Major Felício Granato – 1914

 

A família Granato é uma das precursoras da imigração italiana em Amparo. Em 25/2/1867 – José Granato, italiano,

foi testemunha do casamento de João Alves de Godoy e Ana Maria de Jesus, no Amparo(1);    em 18/6/1871 Francisco Granato estava estabelecido com loja em Amparo(2).

Este Francisco Granato, italiano, negociante, com loja de fazendas no Largo da Matriz, concedeu autorização em 5/11/1874 a sua mulher D. Laura Carrano, atualmente residente na cidade de Lugagno, Reino da Itália, para se transportar com seus dois filhos Lorenzo Granato e Arignese Granato para Amparo(3). Francisco Granato era o pai de Felício Granato, que já estava a essa época em Amparo.

Felício acabaria casando com Alípia Pastana, filha do Coronel Pedro Pastana, um dos líderes mais prestigiosos da política amparense.

Em 1885 Felício Granato reclamava do formigueiro no terreno das senhoras Gomide, que deixam seu jardim “em deplorável estado”. Segue-se a requerimento de D. Teresa Delfina Gomide, moradora na Rua da Princesa Imperial, intimada para extinguir formigueiros existentes em seus terrenos, alega falta absoluta de profissionais para esse serviço nesta cidade; pede prazo de 3 meses para cumprir a intimação. Os formigueiros eram um sério problema para a administração pública, pois, além de atacar as plantas, corroíam as taipas de que eram feitos os prédios, ameaçando a segurança das edificações(4). Felício Granato morava, pois, na Rua da Princesa Imperial, hoje Rua Luís Leite.

Nesse mesmo ano, às vésperas do 13 de maio, o então vereador Luís Leite indicou a nomeação de comissão de 9 membros para angariar donativos para festejar “a sanção da lei que decreta a abolição da escravidão em todo o Império”. Já se sabia que essa lei estava em poder da Princesa Isabel para ser sancionada a qualquer instante. A Câmara de Amparo se adiantou e foram nomeados para o fim proposto: Dr. Antônio Batista de Campos Pereira, Dr. João Pedro da Veiga, Dr. José Pinto Nunes Júnior, Dr. Salvador Donnici, Pe. Pedro Maria D’Amato, João Gomes de Oliveira Carneiro, José Benedito Rodrigues, Felício Granato e Artur de Assis Carvalho(5). Um grupo de escol, que permite avaliar o quanto Felício Granato já era respeitado na época.

Em 1890 as câmaras municipais foram substituídas por Conselhos de Intendência, composto por membros nomeados pelo governo do Estado. Em 26/3/1890 houve a sessão de posse do Conselho de Intendência Municipal, presidida e aberta pelo Presidente da Câmara Municipal Luís de Sousa Leite, com a presença dos vereadores Martins Barbosa, Arruda, Mendes do Amaral, Rocha e Miranda. Foi lido um ofício do Governador do Estado, datado de 12/3/1890, comunicando a dissolução da Câmara e a nomeação de um Conselho de Intendência Provisório, composto dos cidadãos: Dr. Carlos de Campos, Dr. Bento José de Sousa, João Belarmino Ferreira de Camargo, Damásio Pires Pimentel, Joaquim Machado Júnior, Felício Granato e José Pedro de Deus. Felício Granato era o primeiro imigrante a participar de um órgão administrativo municipal em Amparo. Um de seus colegas, Carlos de Campos, mais tarde, seria Presidente do Estado de São Paulo.

Pouco a pouco, a euforia dominante desde a proclamação da República foi desaparecendo, surgindo em seu lugar a habitual disputa política, a luta por cargos, a defesa encarniçada de interesses, prenunciando a aparição de crises e de desentendimentos. Em 20 de dezembro desse ano João Belarmino pediu exoneração do Conselho de Intendência. Pedro Pastana e Felício Granato foram encarregados de  demovê-lo do pedido. Surpreendente, João Belarmino reapareceu na sessão de 7/1/1891, mas depois não mais freqüentou as sessões.(7)

