CUNHA CLARO
TRONCO I
Silvestre da Cunha Claro, casado com Ana Joaquina Cardoso, filha de Francisco Xavier dos Passos e de sua primeira mulher, Clara Maria de Oliveira. Silva Leme, 1:111, menciona apenas “Ana, filha de 6-1, casada com Silvestre da Cunha”. Silvestre da Cunha Claro era dono em 1856 de um sítio de 300 alqueires no bairro do Cascalho, confrontando com o rio Camanducaia, Luís Antônio Aranha, Manuel Domingues, João Francisco, “a estrada que vai para Mogi”, Martinho Lopes, Maria Francisca, Joaquim Mariano Galvão, Manuel Rodrigues, José Carlos Barbosa e outros, adquirido por herança de seus sogros Francisco Xavier dos Passos e Clara Maria Cardoso
(RPT, 331/332). Silvestre era irmão de Francisco Antônio da Cunha Claro, também genro de Francisco Xavier dos Passos, e de Antônio Pires de Godoy Jorge e também de Josefa Maria da Conceição (Atas, 3:382/383), todos filhos de Ana Jacinta da Cunha e de pai incógnito (há também um Lauriano Antônio da Cunha, filho de Ana Jacinta da Cunha, padrinho num batizado em 1853 – BA-5:132v). Silvestre faleceu por volta de 1875. Silvestre da Cunha Claro e sua mulher tiveram geração:
1 – Antônio da Cunha Claro, batizado no Amparo em 1829 (1ºof. 34:6v). Talvez seja este o Antônio da Cunha Claro, viúvo de Vicência Maria de Jesus, casou no Amparo em 1886 com Ana Ferreira da Silva, viúva de Joaquim Antônio de Almeida, sendo testemunhas Antônio Pires de Godoy Jorge e Salvador José de Miranda (CA-11:35)
2 – Gertrudes Maria Cardoso, batizada no Amparo em 1831; casou-se no Amparo em 1845 com o primo Francisco Antônio Teodoro, natural de Bragança, filho de Teodoro Mendes e de Francisca Antônia de Lima; viúva deste, casou em 1856 com Francisco Antônio Gonçalves, natural de Bragança, filho de Serafim Gonçalves Pereira e de Florinda Maria de Jesus. ( Não pode ser esta a “Maria Gertrudes Cardozo, mulher de Francisco Antônio da Cunha Claro”, falecida em 1851, que é mencionada no livro do “Assentos dos Devedores da Fábrica”, página 7). Francisco Antônio Teodoro e Gertrudes tiveram:
2.1 – Antônio, batizado no Amparo em 1850 (BA-5:43)
3 – Manoela Clara da Cunha, batizada no Amparo em 1833 e casada em 1846 com seu tio Estevão Xavier dos Passos (CA-2:75); pais de:
3.1 – Maria Madalena da Conceição, casada em 1867 com José Leite de Camargo, filho de João Leite de Camargo e Ana Maria de Jesus.
4 – Escolástica Maria de Jesus, batizada no Amparo em 1835 (BA-2:56), casada em 1854 com José Florêncio de Oliveira, filho de Antônio Pinto de Oliveira e de Rosa Maria da Conceição; pais de:
4.1 – João Florêncio de Oliveira Pinto, casado com Albina Maria de Jesus (1ºof. 34:6v)
5 – Clara Maria de Jesus, que usava também o nome de Clara Maria da Conceição, batizada em 1838 (BA-3:34), casou em 1859 com Francisco da Silveira César, natural de Bragança, filho de Joaquim Moreira César e de Emerenciana da Silveira Franco. Foram pais de:
5.1 – Ana Carolina da Silveira, filha de Francisco da Silveira César e de Clara Maria da Conceição, casou no Amparo em 1883 com Pedro de Campos Bueno, filho de Leopoldino de Campos Bueno e de Maria Alves de Oliveira, sendo testemunhas Pedro Antônio da Cunha e Manuel Joaquim da Silva Pinto (CA-10:27v)
6 – Pedro Antônio da Cunha Claro, casado em 1854 com sua prima Joaquina Maria de Jesus, filha de Frutuoso Mendes do Amaral e de Ana Maria Cardoso. O casal vendeu em 1864 terras no Córrego Vermelho “no sítio que foi de seu finado sogro e pai Frutuoso Mendes do Amaral” (1ºof. 11:2)
7 – Maria Joaquina Cardoso (deve ser a Maria, batizada em 1842 – BA-4:18v), casada em 1859 com seu primo Joaquim Alves do Amaral, filho de Estevão Xavier dos Passos e de Francisca Maria. Em 1868 esse casal vendeu um sítio no Bairro do Martírio ao Senador Francisco Antônio de Sousa Queiroz (1ºof.18:159). Em 1893 Maria Joaquina, já viúva, vendeu terras no Bairro do Silvestre a Damião José Pastana (1ºof. 117-A:9v). Maria Joaquina e Joaquim tiveram q.d.:
7.1 – Margarida Maria de Jesus, casada em 1881 com seu tio João Antônio da Cruz, filho de Estevão Xavier dos Passos e de Manuela da Cunha Claro (CA-8:31).
