BIOGRAFIA
ANTÔNIO PIRES DE GODOY JORGE
Antônio Pires de Godoy Jorge, suplente de vereador na primeira legislatura da câmara municipal de Amparo, iniciada em 1857 (EFA, 13), voltou à câmara em 1865 como vereador eleito e, por ser o mais votado, presidindo a casa, mas passou a presidência ao vereador Pupo Nogueira, o segundo mais votado, por “achar-se com a vara de primeiro supplente de Juiz Municipal do termo desta Villa”.
HERMELINO PUPO NOGUEIRA
Segundo mais votado nas eleições de 7 de setembro de 1864, Hermelino (ou Ermelindo) Pupo Nogueira assumiu a presidência da Câmara Municipal de Amparo em 7 de janeiro de 1865, por achar-se Antônio Pires de Godoy Jorge, o mais votado, ocupado nos afazeres de suplente de Juiz Municipal em exercício. Presidiu a Câmara até 18 de abril de 1866, quando Godoy Jorge reassumiu seu mandato. (EFA, 14 – Atas, 2:18)
Teve uma atuação discreta como vereador, sendo apenas mencionado em 26 de novembro de 1866 como membro de uma comissão encarregada de preencher alguns questionários do Ministério da Agricultura (Atas, 2:29/29v). Em 19 de dezembro desse ano deixou de comparecer por estar doente e pediu para ser dispensado da comissão, mas o pedido foi negado. Em 21 de janeiro de 1867, já recuperado, foi nomeado para outra comissão, encarregada de dar parecer nas contas de receita e despesa da edilidade; no dia seguinte foi nomeado para mais uma comissão, esta encarregada de dar parecer sobre as contas do tesoureiro das obras da Matriz, custeadas pela Câmara.
Voltou a presidir sessões em 17 e 18 de junho de 1867, mas novamente declarou-se doente, faltando a todas as reuniões seguintes. Só voltou à Câmara em 25 de maio de 1868. Em 5 de outubro desse ano, como membro da Comissão de Contas, foi encarregado de dar parecer sobre a receita e despesa da Câmara. Não mais compareceu às sessões da Câmara, parecendo ter se afastado do município.
Ermelindo de Assis Pupo Nogueira (esse o nome completo) era natural de Campinas, filho do Dr. Francisco de Assis Pupo, de Iguape, e de Rita Luísa Nogueira, campineira. Era neto paterno do sargento-mor Bento Pupo de Gouvêa e de Maria Joaquina de Jesus, neto materno do sargento-mor Teodoro Ferraz Leite, veterano das guerras no Sul, e de sua segunda mulher Maria Luísa Teixeira. Era parente próximo dos coronéis João Belarmino Ferreira de Camargo e Pedro Penteado, que liderariam a política amparense no começo da República.
Foi casado com Francisca de Andrade, filha do major Teodoro Franco de Andrade, de quem teve vasta descendência.
Em 1861 havia comprado de Diogo Rodrigues de Araújo e sua mulher Gabriela Maria de Jesus uma “parte de terras no sítio de sua finada sogra e mãe Maria Pires, no Bairro da Areia Branca, havido por herança dela”. (PO/LN, 7:121v)
Não encontramos seu nome em outros documentos locais depois da época em que foi vereador, mas ainda em 1873 era fazendeiro de café e algodão em Amparo. Realmente, ao que parece, mudou-se daqui depois, já que aparece em 29/2/1880 como 2º suplente de juiz municipal na Penha de Mogi-Mirim, hoje Itapira. (Correio Paulistano)
ANTÔNIO MANSO DE ALMEIDA
Antônio Manso de Almeida, vereador eleito em 1865, era casado com sua prima Carolina Severina de Almeida, filha do Alferes Antônio Joaquim de Almeida e de Gertrudes Maria de Jesus. Ele era filho de Manuel Manso de Almeida e de Ana
Joaquina de Oliveira e sobrinho do Alferes Antônio Joaquim de Almeida, suplente convocado em 1862.
Seu avô Francisco de Almeida Machado, filho de Antônio Machado Cardoso e de Catarina Corrêa de Almeida, casou em 1788 na Conceição dos Guarulhos com Custódia Bueno da Silva, filha de Francisco Bueno de Azevedo e de Rosa Maria (SL, 1:399 e 5:337). Francisco foi morador em Amparo onde possuia um sítio com a extensão de 450 alqueires, ou seja, uma grande propriedade, que divisava, entre outros, com o capitão Francisco Mariano Galvão Bueno e com o rio Camanducaia.
Manso de Almeida sofreu uma dura por suas repetidas ausências às sessões da Câmara. Em 14/9/1866, “pelo Vereador Palhares foi pedida a palavra e disse à Câmara que há três sessões mais ou menos o Vereador Almeida (Antônio Manso de Almeida) apresenta parte de doente, e agora oficiou a Câmara que deixava de comparecer por que o seu Cunhado Francisco Antônio de Almeida vinha tomar posse como Suplente de Vereador, e finalmente a Câmara mandou oficiar que devia hoje comparecer nos trabalhos, visto que o seu Cunhado deixou de tomar posse, torna a oficiar que não comparecia por incomodos de saude e entendia que devia ser multado e que para a absolvição da multa imposta que se justificasse, o que posto a votos pelo Presidente foi aprovado a multa sendo vencido o Vereador Ribeiro”. (Atas, 2:48v/49v)
JOAQUIM DE SOUSA TOLEDO
Vereador eleito para o quatriênio que se iniciava em janeiro de 1865 (EFA, 14), Joaquim de Sousa Toledo é um personagem ainda mal conhecido na história política do Amparo. Quase nada encontramos, por enquanto, de seus dados familiares e ocupacionais, nem de qualquer propriedade sua. Apenas seu sobrenome parece indicar um parentesco com a família Paula Sousa, especialmente com o vereador Antão de Paula Sousa, que possuia uma filha com o sobrenome Sousa Toledo. Além disso, Joaquim de Sousa Toledo é encontrado em alguns assentos de casamento de seus escravos, estes batizados em Campinas. Presumimos, assim, que Sousa Toledo fosse mais um dos muitos fazendeiros de Campinas que migraram para o Amparo em busca de terras adequadas ao plantío do café. Levando a pesquisa adiante encontramos seu nome entre os fazendeiros de café e algodão, no Almanak da Província de São Paulo para 1873.
