BIOGRAFIA

 

JOSÉ PINTO NUNES JÚNIOR

 

Dr. José Pinto Nunes Júnior, advogado, eleito vereador em 1869, o mais votado com 269 votos. Presidiu a Câmara durante todo o quatriênio até maio de 1873, com poucas interrupções. Voltaria à câmara em 1876 como suplente. Foi eleito Juiz de paz em 1880 com 163 votos. Pertencia ao Partido Liberal. Foi um dos fundadores da Loja Maçônica Trabalho (EFA, 35,112, 145/146, 166, 181- SL,1:117). Dele disse o Dr. Áureo de Almeida Camargo: “prestante cidadão e político liberal, ocuparia a Promotoria Pública, desempenhando-se de cargos de nomeação e de eleição. Um dos elementos mais entusiastas pelas causas que abraçava que a história amparense registra: nada se fazia sem o Dr. Pinto Nunes”.

Foi tesoureiro das obras da Matriz de 1871 a 1874, comerciante estabelecido com loja, e depois com confeitaria, sob a firma Nunes & Cintra. (Atas, 3:38, 49, 147, 196; 4:40, 47; 6:215 e 223). Paradoxalmente, foi um dos fundadores da Loja Maçônica Trabalho em 1872.

Em 1874 ele e sua mulher venderam à sua sogra um cafesal que haviam recebido de dote. (1º of., 33:33v).

Em 7/1/1881 prestou juramento de Juiz de Paz. (Atas, 4:47v). Em 20/10/1887 foi nomeado membro do Comitê encarregado da feitura do Jardim Público.  (Atas, 6:3)

Em 29/12/1887 José Pinto Nunes Júnior (um dos fundadores da loja maçônica local) e o Padre Pedro Maria d’Amato apresentaram proposta dotar a cidade de uma linha de bondes, movidos a tração animal. (Atas, 6:45/46). Esse projeto recebeu parecer favorável na Câmara em 19/1/1888. (Atas, 6:63)

Foi nomeado, em 12/5/1888, membro da comissão para angariar donativos para festejar “a sanção da lei que decreta a abolição da escravidão em todo o Império” (já se sabia da Abolição na véspera…). (Atas, 6:117/118)

Mas em 1889 o Dr. José Pinto Nunes Júnior recusou cargo impopular na Junta de Classificação do Imposto do Café. (Atas, 6:348)

Em 1890 foi festeiro da festa do Divino Espírito Santo, solicita licença para tocar música no Largo da Matriz, colocar postes para luz elétrica, palanque para queima de fogos no Largo do Rosário, fogueiras de lenha nos largos, etc. (Atas, 7:80v)  

José Pinto Nunes Júnior era bacharel em Direito, fazendeiro no Amparo, e foi casado com Escolástica de Araújo Cintra Nunes, filha do Tenente Antônio Pinto de Araújo Cintra, irmão de Joaquim Pinto de Araújo Cintra (Barão de Campinas), e de Maria Francisca de Campos. Era concunhado do Dr. Joaquim José da Silva Pinto Júnior, o qual, mais tarde foi também vereador em Amparo, diretor da Higiene em São Paulo e Senador Estadual. O Dr. Pinto Nunes e Escolástica tiveram os filhos:

  1.       – Antônio Pinto Nunes Cintra, formado em farmácia, casado com Francisca, irmã do Dr. Francisco de Sales Camargo, filha de Joaquim Antônio de Camargo e de Francisca Corrêa de Camargo;

2 – José Pinto Nunes Cintra, casado com Rufina Machado;

3 – Maria, casada com Luís Pastana, filho de Damião Pastana e de Maria Bibiana de Sousa Aranha.

4 – Arminda;

5 – Benedito Pinto Nunes Cintra, estudante de farmácia em 1903;

6 – Joaquim Pinto Nunes Cintra.

