Dr. Rafael Prestes – 1915
O Dr. Rafael Galvão Prestes, advogado, fazendeiro e político, prefeito de Amparo, deputado estadual, foi casado com Constância Cordeiro, filha do Major Antônio José Alves Cordeiro e de Francisca Eugênia Pinto Ferraz (1a).
O Dr. Rafael Galvão Prestes era filho do Capitão Francisco Antônio de Oliveira Prestes e de sua primeira mulher Francisca Maria Galvão Bueno, sua parente próxima, filha do Capitão Francisco Mariano Galvão Bueno, que foi vereador em 1857, e de Alexandrina Galvão Bueno (CA-5:26). O Capitão Francisco Antônio de Oliveira Prestes casou uma segunda vez com Luísa Delfina Pupo, natural de Iguape. São avós do Prefeito Emérito de São Paulo Francisco Prestes Maia (1).
Eram irmãos inteiros do Dr. Rafael Galvão Prestes:
1- Carlos Galvão Prestes, casado a primeira vez com Durvalina Bueno; a segunda vez com Maria Catarina Bonchristiani. Com sucessão da segunda;
2- Bernardino Galvão Prestes, casado com Idalina Ferraz, o qual foi vereador e vice-presidente da Câmara Municipal de Amparo.
O Dr. Rafael Galvão Prestes era concunhado do Dr. José Leite de Sousa, casado com Carlota Cordeiro, o qual era filho do Senador Luís Leite.
Rafael Galvão Prestes era ainda estudante em 3/4/1886, quando foi aprovado nos exames preparatórios(2). Já na juventude se envolveu em inúmeras atividades bastantes diferenciadas. Em 1892 já era Vice-Presidente do Club 8 de Setembro(3). Em 27/1/1893 foi exonerado Rafael Prestes do cargo de Subdelegado(4). Em 12/5/1893 ele integrava uma comissão, junto com o Dr. João Mota, Bernardo de Faria e Francisco Silva, que estava indo a São Paulo pleitear medidas contra a Companhia Mogiana. Em 1896 Rafael Galvão Prestes era farmacêutico na Rua 15 de Novembro(5). E nesse mesmo ano Rafael era presidente do Grêmio Familiar Amparense(6), mostrando ser um jovem muito ativo e com multiplas aptidões. Em 1902 era Orador da Loja Maçônica Trabalho(7), e 2º Secretário do Club 8 de Setembro(8).
Demorou para que Rafael Prestes se envolvesse na política local. Ele não é mencionado no período de luta entre leitistas e pedristas, de 1902 a a 1908. Suas ligações de parentesco com pessoas de ambas as facções o predestinavam a um papel diferente.
Deveria mesmo ter um espírito conciliador, pois só se entusiasmou quando se faz paz entre as duas correntes: o “Correio Paulistano”, de 26/1/1909, sob o título “Política Amparense”, publicava um telegrama de Amparo: “Os diretórios políticos locais renunciaram em favor do novo diretório do partido congraçado, constituído pelos srs. João Ferraz, João Guedes e Rafael Prestes” – “Reina grande regozijo nesta cidade. Promoveu-se um grande baile. Saudações. Rafael Prestes”.(9)
No domingo anterior, 24 de janeiro, realizara-se na casa do coronel João Ferraz a reunião do Partido Pedrista para tratar do congraçamento com os leitistas, ao qual compareceram 150 pessoas. A reunião foi presidida pelo Dr. Amadeu Gomes de Sousa, sendo secretários Pedro Bueno de Camargo e Francisco Luís da Silva. Dr. Coriolano Burgos combateu vigorosamente o congraçamento, que foi defendido com brilho por Rafael Prestes; na ocasião da votação retiraram-se 40 eleitores; o congraçamento foi aprovado por mais de 70 eleitores contra 36. Ficou resolvido que o novo diretório seria composto por João Ferraz e Rafael Prestes (pedristas) e João Guedes (leitista). A proposta original era de 3 pedristas: Augusto Guimarães, Joaquim Augusto de Araújo Campos e Bernardino Prestes e 3 leitistas escolhidos por seu partido. (10)
Ainda era muito atuante na Maçonaria, pois, quando não se realizou a palestra do Prof. Faustino Ribeiro Júnior, em 9/1/1909, o Dr. Rafael Prestes se fez ouvir na Loja Maçônica de Amparo, junto com o solicitador Francisco Luís Silva(11).