Novas pesquisas nos jornais “Correio Paulistano” e “Província de São Paulo” (hoje “O Estado de São Paulo”) permitiram descobrir que Joaquim de Sousa Toledo foi casado com Cândida de Sousa, falecida aos 68 anos em 1914, e que teve uma filha Carolina de Sousa, casada em 1882 com João Batista de Sousa. Foi possível descobrir também que ele teve propriedades na Areia Branca e no Córrego Fundo, de onde fugiram alguns de seus escravos. Igualmente apurou-se que Joaquim de Sousa Toledo exercia as funções de avaliador judicial em Campinas, por volta de 1913/1915.
De sua atuação como vereador sabe-se que logo em 8 de fevereiro de 1865 “pelo Vereador Souza Toledo foi indicado que se nomeie o Cidadão Leopoldino Augusto da Silveira Vasconcellos para Procurador desta Camara, o que sendo posto em discução e a votos foi approvado sem discução”; e, a 27 de abril do mesmo ano, “pelo Vereador Souza Toledo foi indicado que se nomeê um arruador suplente visto estar o actual doente e impossibilitado de servir por enquanto e indicava Joze Lourenço de Araujo Cintra, o Senhor Presidente pos em discução e como não houve quem pedice a palavra, pos a votos se devia ou não nomear um um (sic) arruador suplente, e sendo posto a votos foi approvado e que se convidasse o proposto para amanhã as dez óras da manhã vir tomar posse de suplente arruador”.
Não compareceu ao começo da sessão de 13 de julho de 1865, alegando motivo de saúde, mas acabou assinando a ata.
Na sessão de 24/1/1866 apresentou a seguinte indicação : “Indico que tendo o cobrador, e secretario dos reditos da obra da Matriz sido nomeado Tabellião de Nottas, emprego que tira muito tempo ao empregado pelos muitos affazeres, e constando ter o mesmo de o mesmo de pedir sua demissão de cobrador, a bem do interesse da mesma obra, proponho para ser nomeado para esse emprego a Antonio Joaquim d’Oliveira Prestes Junior, por ser pessôa muito conhecida, e com todas as qualidades que se pode exigir para dito fim”.
Em 1867 chegou a assumir a presidência da casa, em virtude da falta dos sucessivos titulares.
JOSÉ PALHARES DE ANDRADE
O vereador José Palhares de Andrade era filho do também vereador da primeira legislatura Manuel Fernandes Palhares de Andrade (mencionado por Silva Leme, 9:85 nota) e de Teresa Maria de Jesus Pupo, de Iguape, esta filha do Sargento-mor Bento Pupo de Moraes e de Joaquina Maria de Mendonça.
Este Manuel Fernandes Palhares de Andrade era provavelmente filho do Tenente José Palhares de Andrade, casado com Joaquina Ortiz Palhares, já falecido em 1845, mas ainda vivo em 1837, quando testemunhou um casamento em Serra Negra, e em 1838, quando batizou a filha Claura.
Seu neto homônimo, o vereador José Palhares de Andrade, fez parte do corpo de jurados do primeiro julgamento pelo Tribunal do Juri em Amparo em 10/6/1863.
José Palhares de Andrade apresentou várias emendas e indicações na sessão de 13 de julho de 1865 sobre as posturas e a construção de um matadouro para rezes. (EFA, 112)
Fez dura crítica ao vereador Antônio Manso de Almeida por suas repetidas faltas às sessões, pedindo que este fosse multado, o que foi aprovado pelo plenário. (Atas, 2:48v/49v)
FRANCISCO DE SOUSA MELO
Francisco de Sousa Melo, batizado no Amparo em 1837 (BA-3:8), filho de Antônio de Sousa Melo e Justina Maria de Sousa, casou em 1864 com Deolinda de Assis Arantes, filha de Francisco Batista de Assis Arantes e Maria Rosa de Sousa (CA-5:60) Francisco de Sousa Melo era fazendeiro e fora eleito vereador em 1865, mas não cumpriu o mandato, por ter falecido em 1867. (CA-5:130v/131 – EFA, 14)
Deolinda de Assis Arantes, depois de viúva de Francisco de Sousa Melo, sepultado em Amparo, casou no Amparo em 1868 com Luís de Sousa Leite, de Mogi Mirim, filho de José Leite de Sousa e de Justina Maria de Jesus, já falecida.
JOAQUIM DE LIMA RIBEIRO
I – Joaquim de Lima Ribeiro, foi casado com Florisbela Maria, e depois de viúvo de Florisbela Maria, casou em 1855 com Maria Franco da Fonseca, viúva de Manuel Antônio de Godoy. Joaquim de Lima Ribeiro foi eleito vereador em 1865. Em 20/2/1874 fez testamento, no qual declarou ser natural de Bragança, filho de Lucas de Lima Ribeiro e de Gertrudes Maria da Conceição, já falecidos. Era homem bastante religioso, determinando nas suas últimas vontades a realização de missas e alguns legados pios.
Joaquim e Florisbela foram pais de:-
1 – Luís, batizado em 1840, não sobreviveu.
2 – Maria Salomé do Espírito Santo, casada com Albino de Oliveira Preto.