8 – Emília Maria Cardoso, casada em 1864 com seu primo-irmão germano Delfino Antônio da Cunha, filho de Francisco Antônio da Cunha e de Maria Gertrudes Cardoso.
9 – Joaquim Pires da Cunha, batizado em 1844 (sendo padrinhos o Capitão Pedro Rodrigues Lopes e sua mulher Gertrudes Maria da Conceição – BA-4:44v), filho de Silvestre da Cunha Claro e de Ana Joaquina Cardoso, casou em 1866 com Cândida Maria de Lima, de Bragança, filha de Anselmo de Godoy Moreira e de Florinda Maria de Lima (CA-5:95)
10 – Francisca Maria Cardoso, batizada em 1851, filha de Silvestre da Cunha Claro e Ana Joaquina Cardoso, casou no Amparo em 1867 com Jerônimo Alves de Campos, filho de José Matias de Oliveira e de Francisca Carolina (também conhecida por Francisca Maria de Godoy). (CA-5:108) Jerônimo Alves de Campos e sua mulher Francisca Maria venderam em 1868 a Francisco José da Silveira “terras no sítio do finado José Manuel de Oliveira, que houveram por herança de sua mãe e sogra Francisca Maria de Godoy” (1ºof. 19:43). Encontramos um filho e uma filha desse casal:
10.1 – José Alves de Campos, que, em 1913, vendeu a Silvano Alves de Campos terras no Bairro do Silvestre, herdadas de seu pai Jerônimo Alves de Campos, confrontando com Serafim Gonçalves Pereira (1ºof. 153-A:20)
10.2 – Benedita Cândida das Dores, filha de Jerônimo Alves de Campos e de Francisca Maria Cardoso, casou no Amparo em 1886 com seu parente em 2º grau transversal
José Pinto de Oliveira, filho de José Florêncio de Oliveira Pinto, sendo testemunhas Francisco Antônio Gonçalves e Emílio Petri (CA-11:38v)
TRONCO II
II – Francisco Antônio da Cunha Claro foi casado com Maria Gertrudes Cardoso, filha de Francisco Xavier dos Passos e de sua primeira mulher Clara Maria Domingues. Em seu testamento, lavrado em 16/9/1853, no cartório de paz de Amparo, livro 4:15, Francisco Antônio declarou ser “cidadão brasileiro, honra de que muito me prezo”, natural de Bragança, filho de Ana Jacinta da Cunha e pai incógnito; era irmão de Silvestre da Cunha Claro e de Antônio Pires de Godoy Jorge; rogou a este último “que seja tutor de meu filho Delfino para o criar e educa-lo como seu próprio filho e sobrinho que é”. Maria Gertrudes testou em 19/10/1851 e parece que pouco sobreviveu.
Francisco Antônio e Maria Gertrudes tiveram os filhos:
1 – Delfino Antônio da Cunha, casado em 1864 com Emília Maria Cardoso sua prima-irmã germana, filha de Silvestre da Cunha Claro e de Ana Joaquina Cardoso. Francisco Antônio da Cunha Claro era, assim, realmente irmão de Silvestre da Cunha Claro.
2 – Bibiana, batizada no Amparo em 1841 (?), sendo padrinhos Silvestre da Cunha Claro e sua mulher Ana Francisca Cardoso. (BA-4:7)
3 – Ana.
Outros filhos faleceram na infância.
TRONCO II – A
II – Há alguns anos escrevemos que “Francisco da Cunha Claro, casado com Ana Maria da Conceição, provavelmente era irmão de Silvestre da Cunha Claro, o Tronco I. Entretanto, até agora nada encontramos que comprove essa hipótese”. O recente encontro do testamento de Francisco Antônio da Cunha Claro, irmão de Silvestre, lavrado em 1853, derrubou essa hipótese, mostrando que Francisco e Francisco Antônio eram pessoas diferentes.
