Damásio Pires Pimentel – 1897-1898

 

Um dos políticos mais atuantes no final do século XIX e começo do século XX foi Damásio Pires Pimentel. Pertencia a uma família tradicionalmente voltada para a política: o bisavô Felipe Pires de Ávila foi vereador em Bragança no começo do século XIX; seu avô materno João Pedro de Godoy Moreira fora uma forte liderança em Amparo e Pedreira, ocupando o cargo de Juiz de Paz (1); seu tio, também chamado de João Pedro de Godoy Moreira, além de ter sido vereador e membro do Conselho de Intendência, foi o fundador da cidade de Pedreira; seu pai, João Pires Batista, foi militante do Partido Conservador e depois republicano histórico; seus irmãos José Pires Pimentel e João Pires Pimentel foram vereadores em Amparo, e outros dois, Camilo Pires Pimentel e Antônio Pires Ramos Pimentel, foram vereadores e presidentes da Câmara em Serra Negra. 

Damásio Pires Pimentel, amparense, fazendeiro de café, era filho de João Pires Batista e Maria Pires de Ávila, e foi casado com Elvira Goulart, filha de Antônio Emiliano Goulart Penteado e de Ana de Barros, com geração. Deixou geração; o juiz de direito Flávio de Queiroz tornou-se seu genro, ao se casar com sua filha Julieta Pimentel. Um seu sobrinho-neto, Wladimir de Toledo Piza, foi prefeito da cidade de São Paulo na década de 1950.

Encontramos seu nome, pela primeira vez, servindo como testemunha numa escritura em Amparo, no distante ano de 1874. (2)

Em 21/9/1876 Damásio Pires Pimentel é nomeado Delegado de Polícia de Amparo. (3)

Seu nome surge nas atas da Câmara em 4/2/1878, quando o vereador Godoy Jorge propôs Damásio Pires Pimentel para cobrar os impostos para as obras da Matriz, o que foi rejeitado. (Atas, 3:352). Só em 8/8/1882  Damásio Pires Pimentel foi nomeado encarregado do imposto para as obras da Matriz, substituindo Marcelino José Pinheiro. (Atas, 4:95)

Em 11/12/1878 e 12/2/1879 o jornal “O Estado de São Paulo” anunciava que o livro “O programa dos partidos no 2º Império”, de autoria de Américo Brasiliense, estava à venda em Amparo, nas casas de Bernardino de Campos, Assis Prado, Damásio Pimentel, João Leme da Rocha e João Cardoso. (4)

Pouco depois Damásio Pires Pimentel, como conservador ainda, obteve 123 votos para Juiz de Paz, em 4/2/1880, dando início à sua carreira política. (5)

Em 1883 ele e João Mendes do Amaral haviam arrematado o antigo Matadouro e pleitearam da câmara licença para instalar nele uma máquina de beneficiar café (Atas, 4:127). A Comissão Especial de Higiene deferiu o pedido mas impôs condições (Atas, 4:130). No ano seguinte surgiram problemas com o destino dos resíduos, palha de café, desse estabelecimento (Atas, 4:177v). Em 18/9/1884 várias firmas com máquinas de beneficiar café foram multadas: Miranda & Smith, Couto & Cia, Pimentel & Amaral, Manuel Maria Heitor. (Atas, 4:187v)

Em 26/5/1886 foi chamado na qualidade de suplente a assumir a vaga de vereador aberta pela renúncia do Dr. Francisco Antônio de Araújo, sendo empossado nessa data (Atas, 5:83). O primeiro a ser convocado para essa vaga havia sido o Tenente-Coronel Joaquim Gomes de Almeida, que declarou não poder assumir a vereança, por estar exercendo os cargos de Escrivão do Juízo de Paz e da Subdelegacia, pelos quais optava (Atas, 5:83). O segundo, o Comendador Joaquim Pinto de Araújo Cintra, havia se escusado de assumir cargo de vereador, do qual era suplente, por incômodos de saúde, o que propiciou a convocação de Damásio. (6)

A partir dessa época envolveu-se profundamente na propaganda republicana, sediando em sua própria casa reuniões e palestras de políticos republicanos. Chegou mesmo a hospedar o então deputado Campos Sales, mais tarde Presidente da República.

