Capt. 1 – O Ufanismo

Capt. 1 – O Ufanismo

“Porque me Ufano do meu Amparo” Janeiro de 2018 José Eduardo de Godoy Á Há mais de um século o Conde Afonso Celso publicou uma obra intitulada “Porque me ufano de meu pais”. Nesse livro ele enumerava as inúmeras vantagens e riquezas do Brasil, dando origem a uma corrente denominada “ufanista”, ultra-nacionalista, embora não xenófoba.  A esquerda, que é cosmopolita, e a direita financeira, ligada aos grupos econômicos internacionais, odeiam essas idéias e sustentam que elas atrapalham o progresso do país. Essas idéias não eram novas. Elas remontam ao nosso caro escrivão da frota de Cabral, Pero Vaz de Caminha, que escreveu ao Rei de Portugal, dizendo que “a terra é chã e fermosa, nela em se plantando tudo dá”. Depois vieram Pero de Magalhães Gandavo, Frei Vicente do Salvador, Fernão Cardim, Gabriel Soares de Sousa e Ambrósio Fernandes Brandão, … Continue...
Capt. 2 – O Amparo

Capt. 2 – O Amparo

E Amparo? Temos razão para nos ufanar dele? Aqui também há, entre alguns moradores, um sentimento de frustração, de desânimo, que se exterioriza por um certo desinteresse pelos assuntos do município.  Outros se encastelam em postos chaves de instituições e as deixam morrer, alegando que nada pode salvá-las.  Um terceiro grupo, enfim, por inveja ou por ódio pessoal, aplaude todas as medidas que prejudicam ou empobrecem a economia do município. Há, pois, necessidade de uma reação que neutralize esses sentimentos negativos. Somos uma cidade pequena, mas não miserável, nem atrasada.  Ao contrário, Amparo é um lugar próspero e culto, com um passado rico e um presente de trabalho e progresso e um futuro que pode ser brilhante.  Só depende de nós, amparenses! Vamos rever o que sabemos de nossa cidade.  Vamos redescobrir quem somos, o que fazemos e o que … Continue...
Capt. 3 – A terra do Amparo

Capt. 3 – A terra do Amparo

Antes, entretanto, que recapitulemos os amparenses e suas obras, cabe um breve elogio à terra da qual, em última análise, tiramos o nosso sustento. É preciso ressaltar que nós, amparenses, vivemos em “terras chãs e fermosas” abençoadas por Deus, “nas quais, em se plantando, tudo dá”, banhadas por dois belos rios, o Camanducaia e Jaguari.  O relevo acidentado dificulta a mecanização em boa parte do município, mas a fertilidade do solo compensa largamente a produção de café, frutas e até mesmo de cereais como o milho e o feijão, além de batatas, mandioca e uma infinidade de outros gêneros.  Já mencionamos que éramos o primeiro ou segundo maior produtor mundial de café na década de 1870, e em 1905 Amparo era o segundo maior produtor agrícola do Estado, com 9.661:700$000; entretanto, já em pleno século XX, no governo Geisel, uma … Continue...
Capt. 4 – Os Amparenses

Capt. 4 – Os Amparenses

Voltemos aos amparenses. Quem são eles? O que tem feito nos últimos duzentos anos? Quem, para efeito deste trabalho, é amparense? Adotamos o princípio do “jus sanguinis” – “filho de amparense é amparense” …  –  Todos os que nasceram em Amparo e seus filhos, todos os que moraram em Amparo e, conforme o caso, também seus filhos.  E há personagens históricos que simplesmente passaram por Amparo, alguns dias ou horas, mas que pertencem a nossa História. Decidimos incluí-los também, para não mutilar esta resenha. Então, começando pela política, vejamos quais são os destaques. Em nível municipal, no Império, o comando político se alternou entre conservadores e liberais, embora os republicanos ganhassem força a cada dia. O chefe conservador era o Dr. Francisco Antônio de Araújo, e o liberal era o Barão de Campinas, embora este nunca houvesse ocupado cargos políticos.  … Continue...
Capt. 5 – Política

Capt. 5 – Política

  Gilberto Bueno Schlitter Silva – amparense, foi Subsecretário Geral da ONU.  O Secretário Geral da ONU é, teoricamente, a maior autoridade do planeta. Na prática… quem manda são as grandes potências.  Gilberto Schitter foi quem pessoalmente interveio e resolveu o conflito entre o Vietnã e o Cambodja, acabando com a guerra entre essas nações, além de outras realizações. Laudo de Camargo – amparense, presidente do Supremo Tribunal Federal – foi interventor em São Paulo em 1932, tendo governado o Estado por alguns meses. Prestes Maia – amparense, urbanista, prefeito de S. Paulo duas vezes. Wladimir de Toledo Piza – prefeito de S. Paulo, serrano, mas filho de mãe amparense. José Pires Neto – amparense, foi prefeito de Campinas duas vezes. José Maria Whitaker – ministro da Fazenda duas vezes, em 1930 e 1954 – é mencionado numa notícia como … Continue...
Capt. 6 – Religião