3 – Maria Honória de Jesus, já falecida em 1874, foi casada com João Antônio de Camargo.
Joaquim e Maria Franco da Fonseca tiveram:
4 – Antônio;
5 – Maria Ana;
6 – Balbina;
7 – Francisca.
Apesar da divergência de nome da mãe, certamente é a sua filha, num primeiro casamento, a “Maria Honória de Jesus, natural de Socorro, filha de Joaquim de Lima Ribeiro e Florinda Maria de Jesus, que casou no Amparo, em 7/2/1865, com Antônio Franco de Godoy, natural de Bragança, filho de Antônio da Silva Ramos e Rita Maria de Jesus, já falecidos. (CA-5:65)
Joaquim de Lima Ribeiro possuia em 1856 um sítio de 6 alqueires, plantados em milho, no “bairro do ribeirão”, nas proximidades do bairro dos Limas. (RPT, 171)
Teve problemas na sua casa, na vila de Amparo, em 1863, quando o então Fiscal e futuro vereador Manuel Joaquim Franco desviou “as águas do monte” para o seu quintal. A Câmara mandou intimar Manuel Joaquim Franco a repor as águas no seu primitivo curso.
SUPLENTES CONVOCADOS:
JOSÉ DA SILVEIRA FRANCO
Suplente convocado em 14 de setembro de 1867, o Capitão José da Silveira Franco foi veterano das guerras do Sul, onde lutou de 1817 a 1823, tendo marchado contra Montevidéu, voltando no posto de tenente. Segundo Silva Leme, ele teria se casado com uma uruguaia, Maria Jacob de Castro. Participou da Revolução Liberal de 1842, quando foi acusado de planejar um ataque contra Bragança. Anistiado, foi nomeado em 1844 subdelegado de polícia e em 23/5/1845 convidou “a todos os moradores a botarem luminárias nas suas frentes no dia de hoje e o mais que quiserem, os quais deverão todos mostrar muita alegria, por ter a Imperatriz dado à luz um Príncipe”. Em 1846 era aindaJuiz de Paz, cargo para o qual fora eleito em 1844 com 146 votos, e organizou uma “lista de todos os povos livres existentes nesta freguesia”, com um total de quase 2.300 moradores. (EFA, 35/36, 63, 92, 110, 135, 157)
Ainda em 1863 esse velho soldado se ofereceu ao Imperador para pegar novamente em armas contra os inimigos do Império.
Em 14/9/1866 “compareceu o Capitão José da Silveira Franco a chamado da Camara para prestar juramento e tomar posse como Vereador Suplente da mesma. (Atas, 2:48v/49v)
Em 8/10/1866 um ofício do Presidente da Província
comunicava ter nomeado para terceiro suplente de Delegado a Antônio Joaquim da Cunha Pantaleão e para quarto o Tenente José da Silveira Franco, tudo nesta data prestando juramento do quarto Suplente do Delegado de Policia o mesmo Tenente. (Atas, 2:24v/25)
Em 1871 se cuidava do nivelamento “na saída da Rua Direita”, atual Rua 13 de Maio, e em 6/2/1871 cogitou-se da desapropriação de terrenos de José Silveira Franco, João Bokiler e Firmino Pires Cardoso, por compra particular, afim de dar à Rua Direita a largura de 60 palmos desde “a casa de Antônio Rodrigues da Silva até a casa do Alferes Rodrigues, última casa da mesma rua”. (Atas, 3:18)
Nesse mesmo ano, em 27/2/1871 – Tenente José da Silveira Franco era Aferidor de pesos e medidas; havia arrematado essa função pela quantia de 120$000. (Atas, 3:26). E já em 6/3/1871 um ofício do Aferidor José da Silveira Franco fixava a data marcada para aferição dos pesos e medidas nas casas comerciais. (Atas, 3:29)
Na sessão de 18/8/1873 da Câmara noticiava-se que José da Silveira Franco havia proposto uma ação possessória para se manter em um terreno vizinho ao beco de José Manuel de Miranda; isso dificultava as obras previstas e a Câmara autorizou o Procurador a sustentar demanda com José da Silveira Franco. (Atas,3:173)
José da Silveira Franco faleceu em 1875 e dele escreveu a Tribuna Amparense: “Gozou de grande fortuna e larga influência, morre pobre, mas legando à sua família um tesouro inestimavel – a imaculada tradição de um homem de bem”.
Há alguns homônimos, aparentados com ele, difíceis de distinguir em alguns casos, criando certo embaraço em alguns pontos de sua biografia. Mas os dados que se seguem não oferecem dúvida alguma.
José da Silveira Franco era filho de Francisco da Silveira Franco, atibaiense, e de sua primeira mulher Ana Gertrudes de Campos. Era neto paterno do segundo capitão-mor de Atibaia, igualmente de nome Francisco da Silveira Franco e de sua mulher Maria Cardoso de Oliveira, e neto materno de Amaro Leite de Moraes, de Aiuruóca, e de Maria Leite de Araújo, conforme vem descrito na Genealogia Paulistana, de Silva Leme, 2:70. A descendência que descobrimos de José da Silveira Franco e de Maria Jacob é a seguinte:
9.1 – Albina da Silveira Franco, batizada em 1829 em Serra Negra, casada em 1844 com Manuel Fernandes Guimarães, natural do Rio de Janeiro, filho de Manuel Fernandes da Costa Guimarães e de Eufrásia Maria de Guimarães (CA-2-69v. e BSN-1:10v.)
