A sesmaria concedida a Francisco Paes da Silva, um obscuro lavrador de Atibaia, em 1726, é um documento de extrema importância para a região de Amparo. Nesse ano, Francisco Paes da Silva pediu que lhe fosse concedida uma sesmaria em terras que a ele pertenciam, “como herdeiro de Antônio Bueno”, de quem era genro, onde o povo estava fazendo roças, que “não continuaram por serem muito distantes”. Essas terras eram no “rio Jaguari, da outra banda, que chamam Feijão Queimado, e pela língua da terra Camanducaia, pelo dito rio Jaguari acima, até um saco de um campo,onde os Guarulhos tem sua pescaria, e daí cortando para o sertão até o rio de Mogi, que está na ressaca do mesmo rio”. A descrição é um tanto confusa, mas não deixa dúvidas de que se trata do nosso Jaguari e do nosso Camanducaia, abarcando as atuais Jaguariúna, Pedreira, Posse de Ressaca e Duas Pontes. O texto identifica a tribo que habitava nossa região, a dos Guarulhos, e dá uma tradução do vocábulo Camanducaia como “Feijão Queimado”, afastando qualquer outra interpretação. Esse documento funciona como uma janela para o passado, permitindo-nos imaginar como era aquela época de índios, posseiros, bandeirantes, onças, florestas intermináveis e pescarias com cipó timbó…
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