Política e Administração Pública

– 14/1/1870 – Salvador Pires da Fonseca, de Serra Negra, reclama ter tido sua casa cercada e varejada e ter sido preso e levado à vila onde foi solto – o mandado era para prender um escravo criminoso pertencente ao espólio do pai do queixoso, mas ordenava que, na falta do escravo, fosse preso o queixoso – o Delegado de Amparo, Dr. Francisco Antônio de Araújo, fora o autor dessa ordem. (CP)

– 19/1/1870 – Jorge Franco do Amaral pediu demissão de delegado – nomeado José Francisco Leme para substituí-lo. (CP – idem DSP de 18/1)

– 15/2/1870 – carta de um lavrador dizendo que Amparo foi o município mais prejudicado com o recrutamento para a Guerra do Paraguai – a carta critica a escravidão – Amparo era o terceiro maior produtor de café – não havia fontes e se bebia a água do Camanducaia – mas fontes havia, bastava levar sua água para o centro da cidade – construção de chafarizes – tudo tem sido feito pelo município: igrejas, cemitério, cadeia, sala da câmara e de audiências públicas, mercado, matadouro… (CP)

– 16/2/1870 – artigo defendendo o Delegado Dr. Araújo é rebatido por Salvador Pires da Fonseca. (CP)

– 1/3/1870 – fazendeiro de Mogi-Mirim quer que o prolongamento da ferrovia (que já chegava a Campinas) passasse por Mogi-Mirim – discute a argumentação sobre  assunto. (CP)

– 4/3/1870 – projeto do deputado Araújo para se gastar 10 contos em uma cadeia e “casa do júri” em Amparo. (CP)

– 6/3/1870 – perderam o respectivo posto no batalhão da reserva da Guarda Nacional de Amparo os oficiais capitão José Pedro de Godoy Moreira, tenente Antônio Ferreira de Camargo Andrade e os alferes José Pedro de Deus e Antônio Pedro Xavier, por não terem solicitado a patente no prazo legal. (CP)

– 17/3/1870 – “Correspondência – Amparo” trata de estradas para Campinas, Serra Negra e Belém. Um projeto do Dr. Araújo dá 8 contos para a estrada do Belém. Há também um artigo de José Lourenço Gomes preferindo a estrada do Belém. O correspondente do “Correio Paulistano” não é contrário à estrada do Belém, mas entende que a prioridade é a estrada para Campinas, “que liga o município aos mercados e aos grandes centros”. (CP)

– 23/3/1870 – um cidadão de Serra Negra espera que não seja aprovada a passagem da fazenda de José Jacinto de Araújo Cintra de Serra Negra para Amparo, porque “só visa nulificar a influência que goza neste lugar aquele senhor”. (CP)

– 27/3/1870 – Joaquim Pereira Paião Silveira e Antônio Pedro Xavier exonerados de 3º e 4º suplentes de Delegado de Amparo. Nomeados José (ou será Jorge?) Franco do Amaral e José Pires de Godoy em substituição. (CP)

– 27/3/1870 – o Deputado Dr. José Ferraz do Amaral, morador em Amparo, apresentou projeto à Assembléia Provincial suprimindo a freguesia de São Francisco, por não ter matriz, nem pároco – os moradores desta protestam, alegando que ele não é deputado daquela região.  (CP)

– 11/5/1870 – Dr. Francisco Antônio de Araújo, exonerado a pedido de Delegado de Polícia, é substituído por Dr. Joaquim Carlos Bernardino da Silva. (CP)

– 26/6/1870 – verbas para as estradas de Amparo: 2:000$000 para a de Mogi-Mirim e 4:000$000 para a de Serra Negra. (CP)

– 29/6/1870 – verba de 5:000$000 para a cadeia de Amparo. (CP)

– 8/9/1870 – nota do Rio de Janeiro: “acaba de instituir-se nesta Corte um club republicano, que ontem já celebrou sua segunda reunião”. (CP)

– 20/12/1870 – Bernardino de Campos convida vários amigos para, em sua casa, ouvirem a leitura do “Manifesto Republicano”, entre eles o Comendador Joaquim Pinto, chefe liberal, e seu filho José do Carmo Cintra. Nesse dia é fundado o Club Republicano Amparense, o segundo do Brasil e o primeiro de São Paulo, que mais tarde seria transformado no Partido Republicano Amparense. (Assis Cintra, Bernardino de Campos e seu Tempo, 21 e 23)

– 26/12/1870 – São nomeados suplentes de Juiz Municipal:

1- Dr. Francisco Antônio de Araújo;

2- José Pedro de Godoy Moreira;

3- Capitão José Manuel de Miranda;

4- Antônio Jorge de Godoy Moreira; – o quarto nomeado não era conhecido pela Câmara.

