Os Presidentes da Câmara no Império

Os Presidentes da Câmara no Império

 Os Presidentes da Câmara no Império   Embora o Império fosse a era dos “barões do café” e a imensa maioria dos presidentes da câmara fosse de donos de propriedades agrícolas, raros foram os que se dedicaram exclusivamente à lavoura. Moura Lacerda, o Dr. Araújo, Carlos Augusto do Amaral, e Pinto Nunes Jr. eram bacharéis em direito e advogados militantes.  Pinto Nunes, além disso, foi ativo comerciante, assim como Gomes Barbosa e José Manuel de Miranda. Silva Pinto e Randolfo Margarido foram médicos bem-sucedidos e  Antônio Pires de Godoy Jorge parece ter sido muito mais um empresário urbano do que um lavrador. O único “Barão” que presidiu a Câmara foi Luís Leite, mas já em plena República, depois do 15 de novembro. E mesmo Luís Leite foi um homem muito mais urbano do que rural, exercendo sucessivos cargos na cidade … Continue...
Introdução

Introdução

GOVERNANTES ANTIGOS DE AMPARO   INTRODUÇÃO   Amparo é uma hoje uma cidade de médio porte e de escassa influência política. Mas nem sempre foi assim; no período que mediou entre 1870 e 1930 a cidade foi uma das mais prósperas do país e teve participação importante, às vezes até decisiva, na vida política do país. O café e a intensa atividade política da elite local deram a ela uma posição privilegiada nas últimas décadas do século XIX, junto com Campinas e Itu. Amparo foi um dos ninhos onde foram geradas a Abolição e a República. Três dos membros de nossa Câmara Municipal governaram o Estado: Bernardino de Campos, Peixoto Gomide e Carlos de Campos. E convém lembrar que descendem de amparenses dois prefeitos da cidade São Paulo: Francisco Prestes Maia, este nascido aqui, e Wladimir de Toledo Piza, serrano, … Continue...
Post-Scriptum

Post-Scriptum

POST-SCRIPTUM   Este texto foi extraído de um trabalho mais longo, “Anotações para a História Política de Amparo”, que pretendemos um dia publicar. Entretanto, novos dados obtidos em pesquisas mais recentes permitem enriquecer essas mini-biografias e alterar alguns conceitos que emitimos, pelo que este trabalho deve ser recebido como uma tentativa preliminar e muito imperfeita de biografar personagens tão importantes para a História local. A principal fonte de informações em que nos baseamos foram as atas da Câmara Municipal,  mas para alguns dos personagens não houve tempo de analisar e incluir a participação deles narrada nas atas, defeito a ser corrigido tão logo haja tempo para tal.  Os dados familiares foram colhidos na Genealogia Paulistana de Silva Leme e na imprensa da época. Utilizamos largamente as “Efemérides” do Dr. Áureo de Almeida Camargo, sempre necessárias a quem pesquisa a nossa … Continue...
Antônio Pires de Godoy Jorge

Antônio Pires de Godoy Jorge

ANTÔNIO PIRES DE GODOY JORGE        Antônio Pires de Godoy Jorge, natural de Bragança, onde nasceu em 1820, filho de pai incógnito e de Ana Jacinta da Cunha, foi casado no Amparo em 1844 com Rosa Maria da Conceição, viúva de Inácio Alves de Oliveira. Rosa Maria, ao que parece, faleceu pouco depois, já que fez testamento em 21/1/1845. Ela era filha de Salvador Gonçalves Teixeira e Gertrudes Maria de Jesus. Consta ser Antônio Pires de Godoy Jorge o pai do jornalista amparense Jorge Pires de Godoy, autor dos “Almanaques do Amparo” e um dos pioneiros da imprensa local, que mais tarde, já no século XX, também foi vereador. Até pouco tempo, só se conhecia o nome de um outro parente seu, sua irmã Josefa Maria da Conceição (Atas, 3:382383). Mas o testamento de Francisco Antônio da Cunha … Continue...
Carlos Augusto do Amaral Sobrinho

Carlos Augusto do Amaral Sobrinho

CARLOS AUGUSTO DO AMARAL SOBRINHO   O Dr. Carlos Augusto do Amaral Sobrinho era campineiro, filho de Antônio Rodrigues de Almeida, bacharel em Direito, lavrador e advogado. Prestou compromisso como suplente de Juiz Municipal em 2/9/1873. Foi Eleitor Paroquial, Delegado de Polícia, Vereador e Presidente da Câmara. Era membro destacado do Partido Liberal Amparense. Convidado para assumir o governo da Província de São Paulo em 1881, não aceitou o cargo. Faleceu em São Paulo em 10/10/1920. (EFA, 156)      Começou sua vida política no Amparo como candidato à vereança para o quatriênio 1873/1877(Atas,3:147). Foi advogado da Câmara numa demanda com o Capitão Silveira. (Atas,3:202). Foi indicado para membro do Diretório das Obras da Matriz em 4/5/1874 (Atas,3:212); foi nomeado diretor dessas obras em 1878. Em 1/4/1878 Carlos Augusto do Amaral Sobrinho nomeado Delegado de Polícia prestou juramento. (Atas, 3:358)      … Continue...
Uma Explicação Preliminar