Candidato a vereador, obteve em 1/8/1886 no segundo escrutínio da eleição municipal no Amparo 84 votos, contra  102 de Luís de Sousa Leite, e 99 de Joaquim Inácio da Silveira. Foram eleitos os dois mais votados(7). Chamado como suplente, voltou à Câmara ainda nesse ano, participando da posse da nova legislatura em janeiro de 1887. (8)

Em 11/8/1889 o Dr. Manuel Ferraz de Campos Sales realiza em casa de Damásio Pires Pimentel uma conferência política em prol de candidaturas republicanas à Câmara dos Deputados. Os republicanos acabaram sendo derrotados. (9)

Proclamada a República Damásio fez parte do Conselho de Intendência em 1890 (10, 11 e 12). Mas em 25/4/1891 o Governador Américo Brasiliense comunica ao Conselho ter exonerado, a pedido, os intendentes Felício Granato, José Pedro de Deus e Damásio Pimentel. Sobre essa foram levantadas dúvidas, porque, ao que parece, nenhum deles a teria solicitado. Pouco depois, o Presidente do Conselho, Dr. Bento José de Sousa, também é afastado.

A partir daí, o Conselho de Intendência, sob o comando do Dr. João Pedro da Veiga e de Martins Barbosa, entra em choque com as lideranças locais; o Conselho apoiava o Marechal Deodoro e o Governador Américo Brasiliense, que estavam em luta com o Congresso Nacional. Um golpe frustrada de Deodoro, fechando o Congresso Nacional, resultou na deposição dele e de Américo Brasiliense.

Em 14 de dezembro de 1891 o povo de Amparo, sob a liderança de uma junta revolucionária, composta por Silva Pinto, Luís Leite e Dr. João Mota, ocupou o Paço da Intendência, e derrubou o Conselho e as autoridades locais. O novo governador Cerqueira César reconheceu o movimento e nomeou um novo Conselho para Amparo, composto de Dr. Joaquim José da Silva Pinto Júnior, Luís de Sousa Leite, Dr. José Leite Pinheiro, Artur de Assis Carvalho, Felício Granato, João Belarmino Ferreira de Camargo, Antônio Cândido de Camargom José Pedro de Deus e o Capitão Damásio Pires Pimentel. (14 e 15)

Empossado em 24/12/1891, o Conselho adotou a seguinte decisão: Considerando que devem do mesmo modo ser considerados aqueles que revestidos de qualquer autoridade apóiam e elogiam os atos dos Presidentes ofensivos ao brio do Povo Paulista; considerando que o Dr. Pedro Nolasco Xavier de Paula, Juiz de Direito desta comarca, nas vésperas de sua nomeação ilegal, enviou ao Presidente um ofício, que foi publicado no Diário Oficial, aplaudindo as indignidades cometidas pelo Dr. Américo Brasiliense; considerando que este ofício indigno do carácter paulista foi o preço de sua nomeação, propunha que se não reconhecesse a autoridade daquele Juiz, que deveria ser intimado a passar o exercício de seu cargo a seu substituto legal.

Sendo unanimemente aprovada esta proposta, a Junta Revolucionária dirigiu um ofício àquele Juiz, sendo a entrega do mesmo feita por uma comissão composta dos cidadãos Dr. José Leite Pinheiro, Damásio Pires Pimentel e Capitão Bento de Godoy Moreira. Os escolhidos eram homens de reconhecida coragem e de porte avantajado…

Em 23/6/1893, Damásio é um dos eleitos para preencher as vagas abertas com a renúncia de João Pedro de Godoy Moreira e Rafael de Oliveira Camargo. Foram votados para vereador nessa ocasião: – Capitão Damásio Pires Pimentel, fazendeiro, morador em Amparo, 362 votos – Capitão Antônio Carlos de Moraes Bueno, fazendeiro, morador em Amparo, 362 votos. (15ª)