A crise eclodiu meses depois. Em 8 de abril de 1891, um ofício do governador elevava para nove o número de membros do Conselho e nomeava para preencher as vagas os cidadãos Albino Alves do Amaral, Dr. João Pedro da Veiga, Francisco Xavier da Silveira e Joaquim Martins Barbosa. É dada posse aos eleitos e o Dr.João Pedro da Veiga requer que se proceda a eleição de um vice-presidente para preencher a vaga desse lugar. Procedeu-se então à eleição do vice-presidente, sendo declarado eleito Martins Barbosa.(8)

Poucos dias depois, o presidente do Conselho, Dr. Bento José de Sousa, foi demitido pelo governo e substituído pelo Dr. João Pedro da Veiga(9). A 25/4/1891, o Governador Américo Brasiliense comunica ao Conselho ter exonerado, a pedido, os intendentes Felício Granato, José Pedro de Deus e Damásio Pimentel(10).

Em dezembro um movimento popularliderado pelos cidadãos Luís de Sousa Leite, Dr. Joaquim José da Silva Pinto Jr., e Dr. João Nepomuceno Nogueira da Mota, que compunham a Junta Revolucionária, aclamada anteriormente para dirigir o movimento, derrubou as autoridades locais e dissolveu o Conselho. Era o reflexo em Amparo da deposição do presidente Deodoro da Fonseca e do governador Américo Brasiliense, que haviam fechado o Congresso e tentado um golpe de Estado. Fracassada a tentativa, ambos foram apeados do poder. O Conselho de Amparo ficara órfão politicamente e não teve como resistir.

Acabou sendo aclamada uma Junta Governativa Provisória e um Delegado de Polícia composta dos cidadãos Dr. Joaquim José da Silva Pinto Jr., Felício Granato e João Belarmino Ferreira de Camargo e para Delegado de Polícia o Dr. João Nepomuceno Nogueira da Mota.

Uma Sessão Extraordinária, foi realizada em 24/12/1891, presidida por Silva Pinto Júnior, presentes: “o Dr. Joaquim José da Silva Pinto Júnior, Luís de Sousa Leite, Dr. José Leite Pinheiro, Artur de Assis Carvalho, Felício Granato, João Belarmino Ferreira de Camargo, Antônio Cândido de Camargo e José Pedro de Deus, os empossou. Haviam sido “nomeados por ato do cidadão Dr. Presidente do Estado de 18 deste mês e ano para membros do Conselho de Intendência Municipal desta cidade, em substituição da que foi deposta pelo povo em data de 14 do mesmo citado mês” (11).

No ano seguinte, em 4/4/1892, Manuel Saturnino do Amaral e Felício Granato tomam posse do cargo de suplentes do Juiz Municipal. (12)

Uma das maiores obras da administração pública de Amparo no século XIX foi a construção do Jardim Público. O Senador Luís Leite financiou, de seu próprio bolso, esse importante melhoramento, que até hoje adorna Amparo. Felício Granato, junto com Bernardo de Faria e Dr. João Nepomuceno Nogueira da Mota, “membros da Comissão incumbida da construção do Novo Jardim Público desta cidade”, em  4/1/1894, enviaram ofício declarando que, tendo terminado a sua missão de acordo com as instruções do benemérito Senador Luís de Sousa Leite, vinham trazer esse fato ao conhecimento desta Corporação, pedindo-lhe que se digne designar dia e hora para a entrega oficial daquele Jardim”.

O despacho da Câmara foi:– “ao intendente para providenciar sobre a conservação do Jardim, conservando-o fechado até ser designado dia e hora para o seu recebimento oficial”. (13)

A inauguração demorou; só em 3/12/1894, novo ofício de Felício Granato, Bernardo Faria e João Nepomuceno Nogueira da Mota, declarando que eles, membros da comissão nomeada para executar as obras de aumento do Jardim Público a expensas do Senador Coronel Luís de Sousa Leite, foram “também incumbidos por muitos amigos daquele ilustre cidadão de mandar fazer um retrato a óleo para ser colocado no salão do Paço Municipal ao lado de outros benfeitores do Município que ali já existem e que para isso vinham pedir a esta Câmara a necessária autorização para fazer a colocação do retrato daquele benemérito cidadão em lugar apropriado, devendo ser inaugurado no mesmo dia em que se der a inauguração do Jardim”. A Câmara concedeu a autorização, cabendo à Comissão a escolha do lugar para o retrato. Essa festa foi um evento marcante na vida da cidade. (14)