Em abril de 1909 Rafael Prestes é um dos advogados na tribuna do júri, junto com Pedro Bueno, Virgílio de Araújo, Raul Godoy e os solicitadores João Borges Fleming e Pedro Fortuna.(12)
Em 1911 Rafael Prestes é chamado a fazer parte da Junta de Alistamento Eleitoral(13). Em 1912 faz defesa no júri. (14)
Em maio de 1914 Felício Granato resignou ao cargo de Prefeito, que passou ao vice-prefeito Antônio da Silveira Melo. Comentava-se nessa ocasião que era quase certa a eleição de Rafael Prestes para esse cargo.(15)
Em julho, Rafael Prestes já estava no exercício do cargo de Prefeito, atendendo reclamações dos consumidores contra cobrança do mínimo de 8 mil réis por medidor, o que não existia no contrato, contra o Banco Industrial Amparense, concessionário do serviço de iluminação. Houve um ofício do Prefeito Rafael Prestes ao Banco Industrial Amparense apoiando essa reclamação; a Câmara Municipal também apoiou a atitude do Prefeito. O Banco também foio multado por não atender a uma requisição de ligação. (16)
Ainda era prefeito e continuava advogando, quando seu nome foi indicada para a chapa de deputados estaduais, em fevereiro de 1915(17)(18). Em março de 1915 apresentou o
relatório de 1914 à Câmara Municipal(19).
Em dezembro desse ano já fora eleito deputado estadual, cargo que exerceria até 1924. (20, 21 e 22)
Em 8/9/1922 nas comemorações da Independência em Amparo é salientado o discurso do Deputado Estadual Rafael Prestes na Praça da Bandeira, numa festa que teve também um concerto da Banda Corporação Musical Progresso Amparense no Jardim Público. (29)
Não encontramos outras notícias sobre Rafael Prestes na vida da cidade depois disso, a não ser a de que, em – 12/6/1937, Rafael Prestes aderiu à dissidência do PRP que apoiava a candidatura de Armando Sales de Oliveira à presidência da República(30).
Rafael Galvão Prestes faleceu em São Paulo em 1940. (31)
NOTAS
(1) Capitão Francisco Antônio de Oliveira Prestes, casou no Amparo em 1862 com sua parente em 2.0 mixto ao 3.0 Francisca Maria Galvão Bueno, filha do Capitão Francisco Mariano Galvão Bueno e de Alexandrina Galvão Bueno (CA-5:26). O Capitão Francisco Antônio de Oliveira Prestes casou uma segunda vez com Luísa Delfina Pupo, natural de Iguape. São avós do Prefeito Emérito de São Paulo Francisco Prestes Maia. Do primeiro casamento com Francisca Maria Galvão Bueno teve:
1 – Carlos Galvão Prestes, casado a primeira vez com Durvalina Bueno; a segunda vez com Maria Catarina Bonchristiani. Com sucessão da segunda.
2 – Bernardino Galvão Prestes, casado com Idalina Ferraz, pais de:
2.1 – Dalila Prestes, casada com José Seva.
3 – Dr. Rafael Galvão Prestes, advogado, fazendeiro e político, prefeito de Amparo, deputado estadual, casado com Constância Cordeiro, filha do Major Antônio José Alves Cordeiro e de Francisca Eugênia Pinto Ferraz.
(1a) Major Antônio José Alves Cordeiro, morador de Campinas durante algum tempo, filho do Capitão Custódio Manuel Alves, de Portugal, e de Ana Maria Novais Cordeiro, natural de Porto Feliz, onde nasceu em 1809, era viúvo de Francisca Eugênia Pinto Ferraz, (com geração da primeira mulher do Major em SL,2:425); Francisca Eugênia Pinto Ferraz era filha de Luís Bernardo Pinto Ferraz, natural de São Paulo, que a reconheceu por “Carta de Habilitação”, em 14/5/1832, quando ela já contava 15 anos de idade, havida por ele, em solteiro. Luís Bernardo Pinto Ferraz, cavaleiro professo da Ordem de Cristo, filho do coronel português Francisco Pinto Ferraz e de Ana Francisca Novaes, foi morador em Porto Feliz, onde participou da Revolução de 1842 do lado legalista; foi deputado provincial na legislatura 1844/1845. Foi casado com Maria Duarte Ferraz e deixou vasta descendência.