 

JOSÉ DE SOUSA SIQUEIRA

 

Vereador eleito em 1869 com 249 votos na chapa liberal, José de Sousa Siqueira era lavrador, campineiro, filho de Bernardo José de Sampaio, e de Maria Carolina de Sousa, neto paterno do Capitão Francisco de Paula Camargo e de sua primeira mulher Petronilha Clara Rodrigues do Amaral, neto materno do alferes José de Sousa de Siqueira. Foi casado com Ana Luísa de Campos Penteado, filha do sargento-mor Eliziário de Camargo Andrade, de quem teve a filha Estelita de Campos Penteado, casada com seu primo Joaquim Ferreira Penteado.

Era primo-irmão do também vereador da legislatura de 1861/1864 Francisco de Paula Camargo.(SL, 1:239, 6-2) e irmão do futuro vereador Antão de Paula Sousa, que seria eleito na década de 1880.

Em 27/3/1876 adquiriu de Francisco da Costa Bispo e sua mulher Ubaldina Carolina Ferreira terras situadas no Córrego Vermelho. (1º of., 35:186)

 

JOSÉ JOAQUIM FRANCO DA ROCHA

 

O vereador José Joaquim Franco da Rocha foi casado com Maria Isabel Galvão Bueno, filha do Capitão Francisco Mariano Galvão Bueno e de Alexandrina Ortiz. Era filho de José Joaquim Franco, que depois ficou conhecido também como José Joaquim Franco da Rocha (este filho de Daniel da Rocha Franco e de Francisca Pedrosa), o qual casou no Amparo em 1832 com Maria Rosa da Silveira, filha de Francisco da Silveira Franco e de Ana Gertrudes de Campos (SL, 2:73 e 6:15).

José Joaquim, o filho, foi eleito vereador em 1869 com 248 votos pelo Partido Liberal.  Era negociante e mais tarde foi elemento destacado do Partido Republicano. Por ter sido nomeado coletor, deixou de prestar compromisso para o cargo de Juiz de Paz, para o qual fora eleito em 1896.

Faleceu aos 63 anos em 1907. (EFA, 16). Foi pai do Dr. Francisco Franco da Rocha, célebre psiquiatra brasileiro, fundador do Hospital do Juqueri, na hoje cidade de “Franco da Rocha”, em homenagem a ele. O psiquiatra foi casado com Leopoldina Lorena Machado, com geração.

 

FRANCISCO ANTÔNIO DE OLIVEIRA PRESTES

 

Suplente convocado em 1865, elegeu-se vereador em 1869 com o expressivo número de 246 votos. Já biografado anteriormente entre os edís do quatriênio 1865/1869. (EFA, 56)

 

FRANCISCO XAVIER DA SILVEIRA

 

João Xavier de Oliveira, segundo Silva Leme, teria casado no Amparo com Maria Jacinta da Silveira, filha de Francisco da Silveira Franco e de Ana Gertrudes de Campos. Casou novamente, ainda segundo Silva Leme, mas este ignora o nome da esposa. Segundo Prestes Barra (Adendo, 57), João Xavier de Oliveira foi batizado em Bragança em 1801 e faleceu aproximadamente em 1874. Casou a primeira vez com Maria Jacinta da Silveira e a segunda vez com Gertrudes da Silveira Campos, sobrinha da primeira mulher. Teve da primeira esposa (com a qual na verdade casou em 1823 em Mogi Mirim – CM-1:51v), segundo Silva Leme, entre numerosos outros filhos:

Francisco Xavier da Silveira, batizado em 1834 (BA-2:34v), falecido em 1903, fazendeiro no Bairro dos Silveira, era também negociante e foi eleito pelo Partido Liberal em 1869 com 245 votos. Era irmão do também vereador de Amparo Paulino Xavier da Silveira. Foi casado com sua tia materna afim Gertrudes Maria Canedo, viuva de Joaquim da Silveira Franco; com geração (PB,68/73):

2.3.1 – Francisco Silveira, casado com Leopoldina de Abreu, filha de    Cândido de Abreu, de Serra Negra;

2.3.2 – Brasília Silveira, “Nhá Brasília”, casada com Joaquim José Pinto, enteado de seu tio Ludovico, com geração;