Em 1896 Felício Granato era suplente de Delegado, uma nova incumbência da qual soube se desincumbir.(15)

O  Major Felício Granato tinha um passatempo, hoje proibido, a briga de galos. Em 7/1/1898 um requerimento dele e do Coronel João Belarmino Ferreira de Camargo, Major Pedro José Pastana e outros 34 signatários, “sócios e freqüentadores de uma rinha de briga de galos, situada nesta cidade, com justo fundamento vinha reclamar contra o imposto estabelecido para esse gênero de divertimento. A Câmara atendeu e diminuiu o imposto… (16)

Em 11/2/1898, o Conde Antonelli, ministro plenipotenciário da Itália, esteve em Amparo, onde foi recebido pelo Coronel Luís Leite e hospedado pelo Major Felício Granato. Deve ter sido um evento totalmente diferente daquilo que a cidade estava acostumada a ver.  (17)

Felício Granato vinha acumulando encargos e responsabilidades. Em 1902 ele era tesoureiro e definidor da Sociedade Beneficiente Ana Cintra(18), tesoureiro da Loja Maçônica Trabalho(19), conselheiro da Sociedade “Mutua Assistenza fra Italiani” (20), tesoureiro da Irmandade de São Benedito(21), e ainda tinha uma selaria na Rua Luís Leite(22).  Também teve uma agência funerária e vários outros negócios.

E ainda sobrava tempo para fazer política…

Mas a política tinha um preço alto: gerava inimizades e confrontos. Em 13/10/1904 foi publicado um violento artigo, “As águas das palmeiras”, contra Balduíno Camires do Amaral e a favor do Coronel Luís Leite e do Major Alfredo de Barros, atacando também o Dr. Daniel Machado e Felício Granato. (23)

Eleito vereador em 1904, na grande vitória “pedrista”, ficou envolvido na polêmica com o Senador Luís Leite, relativa à desapropriação das nascentes da Fazenda Palmeiras. Tomou parte na sessão de 22/2/1905, na qual se decidiu pagar sob protesto as letras devidas a Luís Leite (24).

A chamada “crise financeira de Bulhões Jardim” em 1906 (na verdade uma crise “importada” dos Estados Unidos, cuja rede bancária quebrara nesse ano) resultou em diversas falências em Amparo. Felício Granato era grande credor de uma das firmas insolventes, Victo Eboli & Magaldi, e foi forçado a assumir o cargo de síndico dessa massa falida. (25). Em 1909 procedeu ao registro da sua patente de major da Guarda Nacional(26).

Novamente eleito vereador em 1911, Felício voltou à Câmara Municipal, em companhia de Dr. Amadeu Gomes de Sousa, presidente, e dos vereadores: Dr. Valêncio do Prado, farmacêutico Nicanor Novaes, Major Felício Granato, e Francisco Mariano Galvão Bueno, Dr. Custódio Guimarães, Dr. José Leite de Arruda, Dr. José Oscar de Araújo, e Major Francisco Alves Pimentel. O Prefeito era Alcides Penteado. (27)

No final de 1911, Felício Granato participa como membro da Liga Anti-Intervencionista, presidida por Rafael Prestes. Artur Alves de Godoy, Flamínio de Campos Leme, Dr. Amadeu Gomes de Sousa, Pedro Penteado, Maximino de Sousa, e outros também são membros. Francisco Mariano Galvão Bueno é o vice-presidente dessa entidade(28). E já em 18/1/1912 a Câmara de Amparo também protesta contra a intervenção federal na Bahia, por seus membros Alcides Penteado, Custódio Guimarães, Valêncio do Prado, Amadeu Gomes de Sousa, Gustavo de Sousa Campos, Felício Granato e Francisco Mariano Galvão Bueno. Esse protesto é encaminhado ao Centro Anti-Intervencionista de Cabreúva. (29)(30)(31).

Nessa época, um relatório da Sociedade de Beneficiência Ana Cintra, em 1/2/1912, elogia o seu tesoureiro Felício Granato: “de uma dedicação extraordinária pela nossa sociedade, tem servido, em caráter interino, de modo a merecer só elogios e admiração por parte dos que conhecem a nossa vida social. Sóbrio, honrado, intransigente e zeloso, tem sido o braço forte do Hospital não medindo trabalhos nem sacrifícios”.

