BIOGRAFIA
JOSÉ MANUEL DE MIRANDA
O Capitão José Manuel de Miranda, também conhecido por Juca Catarina, filho de Antônio José de Lima e Catarina Maria de Jesus, nascido em Bragança em 2 de novembro de 1822, foi casado com Maninha Luísa de Miranda, natural de Santa Bárbara, falecida aos 35 anos de idade em 1865 e enterrada na Igreja do Rosário (EFA, 149/150). José Manuel de Miranda, viúvo de Maninha Luísa de Miranda, casou no Amparo em 1869 com Francisca da Silveira Franco, filha de Francisco da Silveira Franco e de Ana Franco da Silveira, sua parente por afinidade em 2.0 grau mixto ao 1.0 (CA-5:142v). Francisca faleceu em 1876, mas o Capitão Miranda sobreviveu até 1894, deixando importante descendência no Amparo. Foi pai do também vereador Salvador José de Miranda, membro da câmara de 1881 a 1884 e em 1889, e de
João José de Miranda, que era proprietário da chácara denominada “dos Guedes”, na periferia da cidade, junto com o pai, além de Marcos de Miranda. (Atas, 8:100).
O Capitão Miranda era comerciante, com loja na Rua Direita, atual 13 de Maio, e foi membro destacado do Partido Liberal, tendo ocupado vários cargos públicos de eleição e de nomeação; em 1859 era o agente da Coletoria Geral da vila de Amparo; em 1860 era Inspector da Instrução Pública do distrito de Amparo; em 1862 era sub-delegado de policia e suplente de Juiz Municipal, cargo que voltou a ocupar em 1866 e 1870 (Atas, 1:122v/123; 2:24v/25 e 3:4); em 1878 foi nomeado coletor.
Em 26 de novembro de 1860 foi chamado como suplente a integrar a Câmara Municipal de Amparo, porque “faltando numero legal para abertura da presente sessão, foi convidado o Senhor Tenente José Manoel de Miranda (que tão bem teve voto para Vereador) e este comparecendo lhe foi dado pelo Senhor Presidente a forma do juramento de estillo para Vereador, prestando o juramento dos Santos Evangelhos em hum livro delles”.
Foi eleito a primeira vez para a Câmara Municipal em 1860, pelo Partido Liberal, para o quadriênio 1861/1865, ocupando desde logo a presidência da casa. A 2 de fevereiro de 1863 pronunciou violento discurso contra as agressões praticadas pela Inglaterra em razão da “questão Christie”, uma das poucas peças oratórias do período imperial transcritas nas Atas da Câmara. O Capitão Miranda alugou uma casa de sua propriedade à câmara, na rua Direita, atual Treze de Maio, para realizar suas sessões e as audiências do Juízo. Aliás, no terreno anexo a essa casa foi aberta a atual Rua Capitão Miranda.
Em 1871 deixou o cargo de Tesoureiro das Obras da Matriz, talvez magoado com o fato de lhe ter sido exigida uma prestação de contas extemporânea. (Atas, 3:14, 16/17 e 38). E, homem honrado, provavelmente também se ofendeu ainda mais, em 6/3/1871, quando o aferidor informou que a “vara” da loja de José Manuel de Miranda tinha uma polegada a menos. (Atas, 3:29 e 30).
Foi um dos fundadores da Loja Maçônica Trabalho em 1872. (EFA, 145/146). A despeito disso, ocupou durante muitos anos o posto de Tesoureiro das Obras da Matriz, no período em que esse templo foi construído.
Por volta de 1875 José Manuel de Miranda e sua mulher Francisca da Silveira Miranda era proprietários de um sítio no Córrego Vermelho, que venderam nesse mesmo ano a Francisco da Costa Bispo. (1° of., 34:160). Era dono também dos terrenos onde foi aberta a rua que hoje tem o seu nome.
Em 1877 fez parte da comissão encarregada de angariar na cidade donativos para a construção do Monumento da Independência do Brasil no Ipiranga.
Voltou à Câmara Municipal em 9/11/1885, ocupando como suplente a vaga deixada por Caetano Breton Ferreira Monforte (EFA, 196 – Atas, 5:43). Em 7/1/1886 foi eleito vice-presidente da Câmara.
Indicado por seu tradicional adversário Luís Leite em 1888 para o espinhoso e impopular cargo de membro Comissão de Classificação de Capitalistas e Lavradores de Café para fins de imposto, não consta que tenha recusado a incumbência. (Atas, 6:108)
Em 1892 foi apresentada à Câmara uma petição do Capitão José Manuel de Miranda e de seu filho João José de Miranda, na qual ambos se declaram proprietários da chácara denominada “dos Guedes” e fazem proposta de permuta de terrenos com áreas da Municipalidade junto ao Cemitério Municipal. O parecer da Comissão de Obras Públicas sobre esta proposta de José Manuel de Miranda foi favorável, visto facilitar o tráfego das carroças de remoção de águas servidas até o Rio Camanducaia. (Atas, 8:100/100v) –
JOÃO LEITE DE MORAES CUNHA
João Leite de Moraes Cunha, vereador eleito em 1860 para o quatriênio 1861/1865, era casado com Ângela Penélope de Moraes, e teve os filhos: 1) Blandina Eudóxia de Moraes, que casou no Amparo em 1867 com seu primo Francisco Ferreira da Cunha, filho de Antônio Ferreira da Silva e Maria Caetana da Cunha (CA-5:118). Em 1891 estava viúva. 2)Eugênio Leite de Moraes, casado com Ângela Ferreira de Moraes. 3) Horácio Leite de Moraes, casado com Blandina Maria da Silva Moraes. 4) Amélia de Moraes de Carvalho, casada com João Ribeiro de Carvalho. 5) Virgílio Leite de Moraes. (Livro n. 3:75v das notas do 2º tabelião de Amparo); 6) Cornélio Leite de Moraes Cunha, mentecapto, curatelado por seu irmão Virgílio.