Uma Explicação Preliminar

Uma Explicação Preliminar   Amparo só passa a ter uma administração pública própria a partir de 1857, quando a freguesia é elevada à categoria de vila, criando-se o município, com a instalação de uma Câmara Municipal e com a organização dos serviços públicos locais. Até esse ano éramos governados pela Câmara Municipal de Bragança. As Câmaras Municipais deveriam ser órgãos estritamente administrativos, sem carácter político, mas, como se verá, essa regra nunca prevaleceu no Amparo, especialmente depois que republicanos passaram a integrar a casa. A primeira legislatura só contava 7 vereadores, mas, com a elevação à categoria de cidade, Amparo passou a ter nove legisladores. Não havia prefeito, mas sim, um procurador, contratado pela Câmara para gerir os serviços públicos e executar as ordens e regulamentos baixados por ela. Assim, o Poder Executivo ficava, na prática, concentrado nas mãos do … Continue...
Francisco Antônio de Araújo

Francisco Antônio de Araújo

FRANCISCO ANTÔNIO DE ARAÚJO   Um dos nomes mais ilustres e influentes da política amparense ao tempo do Império, o Dr. Francisco Antônio de Araújo era natural de Mogi-Mirim, onde nasceu a 27/7/1835. Residiu algum tempo em Campinas, mudando-se para Amparo no final de 1866. Faleceu em São Paulo no dia 3/7/1913, depois de residir muitos anos em Amparo, onde foi lavrador e político, ocupando cargos públicos. Deputado à Assembléia Provincial em diversas legislaturas. Membro do Partido Conservador. (EFA, 36, 41, 43, 56, 62, 99, 108, 197)     Logo que chegou a Amparo o Dr. Araújo foi encarregado em 26/11/1866 de uma das Comissões de Recrutamento no município de Amparo para a Guerra do Paraguai: a do Bairro dos Mineiros, junto com Inácio José Bueno. (Atas, 2:28v/29) Em 5/10/1868 um ofício do Secretario do Governo comunicava a nomeação para Delegado … Continue...
Hermelino Pupo Nogueira

Hermelino Pupo Nogueira

HERMELINO PUPO NOGUEIRA        Segundo mais votado nas eleições de 7 de setembro de 1864, Hermelino (ou Ermelindo) Pupo Nogueira assumiu a presidência da Câmara Municipal de Amparo em 7 de janeiro de 1865, por achar-se Antônio Pires de Godoy Jorge, o mais votado, ocupado nos afazeres de suplente de Juiz Municipal em exercício. Presidiu a Câmara até 18 de abril de 1866, quando Godoy Jorge reassumiu seu mandato. (EFA, 14 – Atas, 2:18)      Teve uma atuação discreta como vereador, sendo apenas mencionado em 26 de novembro de 1866 como membro de uma comissão encarregada de preencher alguns questionários do Ministério da Agricultura (Atas, 2:29/29v). Em 19 de dezembro desse ano deixou de comparecer por estar doente e pediu para ser dispensado da comissão, mas o pedido foi negado. Em 21 de janeiro de 1867, já recuperado, foi … Continue...
Joaquim Mariano Galvão de Moura Lacerda

Joaquim Mariano Galvão de Moura Lacerda

JOAQUIM MARIANO GALVÃO DE MOURA LACERDA        A família Galvão de Moura Lacerda teve origem em Santos com o capitão de infantaria daquela praça José Galvão de Moura e Lacerda, moço fidalgo, natural de Lisboa, filho de Leandro Galvão de Oliveira e Araújo, de Leiria, e de Catarina Josefa de Moura Feyo, de Lisboa. Foi casado com Maria Leme de Araújo, filha de Timóteo Corrêa de Góes, provedor da alfândega de Santos, e de Maria Leme das Neves. Tiveram (SL, 7:194;201):      1 – José Pedro Galvão de Moura e Lacerda, nascido em Santos em 1746, foi militar de brilhante carreira, chegando a brigadeiro. Casou em 1771 com Gertrudes Teresa de Oliveira Montes, filha do tenente José Rodrigues Pereira e de Ana de     Oliveira Montes, e foram pais de:           1.1 – Marechal de Campo Joaquim Mariano Galvão de … Continue...
Joaquim Martins Barbosa

Joaquim Martins Barbosa

JOAQUIM MARTINS BARBOSA        Em 1873 era comerciante, estabelecido na Rua Direita, n. 6, com armazém de molhados, louça, ferragens, armarinhos, etc. (Almanak da Província de São Paulo de 1873, 423 – Atas, 3:105). Já era comerciante desde 1871, pelo menos.      Joaquim Martins Barbosa foi casado em 1841 com Gertrudes Maria de Jesus, filha de Antônio de Cerqueira César e Vasconcelos e de Gabriela Maria de Oliveira (1º of., 35:167v – CA-5:131). Antônio de Cerqueira César e Vasconcelos era filho do Capitão José Moreira César e de Gertrudes Maria de Vasconcelos, enquanto Gabriela Maria de Oliveira era filha de José Corrêa dos Santos e Lina Rosa de Oliveira, casal bragantino que já estava no Amparo em 1830. Em segundas núpcias Gabriela foi casada com o português Joaquim Machado Júnior, que também foi político em Amparo, sem geração deste.   … Continue...