(32)

Em 28/3/1913 Felício Granato é mencionado como presidente da Câmara, ao acompanhar a comitiva do Senador Luís Piza, arbitro na Questão de Duas Pontes, inclusive na vistoria na região em litígio, segundo notícia de “O Estado de São Paulo” (33); nessa época o presidente da Câmara era o Dr. Amadeu Gomes de Sousa. Uma notícia do “Correio Paulistano”, de 8/2/1913, entretanto, informava que o Dr. Amadeu Gomes de Sousa havia se licenciado por 4 meses, por se retirar para o estrangeiro, em tratamento de saúde. Dr. Amadeu só retornou em setembro desse ano, como informa o mesmo jornal em 18/9/1913.

Em 20/3/1914, o Major Felício Granato era Prefeito Municipal de Amparo, eleito que fora a 17/1/1914(34). Mas em 9/5/1914 Felício Granato resignou ao cargo de Prefeito, que passou ao vice-prefeito Antônio da Silveira Melo; era quase certa a eleição de Rafael Prestes para esse cargo(35).

Em janeiro de 1916, Felício Granato sofre duro golpe:

Faleceu sua esposa d. Alípia Pastana Granato, filha do velho companheiro político Coronel Pedro Pastana. (35ª)

Em 12/4/1917 Felício Granato está novamente ocupando o cargo de Prefeito Municipal(36), num interregno entre os prefeitos Major Antônio da Silveira Melo e Manuel Ortiz de Siqueira.

Depois disso, aparentemente e talvez abatido pela perda da esposa, Felício não mais participa da primeira plana na política amparense. Só em janeiro de 1928 é noticiada sua adesão ao Partido Democrático em Amparo(37).

Em 1935, ao ser feito o sorteio de letras da Câmara Municipal do empréstimo de 500:000$000, foram convidados a assistir o sorteio Afonso Celso de Toledo Franco e Felício Granato, os dois maiores contribuintes de impostos(38).

Faleceu Felício Granato em 18/4/1936, aos 84 anos. De seu casamento com Alípia Pastana não teve filhos, mas fora do matrimônio teve D. Amélia Amaral, filha de Lazara Maria do Amaral, a quem contemplou generosamente em testamento (39).

Alguns anos mais tarde, em 1943, faleceu em São Paulo o seu irmão Lourenço Granato, aposentado de alto cargo na Secretaria da Agricultura, autor de 170 monografias, considerado um respeitado cientista. (40)

 

 

 

NOTAS

 

(1) – 25/2/1867 – José Granato, italiano, foi testemunha do casamento de João Alves de Godoy e Ana Maria de Jesus, no Amparo. (CA-5:109)

(2) – 18/6/1871 – Francisco Granato estabelecido com loja em Amparo.

(3) – 5/11/1874 – Francisco Granato, italiano, negociante, com loja de fazendas no Largo da Matriz, concede autorização a sua mulher D. Laura Carrano, atualmente residente na cidade de Lugagno, Reino da Itália, para se transportar com seus dois filhos Lorenzo Granato e Arignese Granato para Amparo. (PO/LN,33:16)

(4) – 30/7/1885 – Requerimento de Felício Granato, reclamando do formigueiro no terreno das senhoras Gomide, que deixam seu jardim “em deplorável estado”. Segue-se a requerimento de D. Teresa Delfina Gomide, moradora na Rua da Princesa Imperial, intimada para extinguir formigueiros existentes em seus terrenos, alega falta absoluta de profissionais para esse serviço nesta cidade; pede prazo de 3 meses para cumprir a intimação. Os formigueiros eram um sério problema para a administração pública, pois, além de atacar as plantas, corroíam as taipas de que eram feitos os prédios, ameaçando a segurança das edificações. Desde os primeiros tempos da Capela havia a preocupação em extirpá-los. (Atas, 5:27v/28)xxx