9.2 – João da Silveira Franco, falecido solteiro; voluntário na guerra do Paraguai;
9.3 – José da Silveira Castro, também voluntário da Pátria, casado duas vezes, com geração; era conhecido também por José Leonel da Silveira Castro, amparense, e casou a primeira vez no Amparo em 1872 com Cecília Querubina Alves, de Campinas, filha de José Custódio Alves e de Ana Bárbara, já falecida. (CA-6:42)
9.4 – Amélia;
9.5 – Balduína;
9.6 – Antônio de Pádua da Silveira Franco (EFA, 44)
9.7 – Brandina da Silveira Franco, casada em 1861 com Francisco Manuel de Cerqueira César, viúvo de Maria Francisca de Godoy.
MANUEL JOAQUIM FRANCO
Manuel Joaquim Franco, segundo suplente mais votado de vereador, foi convocado em abril de 1865 para assumir o cargo na ausência de vários edís que vinham faltando seguidamente, impedindo a câmara de deliberar por falta de número. Manuel Joaquim Franco era participante antigo da administração municipal, tendo sido nomeado Fiscal em substituição a Manoel Joaquim de Cerqueira Cesar, em 19/10/1858. Ainda nesse cargo Manuel Joaquim foi protagonista de vários incidentes.
Um dos atritos mais sérios foi com o vereador Manoel Joaquim de Cerqueira César, a quem Franco multou por manter bilhar público sem licença. (Atas, 1:115v)
O vereador César contra-atacou logo, em 5/12/1862: ” Pelo Senhor Vereador Cezar foi indicado que se demittisse o actual Fiscal Manoel Joaquim Franco declarando que éra omisso e não cumpria seus deveres, e que os pesos e medidas por elle afferidos não estão sertos. Cuja indicação o Senhor Presidente pondo a votos, pelo Senhor Vereador Moreira foi observado que não éra coherente que se desse hua demissão só por hua simples indicação e que julgava necessario ser acompanhado de documentos que comprove esses factos alegados pelo Sr. Vereador Cezar para assim ser deferido na sua pretenção; cuja observação sendo apoiada não passou a demissão do Fiscal”.
O desfecho do caso em 27/4/1863 é bem típico da política brasileira: “Pela Comissão encarregada de dar seu parecer acerca da multa imposta pelo ex-Fiscal Manoel Joaquim Franco a Manoel Joaquim de Cerqueira Cezar, por este ter Bilhar publico sem a competente licença, foi apresentado foi apresentado o parecer declarando que comquanto a Lei de 10 de Outubro de 1828 não dá atribuição p.a que as Camaras releve da multa a individuos que foi imposta multa pelo Fiscal, todavia ella por benevolencia pode relevar qualquer individuo que foi imposto a multa pelo Fiscal não havendo serteza que o individuo por maneira algua possa defender-se na presença da Authorid.e Policial para a Camara não soffrer com as custas, e que por isso inda Camara algua foi processada nem suspensa, e a Camara tomando conhecimento do termo de multa, e o achando com falta de regularidade o Senhor Presidente pos a votos, e foi unanimemente aprovado que o Multado Manoel Joaquim de Cerqueira Cezar fosse relevado da multa”.
Outro incidente sério ocorreu com o cidadão Joaquim de Lima Ribeiro. Por este “foi requerido a esta Camara para que mande encaminhar as agoas por outro lugar que não no seo quintal porque já está como huma lagoa dando assim prejuizo em seos alvoredos alegando que o ex-Fiscal Manoel
Joaquim Franco foi quem guiou as agoas do Monte para o seo quintal e a Camara examinando-o resolveo dar o despacho seguinte: O actual Fiscal intime ao ex-Fiscal Manoel Joaquim Franco para que desvie as agoas affim de não hirem mais no quintal do supplicante bem assim que tape ou soterre os buracos que fes para sacar suas taipas. Passo da Camara em sessãode vinte e oito de Janeiro de mil oitocentos e cecenta e tres. = Miranda = Amaral Secretario”.
Em 13/9/1871 Manuel Joaquim serviu de fiador de Manuel de Paiva Moreira, que arrematara os consertos na Rua do Rosário. (Atas,3:66/67) Manuel Joaquim Franco possuía uma olaria em 1873 na Rua do Cemitério, atual Rua Luís Leite, ou mais provavelmente, no seu prolongamento, ou seja, na Rua Capitão Alceu Vieira, onde seus descendentes tiveram uma cutelaria.
Em 1873 candidatou-se a vereador para o quatrienio 1873/1877, obtendo apenas 8 votos. (Atas,3:147) Nesse ano voltou a ter atritos com a Câmara. Em 18/8/1873, uma reclamação feita na Tribuna (Amparense) por Manuel Joaquim Franco relativa ao pagamento de impostos sobre pastos de aluguel, leva a Câmara a dar ordem ao Fiscal para informar (Atas,3:174). Em 1/9/1873 um ofício do Fiscal declara que sobre a reclamação de Manuel Joaquim Franco nada podia informar, pois a cobrança de imposto sobre pastos de aluguel era prevista nas Posturas (Atas,3:176). Em 20/10/1873 Manuel Joaquim Franco pediu nomeação de uma comissão para examinar a arborização dos Largos da Matriz e Rosário. A Câmara atendeu e foi nomeada a comissão. (Atas,3:184)
Mas a partir daí suas relações com a Câmara parecem ter melhorado. Em agosto de 1875 é feita abertura de beco a partir da Rua da Princesa Imperial até a do Rosário, com 48 palmos de largura, desde a casa de Manuel Joaquim Franco, em terrenos de Avelino Dias de Almeida, que cedeu 10 palmos para isso (Atas,3:261). Nesse mesmo ano, em 4/11/1875, ele e sua mulher Lidubina fizeram testamento no cartório do 1º Ofício.
Em 20/3/1876 um ofício do Fiscal informa que fora concluído o aterro no começo da estrada para Serra Negra e que Manuel Joaquim Franco permitira a abertura de esgoto no pasto de sua propriedade(Atas,3:280).