A 22/12/1894 Damásio Pimentel apresentou indicação, com um projeto de lei sobre abastecimento de água e rede de esgotos da cidade de Amparo; justifica com o fato de que, mesmo durante as lutas políticas que precederam a Proclamação da República, “sobrepujando todos os interesses”, a questão higiênica (água e esgotos) foi o tema dominante. A cidade de Amparo, graças ao seu clima, tornou-se refúgio de famílias imigradas de lugares circumvizinhos, fugindo de epidemias, mas possivelmente trazendo para cá os germes delas. “Campinas, Mogi-Mirim, Rio Claro, Limeira, Descalvado e até de Santos, despejaram para o Amparo, não só os que fugiam do mal que os ameaçava, mas até doentes que vinham morrer aqui e deixar os germes terríveis de futuras epidemias”. Amparo pode ser qualificada “a Higienópolis do Café”. Para continuar sendo uma cidade saudável Amparo precisa Água e Esgotos. Damásio acaba por apresentar um projeto de instalação desses serviços, usando apenas recursos locais, coletados por meio de impostos especiais. (16)

E volta a insistir no tema em 8/7/1895, com a indicação: “Considerando que o município de Amparo é até hoje um dos mais salubres e imunes das epidemias que reinado em outras localidades; Considerando que por isso mesmo esta cidade é procurada como asilo pelos emigrados dos lugares onde têm grassado as moléstias infecciosas e epidêmicas …  Considerando que o meio de evitar calamidades é a precaução aconselhada pelos princípios mais comezinhos de higiene e a perfeita limpeza da cidade…   Considerando, por outro lado, que tratando embora a Municipalidade de franquear aos munícipes água em chafarizes e torneiras, essa medida não pode satisfazer o povo, por incompleta, visto não ser extensiva a domicílios; Considerando que, se o fosse, esse melhoramento seria prejudicial, na opinião do Código Sanitário do Estado sem o complemento da rede de esgotos; Considerando que o serviço completo água e esgotos traria ao Município graves ônus e responsabilidades muito pesadas; Considerando, que em matéria de saneamento o Governo do Estado tem se mostrado solícito em atender aos reclamos das Municipalidades;

Indico que esta Câmara oficie ao Governo do Estado pondo à sua disposição a quantia de 300:000$000 (trezentos contos de réis) para aplicada no serviço de abastecimento de água e rede de esgotos, aproveitando-se no que for possível os elementos já adquiridos pela Municipalidade, e ficando o intendente municipal autorizado a fazer as operações de crédito necessárias para realizar essa quantia, lançando mão de todos os saldos existentes e que forem se verificando para o futuro para fazer face ao pagamento dessa quantia, com os juros e amortizações do empréstimo que contrair se necessário. A indicação foi aprovada em regime de urgência. (17)

Damásio reelegeu-se vereador no triênio seguinte    de 1896 a 1899, tomando posse em 17/1/1896, sendo eleito Presidente da Câmara nessa mesma data. O Dr. Muniz Freire, Presidente do Estado do Espírito Santo assistiu a essa sessão. (18)

No ano seguinte, 1897, Damásio elegeu-se Intendente, assim como em 1898 (19 e 20). Apresentou extenso relatório, mostrando o enorme progresso alcançado pelo município naqueles anos (21). Como Intendente Damásio Pires Pimentel assinou edital o edital para construção do cemitério do Silvestre em 18/9/1898. (22)

Em 1902 o Capitão Damásio Pires Pimentel era suplente de Delegado de Polícia, ligado à corrente “Leitista”. (23)

Com a derrota dessa facção, passou à oposição no plano municipal, mas mesmo assim se elegeu vereador em 1907. Entretanto, foi esbulhado, em vergonhosa trapaça eleitoral em Amparo – numa eleição em que votaram 1146 eleitores, só foram considerados válidos 114 votos – os candidatos prejudicados foram o Dr. João Guedes, Damásio Pimentel e Joaquim de Oliveira Campos, chefe político de Monte Alegre. (23, 24, 25 e 26)

Mais tarde, mudou-se para São Paulo. Faleceu em 1926.