(5) – 12/5/1888 – Sessão Extraordinária convocada para apreciar

a indicação de Luís Leite: nomeação de comissão de 9 membros para angariar donativos para festejar “a sanção da lei que decreta a abolição da escravidão em todo o Império”. Já se sabia que essa lei estava em poder da Princesa Isabel para ser sancionada a qualquer instante. A Câmara de Amparo se adiantou e foram nomeados para o fim proposto: Dr. Antônio Batista de Campos Pereira, Dr. João Pedro da Veiga, Dr. José Pinto Nunes Júnior, Dr. Salvador Donnici, Pe. Pedro Maria D’Amato, João Gomes de Oliveira Carneiro, José Benedito Rodrigues, Felício Granato e Artur de Assis Carvalho. (Atas, 5:117/118)

(6) – 26/3/1890 – Sessão de posse do Conselho de Intendência Municipal, presidida e aberta pelo Presidente da Câmara Municipal Luís de Sousa Leite, com a presença dos vereadores Martins Barbosa, Arruda, Mendes do Amaral, Rocha e Miranda. É lido um ofício do Governador do Estado, datado de 12/3/1890, comunicando a dissolução da Câmara e a nomeação de um Conselho de Intendência Provisório, composto dos cidadãos: Dr. Carlos de Campos, Dr. Bento José de Sousa, João Belarmino Ferreira de Camargo, Damásio Pires Pimentel, Joaquim Machado Júnior, Felício Granato e José Pedro de Deus. A seguir, realizou-se a posse e assinatura do termo de compromisso e foi lido o relatório do Presidente da Câmara dissolvida. No mesmo dia realizou-se a

Sessão de Eleição do Presidente, Vice-Presidente e organização das diversas Comissões do Conselho de Intendência Municipal, presidida por José Pedro de Deus.

(7) – 20/12/1890 – João Belarmino pede exoneração do Conselho de Intendência. Pelo Conselho foi nomeada uma comissão, composta de Pedro Pastana e Felício Granato, para demovê-lo do pedido. Surpreendente, João Belarmino reapareceu na sessão de 7/1/1891. (Atas, 7:120v e 123v)

(8) – 8/4/1891 – Em sessão ordinária, presidida por Bento de Sousa, presentes José Pedro de Deus, Felício Granato e Damásio Pimentel, é lido um ofício do governador elevando de sete para nove o número de membros do Conselho de Intendência e nomeados para completar o número e preencher as vagas de João Belarmino e Pedro Pastana, os cidadãos Albino Alves do Amaral, Dr. João Pedro da Veiga, Francisco Xavier da Silveira e Joaquim Martins Barbosa (não há notícia anterior nas atas da exoneração de João Belarmino e de Pedro Pastana). Também foi concedida pelo governo do Estado a exoneração de Jerônimo Tavares. É dada posse aos eleitos e o Dr.João Pedro da Veiga requer que se proceda a eleição de um vice-presidente para preencher a vaga desse lugar. Procedeu-se então à eleição do vice-presidente, sendo votados: Joaquim Martins Barbosa, 3 votos, Bernardino Alves de Sousa, 3 votos, Dr. João Pedro da Veiga, 2 votos, e Albino Alves do Amaral, 1 voto, sendo declarado eleito Martins Barbosa.

(9) – 14/4/1891 – Agravam-se as divergências na política amparense. Realiza-se uma sessão extraordinária sob a presidência de Martins Barbosa, presentes Dr. João Pedro da Veiga, Francisco Xavier da Silveira, e Bernardino Alves de Sousa, faltando por estarem fora do município Albino Alves do Amaral e Damásio Pimentel, e sem justificação José Pedro de Deus e Felício Granato, convocada pela necessidade de se eleger um presidente, já que fora dada pelo governo demissão ao Dr. Bento José de Sousa. Alexandre Eboli, que fora nomeado membro da Intendência, em lugar do Dr. Bento José de Sousa, exonerado pelo Governador, estava presente, prestou compromisso e foi-lhe dada posse. Procedeu-se à eleição do novo Presidente do Conselho: Dr. João Pedro da Veiga, 4 votos – Bernardino Alves de Sousa, 1 voto. Essa facção seria deposta meses depois, em meio a um tumulto público, por ter apoiado o governo de Américo Brasiliense e o golpe do Marechal Deodoro. (Atas, 7:145v/146)

(10) – 25/4/1891 – Governador Américo Brasiliense comunica ao Conselho ter exonerado, a pedido, os intendentes Felício Granato, José Pedro de Deus e Damásio Pimentel. (Atas, 7:146v)

