Dr. Manuel Ortiz de Siqueira – 1917-1919

 

Manuel Ortiz de Siqueira, natural de Campinas, onde nasceu em 1883, dentista e fazendeiro, foi casado a primeira vez com Cândida Xavier de Oliveira; casou a segunda vez em 1894 com Celina Xavier de Oliveira, irmã da primeira esposa. Com grande descendência de ambas as esposas.

Era filho de outro Manuel Ortiz de Siqueira, casado no Amparo em 1861 com Maria Franco de Oliveira, filha de José Cardoso de Oliveira e de Cândida Maria Franco. É o mesmo Manuel Ortiz de Siqueira Freire que aparece em outros documentos, casado com Maria Franco da Silveira ou Maria Franco de Siqueira. Em alguns textos, o nome da esposa é Teresa da Silveira Franco (1º of.35:160)(1).

Manuel Ortiz de Siqueira Freire, o patriarca da família, passou por episódios trágicos em 1886, tendo um filho misteriosamente assassinado no Bairro do Martírio(3). Na mesma época foi acusado caluniosamente da morte de um professor, que depois se verificou estar vivendo em Minas Gerais (2). Ao que parece, Manuel Ortiz de Siqueira Freire estava incapacitado no final da vida, pois foi necessário que um filho assinasse por ele num requerimento em 1890. (4)

Manuel Ortiz de Siqueira, o segundo, foi irmão de Isolino de Siqueira e tio do professor Hildebrando Siqueira, natural de Piracicaba, onde nasceu em 1904, casado com Maura Toledo, de Lindóia. Hildebrando Siqueira foi o fundador da Ação Integralista Brasileira em Amparo, segundo depoimento do Professor José de Campos Guerra. Manuel Ortiz também foi irmão de Clodomira Ortiz de Siqueira, casada com o Dr. Américo Ferreira de Camargo, médico da Prefeitura de Amparo, que foram pais do vereador Lamartine José Ferreira de Camargo, nome de destaque na Coligação Democrática Trabalhista na década de 1950.

Como vários outros políticos de sua época, Manuel Ortiz de Siqueira foi homem de múltiplas profissões. Em 1906 era contador, partidor e distribuidor do juízo, em Amparo(5 e 5b). Em 1911 pretendia fundar um jornal, em sociedade com Francisco de Sousa Araújo. Em 1912 foi convocado a servir como mesário em eleição e como jurado. Estudou Direito na Faculdade do Largo de São Francisco, colando grau em 1916. Ainda acadêmico de direito, em janeiro de 1914, defende no júri o réu João Corrêa de Araújo, que é absolvido (5ª). Mais tarde, quando prefeito, era mencionado como sendo dentista, cujo curso fizera por volta de 1906 (5c).

Elegeu-se vereador para o triênio 1917/1920, mas foi logo, em 16/1/1917, eleito pela Câmara para o cargo de prefeito de Amparo. Em 24/6/1917, identificado como prefeito de Amparo, contribui para o monumento a Oswaldo Cruz (6ª). Uma notícia, possivelmente equivocada, dá Felício Granato como prefeito de Amparo em 12/4/1917. Será necessário conferir a documentação (6).

Manuel Ortiz de Siqueira foi reeleito em 1918, 1919 e 1920, mostrando que sua atuação agradara à comunidade. (7) (8)(9).

Subitamente, Manuel Ortiz de Siqueira mudou de forma radical os rumos de sua vida. Em dezembro de 1920 ele anunciou que renunciaria aos cargos de prefeito e de vereador em 31 de janeiro do ano seguinte, afim de poder cuidar de seus interesses particulares, que vinham sendo mal-cuidados devido aos encargos públicos (9ª).  Inscreveu-se em janeiro de 1922 num concurso para juiz de direito e foi aprovado. Nomeado juiz substituto do distrito de Guaratinguetá, foi chamado a presidir o Tribunal do Júri da cidade de São Paulo, que ficara acéfalo pela remoção do titular. Em 22 de maio de 1922 sofreu um duro golpe, perdendo a segunda esposa, Celina Xavier, falecida em Pindamonhangaba, aos 28 anos de idade. (10)

Semanas depois, Ortiz de Siqueira foi removido para o lugar de juiz substituto de Campinas. Em fevereiro do ano seguinte, foi nomeado juiz de direito da comarca de Cananéia. (11)

Talvez pelo abalo da morte da esposa, Manuel Ortiz de Siqueira faleceu na Beneficiência Portuguesa, em Campinas, a 15/4/1923. Foi enterrado em Amparo.(12)

 

 

NOTAS

 

(1) – Manuel Ortiz de Siqueira, casado no Amparo em 1861 com Maria Franco de Oliveira, filha de José Cardoso de Oliveira e de Cândida Maria Franco. É o mesmo Manuel Ortiz de Siqueira Freire que aparece em outros documentos, casado com Maria Franco da Silveira ou Maria Franco de Siqueira. Em alguns textos, o nome da esposa é Teresa da Silveira Franco. (1º of.35:160). Manuel Ortiz já era falecido em 1894, quando sua viúva Maria Franco de Siqueira deu quitação de uma dívida a Constantino Peterlini (1ºof. 119:81v). Manuel e Maria foram pais de:

6.1 – Isolino Siqueira, natural de Amparo, onde nasceu em 1882 e faleceu em 1934, casado com Zélia Seixas, de Cachoeira Paulista, falecida em Campinas em 1963. Pais de:

6.1.1 – Hildebrando Siqueira, natural de Piracicaba, onde nasceu em 1904, casado com Maura Toledo, de Lindóia. Hildebrando Siqueira foi o fundador da Ação Integralista Brasileira em Amparo, segundo depoimento do Professor José de Campos Guerra. Hildebrando e Maura tiveram:

6.1.1.1 – Francisco Isolino de Siqueira, natural de Serra Negra, onde nasceu em 1927, casado com Maria Luz Amina Salek, de Charagua, Santa Cruz, Bolívia.

