MARTINS BARBOSA
TRONCO I
I – Desidério Martins Barbosa, viúvo de Maria Gertrudes de Jesus, casou em 1854 com Ledobina Maria de Oliveira, filha de José Corrêa dos Santos e de Lina Rosa de Oliveira. Desidério faleceu antes de 1870, ano em que Ledobina se casou com Joaquim de Godoy Bueno, natural de Bragança, filho de Serafim de Godoy Bueno e de Maria Domingues.
Do casamento com Maria Gertrudes, Desidério havia tido:
1 – Mateus, que faleceu em 1850.
2 – Maria, batizada em 1850.
3 – Joaquim Martins Barbosa – Tronco IV.
De Lidobina (ou Lidovina) teve:
4 – Maria Francisca de Oliveira, casada em 1880 com Francisco Alves de Oliveira Leme, filho de Albino Alves de Oliveira e de Maria Francisca de Oliveira (CA-8:16)
TRONCO II
II – Leandro Martins Barbosa, natural de Bragança, filho de José Barbosa e Teodora Maria de Jesus, casou no Amparo em 1853 com Maria Teresa, filha de José Ortiz de Menezes e Gertrudes Maria de Camargo.
TRONCO III
III – Jacinto Xavier de Campos, natural de Bragança, filho de Francisco Xavier de Campos e Maria Angélica de Siqueira, casado no Amparo com Angélica Maria de Almeida, filha do finado Antônio Martins Barbosa e de Maria de Almeida (CA-2:82v).
TRONCO IV
IV – Joaquim Martins Barbosa, filho de Desidério Martins Barbosa, tronco I, foi casado em 1841 com Gertrudes Maria de Jesus, filha de Antônio de Cerqueira César e Vasconcelos e de Gabriela Maria de Oliveira (1º of., 35:167v – CA-5:131). Antônio de Cerqueira César e Vasconcelos era filho do Capitão José Moreira César e de Gertrudes Maria de Vasconcelos, enquanto Gabriela Maria de Oliveira era filha de José Corrêa dos Santos e Lina Rosa de Oliveira, casal bragantino que já estava no Amparo em 1830. Em segundas núpcias Gabriela foi casada com o português Joaquim Machado Júnior, que também foi político em Amparo, sem geração.
(Há documentos dando o marido de Gertrudes Maria como sendo Joaquim Antônio Martins, de Bragança, filho de Maria Jacinta de Almeida (CA-3:78), mas se trata da mesma pessoa, pois Joaquim Antônio Martins passou a se assinar Joaquim Martins Barbosa em 5/12/1869, conforme notícia do Correio Paulistano. Aliás, o próprio testamento de Gabriela menciona como genro Joaquim Martins Barbosa).
Em 1873 Joaquim Martins Barbosa era comerciante, estabelecido na Rua Direita, n. 6, com armazém de molhados, louça, ferragens, armarinhos, etc. (Almanak da Província de São Paulo de 1873, 423 – Atas, 3:105). Já era comerciante desde 1871, pelo menos.
Martins Barbosa subscreveu em 26/3/1872 uma representação de moradores da Rua Direita contra “o grande declive do abaulamento serve para escoar águas do Pátio da Matriz, mas é um “mal gravíssimo” para os proprietários que recebem a enxurrada; sugerem o desvio de parte das águas pelo “beco da casa do Capitão Miranda; a Câmara nomeou uma comissão para estudar o assunto. (Atas,3:93/94)
Em 14/4/1873 foi declarado um dos suplentes de Vereador para o quatrienio 1873/1877, com 9 votos (Atas, :146) Na Sessão Extraordinária de 20/6/1876, presidida pelo Dr. Francisco Antônio de Araújo, estavam presentes o Capitão José Francisco Leme, Elias Lourenço Gomes e os suplentes convocados Pedro Nolasco da Silveira e Joaquim Martins Barbosa, “por terem faltado os proprietários”. Foi a estréia de Martins Barbosa no legislativo amparense. (Atas,3:281)
Joaquim Martins Barbosa e sua mulher venderam em 1874 um terreno na Rua da Constituição a Inácia Gonçalves da Cunha; em 1876 venderam outro terreno, este na Rua Direita, a Jerônimo Fernandes de Castro Tavares (1ºof.35:111).