(11) – 24/12/1891 – Sessão Extraordinária, presidida por Silva Pinto Júnior, presentes: “o Dr. Joaquim José da Silva Pinto Júnior, Luís de Sousa Leite, Dr. José Leite Pinheiro, Artur de Assis Carvalho, Felício Granato, João Belarmino Ferreira de Camargo, Antônio Cândido de Camargo e José Pedro de Deus. Haviam sido “nomeados por ato do cidadão Dr. Presidente do Estado de 18 deste mês e ano para membros do Conselho de Intendência Municipal desta cidade, em substituição da que foi deposta pelo povo em data de 14 do mesmo citado mês”. Faltou o oitavo nomeado Capitão Damásio Pires Pimentel.

Na eleição do Vice-Presidente: João Belarmino Ferreira de Camargo, sete votos – Felício Granato, um voto. As Comissões foram organizadas a seguir.

“O cidadão presidente entregou uma ata em papel avulso, assinada pelos membros da Junta Revolucionária depondo em 14 do corrente mês a Intendência Municipal e autoridades desta cidade, a qual depois de lida foi unanimemente deliberado que fosse transcrita na presente ata, e é a seguinte”:

– “Aos 14 dias do mês de dezembro de 1891, 3º de Proclamação da República, nesta cidade do Amparo, no Paço da Intendência Municipal, onde estava reunido o povo, representado por grande número de membros de todas as classes sociais, formando um grupo de mais de mil pessoas, aí presentes os cidadãos Luís de Sousa Leite, Dr. Joaquim José da Silva Pinto Jr., e Dr. João Nepomuceno Nogueira da Mota, que compunham a Junta Revolucionária, aclamada anteriormente para dirigir o movimento que deveria se manifestar como um protesto contra a permanência no governo do Estado do Dr. Américo Brasiliense de Almeida Melo, o Dr. João Nepomuceno Nogueira da Mota tomando a palavra e fazendo um breve histórico do procedimento indigno que o Presidente de São Paulo tinha tido em face do golpe de estado que em 3 de novembro deste ano deu o ex-Presidente da República, concitou o povo a não reconhecer a autoridade do indigno Presidente de São Paulo, aclamando seu substituto legal, o Dr. José Alves de Cerqueira César. O povo entusiasticamente declarou deposto o Dr. Américo Brasiliense e aclamou o Dr. Cerqueira César, manifestando assim sua vontade soberano.

– Em seguida o Dr. Mateus Chaves Júnior declarou que como complemento do ato que se acabava de realizar, era necessário declararem-se depostas todas as autoridades que neste município representavam o Presidente deposto, e propôs que fossem declarados depostos não só a Intendência Municipal, como ainda as autoridades policiais de nomeação do ex-Presidente, sendo aclamada uma Junta Governativa Provisória e um Delegado de Polícia. Tendo sido unanimemente aceita esta proposta foi logo aclamada a Junta Governativa, que ficou composta dos cidadãos Dr. Joaquim José da Silva Pinto Jr., Felício Granato e João Belarmino Ferreira de Camargo e para Delegado de Polícia o Dr. João Nepomuceno Nogueira da Mota.

(12) – 4/4/1892 – Manuel Saturnino do Amaral e Felício Granato tomam posse do cargo de suplentes do Juiz Municipal. (EFA, 71)

(13) – 4/1/1894 – Ofício de Felício Granato, Bernardo de Faria e Dr. João Nepomuceno Nogueira da Mota, “membros da Comissão incumbida da construção do Novo Jardim Público desta cidade, datado de hoje, declarando que, tendo terminado a sua missão de acordo com as instruções do benemérito Senador Luís de Sousa Leite, vinham trazer esse fato ao conhecimento desta Corporação, pedindo-lhe que se digne designar dia e hora para a entrega oficial daquele Jardim”. O despacho da Câmara foi:– “ao intendente para providenciar sobre a conservação do Jardim, conservando-o fechado até ser designado dia e hora para o seu recebimento oficial”. (Atas, 9:169v)

