mais ou menos, o mesmo vereador retirou-se da cidade com sua família, vendeu parte de seus bens móveis e embarcou outros, entregando a chave da casa em que residia nesta cidade, e que, pelo jornal da terra despediu-se dos amigos declarando que ia residir em São Paulo, e de fato continua a anunciar nos jornais da Capital que aí se emprega no Magistério”. “Quanto ao fato de ter feito parte da sessão de 10 do corrente tem uma explicação óbvia: o referido vereador, apesar de não ter domicílio no Município, insiste em fazer parte da câmara por entender que a licença que pediu lhe dá esse direito, apesar das observações que lhe tem feito o Doutor Presidente desta corporação”. (Atas, 5:103/103v)
– 16/9/1886 – Ofício do Presidente da Província, respondendo ao ofício da Câmara que pede nova planta para a Cadeia, com “proporções mais vastas”, declara que para que aquela Presidência possa autorizar a execução deste último plano, convém que esta Câmara declare se toma a responsabilidade daquele excesso, afim de prosseguir a obra. A Câmara, por unanimidade de votos, deliberou responder: “A Câmara Municipal desta cidade, em sessão ordinária de hoje, tomou conhecimento do ofício de V.Exa., datado de 15 do corrente, e deliberou por unanimidade de votos declarar que assume a responsabilidade do pagamento do excesso das despesas a fazer-se com a construção da nova cadeia, de conformidade com o novo plano organizado pelo engenheiro Bacelar, que eleva o custo do edifício a 28:111$003. (Atas,5:109/109v)
– 10/10/1886 – ciumeira entre Luís Leite e o Barão de Campinas por causa da viagem imperial. (OESP)
– 12/10/1886 – homenagem da Câmara ao Dr. Hermínio Moraes Lemos, juiz municipal. (OESP)
– 26/10/1886 – Dr. Hermínio Moreira Lemos regressou à cidade. (OESP)
– 12/12/1886 – Dr. Romão Teixeira Leomil Júnior nomeado Delegado de Polícia de Amparo. (OESP)
– 24/12/1886 – Indicação do Presidente da Câmara: criação de Distrito Policial na Capela do Senhor Bom Jesus dos Farias, “bairro muito populoso”, com 50 casas habitadas. – aprovada e feita imediatamente a representação ao Presidente da Província, fazendo sentir a necessidade dessa providência, pois tem 50 casas habitadas e alguns estabelecimentos comerciais, distando da cidade duas léguas. A representação foi assinada por todos os vereadores presentes. (Atas, 5:127)
Escravidão e Abolicionismo
– 1/2/1886 – Manuel Joaquim Franco liberta 3 de seus escravos, os quais preferem continuar em sua companhia. (EFA, 33)
– 7/2/1886 – Joaquim Rodrigues de Paula Cruz liberta dois escravos. (EFA, 37)
– 14/2/1886 – O Comendador Joaquim Pinto de Araújo Cintra dá liberdade a 14 escravos, sendo 6 por terem atingido idade entre 60 e 65 anos. No dia 28/6/1887 realizou-se na fazenda do Comendador casamento coletivo de 15 casais de escravos. (EFA, 41)
– 7/4/1886 – protesto de “um liberal” contra as atitudes escravocratas de seu correligionário Visconde de Pinhal. (OESP)
– 29/8/1886 – Fugiram da Fazenda Ventania, de Francisco Bueno de Miranda, os escravos Beraldo, Manuel e Benedito. (CP)
Imigração