Antônio José Alves Cordeiro casou depois com Ana Franco da Silveira. Ana fora batizada em 1839 e era filha de José Joaquim Franco da Rocha e de Maria Rosa da Silveira, esta filha de Francisco da Silveira Franco e de sua primeira mulher Ana Gertrudes de Campos; José Joaquim Franco da Rocha, por sua vez, era filho do Ajudante Daniel da Rocha Franco e de Francisca Pedroso Bueno (SL, 6:15)
Alves Cordeiro participou do combate de Venda Grande, na Revolução Liberal de 1842, pelo lado legalista, sob ordens de Caxias. Integrou o Partido Conservador e foi vereador na primeira legislatura da câmara municipal de Amparo, iniciada em 1857. Era nessa época proprietário de um sítio com cem alqueires de terras lavradias no bairro de Três Pontes, compradas a Manuel Joaquim Cerqueira César por 1:500$000 (um conto e quinhentos mil réis), que mais tarde vendeu ao Visconde de Indaiatuba, Joaquim Bonifácio do Amaral, que ali formou a fazenda Salto Grande (Efemérides, 104). Pai, entre outros, de:
A- Constança Cordeiro, casada com Rafael Galvão Prestes, filho de Francisco Antônio de Oliveira Prestes e de sua primeira mulher Francisca Mariana Galvão Bueno; foram pais de
1 – Marina Cordeiro Prestes, casada com Mauro Leite de Moraes, filho de Antônio Carlos de Moraes Bueno e de Maria Leopoldina Leite de Sampaio; pais de
1.1 – Carlos Prestes de Moraes, casado com Heloísa Celidônio dos Reis;
1.2 – Mauro Leite de Moraes Júnior, o “Maurito”, casado com Maria Lígia Pimentel.
1.3 – Dulce Prestes de Moraes, casada com Antônio Pompeu de Camargo.
2 – Dr. Cid Cordeiro Prestes, médico no Paraná, casado com Carlota do Canto.
3 – Celeste Cordeiro Prestes, casada com o Dr. Ernesto Von Ockel, engenheiro, natural de Santa Catarina.
4 – José Cordeiro Prestes, casado com Maria Luísa Bueno de Las Casas.
5 – Paulo Cordeiro Prestes, casado com Zilda Mota Baldassari.
B – Carlota Cordeiro, casada com o Dr. José Leite de Sousa, filho do Coronel Luís de Sousa Leite;
C – Rafael Cordeiro, estudante em 1899;
(2) – 3/4/1886 – Rafael Galvão Prestes aprovado nos exames preparatórios (OESp)
(3) – 1892 – Club 8 de Setembro – Vice-Presidente: Rafael Galvão Prestes (Almanaque do Amparo, 1892)
(4) – 27/1/1893 – exonerado Rafael Prestes de Subdelegado. (OESP)
(5) – 1896 – Rafael Galvão Prestes, farmacêutico na Rua 15 de Novembro. (Almanaque do Amparo, 1896)
(6) – 1896 – Grêmio Familiar Amparense – Presidente: Rafael Prestes (Almanaque do Amparo, 1896)
(7) – 1902 – Rafael Galvão Prestes era Orador da Loja Maçônica Trabalho. (Almanaque do Amparo, 1902)
(8) – 1902 – Rafael Galvão Prestes era 2º Secretário do Club 8 de Setembro (Almanaque do Amparo, 1902)
(9) – 26/1/1909 – “Política Amparense” – telegrama de Amparo: “Os diretórios políticos locais renunciaram em favor do novo diretório do partido congraçado, constituído pelos srs. João Ferraz, João Guedes e Rafael Prestes” – “Reina grande regozijo nesta cidade. Promoveu-se um grande baile. Saudações. Rafael Prestes”. (CP)