(14) – 3/12/1894 – Ofício de Felício Granato, Bernardo Faria e João Nepomuceno Nogueira da Mota, declarando que eles, membros da comissão nomeada para executar as obras de aumento do Jardim Público a expensas do Senador Coronel Luís de Sousa Leite, foram “também incumbidos por muitos amigos daquele ilustre cidadão de mandar fazer um retrato a óleo para ser colocado no salão do Paço Municipal ao lado de outros benfeitores do Município que ali já existem e que para isso vinham pedir a esta Câmara a necessária autorização para fazer a colocação do retrato daquele benemérito cidadão em lugar apropriado, devendo ser inaugurado no mesmo dia em que se der a inauguração do Jardim”. A Câmara concedeu a autorização, cabendo à Comissão a escolha do lugar para o retrato. (Atas, 44v/45)

(15) – 1896 – Felício Granato, suplente de Delegado (Almanaque do Amparo, 1896)

(16) – 7/1/1898 – Requerimento do Coronel João Belarmino Ferreira de Camargo, Major Pedro José Pastana, Major Felício Granato, e outros, num total de 34 signatários, “sócios e freqüentadores de uma rinha de briga de galos, situada nesta cidade, com justo fundamento vinham reclamar contra o imposto estabelecido para esse gênero de divertimento, pela Resolução de 27/12/1897; que tem carácter proibitivo esse imposto, por isso que não é possível manter-se a rinha, que apenas funciona 20 ou 30 vezes por ano, não dando resultado especulativo anual nem para pagamento do imposto. Acreditam eles signatários que esta ilustre Corporação seguramente não teve o intuito com a elevação do imposto de 50$000 para 300$000 de impedir a continuação da rinha”. Pedem a modificação do imposto. Foi remetido à Comissão Permanente para dar parecer. (Atas, 11:96) Na sessão de 17/1/1898, o Parecer n. 75, da Comissão Permenente, apresentado por Pinto Nunes Cintra, sobre o requerimento dos sócio e freqüentadores de uma rinha de galos, é pela modificação do imposto, cobrando-se 10$000 por dia em que funcionar a rinha. (aa) Pinto Nunes Cintra. Albino Alves. O parecer foi aprovado por unanimidade e encaminhados os papéis ao Intendente para os fins necessários. (Atas, 11:99/99v)

(17) – 11/2/1898 – O Conde Antonelli, ministro plenipotenciário da Itália, estava em Amparo, onde foi recebido pelo Coronel Luís Leite e hospedado pelo Major Felício Granato. (Jornal do Brasil)

(18) – 1902 – Felício Granato era tesoureiro e definidor da Sociedade Beneficiente Ana Cintra (Almanaque do Amparo, 1902)

(19) – 1902 – Felício Granato era tesoureiro da Loja Maçônica Trabalho. (Almanaque do Amparo, 1902)

(20) – 1902 – Felício Granato era conselheiro da Sociedade “Mutua Assistenza fra Italiani” (Almanaque do Amparo, 1902)

(21) – 1902 – Felício Granato era tesoureiro da Irmandade de São Benedito (Almanaque do Amparo, 1902)

(22) – 1902 – Felício Granato tinha uma selaria na Rua Luís Leite. (Almanaque do Amparo, 1902)

(23) – 13/10/1904 – “As águas das palmeiras” – violento artigo contra Balduíno Camires do Amaral e a favor do Coronel Luís Leite e do Major Alfredo de Barros – ataca também o Dr. Daniel Machado e Felício Granato. (OESP)

(24) – 22/2/1905 – ata da Câmara Municipal, presidida por Pedro Penteado, presentes Dr. Burgos, Felício Granato, José Silvestre da Cunha Martins, Francisco Antão de Paula Sousa, Manuel de Azevedo Maia, Félix Viana e João Belarmino Ferreira de Camargo Júnior, sobre o protesto das letras devidas ao Coronel Luís Leite – decidiu-se pagar sob protesto. (OESP)

(25) – 31/12/1906 e 30/1/1907 – Felício Granato, síndico da massa falida de Victo Eboli & Magaldi. (OESP)

(26) – 19/5/1909 – registro das patentes da Guarda Nacional do major Felício Granato e dos tenentes Francisco Antão de Paula Sousa, Antônio da Silveira Melo e do alferes José Caetano Leme. (CP)