2.3.3 – Hermelindo Xavier da Silveira, fazendeiro e político em Lins, falecido em 1932, casado com sua parente Hermelinda Bueno da Silveira, de Mogi-Mirim, filha de Antônio Bueno de Camargo Silveira e de Ana Maria de Sales Xavier, neta paterna de Pedro Bueno de Camargo e de Ana da Silveira Franco, neta materna de Francisco de Sales Xavier e de sua segunda mulher Ana Gertrudes de Oliveira, com geração;

2.3.4 – Maria, casada no Amparo com Pedro Machado, com geração;

2.3.5 – Joaquim Xavier da Silveira, casado com Ana de Godoy, filha  de Joaquim de Godoy, de Monte Alegre do Sul, com geração;

2.3.6 – Ernestina, moradora no Amparo, casada com Joaquim Ferraz, a primeira vez; a segunda vez com José Bueno, irmão de Hermelinda Bueno da Silveira, filho de Antônio Bueno de Camargo Silveira; com geração do primeiro marido;

2.3.7 – Saturnina, casada com Adolfo….., de Jacutinga; sem geração;

 

JOÃO MENDES DO AMARAL

 

O vereador João Mendes do Amaral, batizado no Amparo em 1836, filho de Modesto Mendes do Amaral e da bragantina Joana Maria de Jesus, neto paterno de Lino de Oliveira Cardoso, um dos patriarcas fundadores do Amparo, casou em 1863 com Maria Umbelina da Rocha, de Itatiba, filha de Modesto da Rocha Bueno e de Umbelina da Silva. João Mendes do Amaral era irmão do também vereador da nona legislatura Joaquim Mendes do Amaral. Modesto Mendes do Amaral era proprietário de um imóvel na Rua do Meio em 1838, e pertencia às estirpes mais antigas da cidade, ligado também aos Xavier dos Passos e aos Oliveira Cardoso.

João Mendes do Amaral foi eleito vereador em 1869, pelo Partido Liberal com 245 votos. Foi um dos fundadores da Loja Maçônica Trabalho em 1872. (EFA, 145/146) Foi um dos maçons amparenses que outorgaram procuração em 4/3/1875 ao Conselheiro Saldanha Marinho para reclamar do Governo Imperial contra as bulas papais que excluiam os “pedreiros livres” dos atos da Igreja. (1º of., 33:162v/164v)

Em meados de 1875 João Mendes do Amaral e sua mulher Maria Umbelina da Rocha fizeram uma sociedade agrícola com José Novaes Portela, para explorar um sítio em Três Pontes.

(1º of., 33:53v) Em 1877, quando da escolha das comissões nomeadas para angariar donativos para o Monumento da Independência do Brasil a ser construído no Ipiranga, a do  bairro de Três Pontes foi composta por João Mendes do Amaral, Antônio Rodrigues de Almeida Júnior, e Capitão Jorge Franco do Amaral. (Atas, 3:336) – 3/9/1877

Em 1883, ele e Damásio Pires Pimentel arremataram o antigo Matadouro e pediram licença à Câmara para ali instalar uma máquina de beneficiar café. A Câmara, nos termos da Comissão Especial de Higiene, deferiu o pedido, mas impôs condições. (Atas, 4:127 e 130)

Em 12/5/1887 João Mendes do Amaral, sócio da máquina de café Pimentel & Amaral informa à Câmara que ao tempo da aferição das medidas o sócio Pimentel havia se retirado para Serra Negra, e a sociedade foi depois dissolvida, ficando sob direção exclusiva de João Mendes do Amaral.  requer que sejam aferidas as medidas. (Atas, 5:158v)

João Mendes do Amaral faleceu pouco depois, e já em – 30/11/1887 D. Maria Umbelina do Amaral e Inácio José Marques, donos da máquina de beneficiar café “situada além do Largo da Estação”, foram multados porque tinham uma serra sem pagar o imposto de serraria (Atas, 6:32); em

7/12/1887, Maria Umbelina do Amaral, viúva do finado João Mendes do Amaral, e Inácio José Marques, donos da “máquina de beneficiar café além do Largo da Estação” recorrem e a decisão sobre multa a eles aplicada é adiada. (Atas, 6:38)