Essa propriedade ficava situada nos limites da cidade. (Atas, 3:346/347).
Em 1875 Manuel Joaquim Franco e sua mulher Lidubina Maria de Jesus venderam a casa n. 53 da Rua da Princesa Imperial a Frederico Hammerly Filho. (1º of., 34:193). E
Também venderam um terreno na Rua da Princesa Imperial a Antônio José Rodrigues, em 4/11/1875 (1º of., 35:24)
Em compensação, Manuel Joaquim Franco comprou, em 5/1/1876, parte de uma casa na Rua da Princesa Imperial, de João Rodrigues Teixeira, havida por adjudicação em execução contra Eugênio Pinto Pereira. (1º of., 35:80)
Em 1883 volta a ter problemas com a administração municipal. Em 5 de julho desse ano Manuel Joaquim Franco, dono de casa na rua da Princesa Imperial, vizinho de Ana Maria de Lima, é multado por causa de uma taipa entre as casas (Atas, 4:146). A 19 do mesmo mês recebe uma intimação para demolir o oitão de sua casa na rua da Princesa Imperial (Atas, 4:149).
E os atritos continuam: em 17/8/1885 é apresentada à Câmara uma representação de 40 cidadãos pedindo para “dessecar as lagoas que existem nos pastos de Manuel Joaquim e dos herdeiros do finado José Manuel Cintra, assim como o rompimento de um açude situado em terrenos que pertencem a D. Felisbina Franco, porque estão produzindo muitos males à saúde dos moradores de suas circumvizinhanças” (Atas, 5:30v e 34v).
Em 18/11/1886, Manuel Joaquim Franco, declarando-se lavrador, reclamava à Câmara que o Fiscal não apreendera alguns animais que estavam soltos na sua roça e os devolvera aos donos sem multa. Esses animais pertenciam ao Alferes Eliziário Pires de Ávila e foram devolvidos por ordem do Presidente da Câmara Dr. Araújo, que explicou que assim ordenara por que Eliziário tinha “pastos fechados”. A verdade é que Manuel Joaquim era liberal e o Dr. Araújo e Eliziário conservadores… (Atas, 5:117v, 123v e 124)
Uma representação de moradores do bairro dos Pereiras, apresentada em 15/2/1887, propõe a mudança da estrada, “desviando do grande morro do cafesal de Manuel Joaquim Franco” e de outros morros; a nova estrada passaria por dentro das chácaras do Dr. Francisco Antônio de Araújo e de Joaquim de Paula Sousa de Camargo. (Atas, 5:141)
Já havia falecido em 6/6/1889, quando o Dr. Francisco Antônio de Araújo foi multado pela apreensão de seis animais soltos na chácara do “finado Manuel Joaquim Franco”. (Atas, 6:340). A última vez em que seu nome aparece nas atas da Câmara é em 26/4/1892, quando se discute proposta de desapropriar terreno da viúva de Manuel Joaquim Franco, “para prosseguimento do alinhamento da Rua Luís Leite” (Atas, 8:54v)
Segundo o Dr. Jaupery de Moraes Franco, Manuel Joaquim Franco teria sido seu avô, mas não conseguimos confirmar essa informação, parecendo haver um engano. Possivelmente Manuel Joaquim teria sido bisavô do Dr. Jaupery.
Manuel Joaquim Franco era casado com Ledubina Maria de Jesus. Uma filha de Manuel Joaquim e Ledubina, Deolinda Maria de Jesus, natural da Freguesia da Sé – S.Paulo, casou em 1858 no Amparo com João José Rodrigues, natural da Freguesia de São Bom Jesus do Brás – S.Paulo, filho de João Vicente da Fonseca (que, salvo engano, foi membro da Junta da Real Fazenda da Capitania de São Paulo) e de Felícia Maria de Jesus. Em seu testamento, datado de 4/11/1875, Manuel Joaquim Franco informa que a filha Deolinda Maria de Jesus estava casada com Joaquim de Sousa e Silva. Este era português, filho de Ana de Sousa Moreira, falecida em Portugal por volta de 1875. (1º of., 35: 24v e 46)
Encontramos também dados sobre um Manuel Joaquim Franco casado com Joaquina Rosa de Toledo Franco, mãe de Afonso Celso de Toledo Franco, e avós do Dr. Jaupery de Moraes Franco. É possível que seja um segundo casamento de Manuel Joaquim Franco, mas ainda não foi possível apurar com certeza (Atas, 9:36v e 1ºof. 47:80).
Na ata do dia 16/1/893 há um ofício de Henrique Antônio de Camargo, Fiscal Geral da Câmara, “representando sobre uma cocheira que existe no pasto da viúva de Manuel Joaquim Franco, junto da Rua da Ponte, lembrando a conveniência de sua remoção” (Atas, 9:68).
FRANCISCO ANTÔNIO DE OLIVEIRA PRESTES
O suplente de vereador Francisco Antônio de Oliveira Prestes foi convocado em 18 de setembro de 1865 para substituir edís faltantes. Em 1869 seria eleito vereador com o expressivo número de 246 votos, na chapa liberal. Foi um dos fundadores da Loja Maçônica Trabalho em 1872, junto com Bernardino de Campos e Pinto Nunes Júnior. (EFA, 145/146).