(27) – 17/3/1911 – sessão da Câmara de Amparo: Dr. Amadeu Gomes de Sousa, presidente – vereadores: Dr. Valêncio do Prado, farmacêutico Nicanor Novaes, Major Felício Granato, e Francisco Mariano Galvão Bueno, Dr. Custódio Guimarães, Dr. José Leite de Arruda, Dr. José Oscar de Araújo, e Major Francisco Alves Pimentel – Prefeito: Alcides Penteado. (OESP)

(28) – 25/12/1911 – Félix Viana participa como membro da Liga Anti-Intervencionista, presidida por Rafael Prestes. Artur Alves de Godoy, Flamínio de Campos Leme, Dr. Amadeu Gomes de Sousa, Pedro Penteado, Maximino de Sousa, Felício Granato e outros também são membros. Francisco Mariano Galvão Bueno é o vice-presidente. (CP)

(29) – 18/1/1912 – a Câmara de Amparo protesta contra intervenção federal na Bahia: Alcides Penteado, Custódio Guimarães, Valêncio do Prado, Amadeu Gomes de Sousa, Gustavo de Sousa Campos, Felício Granato e Francisco Mariano Galvão Bueno. (OESP)

(30) – 18/1/1912 – A Câmara de Amparo protesta “contra os vergonhosos acontecimentos da capital baiana” e contra a intervenção federal. Assinam o protesto Alcides Penteado, Dr. Custódio Guimarães, Valêncio do Prado, Amadeu Gomes de Sousa, Felício Granato e Francisco Mariano Galvão Bueno. (OESP)

(31) – 26/1/1912 – Esse protesto é encaminhado ao Centro Anti-Intervencionista de Cabreúva. (OESP)

(32) – 1/2/1912 – Relatório da Sociedade de Beneficiência Ana Cintra elogia o seu tesoureiro Felício Granato: “de uma dedicação extraordinária pela nossa sociedade, tem servido, em caráter interino, de modo a merecer só elogios e admiração por parte dos que conhecem a nossa vida social. Sóbrio, honrado, intransigente e zeloso, tem sido o braço forte do Hospital não medindo trabalhos nem sacrifícios”.

(33) – 28/3/1913 – Dr. Valêncio do Prado, como prefeito, recebe e acompanha a comitiva do Senador Luís Piza, arbitro na Questão de Duas Pontes, inclusive na vistoria na região em litígio (OESP). Estavam juntos também o coronel João Belarmino, Felício Granato, presidente da Câmara, o vereador Leopoldo Cunha, Dr. Pedro Bueno de Camargo Silveira, Dr. Alfredo Patrício do Prado Paulista, irmão do prefeito, o promotor Dr. Artur Pinto Lima, Francisco Luís da Silva, José Jacobsen, Joaquim Carneiro da Silva e José Silvestre Martins da Cunha (OESP)

(34) – 20/3/1914 – Major Felício Granato, Prefeito Municipal (OESP). Fora eleito em 17/1/1914 (CP)

(35) – 9/5/1914 – Felício Granato resigna ao cargo de Prefeito, que passa ao vice-prefeito Antônio da Silveira Melo – era quase certa a eleição de Rafael Prestes para esse cargo. (OESP)

(35ª)- 16/1/1916 – faleceu d. Alípia Pastana Granato, esposa de Felício Granato (OESP)

(36) – 12/4/1917 – Felício Granato, Prefeito Municipal. (OESP)

(37) – 17/01/1928 – O Partido Democrático em Amparo- Major Felício Granato – Adesão (DN)

(38) – 20/2/1935 – sorteio de letras da Câmara Municipal do empréstimo de 500:000$000. Foram convidados a assistir o sorteio Afonso Celso de Toledo Franco e Felício Granato, os dois maiores contribuintes de impostos. (Atas,26:51)

(39) – 18/4/1936 – Faleceu Felício Granato, aos 84 anos (Imprensa Amparense, de Áureo de Almeida Camargo, 484)

(40) – 29/12/1943 – Faleceu em São Paulo o Sr. Lourenço Granato, filho de Francisco Granato e Laura Granato. Era aposentado de alto cargo na Secretaria da Agricultura, autor de 170 monografias. Deixa viúva e filhos. Era irmão de Felício Granato, político morador do Amparo. (Folha da Manhã)

Comments are closed.