(10) – 31/1/1909 – eleição tranqüila em Amparo – informação do delegado de polícia Dr. Virgílio do Nascimento. No domingo, 24 de janeiro realizou-se na casa do coronel João Ferraz a reunião do Partido Pedrista para tratar do congraçamento com os leitistas – compareceram 150 pessoas – a reunião foi presidida pelo Dr. Amadeu Gomes de Sousa, sendo secretários Pedro Bueno de Camargo e Francisco Luís da Silva – Dr. Coriolano Burgos combateu vigorosamente o congraçamento, que foi defendido com brilho por Rafael Prestes – na ocasião da votação retiraram-se 40 eleitores – o congraçamento foi aprovado por mais de 70 eleitores contra 36. – ficou resolvido que o novo diretório seria composto por João Ferraz e Rafael Prestes (pedristas) e João Guedes (leitista). A proposta original era de 3 pedristas: Augusto Guimarães, Joaquim Augusto de Araújo Campos e Bernardino Prestes e 3 leitistas escolhidos por seu partido. (CP)
(11) – 9/1/1909 – não se realizou palestra do Prof. Faustino Ribeiro Júnior, mas o Dr. Rafael Prestes se fez ouvir na Loja Maçônica de Amparo, junto com o solicitador Francisco Luís Silva. (OESP)
(12) – 22/4/1909 – advogados na tribuna do júri: Pedro Bueno, Rafael Prestes, Virgílio de Araújo, Raul Godoy e os solicitadores João Borges Fleming e Pedro Fortuna. (CP)
(13) – 11/1/1911 – Alistamento Eleitoral – Junta:- pela Câmara: Flamínio de Campos Leme, Rafael Prestes e José Caetano Leme; pelos contribuintes do Imposto Predial: Dr. Vasco de Toledo e Bernardino Alves de Sousa; pelos contribuintes do Imposto de Indústrias e Profissões: Joaquim Guedes de Andrade e João Carvalho. (OESP)
(14) – 21/19/1912 – Rafael Prestes faz defesa no júri (OESP)
(15) – 9/5/1914 – Felício Granato resigna ao cargo de Prefeito, que passa ao vice-prefeito Antônio da Silveira Melo – era quase certa a eleição de Rafael Prestes para esse cargo. (OESP)
(16) – 16/7/1914 – reclamações dos consumidores contra cobrança do mínimo de 8 mil réis por medidor, que não existe no contrato, contra o Banco Industrial Amparense, concessionário do serviço de iluminação – ofício do Prefeito Rafael Prestes ao Banco Industrial Amparense apoiando essa reclamação – a Câmara Municipal apóia a atitude do Prefeito – o Banco também é multado por não atender a uma requisição de ligação. (OESP)
(17) – 5/2/1915 – Rafael Prestes, advogado em Amparo, indicado para a chapa de deputados estaduais. (OESP)
(18) – 7/2/1915 – Rafael Prestes, Prefeito Municipal. (OESP)
(19) – 22/3/1915 – Rafael Prestes, Prefeito Municipal –relatório de 1914 à Câmara Municipal. (OESP)
(20) – 18/12/1915 – Rafael Prestes, deputado estadual. (OESP)
(21) – 17/10/1917 – Rafael Prestes, deputado estadual. (OESP)
(22) – 29/4/1918 – Rafael Prestes, Deputado Estadual – Francisco Lopes Maia, Vereador – Ortiz de Siqueira, Prefeito. (OESP)
(23) – 23/3/1920 – Rafael Prestes comparece à 1ª sessão preparatória da Câmara de Deputados do Estado. (CP)
(24) – 15/4/1920 – Rafael Prestes comparece a sessão do Congresso Legislativo do Estado (CP)
(25) – 11/10/1920 – Rafael Prestes doa 100$000 para viagem de escoteiros de Amparo à Capital (CP)
(26) – 31/10/1920 – Rafael Prestes membro da Comissão de Instrução Pública da Câmara dos Deputados do Estado. (CP)
(27) – 29/11/1920 – Rafael Prestes discute projeto de reforma do ensino na Câmara dos Deputados (CP)
(28) – 6/1/1921 – Rafael Prestes contribui para um coroa de bronze no túmulo de D. Pedro II (CP)
(29) – 8/9/1922 – descrição das comemorações da Independência em Amparo – discurso do Deputado Estadual Rafael Prestes na Praça da Bandeira – concerto da Banda Corporação Musical Progresso Amparense no Jardim Público. (OESP)`
(30) – 12/6/1937 – Rafael Prestes adere à dissidência do PRP que apóia a candidatura de Armando Sales de Oliveira à presidência da República (OESP0
(31) – 1940 – Rafael Galvão Prestes faleceu em São Paulo (Prestes Barra, Adenda,57)