Tanto Francisco da Cunha Claro quanto sua mulher Ana Maria da Conceição já eram falecidos em janeiro de 1839, quando foi batizada uma filha deles. Parecem ter morrido fora do Amparo, porque do Livro de Óbitos nada consta a respeito deles. O casal gerou:
1 – Maria, batizada no Amparo em 1831
2 – João Cardoso de Oliveira, batizado no Amparo em 1835, casou em 1854 com Ana Franco de Jesus, filha de José Joaquim de Camargo e Ana Jacinta de Oliveira;
3 – Maria (sic), batizada no Amparo em 1837.
4 – Maria, (outra), batizada em 12/1/1839.
NB – Há um Francisco da Cunha Claro, que foi o primeiro marido de Ana Maria de Jesus (esta era falecida em 1875, e morava no “morro das Pedras” – em segundas núpcias ela havia casado com Antônio Rodrigues Ferraz, de quem teve Joaquina Maria da Conceição, casada com Jacinto Antônio Rodrigues), com quem teve:
1 – João da Cunha Claro, casado com Ana de Tal, cujo nome real era Ana Franco (ou Francisca) de Jesus. Este João da Cunha Claro e sua mulher Ana Franco de Jesus venderam em 1860 a Nicolau José de Atouguia terras no subúrbio da vila, divisando com terras de Martin Rogain, de José Alves do Amaral e outros (1ºof.7:64v). João da Cunha Claro, já viúvo de Ana Francisca de Jesus, sepultada em Amparo, casou no Amparo em 1882 com Paulina Franco de Jesus, viúva de Joaquim de Siqueira Bonito, sepultado em Amparo, sendo testemunhas José Pires Pimentel e José Joaquim Franco (CA-10:12) João e Ana Franco
tiveram:
1.1 – Maria Linda da Conceição, casada em 24/1/1880 com Bento Alves de Oliveira, viúvo de Maria da Luz do Espírito Santo (CA-8:11)
1.2 – Francisca Maria de Jesus, casada em 24/1/1880 com Joaquim Alves de Oliveira, filho de Manuel Jacinto de Oliveira e da finada Maria Franco de de Jesus (CA-8:11)
1.3 – Calixto Antônio Franco, filho de Antônio Manuel dos Santos e de Lina Franco de Jesus, casou no Amparo em 1882 com Maria do Carmo da Conceição, filha de João da Cunha Claro e da finada Ana Franco de Jesus (CA-10:19)
2 – Maria (AJA – cx. 3 – 1.ºof.)
TRONCO III
III – Antônio da Cunha Claro e sua mulher Manuela Maria de Jesus, moradores de Bragança, tiveram os filhos:
1 – José Antônio de Lima, que casou no Amparo em 1852 com Firmiana Maria de Jesus, também bragantina, filha de Francisco Gonçalves da Rocha e de Gertrudes Maria da Conceição.
2 – João Pinto de Lima, que casou no Amparo em 1855 com Leopoldina Dina Franco, filha de Manuel Antônio Machado e Fermiana Maria da Conceição.
3 – Bertoldo Bueno do Porto, casado em 1858 no Amparo com Ana Maria de Jesus, filha de Francisco Pinheiro Cardoso e Florinda Maria de Jesus.
NOTA: Certamente este grupo também era aparentado com Silvestre da Cunha Claro, mas ainda não foi possível estabelecer a relação.
TRONCO IV
IV – Antônio Pires de Godoy Jorge, natural de Bragança, onde nasceu em 1820, filho de pai incógnito e de Ana Jacinta da Cunha, foi casado no Amparo em 1844 com Rosa Maria da Conceição, viúva de Inácio Alves de Oliveira. Rosa Maria fez testamento em 21/1/1845, mas ainda vivia em 1858, quando ela e o marido venderam um imóvel. Ela era filha de Salvador Gonçalves Teixeira e Gertrudes Maria de Jesus. Consta ser Antônio Pires de Godoy Jorge o pai do jornalista amparense Jorge Pires de Godoy, autor dos “Almanaques do Amparo” e um dos pioneiros da imprensa local, que mais tarde, já no século XX, também foi vereador. Até pouco tempo, só se conhecia o nome de um outro parente de Godoy Jorge, sua irmã Josefa Maria da Conceição (Atas, 3:382/383). Mas o testamento de Francisco Antônio da Cunha Claro, encontrado no arquivo do Cartório do 1º Ofício de Amparo, livro 4:15, esclarece que o testador era irmão de Antônio Pires de Godoy Jorge e de Silvestre da Cunha Claro.
Em 1846 Godoy Jorge era Agente da Coletoria da Província em Amparo. Foi o primeiro Procurador da Câmara nomeado em 1857, cargo que equivaleria hoje a “gerente geral” da administração municipal, encarregado de executar as determinações da câmara (Atas, 1:2v).