Em 28/1/1889 uma representação de proprietários de terras nos bairros do Córrego Vermelho, Boa Vereda e Sertãozinho do Pântano (Maximino de Sousa Moraes, José Baltasar Pereira da Cunha, Joaquim Leme do Amaral e Dr. José Ferraz de Oliveira), pediu um caminho mais curto para a cidade, passando por várias propriedades: as de Antônio Alves Garrido, Felizardo de Oliveira Preto, João Mendes do Amaral (viúva deste), Florêncio Franco da Rocha e Joaquim “Português”. (Atas, 6:247/248)

João Mendes do Amaral deixou pelo menos uma filha, Balbina do Amaral Gomes, casada com Venâncio da Silveira Gomes, pais de Josué e Benedito da Silveira Gomes, solteiro, com 20 anos em 1901.

 

ALBINO ALVES DO AMARAL

 

Nas eleições de vereador para o quatriênio 1869/1872, Albino Alves do Amaral, lavrador, foi eleito com 244 votos. Uma votação significativa, indicando que ele pertencia à corrente majoritária daquele pleito, ou seja, ao Partido Liberal. Em 3/2/1874 fez parte de uma comissão nomeada para examinar as obras na estrada de Campinas, junto com Francisco Bueno de Miranda e Jesuíno Antônio Corrêa da Silva.

Albino Alves do Amaral adquiriu de Elias Lourenço Gomes, em 1875, um imóvel na rua da Constituição, mas foi dono de um grande patrimônio, cujo imóvel mais importante, que abrangia as atuais ruas Albino Alves e Antônio Prado, foi por ele vendido em parcelas, ao abrir essas vias públicas, por volta de 1881 a 1883. (Atas, 4:90v, 95v e 130v). Mas também fez outros negócios: Albino Alves do Amaral comprou de João Manuel Gonçalves um terreno em frente da Estação da Mogiana em 11/11/1875 (1º of., 35:28v) e tinha terras na zona rural, tendo pedido engenheiro para traçar estrada que ligue a Estação de Coqueiros ao seu bairro. (Atas, 3:326)

Aliás, nessa ocasião foi apresentada petição de Albino Alves do Amaral e Antônio Rodrigues da Silva pedindo a desapropriação de terreno para “abertura de um caminho que do bairro dos peticionários vai à estação de Coqueiros”; a maioria dos proprietários cederia o terreno para passagem, mas 3 deles exigiram desapropriação; o assunto foi entregue a uma comissão especial. (Atas,3:309)

Em 1880 seria novamente eleito, desta vez para o cargo de Juiz de Paz, com 161 votos, concorrendo mais uma vez pelo Partido Liberal. Também nesse ano servia como  “inspetor de caminho”. Em 1882 participou da reunão do Partido Liberal na casa do Comendador Joaquim Pinto de Araujo Cintra, convocada para a eleição de um diretório municipal. Voltaria a ser eleito ainda no Império em 1883, quando reclamou à câmara contra o fato de ter sido classificado como “capitalista” para fins tributários (“capitalistas” eram, para fins tributários, “os indivíduos que fazem profissão habitual de dar dinheiro a juros”, segundo parecer da câmara – Atas, 5:12v e 19v). Nesse mesmo ano mandou fazer melhoramentos no Matadouro, durante um período em que não houve nenhuma sessão, assumindo a responsabilidade pelos mesmos, mas seu procedimento foi aprovado pela câmara (Atas, 5:29). Havendo se envolvido na polêmica sobre a estrada da Vargem Grande, acabou declarando na sessão de 23/6/1886, que mudara de opinião depois de ir até aquele bairro, pelo que passava a sustentar o traçado antigo era melhor do que o novo (Atas, 5:90). Foi um dos vereadores mais ativos dessa legislatura,

com numerosas indicações aprovadas, como a contratação de três “conservas” para trabalhar diariamente na limpeza das vias públicas (Atas, 4:170v), a ampliação dos limites da cidade “para os lados do Lazareto”, para evitar construções sem alinhamento (Atas, 4:171) e a elaboração de planta para o Matadouro, bem como a realização de obras nesse próprio municipal. (Atas, 5:5)

Ocupou também os cargos de Juiz de Paz (Atas, 4:48)e de Inspetor de Caminho (Atas, 4:31v). Fez parte do Conselho de Intendência, nomeado após a dissolução da Câmara em 1891 (Atas, 7:143/143v).