 

NOTAS

 

(1) João Pedro de Godoy Moreira, filho de José Ortiz de Camargo e de Gertrudes Maria de Godoy, provavelmente bragantino, foi o tronco da família Godoy Moreira de nossa região (Veja também ORTIZ DE CAMARGO, Tronco IV, onde estão descritos os irmãos de João Pedro de Godoy Moreira). João Pedro já era casado e já morava no Amparo em 1829, quando foi padrinho de batismo de Brandina, filha de Modesto Antônio de Godoy (BSN-1:16). João Pedro exerceu o cargo de Juiz de Paz no Amparo em 1840/1842 (EFA, 35) e teve grande participação na vida do município, inclusive já idoso, como suplente de Subdelegado de Policia em 1852. Ele casou-se em Bragança em 1811, em primeiras núpcias, com Inácia Pires de Ávila, filha de Felipe Pires de Ávila e de Maria Pires da Rocha; na segunda vez, casou em Mogi Mirim em 1827 com Ana Franco da Cunha, natural de Atibaia, filha de Pantaleão Pedroso da Cunha e de Maria Josefa de Almeida (SL, 1:360 – CM-1:99). Da primeira mulher teve 5 filhos:-

1.3 – Maria Pires de Ávila, casada em 1834 no Amparo, com João Pires Batista, o Pirão, filho de Antônio Pires Pimentel e de Maria da Conceição. João Pires Batista (meu bisavô), adquiriu dos herdeiros do bragantino Aleixo Rodrigues Bueno terras no bairro do Brumado, em Serra Negra. Essa a origem da Fazenda Santo Aleixo, que ainda é de propriedade de descendentes de João Pires Batista (1ºof.12:1654). João Pires Batista era fazendeiro de café em Campinas em 1851 (Monografia Histórica do Município de Campinas, 240) e posteriormente teve terras na Areia Branca, onde construiu uma ponte sobre o Rio Jaguari. João Pires Batista e Maria Pires de Ávila tiveram 7 filhos moradores no Amparo:

1.3.3 – Damásio Pires Pimentel, batizado em 14/4/1853, casado com Elvira Hermínia Goulart Penteado, natural de São Paulo, filha de Antônio Emiliano Goulart Penteado e de Ana de Barros, também conhecida por Ana Hermínia Goulart Penteado, com geração (BA-5:118v). Damásio Pires Pimentel e João Mendes do Amaral, em 15/3/1883, fizeram pedido à Câmara para instalar máquina de beneficiar café a vapor no antigo Matadouro, por eles arrematado; a Comissão Especial de Higiene impôs condições especiais para a máquina de beneficiar café, mas deferiu o pedido (Atas, 4:127 e 130). Republicano (patrocinou em 1889 uma reunião em sua casa para receber Campos Sales, que depois, em 1898, seria eleito Presidente da República), foi vereador e foi eleito Intendente Municipal de Amparo em 1897. Era dono da casa n.3 do Largo da Matriz em 1890.

 

(2)- 3/10/1874 – Paulino Ramos Pimentel vende a Joaquim Franco de Camargo duas partes de terra em cafezais “uma no sítio do finado João Pedro de Godoy Moreira e outra no sítio do outorgado”. Paulino era filho do próprio comprador Joaquim Franco de Camargo. Paulino não sabia escrever, assinando a rogo dele Joaquim José de Camargo. Foram testemunhas Damásio Pires Pimentel e Augusto Antônio Fagundes. (PO/LN, 33:2v)

(3)- 21/9/1876 – Damásio Pires Pimentel nomeado Delegado de Polícia de Amparo – Luís de Sousa Leite exonerado de 1º suplente de Delegado de Amparo. (OESP – DSP)

(4)- 11/12/1878 e 12/2/1879 – livro “O programa dos partidos no 2º Império” – autor: Américo Brasiliense – estava à venda em Amparo, nas casas de Bernardino de Campos, Assis Prado, Damásio Pimentel, João Leme da Rocha e João Cardoso. (OESP)

(5) – 4/2/1880 – Joaquim Gomes de Almeida é um dos eleitos para Juiz de Paz com 162 votos. Outros votados foram: Dr. José Pinto Nunes Jr, com 163 votos; Antônio Joaquim de Oliveira Prestes, 162; Albino Alves do Amaral, 161; Damásio Pires Pimentel, 163 (este conservador); Florêncio José Soares, 123; Antônio Benedito de Camargo Campos (padrastro de João Belarmino Ferreira de Camargo), 123; e Antão de Paula Sousa, 123. (EFA, 35)