6.5 – Manuel Ortiz de Siqueira, natural de Campinas, onde nasceu em 1883, (deve ser o que era dentista e foi Prefeito de Amparo por volta de 1918), casado a primeira vez com Cândida Xavier de Oliveira, de quem teve:

6.5.1 – Plínio Ortiz de Siqueira, casado com Nair Soares.

6.5.2 – Rui Ortiz de Siqueira, natural de Amparo, falecido em Campos de Jordão em 1929.

            Manuel Ortiz de Siqueira casou a segunda vez em 1894 com Celina Xavier de Oliveira, irmã da primeira esposa. De Celina teve:

6.5.3 – Ivete Ortiz de Siqueira, natural de Amparo, casada em 1943 com Renaud Corrêa de Assis Pupo, também de Amparo.

6.5.4 – Abigail Siqueira, natural de Amparo, casada com Antônio Gonçalves, natural de Minas Gerais, com geração;

6.5.5 – Nelly Ortiz de Siqueira, natural de Amparo, casada a primeira vez com Romeu Accordi.  Nelly Ortiz de Siqueira casou a segunda vez com Pascoal Corano.

6.5.6 – Gilberto Celso Ortiz de Siqueira, nascido em Amparo em 1920, falecido em São Paulo em 1973.

6.6 – José Ortiz de Siqueira, foi assassinado.

6.7 – Clodomira Ortiz de Siqueira, natural de Campinas, nascida em 1887, casada com Dr. Américo Ferreira de Camargo, este natural de Amparo, falecido em 1948. pais de:

6.7.1 – Ady Mercedes Ferreira de Camargo, casada com Nelson Sousa Campos, natural de Amparo, falecido em São Paulo em 1973.

6.7.2 – Rubens Ferreira de Camargo – natural de Amparo, falecido em tenra idade.

6.7.3 – Aloysio Geraldo Ferreira de Camargo, casado com Dirce D’Andréa Hadler.

6.7.4 – Lamartine José Ferreira de Camargo, casado com Robertina Colli, natural de Amparo, vereador.

(2) – 16/4/1886 – “O Mistério de Pedreira” – o professor Augusto Custódio Soares teria sido assassinado pelo fazendeiro Manuel Ortiz de Siqueira Freire – o professor teria na verdade se mudado para Minas Gerais. (OESP)

(3) – 2/7/1886 – assassinato a facadas de José Manuel de Siqueira, filho de Manuel Ortiz de Siqueira Freire, no lugar chamado Frutal, ao lado da linha da Mogiana (ao que parece é próximo da Capela do Martírio – o autor do crime não foi identificado, nem o motivo – estaria ligado ao desaparecimento do Professor Augusto Custódio? Uma vingança?). (OESP)

(4) – 7/6/1890 – João Manuel de Siqueira, filho de Manuel Ortiz de Siqueira Freire, assina a rogo deste, para requerer a trasladação dos ossos do pai deste José Joaquim de Siqueira para o Cemitério Municipal. (Atas, 7:76)

(5) – 23/3/1906 – Manuel Ortiz de Siqueira, contador, partidor e distribuidor do juízo, em Amparo. (OESP)

(5ª) – 29/1/1914 – notícia de “O Estado de São Paulo”.

(5b) – 3/3/1906 – Manuel Ortiz de Siqueira  presta exame escrito no Tribunal de Justiça, como concorrente ao ofício de distribuidor e contador da Comarca de Amparo (OESP)

(5c) – 4/4/1907 – Manuel Ortiz de Siqueira aprovado na segunda série de Odontologia (OESP)

(6)- 12/4/1917 – Felício Granato, Prefeito Municipal. (OESP)-24/6/1917 – Ortiz de Siqueira, Prefeito Municipal de Amparo, contribui para o monumento a Oswaldo Cruz. (OESP)

(7) – 31/7/1917 – Ortiz de Siqueira, Prefeito. (OESP)

(8) – 17/1/1918 – Eleitos: – Dr. Francisco de Sales Camargo, Presidente da Câmara – Francisco José Lopes Maia, Vice-Presidente – Manuel Ortiz de Siqueira, Prefeito – Coronel Fausto Azevedo, Vice-Prefeito – Joaquim de Oliveira Campos, Subprefeito de Monte Alegre (CP)

(9) – 17/1/1920 – posse na Câmara de Amparo – Dr. Francisco de Sales Camargo, Presidente – Francisco José Lopes Maia, Vice-presidente – Dr. Manuel Ortiz de Siqueira, Prefeito – Gustavo da Silveira Vasconcelos – Vice-prefeito. (CP)

(9ª) – 2/1/1921 (CP)

(10) – 21/1/1922 e 8/2/1922. (CP)

(11) – 21/3/1922 e 23/3/1922 (CP)

(12) – 5/7/1922, 24/2/1923 e 15/4/1923 (CP)

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