Em 1898, já na República, era de novo vereador e renunciou ao cargo alegando motivos de saúde.

Um dos nomes mais conhecidos de políticos amparenses do século XIX, Albino Alves do Amaral é, entretanto, um desafio para quem pesquisa o passado da cidade. Existe uma rua Albino Alves, existiu até um clube de futebol com seu nome, sua bandeira do Império está guardada em nosso museu, mas há uma dúvida que persiste entre algumas pessoas:  quem é Albino Alves do Amaral? quem são seus pais? e quem é o Albino Alves de Oliveira que também aparece nos textos?

A resposta é que são duas pessoas diferentes, mas aparentadas e que viveram na mesma época, próximas bastante para causar certas incertezas. Para agravar a confusão existem vários homônimos de Albino Alves de Oliveira e nem sempre é mencionado o nome completo.

Albino Alves do Amaral, batizado em 1839, era filho de

Jacinto Alves do Amaral e de Justina de Cerqueira César  Justina era viúva de João Domingues de Alvarenga, irmão de Jacinto). Jacinto pertencia a uma das mais antigas famílias de Amparo, integrando o clã da família Siqueira de Alvarenga, vinda de Atibaia nos primeiros anos do século XIX. Foi difícil encontrar sua filiação, só definida depois de encontrar uma escritura de 1887 em que João Cardoso de Oliveira e sua mulher Francisca Eulália de Freitas vendem a Albino Alves do Amaral parte na casa n. 14 da Rua Direita, “em comum com o comprador e outros herdeiros da finada Justina de Cerqueira César, de quem os outorgantes houveram por herança”. Há também um requerimento, datado de 29/3/1890, de Albino Alves do Amaral à Câmara, pedindo a trasladação dos ossos de seu finado irmão Jesuíno Alves de Andrade para o túmulo de sua finada mãe D. Justina de Cerqueira César. (1ºof.75:60 – Atas, 7:56v)

O falecimento de Albino Alves do Amaral foi noticiado em 19/11/1900; o enterro contou com a presença das lojas maçônicas de Amparo e Serra Negra.

 

PEDRO TOMÁS DA CUNHA MARTINS

 

Vereador eleito com 243 votos pelo Partido Liberal, o lavrador Pedro Tomás da Cunha Martins é um personagem ainda mal conhecido na política amparense. Os dados coletados referentes a ele são bastante escassos.

Ele pertencia, evidentemente, ao clã dos Cunha Martins, parente próximo do também vereador Manuel Silvestre da Cunha Martins, sendo provável que fosse filho ou irmão deste. Também foi negociante, pois em 1862 Tomás da Cunha Martins havia obtido licença para comerciar (Atas, 1:101). Morava em 1880 em Entre Montes. (Atas, 4:34v)

Como o restante da família, deve ter vindo de Minas Gerais, mesmo porque uma de suas escravas, de nome Sofia, fora batizada em Bagagem – MG, local de garimpo no Triângulo Mineiro (CA-5:130v).

Sobre esse vereador, por enquanto, só conseguimos uma informação adicional, a de que Pedro Tomás foi testemunha do casamento de José Pires de Araújo, filho adotivo de Daniel Domingues dos Passos, com Escolástica Xavier de Camargo, em 1871 (CA-6:34)

Tudo indica porém que Pedro Tomás da Cunha Martins seja o mesmo Tomás da Cunha Martins, filho de Manuel Silvestre da Cunha Martins e de Maria do Carmo Martins.

Se assim for, é possível estabelecer algumas linhas de sua biografia.