João Leite foi um fazendeiro progressista, que procurou desde logo substituir a mão-de-obra escrava por imigrantes, organizando para isso, em setembro de 1853, a Colônia Boa Vista, com 21 brasileiros e 75 alemães. (Chronologia Paulistana, 477).
Apesar disso, possuia um apreciável numero de escravos, alguns dos quais se casaram no Amparo em 1853: Florêncio, da África, com Bernarda, natural de Porto Alegre; Pedro, natural da África, com Efigênia, natural de Campinas; Benedito, natural de Campinas, filho de Manuel e Benedita, com Florinda, natural de Pernambuco, filha de Antônio e Gertrudes; Antônio, natural da África, com Felizarda, do “gentío da Guiné”; e Domingos casado com Maria, e Benedito, escravo que testemunhou um dos casamentos. E ainda em 1864 seu escravo Hirto (?), batizado em Campinas, natural “de nação”, casou com Rita, crioula, batizada em Campinas, filha de Manuel e Benedita, também escravos de João Leite de Moraes Cunha; e na mesma época outros quatro escravos seus se casaram.
Em 1862 foi nomeado suplente de Juiz Municipal e também suplente de Delegado de Polícia. (Atas, 1:114ª- EFA, 139).
Em 26/11/1866, quando da nomeação das Comissões de Recrutamento no município de Amparo para a Guerra do Paraguai, no bairro do Jaguary foram escolhidos João Leite de Moraes Cunha e Bento Antonio Correa da Silva (Atas, 2:28v/29)
A 6/10/1873 João Leite de Moraes Cunha foi multado, por faltar na fatura da estrada da Boa Vista (Atas,3:181). Recorreu e a 1/12/1873 requerimento de João Leite de Moraes Cunha pedindo alívio de multa por faltar na fatura da estrada da Boa Vista foi deferido. (Atas,3:188)
Seu nome não voltou a aparecer na documentação até agora examinada, mas é certo que já era falecido em 1891.
INÁCIO JOSÉ BUENO
O vereador Inácio José Bueno, eleito em 1860 para o quatriênio 1861/1865, era lavrador, possuindo em 1856 terras no bairro da Areia Branca, beirando o rio Jaguari, que havia comprado a João Evangelista de Matos por escritura pública lavrada em Campinas. (RPT, 58/59)
Existiu um “Estrada de Inácio Bueno”, rodovia vicinal referida na divisão dos distritos em 1872. Era uma estrada secundária que começava na “ponte do Dr. Pupo”, sobre o rio Jaguari, e desembocava na “estrada do Serafim”, que ia de Amparo a Campinas. Esse caminho provavelmente foi construído por ele.
Nesse mesmo ano de 1861 era suplente de Juiz Municipal (EFA,13). Era político filiado à corrente do Partido Liberal, tendo participado do famoso conflito com os conservadores, ocorrido na Igreja do Rosário na apuração das eleições de 1869. (EFA, 34)
Em 24/12/1862 foi nomeado suplente de Juiz Municipal. (Atas, 1:122v/123). Essa nomeação foi repetida em 1866. (Atas, 2:24v/25).
Durante a Guerra do Paraguai foi nomeado, em 26/11/1866, para uma das Comissões de Recrutamento no município de Amparo, no Bairro dos Mineiros, junto com o Doutor Francisco Antonio de Araújo. (Atas, 2:28v/29)
Em 8/10/1866 uma Circular do Presidente da Província comunicava à Câmara ter nomeado para Suplentes do Juiz Municipal os Senhores, primeiro suplente o Alferes Antonio Pires de Godoy Jorge, segundo João de Souza Campos, terceiro José Manuel de Miranda, quarto Inácio José Bueno, quinto Antônio Rodrigues da Silva, e sexto Francisco Rodrigues Borges.
Era dono de vasta escravaria, pois só em 1858 oito de
seus escravos se casaram no Amparo: Clemente, de Campinas, com Catarina, de Sergipe, Serafino, africano, com Rita, Felizardo, africano batizado em Brotas, com Esperança, Domingos, do Rio de Janeiro, com Josefa, africana batizada em Santos, e João, africano batizado em Campinas, com Joaquina.
Há indícios de que fosse originário de Campinas, pois além da escritura citada acima ter sido lavrada naquela cidade, foi testemunha do casamento de José de Oliveira Bueno Prado, morador em Amparo, natural de Campinas, filho de Francisco José de Oliveira (+) e Joaquina Cândida Bueno com Gertrudes do Carmo Martins, natural de Campinas filha de Manuel Silvestre da Cunha (+) e Maria do Carmo Martins (CA-5:109v). Esse matrimônio foi celebrado em 2/3/1867. Nenhum dado sobre sua família foi obtido nos primeiros tempos deste estudo, exceto um assento de 1874 que menciona Aureliano Alves Bueno, menor, e Alípia da Conceição, menor, filhos do “finado Inácio José Bueno” (RIA-IP, 8:3v). Mais tarde, pesquisando a “Gazeta de Campinas”, foi possível descobrir que Inácio José Bueno fora assassinado em agosto de 1871 por seu filho Pedro, alienado mental, quando descansava na fazenda Ventania, à margem da estrada Amparo/Campinas, de propriedade de seu genro Francisco Bueno de Miranda. Na mesma ocasião, foi possível saber que ele era casado com Maria Justina Alves Bueno e pai de José Inácio Bueno e João Manuel Alves Bueno, e sogro (na dúvida) de João Fortunato Ramos dos Santos e de Domingos Leite Penteado Júnior.