(6) – 26/5/1886 – Sessão Ordinária, presidida pelo vice-presidente Capitão Miranda, presentes Dr. Muniz de Sousa, Albino Alves, Campos Pinto; estavam de licença os vereadores Urbano de Azevedo e Randolfo Margarido da Silva. O Dr. Francisco Antônio de Araújo renunciou ao mandato, “declarando que deixava de fazer parte da Corporação”. (mais tarde, esse ato ficou esquecido e ele voltou a exercer o mandato). Convocado o Tenente-Coronel Joaquim Gomes de Almeida, que declarou não poder assumir a vereança, por estar exercendo os cargos de Escrivão do Juízo de Paz e da Subdelegacia, pelos quais optava. Tendo o Comendador Joaquim Pinto de Araújo Cintra se escusado do cargo de suplente, foi convocado o suplente Damásio Pires Pimentel, que prestou o juramento e tomou assento. (Atas, 5:83)

(7) – 1/8/1886 – Segundo escrutínio da eleição municipal no Amparo: Luís de Sousa Leite, 102 – Joaquim Inácio da Silveira, 99 – Damásio Pires Pimentel, 84. – Foram eleitos os dois primeiros. (CP)

(8) – 7/1/1887 – Sessão Especial, presidida pelo Dr. Araújo, presentes o Capitão Miranda, o Tenente Almeida Sobrinho, Paula Sousa, Damásio Pimentel, Albino Alves do Amaral e Campos Pinto. Estando presentes foi dado o juramento aos Juízes de Paz: 1º juiz: Antônio Joaquim de Oliveira Prestes Júnior – 2º juiz: Joaquim Antônio de Almeida Sobrinho – 3º juiz: Marcos da Silveira Gomes, e 4º juiz: Dr. Joaquim Pinto da Silveira Cintra (não compareceu por enfermo).

(9) – 11/8/1889 – O Dr. Manuel Ferraz de Campos Sales realiza em casa de Damásio Pires Pimentel uma conferência política em prol de candidaturas republicanas à Câmara dos Deputados. Os republicanos acabaram sendo derrotados. (EFA, 141/142)

(10) – 14/3/1890 – dissolvida a Câmara Municipal e criado Conselho de Intendência em Amparo em 12/3/1890. Damásio Pires Pimentel é um dos membros do Conselho. (CP – OESP)

(11) – 26/3/1890 – Sessão de posse do Conselho de Intendência Municipal, presidida e aberta pelo Presidente da Câmara Municipal Luís de Sousa Leite, com a presença dos vereadores Martins Barbosa, Arruda, Mendes do Amaral, Rocha e Miranda. É lido um ofício do Governador do Estado, datado de 12/3/1890, comunicando a dissolução da Câmara e a nomeação de um Conselho de Intendência Provisório, composto dos cidadãos: Dr. Carlos de Campos, Dr. Bento José de Sousa, João Belarmino Ferreira de Camargo, Damásio Pires Pimentel, Joaquim Machado Júnior, Felício Granato e José Pedro de Deus. A seguir, realizou-se a posse e assinatura do termo de compromisso e foi lido o relatório do Presidente da Câmara dissolvida. No mesmo dia realizou-se a

Sessão de Eleição do Presidente, Vice-Presidente e organização das diversas Comissões do Conselho de Intendência Municipal, presidida por José Pedro de Deus.

(12) – 8/4/1891 – Em sessão ordinária, presidida por Bento de Sousa, presentes José Pedro de Deus, Felício Granato e Damásio Pimentel, é lido um ofício do governador elevando de sete para nove o número de membros do Conselho de Intendência e nomeados para completar o número e preencher as vagas de João Belarmino e Pedro Pastana, os cidadãos Albino Alves do Amaral, Dr. João Pedro da Veiga, Francisco Xavier da Silveira e Joaquim Martins Barbosa (não há notícia anterior nas atas da exoneração de João Belarmino e de Pedro Pastana). Também foi

(13) – 25/4/1891 – Governador Américo Brasiliense comunica ao Conselho ter exonerado, a pedido, os intendentes Felício Granato, José Pedro de Deus e Damásio Pimentel. (Atas, 7:146v)

(14) – 24/12/1891 – Sessão Extraordinária, presidida por Silva Pinto Júnior, presentes: “o Dr. Joaquim José da Silva Pinto Júnior, Luís de Sousa Leite, Dr. José Leite Pinheiro, Artur de Assis Carvalho, Felício Granato, João Belarmino Ferreira de Camargo, Antônio Cândido de Camargo e José Pedro de Deus. Haviam sido “nomeados por ato do cidadão Dr. Presidente do Estado de 18 deste mês e ano para membros do Conselho de Intendência Municipal desta cidade, em substituição da que foi deposta pelo povo em data de 14 do mesmo citado mês”. Faltou o oitavo nomeado Capitão Damásio Pires Pimentel.