Capt. 6 – Religião

E nas atividades religiosas, tivemos quem se notabilizasse?  Mas é claro! Há nomes que não podem ser esquecidos, porque alguns fazem parte da História do Brasil. O Cardeal Leme, filho de amparense, neto de Francisco da Silveira Franco, foi o segundo brasileiro a alcançar a púrpura cardinalícia. Grande orador sacro, pregou várias vezes em Amparo e manteve ligações estreitas com a cidade. Teve atuação decisiva na Revolução de 1930, quando convenceu Washington Luís a deixar o Catete, sem resistir, o que evitou um banho de sangue na ocasião. E D. Roberto Pinarello de Almeida, bispo de Jundiaí, amparense da gema, grande orador sacro, reitor da PUCCAMP, é uma de nossas glórias. O Padre João Manuel de Carvalho – potiguar, deputado geral no Império –  foi vigário de Amparo por duas vezes, além de participar da política local e de dirigir … Continue...
Capt. 7 – Arte e Ciência

Capt. 7 – Arte e Ciência

E nas artes, nas letras, nas ciências, o que fizeram os filhos de Amparo?  Fizeram muitas coisas importantes, cada qual na sua especialidade. Pedro de Azevedo – foi quem trouxe a tilápia, esse simpático peixinho que alegra nossas pescarias e nossas refeições. Ao que nos consta, a tilápia é originária do Rio Nilo, na África, e foi introduzida pelo Instituto Biológico nos nossos rios. Walter Martins – o Magalu, ambientalista, reflorestou as margens do Camanducaia, dotando-o de uma exuberante mata ciliar. Ele era vereador na época.  Oxalá outros edis fizessem algo similar… Odilon Monteiro –foi o maior produtor de mel do Brasil, em apiários situados em Amparo, Coqueiros e Itapira. Chegou a ter 700 colmeias em produção, com uma colheita de 10 toneladas anuais.  Era um estudioso do assunto, e sua produção era baseada em técnicas científicas. Paulino Rech – … Continue...
Capt. 8 – Cultura

Capt. 8 – Cultura

Todas as áreas da cultura foram cultivadas pelos amparenses desde as mais priscas eras. As letras e as artes se desenvolveram no município já no século XIX, com o surgimento de jornais, teatros, escolas, corporações musicais, bibliotecas, clubes. Velhas casas das fazendas mostram paredes com decoração clássica e sabe-se que até revistas e jornais estrangeiros eram assinados por nossos ancestrais.  E a cidade produziu algumas figuras importantes para a cultura brasileira: Carlos Ferreira – jornalista, teatrólogo, educador, benfeitor de nossa biblioteca, que funciona em prédio por ele doado, foi colega e companheiro de quarto de Castro Alves. Cléo de Verberena – Jacira Silveira – amparense, foi atriz, cineasta pioneira, primeira mulher a dirigir um filme de cinema no Brasil. Áureo de Almeida Camargo – advogado, filho do ministro Laudo de Camargo, é por excelência o historiador do Amparo, não só … Continue...
Capt. 9 – Esportes

Capt. 9 – Esportes

Nossa cidade sempre teve bons esportistas, em diversas modalidades, e por isso mesmo, filhos de amparenses, em outros lugares, também se destacaram em competições esportivas.  Do futebol ao judô, da natação ao jogo de damas, nossos conterrâneos têm brilhado desde muito tempo. Basta dizer que na década de 1950 a rainha de Wimbledon era Maria Esther Bueno, filha do amparense Pedro Bueno.  O amparense Nelson Vaz Moreira, presidente do Fluminense F.C., do Rio de Janeiro, e seu filho Ronald Moreira também foram tenistas destacados.  E Maria Lenk, nossa primeira recordista mundial de natação, era professora de Educação Física em nosso Ginásio do Estado e treinava na piscina do Club Amparense de Natação, hoje Irapuã.  Aliás, o Club Amparense de Natação já tinha uma equipe de “water-polo” na década de 1930. É interessante lembrar, porém, que a primeira modalidade esportiva praticada … Continue...
Capt. 10 – Educação

Capt. 10 – Educação

Escolas e professores sempre tivemos. Já nos primeiros dias do município, José Lourenço Gomes, era professor aqui. Depois, foram sendo criadas outras cadeiras, e chegamos a ter escolas rurais durante o Império. No final do século XIX havia vários colégios particulares em Amparo, alguns famosos, e muitas cadeiras de primeiras letras na cidade e nas fazendas. No começo da República o coronel Luís Leite conseguiu a criação de um dos primeiros “grupos escolares” do país, que, merecidamente teve seu nome. Depois tivemos a Escola Profissional, a Escola Normal das dominicanas, o Ginásio do Estado (transformado em Instituto de Educação), e finalmente a Faculdade Plínio do Amaral. Colégio Azevedo Soares – célebre colégio de São Paulo que se mudou para Amparo, no final do século XIX, ao que parece, para escapar de uma epidemia.  Anos mais tarde voltou para São Paulo. … Continue...