FRANCISCO DE ASSIS ARANTES
I – João Batista de Assis Arantes, casado com Mariana Isabel de França, (filha do Ajudante Pedro Antônio Nunes, de Portugal, e de sua mulher Gertrudes Maria da Anunciação, natural de Nazaré, filha do português Sargento Mor Jerônimo Gonçalves Pereira e de sua mulher Maria Francisca de Godoy – RPT, 244 e SL, 6:114) ), pais de:
1 – Francisco Batista de Assis Arantes, casado com Maria Rosa de Sousa, filha de Antônio de Sousa Melo, de Mogi das Cruzes, e de sua primeira mulher Justiniana Maria de Jesus. Maria Rosa, segundo Silva Leme, 8:351, depois de viúva se casou com seu tio Luís Gonçalves de Sousa Freire, sobrinho do Padre Roque de Sousa Freire, primeiro capelão do Amparo. Trata-se de um equívoco do linhagista, pois Maria Rosa se casou no Amparo com seu parente José Leite de Sousa, viúvo de Jesuína Maria de Sousa) Francisco Batista de Assis Arantes seria vereador na segundalegislatura da câmara de Amparo, de 1861 a 1865, mas só compareceu às sessões até abril de 1861. Parece ter falecido repentinamente, porque em junho já se cuidava da substituição “do finado Francisco de Assis Arantes, tendo se convidado ao Alferes Joaquim Manoel de Cerqueira Cesar para tomar posse como primeiro suplente na falta do finado Francisco de Assis Arantes, e comparecendo o mesmo prestou juramento e tomou posse”.
Assis Arantes provavelmente pertencia ao Partido Conservador. Foi dono da fazenda Boa Vista, em Amparo, com meia légua de largura, “no caminho que vai para o sítio dos Francos”, adquirida por herança de seu pai João Batista de Assis Arantes e de seu avô Pedro Antônio Nunes, bem como de um beco no Amparo. Era natural de Bragança e considerado pelo Dr. Áureo de Almeida Camargo um “adiantado lavrador”.
Francisco Batista e Maria Rosa foram pais de:
1.1 – Deolinda Leite de Sousa Arantes, casada com o Coronel Luís de Sousa Leite, Barão do Socorro, Senador Estadual, chefe político conservador durante o Império e líder local nos primeiros anos da República. Deolinda fora casada em primeiras núpcias em 1864 com seu tio, o também vereador Francisco de Sousa Melo, filho de Antônio de Sousa Melo e Justina Maria de Sousa (CA-5:60).
QUERUBIM BERTOLDO DE SOUSA
Querubim Bertoldo de Sousa foi casado com Gertrudes Soares do Amaral, filha do Sargento-mor Domingos da Costa Machado e de sua segunda mulher Maria da Anunciação Camargo, filha do Capitão José Inácio de Camargo Penteado e de Gertrudes de Camargo Penteado, gente de Campinas (Silva Leme, 3:17 e 1:246) Silva Leme não lhe menciona filiação, nem geração, mas o Dr. Áureo de Almeida Camargo (in “O Cidadão Assis Prado”, 40) informa que ele era filho de João de Sousa Campos (os dados relativos a este João de Sousa Campos fornecidos por Silva Leme parecem incorretos). Apuramos que este João de Sousa Campos era casado com Maria Joaquina de Moraes (1º of., 31:2). Jolumá Brito, em História de Campinas, 18:101, dá Querubim como residindo em Santa Bárbara em 1855.
Querubim Bertoldo de Sousa aparece no RPT, 121A, como dono de um sítio na freguesia do Amparo, na estrada para Socorro, confrontando com José Manuel Cintra, Joaquim Antônio de Sousa, José Bonifácio Pereira, Felipe Antônio Pereira e Manuel Jacinto de Ávila, adquirido por compra feita em 1856 a Antônio José de Oliveira e sua mulher Maria Brandina de Oliveira. Querubim Bertoldo foi dono de escravos, alguns dos quais se casaram em Amparo por volta de 1861.
Vereador eleito em Amparo em 1860 pelo Partido Liberal, mais tarde se filiou ao Partido Republicano, do qual foi destacado elemento. Foi vereador em Amparo de 1861 a 1864. (Camara-2:1).
Em 27/4/1865 um ofício do Secretário do Governo comunicou à Câmara ter o Presidente da Província de conformidade com a proposta do Chefe de Policia nomeado a Querubim Bertoldo de Sousa quarto Suplente de Delegado de Policia do termo desta Vila e Joaquim de Paula Sousa Camargo para quinto Suplente da mesma Delegacia. (Atas, 1:180)
Em 1874 vendeu a seu cunhado Antão de Paula Sousa terras no lugar denominado Limoeiro, havidas por herança de sua mãe. Em 1890 era Coletor de Rendas Gerais de Amparo, ou seja, Coletor Federal. Em 10 de maio desse ano, classificado como produtor de café, reclamou que desde 1888 não tem feito colheita desse produto. (Atas, 7:72v)
Fica uma pergunta: – as nascentes denominadas “do Bertoldo”, captadas para abastecer Amparo, eram suas?