(15) – 24/12/1891 – Decisão da Câmara: Considerando que devem do mesmo modo ser considerados aqueles que revestidos de qualquer autoridade apóiam e elogiam os atos dos Presidentes ofensivos ao brio do Povo Paulista; considerando que o Dr. Pedro Nolasco Xavier de Paula, Juiz de Direito desta comarca, nas vésperas de sua nomeação ilegal, enviou ao Presidente um ofício, que foi publicado no Diário Oficial, aplaudindo as indignidades cometidas pelo Dr. Américo Brasiliense; considerando que este ofício indigno do carácter paulista foi o preço de sua nomeação, propunha que se não reconhecesse a autoridade daquele Juiz, que deveria ser intimado a passar o exercício de seu cargo a seu substituto legal.

Sendo unanimemente aprovada esta proposta, a Junta Revolucionária dirigiu um ofício àquele Juiz, sendo a entrega do mesmo feita por uma comissão composta dos cidadãos Dr. José Leite Pinheiro, Damásio Pires Pimentel e Capitão Bento de Godoy Moreira.

(15ª) – 2/7/1893 –  apuração das Autênticas da eleição de dois v vereadores realizada em 23/6/1893, para preencher as vagas abertas com a renúncia de João Pedro de Godoy Moreira e Rafael de Oliveira Camargo. Foram votados para vereador: – Capitão Damásio Pires Pimentel, fazendeiro, morador em Amparo, 362 votos – Capitão Antônio Carlos de Moraes Bueno, fazendeiro, morador em Amparo, 362 votos. (Atas, 9:124v/125)

(16) – 22/12/1894 – Damásio Pimentel apresentou indicação, com um projeto de lei sobre abastecimento de água e rede de esgotos da cidade de Amparo justifica com o fato de que, mesmo durante as lutas políticas que precederam a Proclamação da República, “sobrepujando todos os interesses”, a questão higiênica (água e esgotos) foi o tema dominante. A cidade de Amparo, graças ao seu clima, tornou-se refúgio de famílias imigradas de lugares circumvizinhos, fugindo de epidemias, mas possivelmente trazendo para cá os germes delas. “Campinas, Mogi-Mirim, Rio Claro, Limeira, Descalvado e até de Santos, despejaram para o Amparo, não só os que fugiam do mal que os ameaçava, mas até doentes que vinham morrer aqui e deixar os germes terríveis de futuras epidemias”. Amparo pode ser qualificada “a Higienópolis do Café”. Para continuar sendo uma cidade saudável Amparo precisa Água e Esgotos. Damásio acaba por apresentar um projeto de instalação desses serviços, usando apenas recursos locais, coletados por meio de impostos especiais. (Atas,10:53v/54)

(17) – 8/7/1895 – Damásio Pimentel volta a insistir no problema do abastecimento de água, com a indicação: “     Considerando que o município de Amparo é até hoje um dos mais salubres e imunes das epidemias que reinado em outras localidades; Considerando que por isso mesmo esta cidade é procurada como asilo pelos emigrados dos lugares onde têm grassado as moléstias infecciosas e epidêmicas; Considerando que esse fato pode transtornar de um momento para outro a constituição médica do lugar, de modo a constituir-se aqui também um foco de infecção, e que não será difícil de dar-se, à vista de numerosos exemplos; Considerando que o meio de evitar calamidades é a precaução aconselhada pelos princípios mais comezinhos de higiene e a perfeita limpeza da cidade; Considerando que essa limpeza é impossível sem água em abundância para consumo dos habitantes e para lavagens freqüentes nos domicílios; Considerando, por outro lado, que tratando embora a Municipalidade de franquear aos munícipes água em chafarizes e torneiras distribuídas em diversos pontos da cidade, essa medida, embora de muito alcance, não pode satisfazer o povo, por incompleta, visto não ser extensiva a domicílios; Considerando que, se o fosse, esse melhoramento seria prejudicial, na opinião do Código Sanitário do Estado sem o complemento da rede de esgotos; Considerando que o serviço completo água e esgotos traria ao Município graves ônus e responsabilidades muito pesadas, em prejuízo de outros melhoramentos municipais igualmente urgentes e importantes, como seja o calçamento das ruas e outros; Considerando, porém, que em matéria de saneamento o Governo do Estado tem se mostrado solícito em atender aos reclamos das Municipalidades;