Francisco Antônio de Oliveira Prestes era lavrador e casou no Amparo em 1862 com sua parente em 2.0 mixto ao 3.0 Francisca Maria Galvão Bueno, filha do Capitão Francisco Mariano Galvão Bueno e de Alexandrina Galvão Bueno (CA-5:26)
Era filho do Alferes Antônio Joaquim de Oliveira Prestes, irmão de Francisco Mariano Galvão Bueno, ambos filhos de Joaquim Mariano de Lima, de Santo Amaro, e de Isabel Francisca Xavier de Barros. O Alferes Antônio Joaquim se casou com sua sobrinha Maria Perpétua de Oliveira. Francisco Antônio e Francisca Maria foram pais de:
1 – Carlos Galvão Prestes, nascido no Amparo em 1867, casado a primeira vez com Durvalina Bueno, e a segunda vez com Maria Catarina Buonchristiani, filha de Caetano e Raquel Buonchristiani. Sem geração da primeira mulher, teve da segunda cinco filhos:
1.1 – Carlito Prestes, casado com Jaci Nóbrega, filha de João de Sousa Nóbrega e Maria Nóbrega.
1.2 – Celeste Prestes, solteira
1.3 – Angelina Prestes, casada com Armando Nóbrega ;
1.4 – Bernardino Galvão Prestes, casado com Idalina;
1.5 – Dr. Rafael Galvão Prestes, farmacêutico, advogado, fazendeiro e político em Amparo, onde foi Prefeito Municipal e depois deputado estadual, casado com Constância Cordeiro, com geração.
JOSÉ ANTÔNIO DE CAMARGO MOREIRA
José Antônio de Camargo Moreira, batizado no Amparo em 1840, e casado em 1856 com Francisca Lourença da Silveira, filha de José Lourenço Gomes e de Ana Francisca da Silveira, era filho de Francisco Antônio de Camargo, este casado no Amparo em 1833 com Inácia Esméria de Camargo, sua sobrinha, filha do Capitão Salvador de Godoy Moreira e de
Mécia da Silveira Franco (SL, 1:362 e 2:284). Já homem feito passou a se assinar José Camargo Moreira Neto (Diário de São Paulo de 19/5/1870).
Foi convocado como suplente de vereador em 19 de dezembro de 1866, por “ter fallecido o Vereador Francisco de Souza Mello, e achando-se o mesmo Moreira presente na ante Salla, o Presidente nomeou huma Commição afim de convidarem-no para dito fim o que feito tomou acento depois de ter prestado juramento”.
Anos antes havia sido nomeado “Inspetor de Caminho do Bairro do Ribeirão das Honsas” e “consta se achar multado João Vás de Lima em nove mil reis, Antonio Cezar (tio?), em quatro mil reis, João da Silveira Franco em dous mil reis”, e outros em 12/11/1862.
Em 1865 havia sido nomeado para a comissão de recrutamento para a Guerra do Paraguai no bairro da Areia Branca.
SUPLENTES QUE SE ESCUSARAM
CIRINO ANTÔNIO DANTAS DE VASCONCELOS
Cirino Antônio Dantas de Vasconcelos, convocado em 16/9/1866 a assumir como suplente a vereança, recusou-se tomar posse do cargo de vereador, alegando que sua “votação muito inferior a outros cidadãos, era uma prova de que não foi de tanta confiança do povo como os que em tempo prestaram juramento”(Atas, 2:47v). Nas eleições seguintes, em 1869, receberia 112 sufrágios, integrando a chapa conservadora e em 14/4/1873 era incluído entre os suplentes de vereador eleitos para o quatrienio 1873/1877 com apenas 9 votos (Atas,3:147).
Em 15/4/1873 o Presidente Nunes Jr. convocou seis suplentes da legislatura que se findava para “fazer a apuração dos cidadãos mais votados para Vereadores da Câmara Municipal e Juízes de Paz desta Paróquia”, na ordem dos votos: Antônio Manuel de Arruda, Antônio Ferreira de Camargo Andrade, José Francisco Leme, Eduardo Augusto da Cunha Freire, Domingos Francisco de Moraes e Cirino Antônio Dantas de Vasconcelos. Esses suplentes deveriam comparecer no dia marcado para essas formalidades. Não ficou claro desta vez se Cirino compareceu ou não. (Atas,3:145)
Cirino foi um dos maçons amparenses que outorgaram procuração em 4/3/1875 ao Conselheiro Saldanha Marinho para reclamar do Governo Imperial contra as bulas papais que excluiam os “pedreiros livres” dos atos da Igreja. (1º of., 33:162v/164v)
Embora lavrador, Cirino exerceu vários outros cargos públicos de nomeação na polícia e na câmara. Foi Agente dos Correios e Tenente da Guarda Nacional.
Cirino era filho do Alferes Januário José Dantas de Vasconcelos, já falecido em 1857, e sua mulher Gertrudes Maria da Conceição, casal bragantino, cujos filhos passaram para o Amparo. Cyrino Antônio Dantas de Vasconcelos casou no Amparo em 1857 com Eufrásia de Cássia, filha de José Antônio Pereira e de Ana Rita de Cássia (CA-3:74v) –
Em 24/12/1891 foi nomeado 2.º Fiscal da Intendência Municipal de Amparo em lugar de Henrique Antônio de Camargo, que pedira exoneração. Cirino já havia ocupado esse cargo antes, ainda no Império, por volta de 1888.
Em 5/9/1892 oficiou à Câmara como 2º Fiscal sobre um depósito de lixo em terreno de José Henrique, na Rua Duque de Caxias e sugeriu que o proprietário fosse intimado a murar o terreno. (Atas, 8:96)
Faleceu em 1919 aos 86 anos de idade. (EFA, 162)
ANTÔNIO BUENO DE CAMARGO SILVEIRA
Em 16/9/1866 a Câmara convocou suplentes para preencher quatro vagas que haviam ocorrido entre seus membros, mas os quatro primeiros chamados se escusaram e pediram dispensa. Antônio Bueno de Camargo Silveira foi um deles. A Câmara atendeu ao pedido, e ordenou ao Secretário que oficiasse aos imediatos em votos para virem prestar juramento. (Atas, 2:47v)
Antônio Bueno de Camargo Silveira é mencionado na Genealogia Paulistana de Silva Leme (S.L, 2:76), como casado com Ana de Sales Bueno, pais de Ursulina Bueno da Silveira, casada com Fileto da Silveira Gomes, este filho de Marcos Lourenço Gomes e de Luísa Franco da Cunha. Certamente é o mesmo Antônio Bueno da Silveira, filho de Pedro Bueno de Camargo e de Antônia Maria da Silveira Franco, que casou em 1857 com Ana Maria, filha de Francisco de Sales Xavier e de Ana Gertrudes de Oliveira (S.L., 1:110).
