Major Antônio da Silveira Melo – 1916
O Major Antônio da Silveira Melo, fazendeiro em Coqueiros, hoje Arcadas, casado em 1881, em oratório particular, com Maria Leme, também conhecida por Maria Francisca de Jesus, filha de José Tiago da Silva Leme e de Ana Rodrigues do Espírito Santo (CA-8:30v), era filho de
Paulino Xavier de Oliveira (mais conhecido por Paulino Xavier da Silveira) e de Querubina Sousa Melo. Paulino Xavier da Silveira foi fazendeiro e exerceu cargos públicos; foi nomeado 2º Juiz de Paz do distrito de Monte Alegre e prestou compromisso em 13/6/1892. Querubina Sousa Melo era filha de Antônio de Sousa Melo, de Mogi das Cruzes, e de Carolina Leopoldina Aranha(1). Antônio de Sousa Melo foi irmão de Querubim da Silveira Melo, tabelião em Jaboticabal(3). Era primo-irmão pela parte materna do Dr. Amadeu Gomes de Sousa e do Dr. Carlos Gomes de Sousa.
A primeira informação que coletamos sobre o Major Antônio da Silveira Melo é o relato de um incêndio na máquina de café da sua fazenda, próxima a Coqueiros, em
12/9/1888(2).
Antônio da Silveira Melo foi eleito vereador em 1899 e reeleito em 1902, numa chapa inteiramente “leitista”, na qual figuravam também Balduíno Camires de Arruda Amaral, José Leite de Arruda, Alfredo de Barros, Damião Pastana Jr., Arthur Alves de Godoy, Fausto Azevedo e Josué Emigdio Vasco de Toledo. Tomou parte, pois, na encarniçada disputa com os “pedristas”, ocorrida no segundo mandato.
Era grande apreciador de música, tendo sido presidente da “Lira Amparense” em 1907(5), da qual também eram diretores Herculano Cintra e Domingos Nunes.
Em 19/5/1909 foi feito o registro das patentes da Guarda Nacional do major Felício Granato e dos tenentes Francisco Antão de Paula Sousa, Antônio da Silveira Melo e do alferes José Caetano Leme(6). Mais tarde, Silveira Melo seria promovido a major.
Foi um dos grandes produtores de café do município, constando de uma lista dos principais contribuintes do Imposto sobre Café em 1911 (7). Integrava o Conselho Fiscal do Banco Industrial Amparense, em 4/4/1912, junto com Afonso Celso e Amadeu Gomes(8).
Silveira Melo ocupou por duas vezes o cargo de prefeito de Amparo. A primeira quando Felício Granato, em 9/5/1914, resignou ao cargo de Prefeito, que passou a ele, vice-prefeito Antônio da Silveira Melo. Comentava-se na ocasião que era quase certa a eleição de Rafael Prestes para esse cargo(9). Rafael Prestes realmente foi eleito para o cargo e o exerceu durante um ano, mas foi eleito deputado e deixou o cargo. Assim, em 1916, o Major Antônio da Silveira Melo era, pela segunda vez, o Prefeito de Amparo. (10)(11)
Em 17/2/1917 a imprensa noticiava uma homenagem ao major Antônio da Silveira Melo em sua Fazenda Boa Vista, em Coqueiros, na qual centenas de pessoas compareceram em trem especial, inclusive o Tiro 104. A elite toda de Amparo foi recebida pelo major, que ofereceu uma recepção aos amigos e autoridades que para lá se deslocaram. (12)
Mais uma vez, a dificuldade de acesso aos arquivos do Museu Bernardino de Campos e da Casa da Cultura prejudica este trabalho. Nada mais obtivemos sobre o major Silveira Melo, nem mesmo a data de seu falecimento.
NOTAS
(1) – Paulino Xavier de Oliveira (mais conhecido por Paulino Xavier da Silveira), casado em 1858 no Amparo com Querubina Sousa Melo, filha de Antônio de Sousa Melo, de Mogi das Cruzes, e de Carolina Leopoldina Aranha. Paulino Xavier da Silveira foi fazendeiro e exerceu cargos públicos; foi nomeado 2º Juiz de Paz do distrito de Monte Alegre e prestou compromisso em 13/6/1892 (Atas, 8:66v). Paulino e Querubina foram pais, segundo Prestes Barra (PB, 62/69), de:
1 – Major Antônio da Silveira Melo, fazendeiro em Coqueiros, hoje Arcadas, casado em 1881, em oratório particular, com Maria Leme, também conhecida por Maria Francisca de Jesus, filha de José Tiago da Silva Leme e de Ana Rodrigues do Espírito Santo (CA-8:30v); sem geração.
(2) – 12/9/1888 – incêndio na máquina de café da fazenda de Antônio da Silveira Melo, próximo a Coqueiros. (OESP)
(3) – 2/5/1898 – febre amarela em Jaboticabal – Querubim da Silveira Melo, tabelião de lá, embarca para o Amparo… (OESP)
(4) – 7/1/1902 – Sessão de posse da Câmara Municipal, que fora quase toda reeleita, só havendo um novo vereador, Fausto Azevedo. Os demais eram: Balduíno Camires de Arruda Amaral, José Leite de Arruda, Alfredo de Barros, Damião Pastana Jr., Antônio da Silveira Melo, Arthur Alves de Godoy e Josué Emigdio Vasco de Toledo. Dr. José Leite de Arruda é reeleito Presidente da Câmara Municipal de Amparo, por 7 votos; Alfredo de Barros teve um voto. Para Vice-Presidente foram votados Josué Emigdio, 7 votos, e Arthur Godoy, 1 voto. Para Intendente Municipal Balduíno Camires teve 7 votos e Damião Pastana Jr. um voto. (Atas, 13:41)
(5) – 26/8/1907 – Diretoria da “Lira Amparense”: Presidente, Antônio da Silveira Melo – Vice, Herculano Cintra – 1º Secretário, Domingos Nunes – 2º Secretário, Oscar Bueno – Tesoureiro, Joaquim Bento – Procurador, Juvenal Baiena da Silva. (OESP)
(6) – 19/5/1909 – registro das patentes da Guarda Nacional do major Felício Granato e dos tenentes Francisco Antão de Paula Sousa, Antônio da Silveira Melo e do alferes José Caetano Leme. (CP)
(7) – 20/12/1911 – principais contribuintes do Imposto sobre Cafê: Júlio Ribeiro de Carvalho, Antônio Carlos de Moraes Bueno, Francisco Mariano Galvão Bueno, João Aleixo de Godoy, Pedro Penteado, João Belarmino, Urbano de Moraes Bueno, Antônio da Silveira Melo, José Francisco Alves, Francisco Emílio de Campos e Romeu de Campos Pinto. (CP)
(8) – 4/4/1912 – Diretoria do Banco Industrial Amparense: Dr. Vasco, Presidente – Augusto Guimarães, Vice – Alcides Penteado, Gerente – Afonso Celso, Amadeu Gomes e Antônio da Silveira Melo, membros do Conselho Fiscal. (OESP)
(9) – 9/5/1914 – Felício Granato resigna ao cargo de Prefeito, que passa ao vice-prefeito Antônio da Silveira Melo – era quase certa a eleição de Rafael Prestes para esse cargo. (OESP)
(10) – 14/2/1916 – Major Antônio da Silveira Melo, Prefeito de Amparo, estava em Coqueiros. (OESP)
(11)- 17/2/1916 – Antônio da Silveira Melo, Prefeito de Amparo. (OESP)
(12)- 17/2/1917 – notícia do “Correio Paulistano” dessa data.