5- Antônio Rodrigues da Silva. (Atas, 3:4)xxx

Escravidão e Abolicionismo

– 10/2/1870 – Seção Livre cobrando de Luís Gama providências para libertar escravos de Amparo, deixados livres pelo testamento do Comendador Manuel Joaquim Ferreira Neto. (CP)

– 15/2/1870 – carta de um lavrador dizendo que Amparo foi o município mais prejudicado com o recrutamento para a Guerra do Paraguai – a carta critica a escravidão – Amparo era o terceiro maior produtor de café. (CP)

– 27/3/1870 – escravo Gregório fugiu da Fazenda Jaguari, de José Soares de Camargo Pires. (CP)

Imigração

– 1870 – Manuel José Gomes, português, casou no Amparo nesse ano com Constância de Sousa Aranha, amparense, filha de Antônio de Sousa Melo e Leopoldina Carolina Aranha. Foram testemunhas desse matrimônio Zeferino da Costa Guimarães e o Major Júlio Franco de Andrade.  (CA-6:10) Manuel era nascido em 1842 em Póvoa, Concelho de Barcelos, Portugal, e veio para o Brasil em 1856, empregando-se na casa comercial do Comendador Zeferino Guimarães, de quem se tornaria sócio. Em 1891 tornou-se também comendador e 1904 Visconde de Soutelo. Foi vice-consul de Portugal e um dos fundadores do Banco Industrial Amparense. Faleceu em 1911. (EFA, 70)

Educação e Cultura

– 18/2/1870 – Dr. Joaquim Carlos Bernardino da Silva é nomeado inspetor da Instrução Pública de Amparo. (CP)

– 20/9/1870 – “Associação Amparense Amante e Propagadora da Instrução”, destinada a dar aos filhos dos associados uma educação que os torne “instruídos”. (CP)

Criminalidade

– 11/9/1870 – malta de ciganos fez desordens na cidade e acampou nos arredores de Amparo – alcançados por uma escolta de voluntários organizada pelo Delegado, abriu fogo, matando José Francisco Sales Airosa, casado e com filhos – a escolta também abriu fogo, derrubando 3 deles; 2 outros fugiram – não havia soldados na cidade. (CP)

– 26/10/1870 – Jorge Franco do Amaral, Delegado de Amparo, defende-se da acusação de haver procedido desastrosamente no incidente com os ciganos. (CP)

Economia, Finanças e Negócios

– 24/3/1871 – A Fazenda do Rumo, de Estanislau Furquim de Campos Cintra, Lucas da Silveira Campos Cintra, Tristão da Silveira Campos e Pedro Nolasco da Silveira Campos, passa de Amparo para Serra Negra – a Fazenda Santa Helena passa para a Penha (Itapira) (DSP)

– 5/4/1870 – As estradas continuavam ruins… Mas os cafezais estão vergados ao peso de uma grande safra. (CP)

– 9/6/1870 – Havia uma balsa sobre o rio Atibaia na estrada de Campinas para Limeira (Gazeta de Campinas)

– 1/8/1870 – Lista de negociantes requerendo licença para continuação de negócios: Joaquim Martins Barbosa, molhados; Joaquim de Godoy Bueno, molhados; Joaquim José Loureiro, molhados; Francisco de Assis Pupo Sobrinho, molhados; José Campos da Silveira Campos (sic), molhados; Domingos da Silva Silvestre, molhados; Angelo Nicodemo, fazendas; João Bueno da Cunha, taberna; Joaquim da Silva Pereira Barros, molhados; José Mariano Leme do Monte, taberna; José Benício Porto, molhados; Francisco Leopoldo de Araújo, molhados; Pinto Nunes e Irmão, fazendas; Libório Marques Ribeiro, molhados; Elias Lourenço Gomes, fazendas; Manoel de Paiva Moreira, molhados, ferragens; João Rodrigues dos Santos, fazendas, ferragens, armazém de molhados, sal, hotel, bilhar; Francisco Vieira da Rocha, molhados, ferragens, e armarinho; José Joaquim d’Oliveira, molhados; Marcelino José Pinheiro, fazendas, ferragens, etc.; Joaquim Caetano Leme, fazendas, ferragens; João Antonio de Camargo, molhados; Guimarães e Gomes, fazendas, miudezas, ferragens, e armarinho; Joaquim de Lima Ribeiro, molhados; Antonio de Azevedo Bittencourt, molhados, fazendas; Hermenegildo Antonio de Almeida, molhados; José Francisco de Assis Arantes, taberna; Joaquim Machado Junior, molhados.

= Requerimentos pedindo licença para continuação de negócios, e que por falta dos documentos de estilo não foram despachados = José Florêncio da Silveira, de José Augusto de Almeida Souza, de Joaquim Antonio de Almeida Sobrinho, de José Teixeira de Góes e Antonio José Alves Ferreira Rosa, de José Manoel de Miranda, de Bernardino Alves de Souza, de Antonio Joaquim Rodrigues, de Pedro Pires de Camargo, de José Vicente de Godoy, de José Franco de Godoy, de José Borges de Almeida, de Martinho Lopes de Lima. (Atas, 2:176/176v)***