Em 24/2/1876 Antônio Bueno de Camargo Silveira, morador em Mogi-Mirim, outorgou procuração para cobrança de dívida contra o espólio de Estevão Xavier do Passo. (1º of., 35:140).
ANTÔNIO FERREIRA DE CAMARGO ANDRADE
A Câmara convocou quatro suplentes em setembro de 1866 para preencher vagas que haviam ocorrido. Mas em 16/9/1866
Os quatro primeiros suplentes convocados enviaram ofícios pedindo dispensa do cargo. Um deles era Antônio Ferreira de Camargo Andrade. A Câmara deliberou que fossem dispensados e que fossem convocados “os imediatos em votos paa virem prestar juramento”. (Atas, 2:47v).
Não foi possível, de ínício, identificar este suplente de vereador na Genealogia Paulistana de Silva Leme, mas é claro que pertencia à grande família campineira Ferreira de Camargo, cujos membros haviam migrado em grande número para Amparo. Entretanto, no “Correio Paulistano”, de 28/9/1871, conseguimos descobrir que ele era filho de Maria Benedita de Camargo. E na “Gazeta de Campinas”, de 6/10/1870, constava que era genro de Reginalda Delfina de Andrade e do major Teodoro Francisco de Andrade, e concunhado de Hermelindo Pupo Nogueira (SL, 6:195 e 198 onde Antônio Ferreira de Camargo Andrade é omitido). Ao que parece dessa notícia, ele era casado com Úrsula Franco de Andrade (sobrinha homônima da que é mencionada por Silva Leme).
Finalmente, em outro anúncio fúnebre do mesmo jornal, em 4/8/1870, foi possível identificá-lo como filho de Américo Ferreira de Camargo e de sua segunda mulher Maria Benedita de Andrade, omitido mais uma vez por Silva Leme (SL, 1:279, 5-5).
No mesmo jornal, em 21/3/1872, havia um anúncio de que vários escravos haviam fugido de sua fazenda em Amparo. Ele estava relacionado como fazendeiro de café e algodão em 1873 (Almanak da Prov. de S.Paulo para1873, 420). Sua propriedade ficava em 1871 na “Estrada que vai para Campinas pelo Serafimzinho”, pois seu nome consta de uma lista dos que faltaram nos serviços de conservação do caminho, elaborada pelo Inspetor Dr. Araújo. (Atas, 3:44)
Em 15/4/1873 foi novamente convocado para integrar a Câmara, pois o Presidente Nunes Jr. convocou seis suplentes da legislatura que se findava para “fazer a apuração dos cidadãos mais votados para Vereadores da Câmara Municipal e Juízes de Paz desta Paróquia”, na ordem dos votos: Antônio Manuel de Arruda, Antônio Ferreira de Camargo Andrade, José Francisco Leme, Eduardo Augusto da Cunha Freire, Domingos Francisco de Moraes e Cerino Antônio Dantas de Vasconcelos. Esses suplentes deveriam comparecer no dia marcado para essas formalidades (Atas,3:145). Não ficou claro na ata seguinte se houve o comparecimento de Antônio Ferreira de Camargo Andrade.
JOÃO ANTÔNIO DE GODOY
Em 23/9/1867 a Câmara apreciou um requerimento de João Antonio de Godoy pedindo escusa de tomar posse como Vereador da Câmara, visto ser um homem doente. A Câmara deferiu. Era suplente. (Atas, 2:51) Em 1873 estava classificado como fazendeiro de café e algodão. (Almanak da Província de São Paulo para 1873, 421)
Há pelo menos cinco moradores do Amparo com o nome de João Antônio de Godoy mencionados nos textos antigos da cidade:
1) João Antônio de Godoy, filho de José Carlos Pedroso e Escolástica Ortiz de Camargo, casado com Francisca Maria – veja ORTIZ DE CAMARGO;
2) João Antônio de Godoy, casado com Maria Cândida de Oliveira, pais de
1 – Filadelfo, filho menor de João Antônio de Godoy e de Maria Cândida de Oliveira,falecido em 1851 (ADF, 7)
3) João Antônio de Godoy, casado com Felisbina Maria, pais de:
1 – Senhorinha, menor, falecida em 1852 (ADF, 9v)
4) João Antônio de Godoy, casado com Ledobina Maria da Conceição, campineiros, pais de:
1 – Maria de Lima de Godoy, de Campinas, que casou no Amparo em 1865 com Antônio Estevão da Silva, natural de Lorena, filho de Antônio Estevão da Silva e de Maria Francisca de Jesus. (CA-5:72v)
2 – Bárbara Maria de Jesus, filha de João Antônio de Godoy e de Lidobina Maria de Jesus, casou no Amparo em 1872 com Benedito de Paula Crispim, de Belém do Jundiaí, filho de Antônio de Paula Crispim e de Luzia Marques de Jesus. (CA-6:41/41v)
5) João Antônio de Godoy, casado com Maria Gertrudes Barbosa, pais de:
1 – Luísa, batizada em 1836, sendo padrinhos Raimundo Pires Barbosa e sua mulher Maria Joaquina de Lima. (BA-2:67v)
6) João Antônio de Godoy, meu bisavô, que depois passou a se assinar João Aleixo de Godoy, mas que não poderia ser o suplente relutante, porque, ao contrário, era homem bastante saudável e disposto.