Em 15/2/1862 Tomás da Cunha Martins recebeu licença da Câmara “para negócios” (Atas, 1:101). Em novembro de 1874,

Pedro Tomás da Cunha Martins outorgou procuração ao Dr. Francisco Antônio de Araújo “para deduzir o seu direito na causa de libelo que lhe propõe José Ferreira Zimbres de Queiroz”. (1º of., 33:26v). Nessa mesma época Tomás Martins da Cunha trocou com Manuel José da Silva e sua mulher Maria Alves da Conceição uma casa na Rua da Ponte, em Amparo, por terras que estes houveram por compra no sítio do finado Lino de Oliveira Cardoso. (1º of., 34:129v)

Em 28/10/1875 Tomas da Cunha Martins e sua mãe Maria do Carmo Martins outorgam procuração ao Dr. Araújo para ação contra Manuel Ortiz de Siqueira Freire (1º of., 35:19v). Logo depois, em dezembro de 1875, Tomás Martins da Cunha e sua mãe Maria do Carmo Martins arrendam a Fazenda Entremontes a Lourenço de Siqueira Cardoso (1º of., 35:65v)

Em 1/6/1871 Pedro Tomás da Cunha Martins serviu de testemunha contra os que faltaram na fatura da “Estrada que vai para Campinas pelo Serafimzinho”. (Atas, 3:44) Em 23/2/1888, Pedro Tomás da Cunha Martins, inspetor da estrada do bairro de Santa Cruz dos Mineiros, mandou informação incompleta sobre os faltosos na fatura do caminho. (Atas, 6:86) Em 19/7/1880 a situação se inverte:  Pedro Tomás da Cunha Martins e Maria do Carmo Martins acusados de faltar à fatura da Estrada para Campinas; defenderam-se alegando que fizeram uma ponte sobre o ribeirão que passa entre a Santa Cruz e a casa da segunda suplicante em Entre Montes. (Atas, 4:34v) Em 1887 Pedro Tomás da Cunha Martins, ainda era inspetor da estrada do “bairro da Santa Cruz dos Mineiros”. (Atas, 5:197v)

A última notícia que temos dele é de 11/4/1889: Tomás da Cunha Martins vendeu a José Pereira de Toledo “um pequeno negócio na Rua Barão do Socorro”, o qual foi multado por falta de aferição de pesos e medidas. (Atas, 6:289)

 

FRANCISCO ANTÔNIO PEREIRA

 

Francisco Antônio Pereira, vereador eleito em 1869 na chapa liberal com 242 votos, era filho de Manuel Antônio Pereira e de Francisca Maria Xavier, gente de Bragança, mas moradores no Amparo desde 1818 pelo menos.

Francisco Antônio casou em 1832 no Amparo com Ana Jacinta de Oliveira, viúva de Manuel Joaquim Pereira. Esta faleceu e Francisco Antônio casou novamente em 1845 com Eufrásia Franco de Jesus, viúva de Rafael de Godoy Bueno e irmã de Ana Jacinta de Oliveira.

Francisco Antônio Pereira era dono em 1856 de “um sítio de terras lavradias” no bairro de Três Pontes, havido por herança de seu sogro “há 29 anos mais ou menos”, além de uma parte de terras em comum com Francisco de Sousa de Moraes (RPT, 182/183)

Francisco Antônio foi um dos maçons amparenses que outorgou procuração em 4/3/1875 ao Conselheiro Joaquim Saldanha Marinho para protestar contra a bula papal que excomungava os maçons.

Há um sobrinho homônimo (que poderia ser o próprio vereador, mas que parece muito moço para tanto…) Francisco Antônio Pereira, filho do finado José Antônio Pereira, o qual era morador em Campinas em fevereiro de 1876 (1º of., 35:132)

 

 

 

SUPLENTES CONVOCADOS

 

DOMINGOS FRANCISCO DE MORAES

 

Em 15/4/1873 o Presidente Nunes Jr. convocou seis suplentes da legislatura que se findava para “fazer a apuração dos cidadãos mais votados para Vereadores da Câmara Municipal e Juízes de Paz desta Paróquia”, na ordem dos votos: Antônio Manuel de Arruda, Antônio Ferreira de Camargo Andrade, José Francisco Leme, Eduardo Augusto da Cunha Freire, Domingos Francisco de Moraes e Cirino Antônio Dantas de Vasconcelos. Esses suplentes deveriam comparecer no dia marcado para essas formalidades. (Atas,3:145)