– 6/12/1886 – Circular do Presidente da Província sobre naturalização, contendo as exigências que devem constar dos termos de naturalização, e dispondo sobre o juramento de naturalização: “o indivíduo naturalizado declarará seus princípios religiosos e sua pátria, se é casado ou solteiro, se com brasileira ou estrangeira, se tem filhos e quantos, de que nome, sexo, idade, religião, estado e naturalidade”. (Atas, 5:119v/120)
– 24/12/1886 – – Augusto Geroux, francês, barbeiro e cabelereiro, estabelecido em Amparo, multado no art 115, pede alívio – deferido. (Atas, 5:123v)
Educação e Cultura
– 1886 – Procuração de Artur Cândido Alpoim, professor público em Amparo. (PO/LN,73:6v/7)
– 30/4/1886 – Ângelo de Araújo deixa o Colégio Azevedo Soares e vai fundar outro no Amparo. (OESP)
Imprensa
– 9/1/1886 – “Comércio do Amparo” muda de dono e passa a se chamar “Gazeta do Amparo”. (OESP)
– 15/2/1886 – Ofício de José Augusto do Amaral Sousa, proprietário do jornal “Gazeta do Amparo”, propondo fazer as publicações da Câmara e do Juízo de Paz, por 200$000 por semestre. Foi despachado: “à Comissão de Requerimentos para dar parecer”. Na mesma data, deu entrada um requerimento de Bernardino Estevão dos Santos, cobrando publicação feita no “Comércio do Amparo”. (Atas,5:60/60v)
– 8/8/1886 – (in 8/8/1958 – efemérides) – aparece no Amparo o primeiro número do “Correio do Amparo”, de A. Corrêa Júnior. (OESP)
– 20/8/1886 – É publicado no Amparo o “Correio Amparense” (JOSÉ JACINTHO RIBEIRO, Chronol. Paulista, 2:306)
– 24/12/1886 – Requerimento de Antônio Pinto Corrêa Júnior, proprietário do “Correio Amparense”, pedindo pagamento de publicações. (Atas, 5:123)
Criminalidade
– 30/1/1886 – ladrão de melancias no “melancial” de Américo Pereira – ao ser surprendido, reagiu armado de faca, lutou e fugiu. (OESP)
– 3/3/1886 – Inácio Soares de Araújo cumpriu um ano de prisão na Penitenciária, por ter sido condenado pelo júri de Amparo. (OESP)
– 16/4/1886 – “O Mistério de Pedreira” – o professor Augusto Custódio Soares teria sido assassinado pelo fazendeiro Manuel Ortiz de Siqueira Freire – o professor teria na verdade se mudado para Minas Gerais. (OESP)
– 2/7/1886 – assassinato a facadas de José Manuel de Siqueira, filho de Manuel Ortiz de Siqueira Freire, no lugar chamado Frutal, ao lado da linha da Mogiana (ao que parece é próximo da Capela do Martírio – o autor do crime não foi identificado, nem o motivo – estaria ligado ao desaparecimento do Professor Augusto Custódio? Uma vingança?). (OESP)
– 25/8/1886 – José Álvaro de Godoy dá procuração aos Drs. Bernardino de Campos e José Pereira de Queiroz, para apelar da sentença do Júri, que o condenou a 2 anos de prisão pelo crime de homicídio. (PO/LN,73:1)
Economia, Finanças e Negócios
– 30/1/1886 e 20/5/1886 – “credores do finado João Leme da Rocha”, convocados para reunião em casa do falecido. (OESP)
– 4/2/1886 – “cambista” Serafim Cabrito vendeu bilhete premiado com 50:000$000 (cinqüenta contos de réis) ao Sr. Manuel Antônio Portes, de Amparo. (OESP)
– 15/2/1886 – Requerimento de Manuel Pinto de Godoy Moreira, morador no Lambedor, multado por faltar à fatura dos caminhos. Pede alívio da multa, pois “sendo filho família (menor) em obediência à ordem de seu pai foi para São Paulo em serviço de tropas (era tropeiro), de modo que não estava neste município, quando foi feito aquele serviço”; junta atestado do Inspetor. O pedido foi deferido. (Atas, 5:61)
– 11/5/1886 – geada em Amparo – veja também CLIMA.