Antônio Pires de Godoy Jorge era suplente de vereador na primeira legislatura de nossa câmara municipal e foi convocado a assumir o cargo. Era integrante do Partido Liberal, tendo se envolvido no grave conflito ocorrido na Igreja do Rosário em 2 de fevereiro de 1869, entre liberais e conservadores (EFA, 34). Foi eleito Juiz de Paz em 1861. Em 24/12/1862 foi nomeado suplente do Juiz Municipal e de Órfãos de Amparo, provimento que se repetiu em 8/10/1866. (Atas, 1:122v/123 – 2:24v/25)
Era dono de um terreno murado na Rua Direita, que após alguns desacertos com relação ao preço, acabou sendo vendido à Câmara em 1871. (Atas, 3:46/47). E mesmo atarefado com suas múltiplas atividades, em 25/5/1872 fez pessoalmente a apreensão de animal de Serafim de Godoy Bueno que vagava em suas terras. (Atas,3:102) Poucos anos depois era Godoy Jorge multado pela apreensão de animais seus em terras de vizinhos; alegou queda de cerca de pau-a-pique que separava sua propriedade da do vizinho. (Atas, 3:335)
Em 15/6/1874, José Pedro de Deus e João Antônio Gonçalves indicaram que se conservasse o Diretório das Obras da Matriz, no qual era Procurador o Tenente Antônio Pires de Godoy Jorge. (Atas,3:216)
Foi um dos maçons amparenses que outorgaram procuração em 4/3/1875 ao Conselheiro Saldanha Marinho para reclamar do Governo Imperial contra as bulas papais que excluiam os “pedreiros livres” dos atos da Igreja. (1º of., 33:162v/ 164v)
Elegeu-se vereador novamente em 1865 e 1877, tendo presidido a câmara em muitas sessões. Acompanhou Bernardino de Campos e outros liberais que se tornaram republicanos. Em sua casa foi realizada em 10 de março de 1878 a reunião dos membros do Partido Republicano para a escolha de representante no congresso do partido, a ser realizado na capital.
Na sessão da Câmara de 16/4/1877 foi apresentada uma indicação de Bernardino e Godoy Jorge para representar ao Poder Legislativo (do Império) sobre a necessidade de estabelecer no país “plena liberdade religiosa”, “para aumentar a população moralizada e determinar a fixação de capitais no pais” (sic) (Atas,3:319). Na sessão de 1/6/1877 essa proposta de plena liberdade religiosa no país, apresentada por Bernardino, Godoy Jorge e Gomide foi discutida; falaram a favor da proposta Bernardino, Godoy Jorge e Gomide; contra falou Nunes Jr.; posta a votos foi rejeitada. (Atas, 3:325/326)
Chegou a tenente-coronel da Guarda Nacional no final do século XIX. Em 1885 ocupou o cargo de Delegado de Polícia. (EFA, 36, 87)
Godoy Jorge era proprietário em 1890 de terrenos no Ribeirão, na estrada do Morro das Pedras (EFA, 36, 72), que provavelmente integravam o sítio de 200 alqueires que ele havia declarado ao Registro Paroquial de Terras em 1856. (RPT, 272). Faleceu aos 70 anos em 6/5/1890.
TRONCO V
V – Lauriano Antônio da Cunha e sua mãe Ana Jacinta da Cunha, foram padrinhos de Florêncio, filho de José Manuel da Costa e de Ana Francisca de Jesus, batizado no Amparo em 1853 (BA-5:132v). Lauriano era, pois, irmão de Silvestre da Cunha Claro, de Antônio Pires de Godoy Jorge, de Francisco Antônio da Cunha e de Josefa Maria da Conceição. Lauriano Antônio da Cunha e Antônio Alves Matozinhos foram partidores numa divisão em 1860 entre João Pires do Amaral, José Luís de Melo e Joaquim Alves do Amaral (1ºof., 7:11). Lauriano Antônio da Cunha foi casado com Luzia Maria de Jesus, de quem teve:
1 – Rosa Maria da Cunha, amparense, filha de Lauriano Antônio da Cunha e de Luzia Maria de Jesus, casou no Amparo em 1861 com Bernardino Álvares de Sousa, de Portugal, filho de Joaquim Álvares de Sousa e de Bernardina Maria de Sousa (CA-5:11v)
2 – Maria, batizada no Amparo em 1851 (BA-5:52)
3 – Francisco, batizado em 1842, sendo padrinhos
Silvestre da Cunha Claro e sua mulher Ana Joaquina Cardoso (BA-4:25v).