JOÃO EVANGELISTA DE MATOS
Foi mais um dos vereadores ligados a Campinas que integraram a Câmara Municipal de Amparo. João Evangelista de Matos, foi eleito vereador em Amparo para o quatriênio 1862/1865, tendo prestado juramento em 8/4/1861. Foi um vereador pouco assíduo, tendo sido multado várias vezes por faltar às sessões.
João Evangelista, casado com Cândida Brasilina, era lavrador e possuiu colônia agrícola, havendo comprado de Manuel Jacinto de Ávila em 1849 terras no bairro do Moquem. Em 1868 vendeu essas terras a Antônio Carlos Pereira de Queiroz.
João Evangelista de Matos e Cândida Brasilina foram pais de:
1 – Brasilina Angélica de Matos, que casou no Amparo em 1862 com Domingos da Costa Neto, de Campinas, filho do Capitão José Pedro de Moraes e de Francisca de Paula Camargo. (CA-5:24) Domingos da Costa Neto era irmão de Manuela de Camargo Penteado, de Campinas, que casou no Amparo em 1864 com Justino José Pinheiro, de Itatiba, filho de José Leite Pinheiro e Francisca Cândida de Assis; de Maria Angélica de Siqueira, que casou no Amparo em 1867 com João de Sousa Aranha, natural de Capivari, filho de Pedro Manuel de Sousa Aranha e de Maria do Carmo (CA-5:107v/108); e de Carolina Leopoldina de Moraes Camargo, também campineira, que casou no Amparo em 1870 com Augusto Dias Aranha, de Campinas, filho do ex-vereador Francisco Dias Aranha e de Maria Angélica de Moraes. (CA-6:10v) Domingos da Costa Neto era aparentado com o vereador Querubim Bertoldo de Sousa e também com o vereador Francisco de Paula Camargo.
FRANCISCO DE PAULA CAMARGO
O vereador Francisco de Paula Camargo, eleito em 1861 para o quatriênio seguinte, era filho do Alferes Francisco de Paula Camargo, natural de Itu, falecido em 1828 em Campinas,e neto do Capitão Francisco de Paula Camargo. O vereador ainda residia no Amparo em 1868, quando foi testemunha do casamento do português Joaquim Inácio Ferreira dos Reis com Francelina Cardoso de Lima, natural de Atibaia, filha de Lucídio Antônio Rodrigues e Gertrudes Cardoso de Lima (CA-5:133v).
Francisco de Paula Camargo (que Silva Leme chama de Francisco de Paula Camargo Neto) era sobrinho de Ana Cândida do Amaral, filha do Capitão Francisco de Paula Camargo e sua primeira mulher Petronilha Clara Rodrigues do Amaral, e irmã do Alferes Francisco de Paula Camargo. Esta Ana Cândida foi casada em Campinas com Francisco Dias Aranha (SL, 4:220 e 1:238). Este, que foi vereador na primeira legislatura da Câmara Municipal de Amparo, era filho do Alferes João Dias Aranha de Quadros e irmão de Luís Augusto Dias Aranha, morador em Itu. Francisco Dias Aranha, depois de viúvo, casou com Maria Angélica de Moraes, que morava em Amparo em 1859, quando casou em segundas núpcias com João Francisco Leme, filho de Francisco Antônio Leme e de Maria da Silveira Franco (CA-5:3).
O vereador Paula Camargo era também primo do vereador liberal de 1885 Antão de Paula Sousa e do também vereador de 1869 José de Sousa Siqueira. Suas ligações familiares iam ainda mais longe, pois era parente das famílias Teixeira Nogueira, Galvão Bueno e Sampaio. Também eram parentes outras figuras ilustres como o Coronel Quirino e Francisco Rangel Pestana, além de Domingos da Costa Machado, que foi dono de uma grande propriedade entre os rios Jaguari e Atibaia, região que hoje abrange parte dos municípios de Americana, Nova Odessa e Sumaré. (Jolumá Brito, História da Cidade de Campinas, 18:98)
SUPLENTES CONVOCADOS:
JOSÉ PIRES DE GODOY
O Capitão José Pires de Godoy, suplente de vereador convocado em 1862 para substituir os membros faltantes da câmara municipal, foi casado com Ana Francisca de Oliveira, pais de: José, batizado em 1850. (BA-5:42) Era lavrador, possuindo terras no bairro do Cascalho, hoje Pedreira, em comum com sua mãe e seus irmãos, como declarou ao Registro Paroquial de Terras em 1856. Faleceu em 1890. (EFA, 70, 76, 139, 198).
Este vereador, dados os seus vínculos familiares, pertencia provavelmente à corrente conservadora, já que descendia, em linha reta por seu pai Modesto Pires de Ávila, de Francisco Pires de Ávila, (filho de Felipe Pires de Ávila), que foi casado em 1811 em Bragança com Rosa Maria de Godoy, filha de José Ortiz de Camargo e de Gertrudes Maria de Godoy (Silva Leme, 1:36). Era ligado, pois, ao velho chefe conservador João Pedro de Godoy Moreira, genro de Felipe Pires de Ávila.
Sua carreira pública prosseguiu em 20/2/1871, quando ele e Jorge Franco do Amaral foram nomeados suplentes de Juiz Municipal. (Atas,3:23 e 32)
José Pires de Godoy voltaria à câmara em 1873, desta vez como vereador eleito, com 104 votos (Atas,3:146). Também havia sido já suplente de Delegado de Polícia, nomeado em 1862.
