– Teatros existem há três mil anos pelo menos. A Grécia, Roma, China e Japão, já encenavam peças teatrais, antes do advento de Cristo. Aliás, teatros romanos e gregos existem até hoje.
– As invasões bárbaras e a expansão mussulmana provocaram a decadência do teatro no Ocidente, chegando quase ao desaparecimento total. Entretanto, o teatro sobreviveu como atividade circense, de atores ambulantes, e de peças com conteúdo popular, como os “autos” medievais.
– No Brasil, as primeiras noticias que temos de espetáculos teatrais mencionam os “autos” encenados pelo Padre Anchieta, com o fim de catequizar os índios. Depois, com o ciclo do ouro começam a surgir teatros nas cidades mais ricas, como Ouro Preto e Rio de Janeiro. Em São Paulo já havia casa de teatro no século XVIII. Nesse mesmo século principiaram os espetáculos de ópera.
– E no Amparo? Todo mundo (ou quase) sabe que está planejada pela Prefeitura, com apoio da Ypê, a construção de um teatro no Pinheirinho, e sabe também que existiu o Teatro João Caetano, estupidamente destruído por decisão de um irresponsável anônimo, e que tivemos dois cine-teatros: o Santa Helena e o Variedades. E sabemos todos que há um grupo de jovens amadores lutando para promover sessões num barracão improvisado na Rua Barão de Campinas.
– Mas esses são fatos contemporâneos. E antes? Quando surgiu o primeiro teatro em Amparo? Quanto a isso as informações existem, mas são confusas.
– Segundo o Dr. Áureo de Almeida Camargo, em suas Efemérides Amparenses, 139, quando a Companhia Teatral Ribeiro Guimães se apresentou em Amparo, em 7/8/1877, as sessões de teatro já eram um divertimento habitual entre os amparenses. Nesse mesmo mês foram feitas reuniões e tentativas para angariar dinheiro para construir um teatro em Amparo. Noa ano seguinte, João Pedro de Godoy Moreira, o fundador de Pedreira, liderava esse movimento, que arrecadou 17 contos de réis, e foi criada uma comissão para essa finalidade (6/11/1878 e 18/12/1878 – OESP).
– Entretanto, um texto das Atas da Câmara Municipal de Amparo, de 31/8/1879, traz uma valiosa informação para a história de nossos teatros, tratando do apedregulhamento das ruas Direita (hoje 13 de Maio) e do Rosário (hoje 15 de Novembro), dispõe para esta última: “até a esquina da antiga casa de teatro”, e tratantdo das “sargetas… nas ruas Direita e do Rosário, a começar aquela na frente da casa do Capitão José Manuel de Miranda (onde depois foi a Loja Marques) até sair no Largo da Matriz, e nesta (a rua do Rosário) a começar da Rua Aurora até a do Riachuelo, na esquina da casa de Manuel Maria Heitor, que foi a do teatro”. (Atas,4:7/7v)
– Já havia existido, pois, antes de 1879, um teatro no Largo do Rosário, na altura da atual casa da família Andrade Gomes. É possível precisar essa localização, porque a Rua Riachuelo, naquela época era a viela que passa por trás da igreja do Rosário. E a casa de Manuel Maria Heitor era “esquina” porque era a última da rua; o prolongamento da Rua do Rosário, que hoje constitui a Rua Humberto Bereta, ainda não havia sido aberto. Esse primeiro teatro era, assim, muito próximo ao lugar onde mais tarde se edificou o Teatro João Caetano.
– Inaugurado o Teatro João Caetano em 1890, o Amparo agora contava com uma casa de espetáculos construída especiamente para esse fim, com toda a técnica disponível naquela época. Eram comum a apresentação de óperas e de dramas por companhias de renome, algumas delas internacionais.
– Entretanto, em 1902, o Almanaque do Amparo mencionava outro teatro anterior, o Rink, já em uso em 1889 (Atas, 6:261). Este ficava na esquina das atuais ruas Marechal Deodoro e Barão de Campinas. Esse mesmo Almanaque menciona teatros improvisados em casas particulares nas ruas 13 de Maio e 15 de Novembro.
E prosseguindo na busca, encontramos outras manifestações da arte teatral ainda mais antigas: em 30/5/1882, o Correio Paulistano noticiava que se organizara, no Bairro da Boa Vista, para os lados de Entremontes, uma “Sociedade Dramática Particular José de Alencar”, sob direção do fazendeiro Joaquim de Sousa Toledo.
– Em 30/10/1904 o Correio Paulistano noticia aquilo que viria o maior concorrente dos teatros: O “ Cinematógrafo Lumière”, que estava em exibição no Teatro João Caetano…
E, a 19/6/1908, “O Commercio de São Paulo”dava em manchete: “Horroroso incêndio num teatro – em Amparo – quatro pessoas mortas e mais de trinta feridas”. Na verdade, um morto
e dezenas de feridos no Teatro João Caetano. O incêndio ocorrera durante uma sessão de cinema. O “Correio Paulistano”, por sua vez, publicava: “Amparo – Incêndio num
cinematógrafo – o terror dos espectadores – queda fatal do alto da galeria sobre um camarote – vários feridos no Hospital Ana Cintra – consternação geral”. Martinha dos Santos, 16 anos,
foi a vítima fatal. O fogo atingiu o camarote onde estava instalado o aparelho. O fogo foi extinto pelo destacamento local e por populares.

– Estava se iniciando outra era, a dos cinemas, que se estenderia até a década de 1960, quando a televisão, por sua vez, tornou-se o hábito da população, com suas novelas, seus filmes e seu
jornalismo noticioso.
– A televisão agora já está decadente, substituída pela Internet, pelo Facebook, pelos celulares… O que virá a seguir?

 

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