Indico que esta Câmara oficie ao Governo do Estado pondo à sua disposição a quantia de 300:000$000 (trezentos contos de réis) para aplicada no serviço de abastecimento de água e rede de esgotos, aproveitando-se no que for possível os elementos já adquiridos pela Municipalidade, e ficando o intendente municipal autorizado a fazer as operações de crédito necessárias para realizar essa quantia, lançando mão de todos os saldos existentes e que forem se verificando para o futuro para fazer face ao pagamento dessa quantia, com os juros e amortizações do empréstimo que contrair se necessário. Amparo, 8/2/1895 – Damásio Pires Pimentel. A indicação foi aprovada em regime de urgência. (Atas, 10:104v/105)

(18) – 17/1/1896 – Empossada nova Câmara Municipal de Amparo: Presidente Damásio Pires Pimentel; Vice: Francisco Mariano Galvão Bueno; Intendente: Dr. José Leite de Sousa. O Dr. Muniz Freire, Presidente do Estado do Espírito Santo assistiu a essa sessão. (Jornal do Brasil)

(19) – 11/1/1897 – Tendo havido empate entre o Dr. José Leite de Sousa e Francisco Mariano Galvão Bueno na eleição para Presidente da Câmara, é proclamado eleito o último, por ser o mais velho. O Dr. José Leite de Sousa também perdeu o desempate para Intendente Municipal, sendo eleito Damásio Pires Pimentel. Foi eleito Vice-Presidente o Tenente Eugênio José de Oliveira. (EFA, 19)

(20) – 7/1/1898 – Eleitos: Presidente da Câmara, Francisco Mariano Galvão Bueno – Vice-Presidente, Tenente Eugênio José de Oliveira – Intendente, Capitão Damásio Pires Pimentel. (EFA, 16)

(21) – 14/3/1898 – extenso relatório do Intendente Damásio Pires Pimentel. (OESP)

(22) – 18/9/1898 – edital para construção de cemitério, assinado pelo Intendente Damásio Pires Pimentel. (CP)

(23) – 1902 – O Capitão Damásio Pires Pimentel era suplente de Delegado de Polícia (Almanaque do Amparo,1902)

(24) – 12/12/1907 – Resultado das eleições: Candidatos Pedristas – 1º turno: Félix Viana, 171 – Domingos Nunes, 171 – Inácio da Silveira Pupo, 159 – Bernardino Prestes, 165

– 2º turno: José Ricardo de Aguiar, 665 – Fausto Azevedo, 667 – Alonso Dantas Pereira, 666 – Joaquim Bueno Camargo da Silveira, 549 – Joaquim Damião Pastana, 666 – Domingos Vita, 665 – Félix Viana, 666 – Domingos Nunes, 666 – Inácio da Silveira Pupo, 665.

Candidatos Leitistas:- 1º turno: Damásio Pires Pimentel,126 – Flamínio de Campos Leme, 121 – Dr. João Guedes, 120 – Joaquim de Oliveira Campos, 108.

(25) – 22/12/1907 – eleição no Amparo – monarquista elegem 3 juízes de paz – os “governistas” elegeram 3 vereadores: Dr. João Guedes, Damásio Pimentel e Flamínio de Campos Leme. (CP)

(26) – 6/2/1908 – vergonhosa trapaça eleitoral em Amparo – numa eleição em que votaram 1146 eleitores, só foram considerados válidos 114 votos – os candidatos prejudicados foram o Dr. João Guedes, Damásio Pimentel e Joaquim de Oliveira Campos, chefe político de Monte Alegre. (OESP)

(27) – 13/2/1941 – Artigo sobre propaganda republicana menciona conferência de Campos Sales na casa de Damásio Pimentel, antes de 1889. (OESP)

 

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