Em 3/11/1874, como não houve proposta na concorrência para construir Matadouro, a Câmara decidiu que a obra seria feita “por jornais” (por diaristas sob administração direta). O Capitão José Pires de Godoy foi vereador designado para controlar as férias (o “ponto”, ou seja, as despesas com a mão-de-obra). (Atas,3:238)
Na sessão de 4/9/1876 pelo vereador José Pires de Godoy foi apresentada uma indicação:- autorizar a venda dos terrenos do antigo Matadouro a 7$000 o palmo, “compreendidos entre a estrada de rodagem e a via-férrea” (Atas,3:292). Outra indicação de José Pires de Godoy, em
18/12/1876: pedir uma quota (verba) ao governo provincial para reparar a ponte sobre o Camanducaia na estrada para Mogi-Mirim, que havia caído, por “serem incalculáveis os prejuízos que resultam da interrupção do trânsito, visto como esta é uma estrada de exportação da maior importância”. Indicação aprovada. (Atas,3:296)
Quando da construção do Monumento da Independência do Brasil no Ipiranga, estava incluído numa das comissões nomeadas em 3/9/1877 para angariar donativos: – nos bairros do Cascalho e Jaguari: Capitão José Pires de Godoy, João Pedro de Godoy Moreira e José de Campos Sousa Pimentel. (Atas, 3:336)
Apesar do parentesco e das ligações políticas, desaveio-se em 29/11/1881 com seu parente João Pedro de Godoy Moreira. Nessa ocasião o Capitão José Pires de Godoy alegou ser falsa denúncia feita por João Pedro de Godoy Moreira de que estreitou a estrada de servidão dele, pois transitavam por ela troles e carroças. (Atas, 4:75v) E contra-atacou em 2/1/1882, apresentando queixa contra João Pedro de Godoy Moreira. (Atas, 4:79v)
FRANCISCO DE PAULA DIAS
Francisco de Paula Dias foi convocado como suplente e prestou juramento como vereador na Câmara de Amparo em 15 de abril de 1862. (EFA, 76)
O suplente de vereador Francisco de Paula Dias era casado com Maria da Luz de Godoy; foi morador durante algum tempo em Jundiaí onde nasceram seus filhos. Francisco de Paula Dias era dono em 1856 de “um sítio de terras lavradias no Bairro das Três Pontes, com um quarto em quadra, mais ou menos”, comprado em 1849 a Bento Antônio de Moraes. (RPT, 2).
Descobrimos dois filhos desse casal:
1- Joaquim Rodrigues da Cruz, natural de Jundiaí, filho de Francisco de Paula Dias e Maria da Luz de Godoy, casado em 1850 no Amparo com Leopoldina Francisca da Cunha, viúva de Inácio Barbosa, sepultado em Campinas, que foram pais de:
1.1 – Maria, filha menor de Joaquim Rodrigues da Cruz e de Leopoldina Francisca, falecida em 1851 (ADF, 7).
1.2 – Maria Leopoldina da Conceição, amparense,filha de Joaquim Rodrigues da Cruz e de Leopoldina Franco da Cunha, casou no Amparo em 1868 com Egídio Cesarino de Oliveira, natural de Jundiaí, filho de José Galdino de Oliveira e Ana Cândida de Almeida. Egídio Cesarino também foi vereador em Amparo por volta de 1873. (CA-5:136v/137)
2- Gertrudes Maria das Dores, natural de Jundiaí, filha de Francisco de Paula Dias e de Maria da Luz de Godoy, casou no Amparo em 1862 com Pedro Mendes do Amaral, filho de Modesto Mendes do Amaral e de Joana Maria de Jesus (CA-5:31).
MANUEL JOAQUIM DE CERQUEIRA CÉSAR
O alferes Manuel Joaquim de Cerqueira César, suplente de vereador convocado em 17 de abril de 1862, é um nome fácil de ser confundido. Existiu um Capitão Manuel Joaquim de Cerqueira César, falecido em 1845, que foi casado com Manoela de Oliveira César, morador em Bragança, mas proprietário rural no Amparo, o qual evidentemente não pode ser o nosso vereador, mesmo porque era pai dele. (EFA, 69, 76). Além disso, vários membros da família Cerqueira César aparecem às vezes nos textos da época com o sobrenome Silveira César, por lapso do escriba ou por vício de um tempo em que os nomes próprios não tinham a fixidez de hoje.
O nosso vereador, porém, é o Alferes Manuel Joaquim de Cerqueira César, natural de Bragança, filho do capitão Manuel Joaquim de Cerqueira César e Manuela de Oliveira César, casado no Amparo em 1846 com Maria Jacinta de Moraes, amparense, filha de Felipe Antônio Pereira e Maria Gertrudes de S ousa (CA-2:78). Em segundas núpcias foi casado com Bibiana Maria do Carmo, a qual depois de viúva casou em 1867 com Henrique de Sousa de Moraes, viúvo de Gertrudes Pires da Fonseca, sepultada em Serra Negra. (CA-5:104v) Manuel Joaquim e Maria Jacinta tiveram pelo menos: Ana, batizada em 1850, e Sabino de Cerqueira César que em em 1875 casou com Ana Teresa de Oliveira, filha de José Corrêa Galvão e de Tomásia Maria de Oliveira. .