– 17/6/1886 – O engenheiro-chefe da Mogiana, Dr. Miguel Joaquim Ribeiro Lisboa, iniciou exploração do terreno onde vai passar a estrada de ferro de Amparo a Serra Negra, com a extensão de 4 léguas. (OESP)
– 17/6/1886 – especulação e golpes no mercado de café em Nova York. (OESP)
– 14/7/1886 – Joaquim Manuel de Campos Pinto, acionista da Companhia Carrís de Ferro de São Paulo. (OESP)
– 8/8/1886 – Declaração de Joaquim Manuel de Campos Pinto de que votou na assembléia da Companhia de Carris de Ferro pela supressão de cláusula que dava vantagens injustas à Diretoria dessa empresa. (OESP)
– 26/8/1886 – Francisca Maria de Jesus dá procuração a José Joaquim dos Santos Guerra para vender um sítio no município de Cutia. (PO/LN,73:1v)
– 30/8/1886 – Luís de Sousa Leite e sua mulher Deolinda de Sousa Arantes vendem a João Teodoro Garcia Leal terras em Espírito Santo do Pinhal, “em comum com o comprador e outros credores de Francisco Leite, em cuja execução lhe foi adjudicada”. (PO/LN,73:5v)
– 18/11/886 – Representação de 60 negociantes contra a Postura que manda fechar o comércio aos domingos – o art. 115 das Posturas que é uma “restrição à liberdade de comércio”, “pior se torna pelas exceções que consagra”.
Contém longa argumentação contra a exceção concedida às padarias. Acaba pedindo que a lei seja revogada. Despacho: “Deferida a representação, visto como nas exceções do artigo 115 do Código de Posturas de 1883, só se compreendem as padarias propriamente tais, isto é, aquelas em que se venderem gêneros próprios destes estabelecimentos e não aqueles que estiverem como anexos de outros ramos de negócio; publicando-se editais neste sentido, começando a vigorar do dia primeiro de Dezembro próximo futuro em diante.” (Atas, 5:117v/118)
– 24/12/1886 – Requerimento de Pimentel & Amaral, e Sousa, Cunha & Companhia, declarando que, constando que Guilherme Mac-Hardy & Cia pretendem construir uma casa num terreno no Largo da Estação, com o fito de venderem a casa e terreno. “Este terreno sempre esteve aberto e franqueado ao público, e pela situação em que se acha, muito concorre para formar o Largo da Estação, que, como se sabe, precisa de folgado espaço para o grande movimento que ali há, quer de gente, quer de animais e carroças, que procuram tanto a Estação como as Casas de Comissões, a máquina de beneficiar café e outros estabelecimentos ali existentes, colocados mesmo em frente do terreno mencionado. Incontestavelmente, tanto do interesse particular, dos abaixo assinados e de outros moradores daquele lugar, como é de interesse municipal que o dito largo não seja prejudicado com uma qualquer edificação, que bastante sacrificaria a comandita pública e o embelezamento daquele ponto da cidade, que pode ser muito melhorado, não com a obstrução de qualquer casa, mas com a plantação de árvores que tornem o lugar ainda mais aprazível e útil ao público. – Oferecem dois contos de réis para indenizar os proprietários a serem desapropriados. A Câmara chegou a discutir o assunto, mas a desapropriação foi negada por 4 votos a 3.(Atas, 5:123/123v e 131)
Religião
– 24/12/1886 – indicação apresentada na Câmara: dirigir ao Major José Jacinto de Araújo Cintra um voto de louvor e de reconhecimento pelos bons serviços que tem prestado ao Município, concorrendo com grandes donativos para o melhoramento da Matriz desta Paróquia. – aprovada unanimemente e feito o ofício, assinado por todos os presentes. (Atas, 5:127)
Saúde Pública
– 9/1/1886 – O Diário Popular, de São Paulo, registra um surto de coqueluche em Amparo. (EFA, 18)
– 14/3/1886 – outra polêmica entre os médicos Dr. Silveira Cintra e os Drs. Caetano Monfort e Margarido da Silva, sobre um caso de “pleuriz com derramamento”. (OESP)
– 2/7/1886 – varíola em Itu. (OESP)
Clima
– 11/5/1886 – geada em Amparo. (OESP)
– 13/5/1886 – geada prematura no Amparo. (OESP)
Amparo – Generalidades
– 10/12/1886 – instalado em Amparo o Club Três de Maio, com aulas noturnas, socorros mútuos e biblioteca. (OESP)
– 30/4/1886 – Ângelo de Araújo deixa o Colégio Azevedo Soares e vai fundar outro no Amparo. (OESP)
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