A Bíblia conta que Josué derrubou as muralhas de Jericó, fazendo sua tropa rodear a cidade tocando trombetas durante sete dias. Ao final desse prazo, as muralhas desabaram. A Ciência não acredita muito nessa versão e sugere que tenha havido um terremoto.
Mas, quando as muralhas são invisíveis, como fazer? Nem trombetas, nem terromotos, parecem ser indicados. Entretanto, a esmagadora maioria da humanidade jamais ouviu sequer falar em “muralha invisível”. E mesmo hoje, os romances de ficção científica evitam a expressão “muralha invisível”; preferem “barreira eletrônica” ou expressão similar.
Onde, então, terão existidos “muralhas invisíveis”?
Você nunca ouviu falar nas muralhas invisíveis de Amparo, mas elas existiram. Infelizmente não tinham serventia como defesa, como as de Jericó, porque a cidade foi tomada em 1932. É verdade que isso custou um mês de violentos combates e bombardeios, mas ninguém mencionou qualquer dificuldade com muralhas…
A muralha, porém, existia. A cidade de Amparo não cresceu entre 1905 e 1953. O perímetro urbano manteve-se estável durante todo esse período. Culpa da crise? Não, a cidade já havia parado muito antes de 1929… Pessoas chegavam à Estação da Mogiana, olhavam e comentavam: “não mudou nada. Está do mesmo jeito de quando fui embora”. Durante décadas nada mudou em Amparo. As mesmas ruas, as mesmas praças, os mesmos casarões…
Por quê isso aconteceu? Por quê a cidade não cresceu durante esse período? Existiria realmente uma misteriosa barreira travando seu desenvolvimento? A crise do café seria a responsável pela estagnação urbana? Ou a política local estaria atrapalhando a abertura de novos bairros, de novas ruas?
Nem uma coisa, nem outra.
Na verdade, a cidade estava encurralada entre a várzea alagadiça do Camanducaia e as montanhas íngremes. E sem automóvel, quem é que quer subir ladeira? A pé, com sol ou com chuva? Ninguém é de ferro. Afinal, como diz o professor Teixeira Lima, Amparo é uma “Cidade racional”.
Como conseqüência, a cidade passou a crescer “para dentro”, ocupando os vastos quintais que ainda existiam. Era um crescimento lento, especialmente depois da crise, quando o dinheiro escasseou.
Quem derrubou a muralha invisível? Raul Fagundes havia feito uma brecha nela ao criar o Jardim Santana em 1953. Mas quem derrubou mesmo foi o João Cintra. A cidade dobrou de tamanho na administração dele. O Camanducaia foi retificado; acabaram as enchentes; novas avenidas foram abertas ou ampliadas, loteamentos surgiram, e o crescimento voltou a acontecer.
Erros foram cometidos, faltam novas praças nas áreas da expansão urbana recente e a arborização das ruas poderia ter sido incrementada desde logo; a utilização de certas áreas poderia ter sido melhor destinada.
Mas a verdade é que a muralha foi derrubada. Os novos administradores que corrijam os erros, urbanizando novas praças, arborizando ruas e enfeitando a cidade.

 

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