Cinco autores descrevem as origens do Amparo: Azevedo Marques e Bernardino de Campos no século XIX, Dr. Áureo de Almeida Camargo e o professor Geraldo Dutra de Moraes, no século XX, e o professor Roberto Pastana Teixeira Lima em nossos dias.

Azevedo Marques, escrevendo sobre Amparo, não arrisca datas, mas diz que em 1828, quando Francisco da Silveira Franco mudou para Amparo, já existia uma capela, onde o padre Figueira celebrara a primeira missa, e que este fora sucedido pelo padre Elias e depois pelo padre Roque.

Bernardino de Campos também não arrisca datas, mas afirma que não deve ser muito anterior a 1828 a construção do templo. Não menciona o padre Figueira.

O professor Dutra de Moraes afirma que documentos fidedignos asseguram que a edificação da Capela de N.S. do Amparo teve início após a provisão de 16/7/1824 (Arquivo da Cúria de São Paulo, códice 16, fls.123), que impunha a condição de “a ermida situar-se necessariamente em lugar decente, alto, livre de umidade, circundado de casas”. “Decorriam tais advertências do Cabido paulistano, à interdição havida dois anos antes, de uma certa capela construída em 1818, por iniciativa de Frei Francisco Figueira, considerada imprópria e anacrônica para a celebração dos ofícios religiosos”. Acrescenta que a capela não tinha o beneplácito do Bispado e expunha-se a frequentes inundações, estando em “deplorável ruina”. Dutra de Moraes menciona ainda uma missa campal celebrada pelo frei Francisco Figueira em 8 de setembro de 1818. Ainda segundo o professor Dutra a nova capela a ser construída seria feita pelo “mestre de risco” José Maciel e pelo pedreiro Manuel Antônio Pereira.

O saudoso Dr. Áureo de Almeida Camargo, em “Romagens pelo Pátio”, também se refere à provisão de 1824, mas alerta quanto ao Padre Figueira: “Não obtivemos informações sobre esse sacerdote e na alentada obra de monsenhor Paulo Florêncio da Silveira Camargo só existe o registro Figueira relativamente a ´padres outros, José Domingos e José Gonçalves” (Figueira)

O professor Teixeira Lima, embora nos confiasse que tinha dúvidas sobre a confiabilidade dos dados sobre esse período, também não teve como omitir, em seu livro “A Cidade Racional”, a informação do professor Dutra de Moraes, sobre o padre Figueira.

Na verdade, o enigmático padre Figueira se chamava Francisco Figueira de Assunção… e com esse nome consta do índice da obra “A Igreja na História de São Paulo”, de monsenhor Paulo Florêncio. Era “clérigo in minoribus”, ou seja, ainda seminarista, em 23 de junho de 1821, quando jurou a Constituição decretada pelas Cortes Portuguesas. Foi ordenado em 30 de novembro de 1822, pelo que não poderia ter celebrado missa alguma em 1818… E também não deve ter sido quem teve a iniciativa de construir a capelinha na margem do Camanducaia, que aliás, já existia nessa data, como se depreende do “Tombamento” do capitão Roque de Sousa de Moraes.

A primeira missa no Amparo deve ter sido celebrada antes de 1818, na humilde capelinha primitiva, á beira do Camanducaia, por um sacerdote cujo nome talvez nunca venhamos a saber.

Quanto ao padre Figueira, a última notícia que encontramos dele é de que era coadjutor em Mogi-Mirim em 1829.

 

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