Domingos Francisco de Moraes era filho de Manuel Joaquim de Moraes e de sua primeira mulher Maria Barbosa de Camargo, filha do Sargento-mor Domingos da Costa Machado e sua primeira mulher Manuela de Camargo Penteado, gente de Campinas. (S.L. 7:139/140) Domingos Francisco de Moraes era casado com Antônia Joaquina Bueno de Moraes (1ºof., 34:82)  Antônia Joaquina era filha do Capitão Cândido José Leite Bueno e de Ana Esméria da Silva, moradores de Rio Claro em 1846. (S.L., 5:165)

Domingos Francisco de Moraes e Antônia Joaquina Bueno de Moraes eram pais de Antônio Carlos de Moraes Bueno, casado com Maria Leopoldina Leite, filha de Bernardo José de Sampaio e de Maria Leopoldina Leite de Sampaio, sobrinha do vereador Antão de Paula Sousa; Antônio Carlos também foi vereador em Amparo nos primeiros anos da República (S.L, 1:240/241). Outro filho, Manuel de Moraes, filho de Domingos e de Antônia Joaquina, foi casado com Gertrudes Maria de Sousa Toledo, filha do vereador Antão de Paula Sousa e de Gertrudes Maria de Toledo (S.L. 1:240). Um terceiro filho, Urbano de Moraes Bueno, foi fazendeiro em Amparo, no Bairro de Duas Pontes.

Em 3/9/1877 a Câmara Municipal de Amparo organizou comissões para angariar donativos para o Monumento da Independência do Brasil; uma delas, no bairro das Duas Pontes era constituída por: Paulino Xavier da Silveira, Domingos Francisco de Moraes e Manuel Carlos Aranha. (Atas, 3:336)

 

ANTÔNIO MANUEL DE ARRUDA

 

Antônio Manuel de Arruda era filho de Bernardino José de Arruda e sua mulher Maria Luzia Soares de Arruda, moradores em Mogi-Mirim. Antônio Manuel foi candidato a vereador em Amparo em 1869 e 1873, tendo nesta última eleição apenas 7 votos. (Atas,3:147)

Em 15/4/1873 o Presidente Nunes Jr. convocou seis suplentes da legislatura que se findava para “fazer a apuração dos cidadãos mais votados para Vereadores da Câmara Municipal e Juízes de Paz desta Paróquia”, na ordem dos votos: Antônio Manuel de Arruda, Antônio Ferreira de Camargo Andrade, José Francisco Leme, Eduardo Augusto da Cunha Freire, Domingos Francisco de Moraes e Cerino Antônio Dantas de Vasconcelos. Esses suplentes deveriam comparecer no dia marcado para essas formalidades. (Atas,3:145)

Em 5/1/1874 – Antônio Manuel de Arruda pediu “alívio de multa”, porque faltou na fatura da estrada Amparo/Mogi-Mirim; o alívio foi concedido. (Atas,3:196)

Em 6/2/1874 representou como procurador a seus pais Bernardino José de Arruda e sua mulher Maria Luzia Soares de Arruda, moradores em Mogi-Mirim na escritura em que estes venderam ao Capitão João Vicente Ferreira de Queiroz terras no sítio São João, em Amparo (1º of. 30:37v)

Em 4/4/1881 a Câmara encarrega o Barão de Atibaia de servir como intermediário em cobrança de multa contra Antônio Manuel de Arruda, que estava de mudança de Amparo para Campinas. (Atas, 4:56)


ANTÔNIO FERREIRA DE CAMARGO ANDRADE

 

     Já biografado anteriormente.

 

JOSÉ FRANCISCO LEME

José Francisco Leme foi um dos suplentes da legislatura que se findava convocados em  15/4/1873 pelo Presidente Nunes Jr para “fazer a apuração dos cidadãos mais votados para Vereadores da Câmara Municipal e Juízes de Paz desta Paróquia”, na ordem dos votos: Antônio Manuel de Arruda, Antônio Ferreira de Camargo Andrade, José Francisco Leme, Eduardo Augusto da Cunha Freire, Domingos Francisco de Moraes e Cerino Antônio Dantas de Vasconcelos. Esses suplentes deveriam comparecer no dia marcado para essas formalidades. (Atas,3:145)

Mais tarde, em 1873 José Francisco seria eleito para a Câmara como vereador efetivo.