Saúde Pública

– 17/1/1870 –     Ofício Circular do Doutor Inspetor de Saúde Pública da Província “pedindo uma lista dos Facultativos matriculados n’este Municipio, com todos os esclarecimentos que constarem a respeito como determina o decreto n. 828 de 29/9/1851. Do que ficando a mesma inteirada n’este ato respondeu que pessoa alguma tinha n’este Município matriculada, por não existir facultativo algum formado ou autorizado por lei, a exceção de alguns curiosos que na falta de formados curam, e são tolerados pelas autoridades”. (Atas, 2:150v)xxx

– 20/6/1870 – Foi apresentada à Câmara a publica forma da Carta de formatura em Medicina de José Ferraz d’Oliveira para registrar; a Câmara, não tendo livro especial para registro, deixou para registrar em outra sessão. Só em 1/8/1870, adquirido o livro, se procedeu a tal registro. (Atas, 2:170v/171)xxx

– 19/10/1870 – Sessão extraordinária, convocada para adotar medidas contra a iminência de epidemia de varíola (bexigas) na cidade. “Foi apresentado a Camara pelo Doutor Nunes Junior um ofício do Doutor em Medicina José Ferraz d’Oliveira, oferecendo à Câmara seus serviços em qualidade de Medico não só para vacinar, como também para curar os doentes pobres que forem acometidos de bexigas, se se desenvolver essa epidemia n’esta Cidade; o qual sendo tomado pela mesma na devida consideração passou a responder  que aceitava o oferecimento,  e agradecia por si e em nome de seus Munícipes, tão nobre proceder.  Nesta data a Câmara oficiou ao Presidente da Província, e ao Doutor Vacinador Geral da mesma, expedindo um próprio, pedindo ao mesmo puz vacinico, e propondo a nomeação do Doutor José Ferraz d’Oliveira para Vacinador d’este Distrito, e a exoneração do atual Vacinador Hipólito Fermino de Souza Peruche, atento as medidas que urge tomar em vista da epidemia que começa a desenvolver-se n’este Município. Pelo Vereador Prestes foi oferecido à Câmara verbalmente, seus serviços em qualidade de Médico Homeopatha para curar os doentes pobres que forem acometidos de bexiga durante a epidemia que começa a desenvolver-se n’esta Cidade; cujo oferecimento tomado pela mesma em a devida consideração passou a responder que aceitava e agradecia tão nobre proceder”. (184 verso)xxx

Amparo – Generalidades

– 22/3/1870 – projeto passa as fazendas de Estanislau Furquim de Campos Cintra, Lucas da Silveira Campos Cintra, Tristão da Silveira Campos e Pedro Nolasco da Silveira para Amparo. (CP)

– 23/3/1870 – um cidadão de Serra Negra espera que não seja aprovada a passagem da fazenda de José Jacinto de Araújo Cintra de Serra Negra para Amparo, porque “só visa nulificar a influência que goza neste lugar aquele senhor”. (CP)

– 5/4/1870 – Correspondência do Amparo: festejos no Amparo pelo fim da Guerra do Paraguai tiveram discursos dos Drs. Joaquim Carlos, Paula Leme, e Bernardino de Campos, banda de música na rua, casas iluminadas, e Te Deum e sermão pelo Padre Pinheiro – Assis Prado e João Tibúrcio Leite Penteado também falaram. Assis Prado serviu um “copo d’água” (coquetel) ao povo. Os portugueses João Rodrigues Teixeira & Irmão ofereceram bebidas à escolha ao povo que passava. (CP)

– As estradas continuavam ruins… Mas os cafezais estão vergados ao peso de uma grande safra. (CP)

– Uma polêmica forense envolvia o Dr. Joaquim Carlos Bernardino da Silva, Josefa Martins, viúva de Camilo Corrêa da Silva, Joaquim de Sousa Toledo, o escrivão de órfãos Francisco Martins Teixeira e o juiz municipal Dr. Francisco de Paula Leme. (CP)

– 12/6/1870 – João Pedro Martins Ferreira, dentista, residente na casa do Comendador Zeferino da Costa Guimarães, no Largo da Matriz, n. 12. (CP)

 

 

Nota:

– As anotações que se seguem foram extraídas do Acervo dos jornais “Correio Paulistano”, franqueadas pela Biblioteca Nacional na Internet, e “O Estado de São Paulo”, ao qual tive acesso como assinante.

– A maior parte das informações que extraímos desses venerandos periódicos foram copiadas pela impressora de meu computador pessoal. Uma parte, porém, de pequeno porte, não compensava gastar papel e tinta, pelo que as copiamos à mão em pequenas cadernetas. Agora, estamos transferindo-as para este arquivo.

– Cada verbete é composto: pela data da publicação, texto, eventuais observações e comentários em itálico, e pelas siglas (CP) e (OESP), para identificar sua origem, prevendo uma futura incorporação a um trabalho maior.

– Dividimos o material coletado por assunto, dando realce aos temas de “Política e Administração Pública”, que pretendemos aproveitar numa História Política do Amparo. Outros temas, à medida que foram aparecendo também se tornaram objeto de arquivamento separado.

– Posteriormente foram agregados dados colhidos em outras fontes, como outros periódicos, cartórios, arquivos municipais, documentos eclesiásticos e obras diversas.

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