De qualquer modo, o suplente de vereador de 1862 é o mesmo Manuel Joaquim de Cerqueira César que, em 1857, exerceu o cargo de Fiscal da Câmara, que fora recusado por Manuel Joaquim Franco. Ele foi proposto para esse cargo pelo Vereador Manuel Fernandes Palhares de Andrade, “e sendo unanimemente aprovada tal proposta, oficiou-se ao referido cidadão para que imediatamente comparecesse a prestar juramento, e a tomar posse do referido cargo, caso o aceitasse, e comparecendo o mesmo foi-lhe pelo Senhor Presidente deferido o juramento” (Atas, fls. 2). A 19 de outubro de 1858, porém, “foi attendida pela Camara a demissão pedida pelo Fiscal Manoel Joaquim de Cerqueira Cesar e nomeado para o substituir Manoel Joaquim Franco, o qual aceitando lavrou termo de juramento e tomou posse, lavrando-se o referido termo em livro competente”. (Atas, fls. 17)
Em 1861 era comerciante (Atas, 1:89v/90)
Manuel Joaquim de Cerqueira César também foi suplente de Delegado de Policia, nomeado em 1862. (EFA, 139) Era fogueteiro de profissão, além de barbeiro e cabelereiro, estabelecido na Rua Municipal, 35, em 1873 e também teve um bilhar. (Almanak para a Província de São Paulo, 1873, p. 425).
Em 23/8/1862, “pelo Fiscal Manuel Joaquim Franco foi apresentado a esta Camara hum termo em que constava ter multado Manuel Joaquim de Cerqueira Cezar, por ter jogo de bilhar em sua casa, cobrando as partidas sem ter licença ou pago os direitos da Câmara”. (Atas, 1:115v). Manuel Joaquim de Cerqueira César não se conformou com a multa e pediu que o Fiscal fosse demitido. A Câmara não o atendeu.
Convocado em 14/9/1866, na legislatura seguinte, para assumir novamente a vereança, na qualidade de suplente que era, pediu escusa e não compareceu. (Atas, 2:48v/49v)
Em 28/1/1885 Manuel Joaquim Cerqueira César fez parte da vasta lista de moradores da Rua Municipal e do Largo do Mercado, todos “prejudicados pelas águas do rio Camanducaia que tendem a demolir a construção nos pontos indicados, estragam o porto e o logradouro público e destroem a cabeceira da ponte” – pediam providências da Câmara. (Atas, 5:4).
ANTÔNIO JOAQUIM DE ALMEIDA
Alferes Antônio Joaquim de Almeida, filho de Francisco de Almeida Machado e de Custódia Bueno da Silva, foi casado com Gertrudes Maria de Jesus, e já eram moradores do Amparo em 1831. No Arquivo Genealógico Brasileiro, vol. I, p 36/46, há um artigo de Aristides Monteiro de Carvalho e Silva intitulado “Descendência de Joaquim de Almeida Leme”, onde se faz distinção entre o alferes Joaquim e o seu homônimo, avô do Dr. Laudo Ferreira de Camargo, que viveu em Limeira (no mesmo volume há um artigo “Família Franco de Oliveira”, onde, a fls. 57, é mencionado o nome de José Antônio da Silveira, o “Juca Preto”, tradicional chefe político de Serra Negra).
O alferes Antônio Joaquim de Almeida, objeto desta pesquisa, ao que parece, era oriundo de Bragança, onde nasceram duas de suas filhas, e foi casado com Gertrudes Maria de Jesus. Foi “fabriqueiro” da Matriz. Tinha terras em Três Pontes, no bairro dos Almeidas, às margens do rio Camanducaia.
Foi convocado a prestar juramento como vereador em 7 de julho de 1862 (EFA, 125).
1 – Carolina Severina de Almeida, batizada em Bragança em 1833; casada no Amparo em 1847 com seu parente Antônio Manso de Almeida, filho de Manoel Manso de Almeida e Ana Joaquina de Oliveira;
1.1 – Maria Carolina de Almeida, que casou no Amparo em 1871 com Miguel de Nápoles, filho de Francisco de Nápoles e Cláudia (sic). (CA-6:32v)
1.2 – Eliza, batizada em 1850.
2 – Catarina, batizada no Amparo em 1835;
3 – Maria Caetana de Almeida, natural de Bragança, casada no Amparo em 1840 com João Manuel de Almeida, alferes, filho do capitão Francisco de Almeida Machado e de Custódia Maria da Silva, mencionados por Silva Leme em sua Genealogia, 1:399 e 5:337.
4 – Custódia Maria, casada em 1849 no Amparo com José Mariano Leme, filho de Francisco José do Monte e de Ana Maria, neto materno do alferes Manuel Joaquim Leme da Silva e de sua primeira mulher Maria Gertrudes Cardoso, neto paterno de José José Francisco do Monte e de Joaquina Maria Rosa (SL, 8:69)
Tiveram:
4.1 – Maria, batizada em 1850:
4.2 – Antônio, batizado em 1850, gêmeos.
5 – Escolástica, batizada em 1839;
JOAQUIM MANUEL DE CERQUEIRA CÉSAR
O Alferes Joaquim Manuel de Cerqueira César prestou juramento no dia 8 de julho de 1861, como primeiro suplente de vereador, na vaga aberta pelo falecimento de Francisco de Assis Arantes. Joaquim Manuel foi também suplente de Juiz Municipal, nomeado em 1862.(EFA, 101, 126) Também foi nomeado suplente de Delegado de Polícia no mesmo ano. (Atas, 1:114ª)
Trata-se de personagem de dificílima identificação dentro da família Cerqueira César. Este Joaquim Manuel de Cerqueira César deve ser o Joaquim, filho do Sargento-mor Joaquim Moreira César, este já falecido em 1859 e casado com Esméria (ou Emerenciana) da Silveira Franco, patriarca da família no Amparo.
