E nas atividades religiosas, tivemos quem se notabilizasse? Mas é claro! Há nomes que não podem ser esquecidos, porque alguns fazem parte da História do Brasil.
O Cardeal Leme, filho de amparense, neto de Francisco da Silveira Franco, foi o segundo brasileiro a alcançar a púrpura cardinalícia. Grande orador sacro, pregou várias vezes em Amparo e manteve ligações estreitas com a cidade. Teve atuação decisiva na Revolução de 1930, quando convenceu Washington Luís a deixar o Catete, sem resistir, o que evitou um banho de sangue na ocasião.
E D. Roberto Pinarello de Almeida, bispo de Jundiaí, amparense da gema, grande orador sacro, reitor da PUCCAMP, é uma de nossas glórias.
O Padre João Manuel de Carvalho – potiguar, deputado geral no Império – foi vigário de Amparo por duas vezes, além de participar da política local e de dirigir jornal em Amparo. Celebrizou-se por haver gritado “Viva a República” no Parlamento do Império, o que causou escândalo geral nos meios políticos, mas que era um prenúncio das mudanças que viriam.
Monsenhor João Batista Lisboa – natural de Capivari, foi vigário em Amparo durante quase sessenta anos. Pai da pobreza, administrador competentíssimo, amigo e orientador espiritual de milhares de amparenses, foi homem de confiança dos bispos de Campinas, a quem auxiliou várias vezes em assuntos delicados. Completou a reforma da atual Catedral, promoveu o Congresso Eucarístico Regional e organizou modelarmente as instituições de beneficência católicas.
O Padre Luís Fernandes de Abreu – coadjutor da paróquia de Amparo, heroico capelão do Batalhão 23 de Maio, aprisionado em combate quando liderava a tentativa de retomada da cidade em 1932.
José Ortiz de Camargo Bichinho – simples carroceiro, neto de escravos, que tomou a peito a ideia de construir a Igreja de São Benedito.
O rito maronita, ao qual pertencia a maior parte da colônia árabe de Amparo, foi contemplado com a visita do Bispo de Zahle, do Líbano, o que foi motivo de grande festa da colônia em 1905. Isso, sem falar em outros sacerdotes ilustres e amados pelo povo de Amparo, como Monsenhor Pedro dos Santos, Padre Roque de Sousa Freire, nosso primeiro capelão, o bandeirante padre Mateus Nunes de Siqueira, desbravador do nosso sertão, Padre José Narciso Vieira Ehrenberg, secretário geral da CNBB, uma das inteligências mais fulgurantes de sua época, e outros virtuosos membros do Clero.
Nosso Congresso Eucarístico Regional, em 1944, foi uma festa sem precedentes, que
serviu de modelo para outras cidades.
E finalmente, nos anos noventa, Amparo passou a sediar uma diocese. E já tivemos três bispos.
E as outras confissões religiosas?
Pastores evangélicos já andavam por Amparo na década de 1870. O Pastor José Manuel da Conceição pregou em Amparo em 13/6/1873, segundo Dr. Áureo de Almeida Camargo conta nas Efemérides Amparenses.
E os espíritas, sob a liderança da família Brunelli, criaram essa magnífica obra que foi o Sanatório Ismael, além de manter intensa ação de caridade.