Também subscreveu em 28/1/1885 uma representação assinada por uma vasta lista de moradores da Rua Municipal e do Largo do Mercado, todos “prejudicados pelas águas do rio Camanducaia que tendem a demolir a construção nos pontos indicados, estragam o porto e o logradouro público e destroem a cabeceira da ponte”, pedindo providências da Câmara. (Atas, 5:4)
Eleito vereador, foi empossado em 7/1/1887 e acabou eleito Presidente da Câmara, vencendo a Carlos Augusto do Amaral Sobrinho, ambos com 4 votos, por ser o mais velho.
(Atas, 5:128/128v)
Em 15/6/1887, já Presidente da Câmara, Martins Barbosa declarou: “nesta cidade não existe um ponto qualquer de diversão” e apresentou proposta de construir um jardim ou um passeio público nos locais dos dois cemitérios antigos, que foi aprovada. (Atas, 5:168v) No dia 30 desse mês Martins Barbosa foi indicado para integrar a Comissão Especial do Jardim Público. (Atas, 5:169v)
Reelegeu-se presidente da Câmara em 7/1/1888, novamente com 4 votos, vencendo a Joaquim Inácio da Silveira, 3 votos, e Carlos Augusto do Amaral Sobrinho, 1 voto. (Atas, 6:52) Na sessão de 22/11/1888 foram apresentadas queixas de um vizinho de um terreno de Joaquim Martins Barbosa (Presidente da Câmara), de que águas estagnadas nele provocavam “miasmas” e ameaçavam a saúde de moradores. (Atas, 6:206)
Em homenagem ao seu trabalho pela construção do Jardim Público foi dado o seu nome a uma das ruas que o cercavam, a atual Rua Carlos de Campos. Em 25/7/1889 consta uma indicação de Martins Barbosa: “…que a Câmara dê à rua paralela à (da rua) de Martins Barbosa, o nome de Rua do Jardim e autorize o procurador a colocar as respectivas placas”, a qual foi aprovada unanimemente. (Atas, 6:378)
Proclamada a República e finalmente dissolvida a Câmara, Joaquim Martins Barbosa foi nomeado em 8/4/1891, junto com Albino Alves do Amaral, Dr. João Pedro da Veiga, e Francisco Xavier da Silveira para completar o número de nove membros do Conselho de Intendentes e preencher as vagas de João Belarmino e Pedro Pastana. Martins Barbosa foi eleito Vice-Presidente do Conselho. (Atas, 7:143/143v) No mesmo dia Joaquim Martins Barbosa apresentou a seguinte indicação: “Não nos inspirando confiança as comissões eleitorais nomeadas pelo Sr. Dr. Presidente da Intendência Municipal, indicamos que o mesmo Sr. Presidente proceda à substituição das respectivas mesas eleitorais”. A indicação foi apoiada por João Pedro da Veiga, Albino Alves do Amaral, Francisco Xavier da Silveira e Bernardino Alves de Sousa. O Presidente Dr. Bento José de Sousa não tomou conhecimento da indicação, alegando estar amparado pelo Dec. 511, de 23/6/1890, arts. 8, 13 e 14. Martins Barbosa declarou que recorria da decisão do Presidente para o Governador do Estado. (Atas, 7:144)
Mas o conflito logo se agravou. Martins Barbosa e seus partidários conseguiram do Presidente do Estado o afastamento do Dr. Bento de Sousa do Conselho de Intendência. Entretanto, com o fracasso do golpe de estado do Marechal Deodoro e a deposição do Presidente do Estado Américo Brasiliense de Almeida Melo, a situação do grupo de Martins Barbosa ficou insustentável. Em 14 de dezembro de 1891, o povo, representado por grande número de membros de todas as classes sociais, formando um grupo de mais de mil pessoas, aí presentes os cidadãos Luís de Sousa Leite, Dr. Joaquim José da Silva Pinto Jr., e Dr. João Nepomuceno Nogueira da Mota, que compunham a Junta Revolucionária depôs o Conselho de Intendência e as demais autoridades locais. (Atas, 8:23v). Foi o fim da carreira política de Martins Barbosa, que veio a falecer a 7/11/1901.
Joaquim Martins Barbosa teve pelo menos:
1 – Maria Gertrudes das Dores, amparense, filha de Joaquim Antônio Martins e Gertrudes Maria de Jesus, casou no Amparo em 1877 com Manuel Ribeiro Nunes, de Portugal, filho de José Ribeiro Nunes Siqueira e de Maria Rosa de Jesus, sendo testemunhas Francisco Antônio dos Santos Viana e Joaquim Machado Júnior (CA-7:29v)