O Alferes Joaquim Manuel foi pai de Júlio de Cerqueira César, que vendeu, em 19/7/1875, terras no bairro do Cascalho, “que foram de seu pai, o finado Alferes Joaquim Manuel de Cerqueira César”, a Américo Antônio de Camargo. (1º of., 34:113v). Uma outra escritura informa que Maximino de Sousa de Moraes e sua mulher Guilhermina Maria do Carmo venderam no mesmo dia suas partes nessas terras, herdadas de seu sogro e pai Joaquim Manuel de Cerqueira César, a Américo Antônio de Camargo (1ºof., 34:116)
Mas há um homônimo, um outro Joaquim Manuel de Cerqueira César. Este Joaquim Manuel de Cerqueira César era casado com Bibiana Maria do Carmo, moradores no bairro do Cascalho, e foi pai do menor Afonso, falecido em 1866, já órfão de pai – (AJA, caixa 1). Bibiana depois se casou com seu parente afim, o alferes Manuel Joaquim de Cerqueira, também suplente de vereador nessa legislatura, e, em terceiras núpcias, ela se consorciou com Henrique de Sousa de Moraes, viúvo de Gertrudes Pires da Fonseca, sepultada em Serra Negra. Este Joaquim Manuel e Bibiana tiveram os filhos:
1 – Luísa de Cerqueira César, casada em 1865 com Cândido Leite de Carvalho, filho de Teodoro Ferraz e Ana da Rocha Camargo;
2 – Amélia de Siqueira César, casada em 1866 com Joaquim Leme do Amaral, filho de Antônio Alves do Amaral e Maria Francisca de Oliveira;
3 – José, batizado em 1850.
4 – Afonso, falecido em 1866.
ANTÔNIO RODRIGUES DA SILVA
Antônio Rodrigues da Silva, vereador na primeira legislatura da câmara municipal de Amparo, iniciada em 1857 (Atas da Câmara de Amparo, 1), voltou à câmara em 1861 como suplente juramentado para substituir eventualmente vereadores faltosos (EFA, 209). Chegou mesmo a presidir algumas sessões nessa legislatura, na ausência do presidente Miranda (Atas, 1:120v e 121v).
JOÃO BATISTA DE GODOY MOREIRA
(JOÃO PEDRO DE GODOY MOREIRA)
João Batista de Godoy Moreira, suplente convocado em 1862 para integrar a câmara de Amparo, passou a partir de 4 de abril de 1866 a se chamar João Pedro de Godoy Moreira
(EFA, 71, 72, 103, 209). Nessa mesma época foi nomeado suplente de Delegado de Polícia de Amparo.(Atas, 1:114ª)
Em 27/11/1871, ao apreciar um requerimento de João Pedro de Godoy Moreira pedindo atestado sobre sua dedicação ao cargo de Inspetor da estrada para Campinas e sua atuação em outros cargos públicos, a Câmara informou que ele ocupou os cargos de Eleitor e de Delegado de Polícia “por pouco tempo e que nesse pouco tempo sofreu censura pública em referência a seus atos contrários à Lei”. (a Câmara era inteiramente liberal e fez essas restrições a João Pedro, que era conservador, num gesto de deselegância pouco comum)
(Atas,3:72/73).
Apesar da má vontade dos liberais, João Pedro foi um dos políticos mais influentes no Amparo durante o Segundo Império e começo da República, liderando com Luís de Sousa Leite e o Dr. Araújo o Partido Conservador.
O Coronel João Pedro de Godoy Moreira era filho do velho João Pedro de Godoy Moreira e de sua segunda mulher Ana Franco da Cunha, natural de Atibaia, filha de Pantaleão Pedroso da Cunha e de Maria Josefa de Almeida (SL, 1:360 – CM-1:99), neto paterno de José Ortiz de Camargo e de Gertrudes Maria de Godoy, e neto materno de Pantaleão Pedroso da Cunha e de Maria Josefa de Almeida. Foi casado com Francisca Eugênia Alves Cordeiro, filha do major Antônio José Alves Cordeiro e de sua primeira mulher Francisca Eugênia Pinto Ferraz.
O Coronel João Pedro foi o fundador da cidade de Pedreira e, como seu pai, teve grande participação na vida política de Amparo, envolvendo-se inclusive no conflito entre conservadores e liberais na Igreja do Rosário, durante uma eleição em fevereiro de 1869. Em 1892 ainda capitão foi nomeado membro do Conselho de Intendência de Amparo. Em 1893 pediu exoneração do cargo de vereador em razão de seu estado de saúde.