 

EDUARDO AUGUSTO DA CUNHA FREIRE

O Capitão Eduardo Augusto da Cunha Freire, filho de Joaquim Pedro da Cunha Freire, de Portugal, e de Umbelina Inês de Vasconcelos, natural de Atibaia, foi casado com Francisca Cintra de Campos Freire, filha do Tenente Antônio Pinto de Araújo Cintra, irmão do chefe liberal Joaquim Pinto de Araújo Cintra, Barão de Campinas. Francisca Cintra era irmã de Escolástica de Araújo Cintra Nunes, casada com José Pinto Nunes Júnior, bacharel em Direito, fazendeiro no Amparo, vereador em 1869 e 1876.

Em 15/4/1873 o Presidente Nunes Jr. convocou seis suplentes da legislatura que se findava para “fazer a apuração dos cidadãos mais votados para Vereadores da Câmara Municipal e Juízes de Paz desta Paróquia”, na ordem dos votos: Antônio Manuel de Arruda, Antônio Ferreira de Camargo Andrade, José Francisco Leme, Eduardo Augusto da Cunha Freire, Domingos Francisco de Moraes e Cerino Antônio Dantas de Vasconcelos. Esses suplentes deveriam comparecer no dia marcado para essas formalidades. (Atas,3:145)

Em 14/4/1873 entre os suplentes de vereadores eleitos para o quatriênio 1873/1877 estava novamente Eduardo Augusto da Cunha Freire, 7 votos. (Atas,3:147)

Mas, na mesma data, Eduardo Augusto estava entre os  cidadãos votados para Juiz de Paz com a expressiva soma de

123 votos (Atas,3:147). No mesmo dia prestou juramento de juiz de paz eleito, junto com o Tenente-Coronel José Lourenço Gomes e José Gomes Barbosa. (Atas,3:150)

Em 2/7/1873 moradores do bairro do Pary pediram licença para abrir atalho passando por terras do Capitão Eduardo Augusto da Cunha Freire, a sair na estrada que vem para esta cidade; foi nomeada uma comissão na Câmara para estudar o assunto. (Atas,3:166)

Em 4/5/1874 Eduardo Augusto foi indicado para membro do Diretório das Obras da Matriz, junto com o  Dr. Carlos Augusto do Amaral Sobrinho, Antônio Gomes (Gonçalves?) de Oliveira Bueno e o Capitão Antônio Pedro de Godoy Moreira. (Atas,3:212)

A 6/11/1875 foi apresentado à Câmara requerimento de D. Maria de Campos Cintra e Eduardo Augusto de Campos Freire recorrendo ao Presidente da Província contra a decisão da Câmara no atalho do bairro do Pary. (Atas, 3:265/266)

São essas as informações obtidas sobre esse político amparense até agora.

 

CIRINO ANTÔNIO DANTAS DE VASCONCELOS

 

     Cirino Antônio Dantas de Vasconcelos havia se escusado

em 16/9/1866 a assumir como suplente a vereança e recusou-se a tomar posse do cargo de vereador, alegando que sua “votação muito inferior a outros cidadãos, era uma prova de que não foi de tanta confiança do povo como os que em tempo prestaram juramento”(Atas, 2:47v

Em 15/4/1873 o Presidente Nunes Jr. convocou seis suplentes da legislatura que se findava para “fazer a apuração dos cidadãos mais votados para Vereadores da Câmara Municipal e Juízes de Paz desta Paróquia”, na ordem dos votos: Antônio Manuel de Arruda, Antônio Ferreira de Camargo Andrade, José Francisco Leme, Eduardo Augusto da Cunha Freire, Domingos Francisco de Moraes e Cirino Antônio Dantas de Vasconcelos. Esses suplentes deveriam comparecer no dia marcado para essas formalidades. Não ficou claro desta vez se Cirino compareceu ou não. (Atas,3:145)

 

 

 

 

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