FRANCISCO ANTÔNIO DE ALMEIDA
Francisco Antônio de Almeida, nascido em Bragança, casado em 1864 em Amparo com Ana Maria Jacinta, viúva de Daniel Domingues do Passo, era filho do Alferes Antônio Joaquim de Almeida, casado com Gertrudes Maria de Jesus. O Alferes Antônio Joaquim era filho de Francisco de Almeida Machado, filho de Antônio Machado Cardoso e de Catarina Corrêa de Almeida, casado em 1788 na Conceição dos Guarulhos com Custódia Bueno da Silva, filha de Francisco Bueno de Azevedo e de Rosa Maria (SL, 1:399 e 5:337). Esse casal Francisco e Custódia foi morador em Amparo onde possuia um sítio com a extensão de 450 alqueires, ou seja, uma grande propriedade, que divisava, entre outros, com o capitão Francisco Mariano Galvão Bueno e com o rio Camanducaia.
Francisco Antônio de Almeida era cunhado do vereador Antônio Manso de Almeida, filho de Manoel Manso de Almeida e Ana Joaquina de Oliveira, casado com Carolina Severina de Almeida, irmã de Francisco Antônio.
Francisco Antônio de Almeida foi um dos quatros suplentes convocados em 16/9/1866, que se recusaram a assumir o cargo. A Câmara os dispensou e convocou os imediatos em votos. (Atas, 2:47v)
O episódio deu margem a uma crítica ao seu cunhado, o vereador Manso de Almeida. Em 14/9/1866, “pelo Vereador Palhares foi pedida a palavra e disse à Câmara que há três sessões mais ou menos o Vereador Almeida (Antônio Manso de Almeida) apresenta parte de doente, e agora oficiou a Câmara que deixava de comparecer por que o seu Cunhado Francisco Antônio de Almeida vinha tomar posse como Suplente de Vereador, e finalmente a Câmara mandou oficiar que devia hoje comparecer nos trabalhos, visto que o seu Cunhado deixou de tomar posse, torna a oficiar que não comparecia por incomodos de saude e entendia que devia ser multado e que para a absolvição da multa imposta que se justificasse, o que posto a votos pelo Presidente foi aprovado a multa sendo vencido o Vereador Ribeiro”. (Atas, 2:48v/49v)
Apesar da sua pouca vontade em colaborar com a Câmara Francisco Antônio de Almeida foi novamente candidato à vereança em 1873, obtendo 9 votos, ficando mais uma vez como suplente para o quatriênio 1873/1877. (Atas,3:147)
Nesse mesmo ano estava construindo um prédio na cidade, para cujo terreno pediu alinhamento. (Atas,3:153)
Em 21/12/1874 foi examinado um requerimento de Francisco Antônio de Almeida pedindo alívio de multa, por falta de peso em um quilo de toucinho, o que indica que foi dono de açougue. O seu pedido foi indeferido. (Atas,3:243 e 248)
JOAQUIM INÁCIO DE CAMPOS BUENO
Joaquim Inácio de Campos Bueno, natural de Itatiba, filho do Alferes, depois Tenente, Manuel José de Campos Bueno e Maria Teresa de Vasconcelos, casou no Amparo em 1864 com Cândida Maria de Jesus, filha de Modesto Mendes do Amaral e Joana Maria (CA-5:48 – SL, 1:378, 4-10)
Na ata da Câmara de 8/2/1865 consta que “pelo Vereador Palhares foi indicado que se demita o Fiscal Francisco Vicente Borges visto não se achar nesta Vila por muito tempo sem que participasse à mesma a sua saída, o que posto em discussão e a votos, ninguém pediu a palavra, foi demitido, ficando porem obrigado a prestar suas contas, e foi indicado pelo mesmo Vereador que se nomeie o Cidadão Joaquim Inácio de Campos Bueno para o lugar vago, o que posto em discussão e a votos foi aprovado”. (Atas, 1:176v)
Em 14/9/1866 a Câmara convoca os vereadores suplentes Joaquim Inácio de Campos Bueno e Manuel Joaquim de Cerqueira Cesar para preencher vagas, mas estes pedem escusa e não comparecem. (Atas, 2:48v/49v)
Joaquim Inácio de Campos Bueno foi um dos maçons amparenses que outorgaram procuração em 4/3/1875 ao Conselheiro Saldanha Marinho para reclamar do Governo Imperial contra as bulas papais que excluiam os “pedreiros livres” dos atos da Igreja. (1º of., 33:162v/164v)
Em 6/11/1884 Joaquim Inácio de Campos Bueno contrata com a Câmara os serviços de remoção do lixo, mas esse contrato é desfeito logo a seguir, em 18/12/1884. (Atas, 4:194v e 198)
Em 10/8/1886 ocorre o falecimento do Procurador da Câmara João Crisóstomo da Silveira; foi indicado José Firmino de Lima para sucede-lo, dando como fiador Albino Alves do Amaral, mas o assunto acabou adiado. O nomeado foi Joaquim Inácio de Campos Bueno, com fiança de Modesto Mendes do Amaral. (Atas, 5:100v, 101v e 102)
A 2/11/1888 o Procurador da Câmara Joaquim Inácio de Campos Bueno, doente, pediu horário especial de trabalho. (Atas, 6:210)
Em 11/9/1892 a Câmara recebe um ofício do Procurador Joaquim Inácio de Campos Bueno, declarando que, tendo falecido seu sogro, Modesto Mendes do Amaral, que era seu fiador no emprego, apresenta como novo fiador Bernardino Alves de Sousa. Foi arbitrada a fiança em 20:000$000 (vinte contos de réis) e aceito o novo fiador. (Atas, 8:73)