Também teve razoável fortuna e foi empresário ativo e empreendedor. Em 12/10/1875 comprou terras no sítio Coqueiros, de Joaquim Gonçalves de Oliveira, João Francisco Teixeira e sua mulher Maria de Oliveira, e de José Joaquim de Oliveira e sua mulher Maria Gertrudes da Anunciação, havidas por herança de seu pai e sogro José Gonçalves da Rocha e sua mulher Liberata Cardoso. (1º of., 35:59/61v) – Em janeiro de 1876 comprou de Antônio José Martins e sua mulher Carolina Maria de Oliveira terras “no sítio de João Francisco Teixeira”, em Coqueiros, havidas por herança de sua sogra e mãe Maria Gertrudes de Oliveira. (1º of., 35:82) Em 13/;2/1876 D. Ana Franco da Cunha outorgou procuração a seu filho João Pedro de Godoy Moreira para comprar escravos em seu nome. (1ºof., 35:126)
Em 3/9/1877, quando da construção do Monumento da Independência do Brasil no Ipiranga, seu nome foi incluído nas comissões nomeadas para angariar donativos nos bairros do Cascalho e Jaguari. (Atas, 3:336)
Em 9/2/1888, João Pedro de Godoy Moreira, encarregado da “comissão de trabalho da construção de uma Igreja e Cemitério no bairro de Pedreira”, requereu informação da Câmara para instruir pedido de elevação do bairro a freguesia, conforme representação publicada no Correio Paulistano em 8/2/1888. (Atas, 6:74) Em 8/3/1888 novo requerimento de João Pedro de Godoy Moreira acompanhado de representação do povo do bairro de Pedreira à Assembléia Provincial, pedindo a elevação a freguesia. A Câmara ainda não havia fornecido as informações pedidas. (Atas, 6:92) –
Em 20/9/1890 João Pedro de Godoy Moreira foi nomeado membro da comissão de fazendeiros para estudar a criação de um imposto para conservação de estradas. (Atas, 7:104)
Em 9/9/1889, tendo a Câmara retido o pedido de elevação de Pedreira a freguesia durante 19 meses, João Pedro de Godoy Moreira exigiu solução imediata. (Atas, 6:395). Acabou atendido e Pedreira tornou-se não apenas freguesia, mas município autônomo…
Em 1891 promoveu a organização da Companhia Industrial e Agrícola Amparo e Bragança. Faleceu sem geração.
MARCOS LOURENÇO GOMES
Marcos Lourenço Gomes, suplente de vereador, prestou compromisso em 3 de dezembro de 1861. Era negociante e capitalista (ou seja, emprestava dinheiro a juros) e exerceu também as funções de Juiz de Paz. (EFA, 209).
Era filho do Capitão José Lourenço Gomes, que foi o primeiro professor primário em Amparo. Marcos Lourenço Gomes foi batizado em 1835 e casou em 1856 com Luísa Franco da Cunha, filha de João Pedro de Godoy Moreira e Ana Franco da Cunha, ligando-se, assim, ao Partido Conservador. Vivia em Amparo aos 66 anos em 1901; foi pai de:
2.1 – Fileto da Silveira Gomes, casado com Ursulina Bueno da Silveira, filha de Antônio Bueno de Camargo Silveira e Ana de Sales Bueno; pais de:
2.1.1 – José;
2.1.2 – Maria;
2.1.3 – Antônio;
2.1.4 – Marcos;
2.2 – Áurea da Silveira Martins, casada com o comerciante Marcolino Antônio Martins, mais tarde membro do Conselho de Intendência Municipal, já na República, filho de Joaquim Antônio Martins e Escolástica Pires de Godoy, pais de:
2.2.1 – Raul;
2.2.2 – Maria;
2.3 – Venâncio da Silveira Gomes, casado com Balbina do Amaral Gomes, filha do vereador João Mendes do Amaral e de Maria Umbelina do Amaral; pais de:
2.3.1 – Benedito;
2.3.2 – Josué;
2.3.3 – Benedito da Silveira Gomes, solteiro, com 20 anos em 1901.
ANTÔNIO JOSÉ ALVES CORDEIRO
O Major Antonio José Alves Cordeiro, vereador eleito na primeira legislatura da Câmara de Amparo em 1857, voltou à casa em 24 de dezembro de 1862 como suplente convocado para suprir a ausência de vereadores faltantes.
GABRIEL LEITE DA CUNHA
Gabriel Leite da Cunha, suplente de vereador, foi convocado em 24 de dezembro de 1862 para suprir a ausência de vereadores faltantes. Era campineiro, filho de José Custódio Leite do Canto e de sua segunda mulher Ubaldina da Cunha Paes Leme. Dele escreveu Silva Leme “Gabriel Leite da Cunha casou e teve geração”. (S.L., 3:450)
Entretanto, descobrimos que Gabriel foi casado com Carolina Maria Ferreira e que teve pelo menos a filha Ubaldina Carolina Ferreira, natural de Campinas, que foi casada em 1865 no Amparo com Francisco da Costa Bispo (este voltou a se casar depois com Inocência Leite da Cunha, viúva de José Ferreira da Cunha. Inocência era irmã do Coronel Luís de Sousa Leite, o que nos faria presumir que este suplente pertencia às hostes conservadoras, mas as Efemérides Amparenses informam que ele pertencia ao Partido Liberal). (EFA, 158).
Gabriel foi proprietário de um sítio de 30 alqueires no bairro da Boa Vista, em Amparo, confrontando com Hércules Florence, Lucas de Siqueira Franco e outros, o que o coloca nas proximidades da Areia Branca, sítio esse que foi comprado do Capitão Salvador de Godoy Moreira em 1850. Podemos acrescentar ainda que Gabriel recebeu de sua filha Ubaldina e de seu genro Francisco da Costa Bispo uma gleba de oitenta alqueires de terras na Fazenda da Barra. (1º of., 33:40)
Em 18/8/1873 apresentou requerimento pedindo relevação de multa por faltar na fatura da estrada da Boa Vista, alegando que estava ausente. A multa foi relevada (Atas, 3:173 e 183)
O ex-vereador Gabriel Leite da Cunha faleceu em Campinas, já viúvo, em 1877.